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1.3 | Sombra


Por que ele?! De todas as pessoas, todos os novatos, por que justo ele?!

Passei o restante do dia inteiro com o fato de que o cara que todos têm medo vai ser meu colega de quarto preso na minha cabeça. Sorte a minha foi que quando cheguei no quarto para guardar minhas coisas, ele ainda não estava lá. Decidi passar o máximo de tempo possível do dia de hoje longe daquele lugar.

– Enji, você está bem? – pergunta Sarah, me despertando de meu transe mental. Depois que guardei minhas coisas, ela, Helena e Caio me chamaram para tomar umas bebidas no bloco A; alguns dos amigos dela decidiram dar uma festa no salão principal.

– Não, não estou bem... – respondo um pouco mais sincero do que o normal, acho que o álcool está mexendo com meus neurônios. – Ainda não superei o fato de dividir quarto com o príncipe intocável da universidade.

– Cara, você ainda nem chegou a interagir com ele. E se forem só rumores?! – diz ela.

– E se não forem?! – retruco. Engulo de uma vez todo o resto de bebida em meu copo e me afundo no sofá em que estou sentado. – Como eu deveria me aproximar dele?

– Você é especialista em fazer amizades com qualquer pessoa, tenho certeza de que vai achar um jeito – responde ela, dando algumas tapinhas em meu ombro.

– Claro que sim... – digo ironicamente. Olho para meu relógio em meu pulso, são quase 11h da noite. Se Hansel é assistente do diretor, provavelmente precisa dormir cedo, para acordar cedo, então, talvez já esteja dormindo à esta hora. – Eu já vou indo.

– Tão cedo?! Logo no primeiro dia?! – pergunta ela. – A noite é uma criança, meu parceiro, relaxa!

– Não hoje... – Me levanto. – Se perguntarem, diga que eu passei mal.

Nem mesmo espero a resposta de Sarah, apenas ando pela multidão de alunos bêbados e chapados, procurando um pouco de ar fresco. Ao sair do bloco A, respiro profundamente, olhando para o céu limpo, iluminado pela lua crescente. A rua dos blocos está vazia, mas posso ouvir sons de músicas e diversão dos alunos em suas próprias festas. Este lugar parece muito um condomínio fechado, cada bloco um do lado do outro, com alguns metros de distância os separando, dois andares, várias ruas.

É uma caminhada de cinco minutos do A ao D. Ao chegar, me apresso para atravessar a loucura da festa dele; deveria ter participado aqui hoje, mas os outros queriam visitar alguns amigos do A. Não se preocupem, vizinhos do D, ainda vou interagir com vocês!

Subo as escadas até o terceiro andar, onde paro em frente à porta do meu quarto. Posso ver luz saindo pela brecha de baixo, ele está lá dentro e está acordado...

Vamos lá, Enji, só seja amigável, você já fez isto antes, não é nada novo...

Lentamente abro a fechadura da porta, apenas para ver Hansel deitado em sua cama, com grandes fones de ouvido em sua cabeça e um livro, ele não olha para mim, apenas continua lendo. Talvez não tenha notado minha presença...

Ando até a minha cama, esperando que ele diga alguma coisa, mas nada. Certo... Estou vendo que o primeiro passo deve ser dado por mim, não será um problema.

Me viro para Hansel, forçando um sorriso em meu rosto, e digo:

– Hm... Oi! – Tento soar o mais receptivo possível. Mas ele não responde, nem mesmo olha para mim. Ele está de fones, então talvez não tenha ouvido? – Eu sou-

– Enji Hofftake, eu sei... – diz ele, me interrompendo, ainda assim sem olhar para mim. Sua voz profunda e fria me assusta, não estava esperando que falasse do nada.

Está bem, tentativa de interação 1: falha...

– Então... você é o famoso Hansel, o filho do diretor – começo a falar. – Preciso dizer que foi uma baita sorte minha cair no mesmo quarto que você! Espero que nós... – Hansel tira seus fones, se levanta e fica de frente para mim, me encarando profundamente nos olhos. Ainda não consigo tirar na memória a primeira vez que encarei seus olhos, na cafeteria, e ele tem o mesmo olhar antes, frio como puro gelo. Meu sorriso aos poucos se desfaz.

– Escute, por que você não finge que eu não estou aqui? Vai deixar as coisas mais fáceis para nós dois. – Ele joga seu livro em seu colchão e anda para fora do quarto, me deixando sozinho, sem reação.

