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TWO

NOTAS DA AUTORA:

Mais um capítulo fresquinho diretamente na sua porta, leitores!

Seguinte, nesse capítulo eu atualizei todas as sugestões que me deram para correção e eu agradeço muito toda a ajuda que vocês me forneceram.

Já sabem como funciona, critiquem com força kkkkkkk

Vejo vocês lá embaixo!

✎﹏﹏﹏﹏﹏



Paro minha moto bem na frente da Peace & Pixels by Dorothy, um prédio de esquina grande e espelhado, no meio daquela avenida movimentada; pessoas entrando e saindo do prédio, a maioria modelos.

Entro na firma apressada, passo pela recepção e pego o elevador até o último andar onde fica o estúdio de fotografia. Cumprimento meus colegas de trabalho e os modelos e corro até os armários dos funcionários. Destranco o meu, retiro minha câmera e meus equipamentos de iluminação de dentro da mochila e jogo ela vazia dentro do armário.

Sento no chão para conferir a bateria da câmera e dos bastões de luz antes que Muke me encontrasse. Só pelas mensagens sei que ela estava putaça comigo.

— BONY! — ouço aquela voz aguda de Muke me gritar.

Merda, ela me achou!

Meus ouvidos estalam toda vez que ela me grita e dessa vez não foi diferente.

— FALA, PAIXÃO!

— EU PRECISO TE XINGAR EM QUANTAS LÍNGUAS PRA VOCÊ COMEÇAR A CHEGAR CEDO?! 

Ouço os passos apressados dela se aproximando cada vez mais de mim. Me sinto em um filme de terror fugindo do assassino.

Como diria Evan: "Que medo desses um e sessenta de altura".

— Você fala mais alguma coisa além de japonês e inglês? — pergunto, rindo de sua ameaça. 

Muke aparece na porta de entrada dos armários com a câmera pendurada no pescoço e fazendo cara feia, fechando ao máximo aqueles olhos puxados de japonesa. Como sempre ela escolhe cores claras, com uma calça moletom cinza e um casaco moletom da mesma cor com o zíper aberto. Por baixo, ela tinha uma blusa lisa branca e nos pés tênis da mesma cor. No rosto, seus óculos redondos metálicos que combinam com seu rosto asiático e seu cabelo... Ela cortou o cabelo! O cabelo escuro agora estava na altura dos ombros com uma franja lateral.

— Nem fudendo! Cortou o cabelo?! — pergunto empolgada.

— Não tem graça! Você tem sorte de ser herdeira. Se chegasse atrasada assim todo dia em uma firma que não fosse da sua família, você tava lascada!

— Acha que eu não recebo broncas da Dorothy toda semana? Ela me liga sempre pra me bronquear!

— Dorothy é sua avó, Bony! 

— Independente, irmão! — respondo.

Muke caiu na gargalhada comigo me dando um momento de paz depois de tantas ameaças desde que chegou.

— Esqueci minha bateria extra pra câmera. — levanto a câmera em sua direção.

— De novo?! — Muke reclama e eu faço biquinho pra ela. — Eu vou te emprestar a minha, mas é pra me devolver quando terminar de usar!

Muke caminha na direção do armário, mas tropeça na minha perna e quase cai, só não se espatifou no chão porque conseguiu se apoiar nos armários na frente dela.

Seguro a vontade de rir de mais uma das manifestações da sua personalidade desastrada, para evitar que ela apelasse comigo. Ela abre seu armário e pega uma das baterias.

— Pega. — joga pra mim e eu agarro. — E como sua avó tá? 

— Tá ótima, tá brigando comigo. — brinco arrancando uma risada dela.

— O que ela tem feito no Canadá? 

— Ah, ela tá cuidando da sede da Peace & Pixels em North Vancouver e... acredita que ela criou uma marca de roupas hippie? 

— Mentira! — Muke abre a boca em um sorriso enorme. 

— Sério! Ela disse que é uma marca ecologicamente correta, com tecidos que não afetam o meio ambiente e tal. 

— E como é o nome da marca?

Gaia's Whisper. — respondo. — Amanhã é a inauguração, ela disse que vai transmitir em live.

