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Capítulo 16

Tive que deixa-la quando o sol nasceu, precisava trabalhar e arrumar um jeito de cuidar da minha pequena fêmea Rosa sem que ninguém tentasse me impedir. Sai da sua casa vendo de relance Snow encostado na parede da casa. A culpa do que eu fiz em sua frente com Kit estava me martelando, eu me sentia o pior macho de Homeland, será que ela iria querer me ver novamente? Suspirei enquanto subia os degraus do meu apartamento, tomei um banho rápido e caminhei de volta a área de treinamento.

Dessa vez eu tinha chegado antes de Mixed, sentei em um dos bancos e fiquei observando o sol ocupar parte do céu agora mais azulado. Os machos começaram a chegar para o treinamento e começaram a se aquecer sob minha supervisão.

- Como você está?  - Mixed se aproximou preocupado, será que o que houve ontem já está sendo comentado?

- Preciso dela. - resmunguei, eu não estava bem e nem mal, eu estava vazio e não conseguia expressar esse sentimento, eu deixei muito a desejar como macho.

- Eu falei com Jaded, ele conversou com Justice... - ele fez uma pausa olhando os machos em nossa frente.

- Ele não conseguiu nada, suponho. - ele riu abaixando a cabeça e negou.

- Jaded sempre consegue o que quer. - ele apontou para o outro percurso lateral para que os machos continuassem.

- Então, eu posso ver a Rory? - ele assentiu.

- Se prometer não mandar ninguém para o hospital no processo. - deu de ombros, eu tinha ganho mais uma oportunidade, só tinha que agarra-la com todas as minhas forças.

[•••]

Vê-lá daquele jeito, pequena, indefesa e com medo me deixava péssimo. Rory não vi ficava o suficiente em mim para confidencializar seus problemas, por um lado eu a entendia, tudo aqui em Homeland é estranho para ela, eu sou um estranho. Respirei fundo sentindo o cheiro do seu medo e da sua tristeza, ela estava mentindo, não tinha forças para falar.

Me aproximei devagar da pequena fêmea, aquele vestido azul escuro ficava tão lindo nela, sobre sua pele Branca e macia. Frente a frente com ela eu sentia vontade de tomar aqueles lábios delicados, sentia vontade de arrancar toda essa tristeza e espantar esse medo. Queria fazê-la entender que eu posso cuidar dela, posso protegê-lá. Mesmo sem jeito eu agarrei sua cintura e puxei seu corpo contra o meu, eu a abracei apertado, ela demorou mas correspondeu passando seus braços por minha cintura, senti um cheiro Salgado e a minha blusa ficou molhada. Outra vez ela estava chorando, minha pequena fêmea estava sofrendo.

- Eu estou aqui, você pode me falar tudo o que quiser. Eu sempre vou estar aqui. - seus soluços aumentaram, seu corpo chacoalhava, será que eu disse algo de errado?

- Eu não quero ser como ela... - Ela sussurrou novamente, a apertei mais um pouco contra mim, como eu podia roubar essa dor para mim?

- Você está doente? - ela assentiu, suspirei pesado fechando os olhos com força.

- Eu ... tenho a mesma doença da minha mãe... e alguns lapsos de memória. - precisava saber mais sobre essa doença, a cura. Precisava achar a cura para a minha fêmea, Trisha deve ter.

- A doutora deve ter a cura, não precisa chorar. - Ela se afastou de mim, em seu rosto tinha um leve sorriso triste.

- Não tem cura, não existe cura, Gross. - A raiva queimou minhas veias, tem que existir uma cura. Ela não pode sofrer com isso a vida toda.

- Existe, eu vou encontrar uma cura para você. - rosnei, ela deu um passo para trás um pouco assustada. Não posso deixar que ela sofra. Me aproximei e beijei a sua testa da forma mais carinhosa que consegui. - Fique aqui, eu já volto com a cura.

Ela ficou lá parada sem expressão, eu saí da sua sala revoltado. Tem que ter uma cura, eu não posso ver minha fêmea sofrendo todos os dias, acharia essa cura a qualquer custo. Sai do grande prédio e adentrei o Centro médico. Trisha se assustou quando abri a porta da sala onde ela estava reunida com mais algumas enfermeiras.

- Gross? O que aconteceu? Você não tentou matar mais alguém, tentou? - neguei, ela suspirou saindo da sala e me pediu para segui-la até uma outra sala. - O que houve?

- Rory está doente, eu preciso da cura. - Ela demorou a processar o que eu estava falando.

- Ela pegou uma gripe, ou é só ressaca de ontem? - sorriu vasculhando um armário cheio de remédios. Neguei.

- Ela está com algo chamado sociopatia. - Trisha parou imediatamente o que estava fazendo e me olhou com pena.

- Gross, ela te falou isso? - Eu assenti, a fêmea loira sentou na cadeira e pareceu pensativa. - Senta ai, eu preciso te explicar uma coisa.

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