Me viro para o outro lado, olhando para o nada. O sentimento de raiva devagar enche meu peito com calor, vejo algumas pequenas chamas escaparem dos meus dedos das mãos.

Certo, certo... Manter a calma, Enji, manter a calma...

Me sento em minha cama, apoiando os braços em meus joelhos e minha testa em minhas mãos, a ponto de explodir em chamas. Mas preciso me controlar, não vou deixar este babaca atrapalhar minha vida, não vou deixar que estrague meu primeiro ano na S.E.

Hoje foi só o primeiro dia, talvez as coisas melhores com o passar do tempo.

22/02/2022

– Ele é um babaca, babaca! Irritante! – desabafo. Sarah não diz nada, apenas observa. Estamos na cafeteria do campus, para tomar café da manhã, antes da aula, junto com Helena e Caio. – Até quanto ele respira me tira a paciência!

– Bem, isso sim é raiva... – diz Helena, que está sentada no outro lado da mesa. – Consigo sentir daqui.

Caio não diz nada, em vez aproveita seu sanduiche, imagino que sua comida seja mais importante que minha reclamação; não que eu o culpe por isso.

– Então, no fim, ele é tudo o que o povo fala?... – pergunta Sarah.

– Ele é muito mais do que o povo fala, ele é horrível! Não acredito que vou ter que passar um ano dividindo quarto com ele! – respondo, quase sem respirar.

– Cara, eu nunca te vi tão irritado... Pega leve, você sabe o que acontece com seres do fogo quando perdem o controle – diz ela. Penso em responder, mas desisto, ela tem razão, estou indo longe demais.

Desvio meu olhar de Sarah e acabo pousando-o em Caio, que ainda não terminou seu café; ou melhor dizendo, ainda não terminou seu segundo café...

– Você com certeza estava com fome, não é? – digo, olhando para ele. Caio apenas balança os ombros e continua comendo.

– Eu sou um ser da terra, esperava o quê? – responde ele, após algumas mastigadas.

Antes que eu pense em dizer algo, o sino da cafeteria toca, indicando que está na hora da primeira aula do dia, temos 10min para estarmos na sala, antes que o professor chegue.

– Bom, hora de ir – digo, me levantando da mesa. Me despeço dos meus três amigos e sigo para minha sala.

O dia hoje está mais agitado do que ontem, principalmente agora no início de aula, talvez seja porque é o primeiro dia de aula para valer, já que ontem foram mais instruções do que aula de verdade. Ao chegar na sala, vejo uma carteira com meu nome escrito na mesa, está ao lado da janela, para minha sorte. Me sento e relaxo, esperando o professor chegar, observando o ambiente. Não conheço nenhum dos alunos desta sala, deveria tentar fazer algumas amizades a mais, além de Helena, Caio e Sarah. Mas a universidade não é tão parecida com o ensino médio, todos aqui parecem mais interessantes, não sou um destaque.

Suspiro, tentando mudar meus pensamentos para outro assunto.

Sinceramente, não estou muito animado para as aulas teóricas, elas são um tanto quanto entediantes. O verdadeiro negócio são as práticas, dobrar os elementos com técnicas avançadas e até mesmo aprender a lutar usando-os, só de pensar, tenho uns calafrios. Sei algumas técnicas de luta com fogo, que aprendi no ensino médio, com certeza vou estar à frente de alguns alunos quando o momento chegar. Quero seguir carreira de vigilante, preciso me sair muito bem nas matérias de luta.

Enquanto fantasio sobre as aulas práticas, o estudante que se senta à minha frente chega. E para meu desgosto, é exatamente quem esteve me tirando do sério desde ontem: Hansel. Nós dois nos entreolhamos por uns segundos, então ele coloca suas coisas em sua mesa e se senta. Sinto meu estômago se enjoar por um momento, agora será possível que ele estará em todo lugar que eu estou? Mesmo quarto, mesma sala de aula e à minha frente. O que ele é, minha sobra?

O segundo sino para a primeira aula toca e o professor entra logo em segunda. Ele coloca suas coisas na mesa do professor e anda até a frente da turma. Ele é um pouco alto, tem cabelos loiros, olhos castanhos, pele clara, de meia idade; fica bem no uniforme dos professores da universidade.

– Bom dia, jovens! – diz ele com voz potente e confiante. – Meu nome é Ivor, serei o professor conselheiro da turma 1-D! Conto com a colaboração de vocês para tornar este primeiro ano memorável.

