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Agosto, 13

Agosto, dia 10

Diana, vou poder voltar a dormir descansado. Vais, finalmente, regressar a casa.

Não que eu não confie em ti, no Max ou nos pais dele. Pelo tempo que passei com o teu namorado e por tudo aquilo que me contaste, depreendo que o Max seja bastante ajuizado — salvo, talvez, raras excepções que desconheço —, e os pais dele, que só vi de relance nos espetáculos da Academia, não me parecem negligentes. De certeza que todos te trataram com respeito e que tu te portaste à altura. Mas eu fico ansioso sempre que ficas muito tempo fora.

É coisa de irmão mais velho, o que é que posso fazer contra isso?

Também não me deste muitas oportunidades na vida para me sentir assim, felizmente. A ansiedade não é a minha cara. Agora que penso nisso, acho que na realidade só aconteceu duas vezes. A primeira vez foi no teu 5° ano, quando foste passar o fim de semana a casa da tua amiga da primária, a Bianca. Só dormiste duas noites fora, mas foi a primeira vez que nos separámos.

Eu nunca admiti isto, mas nesses dias senti como se me tivessem cortado um pedaço do coração e o levado para longe.

Estavas sempre nos meus pensamentos e nenhum dos meus hobbies me conseguia prender a atenção. Andava tão preocupado e distraído, que qualquer barulho repentino me assustava e nenhuma das tarefas que eu tinha para fazer saía bem feita. O meu peito doía como nunca e estava sempre com um nó na garganta, como se estivesse à beira das lágrimas.

Aquelas duas noites foram as piores da minha vida. Desde que nasceste que nunca tínhamos estado mais de 24h afastados. Mesmo quando ias ao hospital e eu não te via o dia todo, eu passava contigo as noites, fazendo-te companhia. Protegendo-te. Tínhamos passado metade da nossa infância mais colados que gémeos siameses e a separação repentina foi um choque para mim.

Naquela altura, tive de reaprender a respirar sozinho. Tive de aprender que é possível sobreviver sem te ter por perto por algum tempo.

E ainda bem que o fiz. Reconheço que na altura era demasiado protetor. Estava sempre na defensiva, à espera que as pessoas decidissem virar-nos as costas e deixar-nos ao abandono outra vez. Mas acho que é compreensível, depois de tudo o que passámos.

Foi difícil aprender a confiar. Mas tu ajudaste-me nisso, mesmo que não tenhas dado conta.

A Martha e o John também ajudaram. Mesmo sem saberem, eles libertaram-nos de parte do peso do passado quando te deixaram aceitar o convite da tua amiga. Com um ato inocente, redefiniram o nosso futuro e forçaram-me a corrigir um terrível defeito, que nos poderia ter causado muitos problemas agora, se nada tivesse mudado. Com certeza seria um estorvo e um embaraço para ti ter um irmão mais velho possessivo e controlador, sempre a fazer tempestades em copos de água e a agir com base em raiva e ciúmes. Eu próprio não gostaria de ser assim. Não mais do que aquilo que reconheço que sou agora.

A segunda vez que te ausentaste foi há dois anos, quando convenceste o John a deixar-te ir para um campo de férias com os teus amigos.

Desde o início que a Martha era a favor. A maneira como a avó Nana a educou fá-la valorizar, acima de tudo, os traços psicológicos e morais que nos fazem humanos, e não há nada como sair da zona de conforto e expandir os horizontes para crescermos enquanto pessoas. Desde que tivesses cuidado com a tua saúde, ela dava-te luz verde.

Ainda hoje não sei como é que convenceste o John. Num minuto ele estava completamente decidido em recusar as tuas súplicas e, no seguinte, já te ajudava a fazer as malas, mesmo que um pouco contrariado. Será para sempre um dos muitos mistérios que nunca conseguirei resolver.

Dessa vez, estiveste fora quase duas semanas. E eu sobrevivi, apesar de tudo.

Claro que continuei preocupado. Claro que ainda sentia um ligeiro aperto no peito quando chegava à sala e não te via esparramada no sofá a ocupar todo o comprimento do mesmo ou quando não tinha de ir ao quintal chamar-te para jantar porque tinhas estado a dançar até tarde. Claro que me senti ansioso. Mas não deixei que a ansiedade me consumisse. Depois de aceitar a tua ausência, consegui levar uma vida perfeitamente normal. Consegui abstrair-me da minha preocupação e as tarefas que tinha pela frente não ficaram a meio.

Sabia que te veria, mais cedo ou mais tarde. E esse pensamento era o suficiente para me dar forças e para me ajudar a manter a calma.

Acabei por descobrir que depois de uma prolongada ausência, o reencontro torna os momentos partilhados ainda mais doces. Assim, sei que vou adorar saber tudo o que fizeste nestas tuas mini férias e todas as tuas recomendações de atividades divertidas para fazer na neve, para ter uma ideia do que é melhor quando eu próprio for à neve. Vou adorar ouvir as tuas histórias e ver as tuas fotos (espero mesmo que as tenhas tirado!).

Agora, o que eu não estou a gostar nada no meio disto tudo é a tua constipação. Deu para perceber pela nossa conversa ao telemóvel que tu não estás bem. Estou muito agradecido ao Max por me ter ligado a avisar que tinham decidido voltar mais cedo para casa por causa da tua tosse. De outro modo, só saberia que estás doente quando aparecesses aqui à porta de casa, não é mesmo? É o teu comportamento típico: exibir um sorriso para todos e desvalorizar os teus problemas e o teu próprio sofrimento. Mas sabes que não podes fazê-lo. Se deixares os problemas, especialmente de saúde, por tratar, as coisas vão agravar-se até um ponto em que já não há nada a fazer. Quando deres por isso, será tarde demais e, em consequência, o teu sofrimento alastra-se aos outros à tua volta.

Bem, mas não há de ser nada desta vez. Espero. Não gostei do som da tua tosse ao telefone, mas deve ter sido apenas a minha ansiedade a exagerar a minha preocupação.

Vou fazer o bolo que adoras e comprar mais daquele horrível chá que gostas de beber quando estás doente. A tua sorte é que, apesar de não saber o nome da erva — quem é que sabe dessas coisas? — sei de cor a caixa na qual ele é vendido. Sinceramente, não sei como é que gostas daquele sabor, mas enfim. Vai estar tudo pronto quando voltares.

Com Amor,

Sam

[editado: Dez 2024]

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