— Sua vó sabe fazer live?! 

— Se ela sabe fazer live?! Ela sabe mexer no Instagram melhor que eu!

— Caramba, ein, tô impressionada! Sua vó sempre foi muito jovem.

— E disposta! Tô vendo a hora dela quebrar a bacia inventando moda!

— Ah, mas ela não é tão velha assim, né? Ela tem o quê... uns 60 anos?
— Setenta! 

— QUÊ?! — Muke grita surpresa.

— Pra você ver! E quando ela vem aqui ela fica tentando andar na minha moto como "nos velhos tempos". — faço aspas com as mãos.

— Ainda lembro dela ensinando, a gente, a tirar as fotos das modelos e como funcionava toda a administração da empresa. Sempre com aquele jeitinho hippie calmo dela. — Muke me trouxe lembranças de quando vovó estava comigo. 

Depois que fiz dezoito anos, vovó foi embora de Seattle e foi pra North Vancouver cuidar da casa que ela e meu avô tinham no Canadá, além de cuidar dos negócios da sede da empresa de lá. E agora abriu seu novo negócio de roupas hippie; vovó nunca abandonou seus costumes.

— É, ela nunca deixou de ser hippie. — sorrio ao lembrar de vovó.

— Você veio morar com ela com 16 anos, né? 

Ah, não...

Sei bem onde essa conversa vai parar!

— Sim, por quê? — pergunto já prevendo a dúvida seguinte.

— Você nunca fala da sua mãe, de onde veio, o porquê veio... Por que você veio pra cá tão nova, Bony? E cadê sua mãe?

Mordo as bochechas e me seguro para não falar uma besteira sobre o assunto.

Onde tá a minha mãe?!

De preferência, que esteja bem longe de mim! Vovó não me tirou daquele inferno a toa. Ela me deu a oportunidade de ser uma adolescente normal pelo menos nos dois anos finais da minha adolescência, antes de eu me tornar maior de idade. Me ensinou que a vida pode ter segundas chances e que eu poderia ser feliz dali pra frente, esquecendo o passado dolorido que eu carregava. Minha vovó sim é minha mãe, não a mulher que me pariu! Não quero nem lembrar da minha genitora!

Termino de colocar a bateria na minha câmera e guardo a descarregada em meu armário. 

— Vamos? — desvio o assunto.

Que ninguém saiba nunca sobre esse assunto!

Ela me segue e nos dirigimos até o estúdio onde as modelos já nos esperavam.

Passamos a tarde fotografando várias modelos, cada uma para objetivos diferentes: revista de moda, publicidade, catálogo de lojas e vários outros que não consigo me lembrar. Passei o dia sem comer, só com o suco de laranja que tomei pela manhã. Não senti fome, mas me senti fraca.

Assim que deu 16h, saí do estúdio deixando Muke resolver os últimos detalhes administrativos e passei na cafeteria antes de voltar para casa. Peguei dois cappuccinos para viagem, quatro cookies, coloquei na mochila e pilotei direto pra casa.

Chego ao meu prédio depois de um longo dia cansativo de trabalho. Pelo menos o salário é bom, compensa a gasolina da minha bebê. Falando assim, nem parece que eu não sou neta da dona e se eu choramingar consigo um aumento. Tenho muita sorte de ter vovó na minha vida e mais sorte ainda de ela me deixar trabalhar com ela, senão eu já estaria na rua.

Paro em frente ao meu apartamento, tentando equilibrar minha mochila, o capacete, meus cappuccinos e os cookies na mesma mão enquanto eu girava a chave da porta de casa com a outra. Assim que consigo abrir a porta, entro me arrastando e deixando minhas coisas pelo caminho até a mesa de centro. Coloco meus copos na mesinha e me jogo no sofá ainda bagunçado.

Sorrio de alívio por ser sexta-feira e poder dormir até mais tarde no sábado. Vou compensar todas as horas de sono que eu perdi durante a semana por causa dessa maldita insônia. Exceto pela limpeza que tenho que fazer em casa.

 Eu não aguento mais fazer as coisas com sono! Não aguento mais trabalhar tendo dormido só 3 horas por noite e me manter à base de café e energético!