Professor Ivor parece ser alguém que está no ramo há bastante tempo. Sua postura é solta, sem medo, ele fala com muita clareza. Acho que pelo menos nisto tirei sorte, minha turma pegou um ótimo professor.

A aula começa. A primeira matéria é Teoria da Quintessência; tediosa como esperado. Mas professor Ivor a faz soar mais interessante em sua explicação, prendendo minha atenção, em suas palavras, o que me faz esquecer por um breve momento a pessoa da cadeira da frente.

– Nosso primeiro tópico a ser discutido será como a genética dos pais afetam a individualidade dos seus filhos – diz professor Ivor. Reviro meus olhos, em desaprovação; não tenho o que falar sobre o tópico, já que nunca conheci meus pais, tia Ana me criou sozinha. – Você, do cabelo avermelhado. Enji, não é? – O professor se dirige diretamente a mim, fazendo meu coração saltar por um momento.

– Hm... Sim? – Tento soar o mais natural possível, porém atraio os olhares dos outros alunos, curiosos para saber o que acontece a seguir.

– Você sabe me dizer o que são seres-éter híbridos e como eles nascem? – pergunta ele, fazendo minha mente se embranquecer.

– Desculpe, não sei dizer... – respondo. Alguns poucos alunos riem, mas decido não prestar atenção.

– Oras, não fique envergonhado! Esse é um tópico de universidade, afinal. Se não sabe, irá aprender hoje! – diz o professor. Ter um momento constrangedor no primeiro dia de aula: checado. – Alguém aqui sabe dizer?

Poucos dos alunos levantam as mãos, mas as abaixam assim que veem Hansel levantar a sua. É claro que o "senhor perfeito" saberia a resposta... Professor Ivor faz um sinal para que ele fale.

– Híbridos nascem de pais seres-éter com diferentes individualidades. Geralmente possuem uma individualidade específica como base, mas que consegue influenciar elementos de outros seres-éter. Um ser da terra híbrido de ser da água consegue fazer plantas nascerem em qualquer solo com água, por exemplo, além de dobrar a terra com qualquer outro – responde ele em alto e bom tom. Nenhum aluno abre a boca para contestar.

– Muito bem, Hansel, você parece estar bem a par do assunto – diz professor Ivor. – Bom, aproveitando o gancho deixado...

Que cara mais exibido... A pior parte é que todos são coniventes com este reinado de terror que ele coloca, ninguém se levanta para confrontar o cara! Mas isso não vai durar mais muito tempo, eu posso não ser o melhor em teoria da quintessência, mas vou destruí-lo nas aulas práticas. Você só me aguarde!

O restante do dia passou devagar. Tivemos mais algumas aulas durante a tarde, incluindo uma de literatura histórica, onde a professora discutiu sobre um conto idiota. "Aquele da Destruição", tanta fantasia num mesmo texto que quase me esqueci do que é real.

Agora, estamos mais uma vez da cafeteria, para o jantar, Caio, Helena e eu.

– Amigos, eu estou exausta! – diz Helena. – Nossa professora conselheira passou um teste surpresa de assuntos do ensino médio que vamos usar neste ano. Tive que colocar um inibidor de telepatia na cabeça, meu cabelo está todo estragado...

– Hel, seu cabelo está exatamente igual como sempre... – diz Caio, após engolir o que estava mastigando.

– Mas que insulto! – bufa ela.

– Pelo menos a sua professora conselheira não passou as duas primeiras aulas falando sobre as próprias experiências como ser psíquica, como a minha – diz Caio.

– Madame Carmem? – pergunta ela.

– Madame Carmem... – responde ele.

– Que inveja... Eu que queria ela como professora, imagina ser mentoreada por alguém com o mesmo poder que você? – Helena começa a tagarelar sobre seus sonhos. Por um momento, me perco em suas palavras. Tudo o que minha mente consegue repetir são teorias e mais teorias que ouvi durante o dia, estava sem prática de estudar por causa das férias, não lembrava que era tão cansativo.

– Pessoal, onde está a Sarah mesmo? – pergunto, quebrando o assunto anterior.

Caio dá de ombros, mas Helena se aproxima um pouco mais e fala baixo:

– Ela me disse que iria encontrar com alguém depois da aula!

– Você quer dizer...

– Oh, sim! Exatamente isso! – Ela solta uma risadinha.

– Mas que fofoqueira, Helena... – diz Caio, abocanhando mais uma colherada do seu jantar.

– Qual é? Estamos todos entre amigos aqui! A menos que o Enji aqui decida espalhar o babado por aqui, afinal, ele é o novato do grupo... – diz ela.

– Como se eu tivesse qualquer necessidade de fazer isso... – digo, me encostando em minha cadeira. – E além do mais, só tive a chance de me aproximar de vocês até agora, não teria para quem fofocar.

– Own, mas que fofo! O garanhão se tornou intimista, Caio! – diz Helena, se virando para Caio, que mais uma vez, apenas balança os ombros, concentrado em sua comida. – Se esse é o caso, então você não se importaria de compartilhar alguns segredos conosco, não é? Me diz, qual o seu tipo? Alguém no seu radar? Alguma namoradinha?

– Ei, ei! Isto é alguma entrevista por acaso?! – Tento escapar de suas perguntas.

– Vamos, lá! Abre o bico! Não vou contar a ninguém! – diz ela. – Ou será que é um segredo tão obscuro que você está com vergonha? Lembre-se que eu posso simplesmente olhar na sua cabeça...

– Está bem, está bem! Sem mais telepatia! – digo, cedendo à sua pressão. – Nenhuma namorada. E na verdade, eu gosto de homens e mulheres, então, não se limita apenas a "namorada".

– Oh-la-la! Muito interessante! Mas então você deve ter alguma quedinha, talvez o Caio aqui, ou eu? – Ela cerra os olhos.

– Não, definitivamente, não... – respondo inconscientemente, balançando a cabeça. – Sem ofensas.

– Não ofendeu – diz Caio, sem prestar muita atenção na conversa, mas ouvindo-a.

– Bom, a mim, sim! – diz Helena. – Mas sem problemas, um não pode ganhar o coração de todos, não é?

– Não é que eu não acho que vocês sejam atraentes, mas meio que me acostumei a vê-los como amigos! – Tento me justificar, para que não peguem a ideia errada. – Mas eu já tive um lance com a Sarah...

Caio para de mastigar sua comida e olha para mim, enquanto Helena quase se engasga com sua bebida. Eu não estava esperando esse tipo de reação, especialmente do Caio.

– Perdão?! Você e a Sarah??! – Helena se aproxima um pouco. – Como eu nunca soube disso?! Me conte tudo!

– Bom, foi há uns dois anos, no ensino médio, mas nós percebemos que não iria para frente, decidimos continuar apenas amigos. Nada extraordinário – digo, desviando meu olhar.

– Eu não creio! Então foi você! – diz ela.

– Eu o quê? – pergunto confuso.

– O cara que ajudou Sarah a descobrir que é lésbica! Agora tudo faz sentido! Ela já havia me contado essa história, mas não sabia que era você! – responde Helena. Tento não demonstrar minha surpresa, mas minha boca se abre aos poucos. – Ela nunca te disse, não é?

– Não... Mas acho que tudo faz sentido agora.

Nós continuamos nossa conversa. Helena ainda querendo encontrar drama para comentar. Não poderia me importar menos com tanta fofoca, me pergunto se são sobre essas coisas que e Sarah conversam quando estão sozinhas.

Após um tempo, saímos da cantina e seguimos de volta para o bloco D, para nossos quartos. Os blocos são compostos por um grande salão de entrada, onde costumamos passar o tempo em conjunto, e onde acontecem as festas geralmente, e dois outros andares com quartos. O segundo andar com os quartos femininos e o terceiro com os masculinos. Cada bloco tem cerca de trinta alunos, por isso são bem grandes.

Nós vemos alguns estudantes conversando nos sofás do salão, mas não me incomodo em interagir com eles, parecem estar entretidos.

– Boa sorte com o senhor do frio – diz Helena, indo em direção ao grupo mas afastado.

– Obrigado, eu acho... – digo, mesmo que ela não possa ouvir.

– Não se estresse tanto, vai conseguir encará-lo – diz Caio, na tentativa de me animar. Ele, então, se distancia de mim, também indo ao outro grupo. Eu não preciso ir para o quarto tão cedo, mas estou cansado e preciso de um banho.

Decido subir as escadas para encarar o que venho tentando evitar o restante do dia inteiro: Hansel. Mas, para minha surpresa, ao entrar no quarto, não o vejo nele, está tudo vazio e escuro. Bom, uma dor de cabeça a menos... Espero que ele não chegue até que eu tenha dormido.

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