Sinto minha pálpebra pesar e meu corpo amolecer, sou tentada a dormir antes de começar a faxinar.

Talvez dormir por alguns minutos não faça mal...

Quando estava adormecendo, ouço alguém bater na porta e me despertar do meu sono. Levanto choramingando, — tudo que eu queria era dormir — e vou até a porta para atender.

— Pois não...? — pergunto abrindo a porta e dando de cara com aqueles maliciosos olhos azuis.

— Oi, Bony! — Evan sorri pra mim. Cerro os olhos por alguns segundos, antes de lhe acertar um soco no ombro. — Ai, porra! Que foi?! 

— Isso foi por ter me roubado aquele beijo! E esse galão de suco? — pergunto apontando para o galão que ele segurava.

— Você disse que eu tava devendo um galão de suco de laranja, então eu vim trazer. 

Evan entra em casa sem eu ter convidado.

— Te convidei pra entrar?

— Achei que não precisasse de convite, eu entro mais aqui do que você. — Evan responde levando o galão até a cozinha e colocando-o na geladeira.

Sorrio com o que ele diz. 

De fato, ele passava bastante tempo no meu apartamento, às vezes até sozinho.

— Ta, fica. — desisto, voltando para o meu sofá. — Só não faz barulho.

Me jogo de bruços no sofá, novamente, e fecho os olhos morrendo de cansaço.

— Beleza, só quero jogar GTA. — Evan responde, sentando na poltrona ao lado do sofá e pega o controle do meu PlayStation 4.

— Você não tem um Xbox? — pergunto com a voz embolada.

— Que? 

— Você não tem um Xbox, caralho?

— Deixei na casa do meu pai. 

— E eu que tenho que arcar com isso? — indago sonolenta e Evan ri novamente. — Por que você sempre tá rindo de mim? 

— É o jeito que você fala, eu acho isso engraçado. — Evan responde sorridente. 

Confesso que fiquei bobinha e me responderia se não tivesse caído no sono logo depois de sua resposta. Estava morta de cansaço.

Estava tão cansada que não consegui sonhar com nada, meu corpo quase se fundiu ao sofá. Eu precisava desses descansos longos, minha insônia não me permitia dormir muito. Dá pra acreditar que eu dormia melhor quando Evan estava em casa? Eu me sentia mais confortável e mais protegida tendo ele por perto. Aproveitei que ele estava em casa e dormi sem hora para acordar, se pudesse dormiria o dia inteiro.

Acordei com uma pressão na minha bochecha e abro os olhos com rapidez. Com a visão embaçada, vejo Evan caminhando em direção à porta, se afastando de mim e na mesma hora me sento no sofá.

— Evan. — chamo, meio embolado. 

— Ah, acordou, princesa? — ele se vira na minha direção e sorri sarcástico. 

— Você me deu um beijo? — pergunto curiosa.

— Sim e parece que a bela adormecida acordou. — Evan zomba de mim com um sorriso cínico no rosto.

Sorrio irônica de volta e bocejo

Assim que minha visão se adapta, olho em volta e... meu Deus! Tá tudo arrumado e limpo! A mesa de centro está vazia e brilhando de tão limpa, a manta do meu sofá estava dobrada e apoiada no braço do sofá e não tinha mais lixo no chão. Até mesmo meus livros da estante estavam arrumados.

— Você limpou minha sala? 

— Não, limpei seu AP todo.

— Caralho! — falo surpresa. — Você não ia jogar?

— Os servidores tão atualizando. E eu não tava a fim de jogar mais nada, então adiantei a faxina enquanto você dormia. 

Senti minha bochecha queimar de vergonha por Evan fazer essas coisas por mim. Eu tenho quase 21 anos e não consigo cuidar nem da minha casa. Na verdade não cuido direito nem da minha própria vida.

— Deixa eu te pagar por isso...

— Tá maluca, Bony?! Nem fudendo! — Evan me olhou com cara feia. — Sei que tem insônia e não consegue organizar tudo sozinha. Você tá sempre cansada, qual o problema de eu te ajudar até essa sua insônia passar? 

Sorrio largo para ele.

Evan se aproxima de mim e se agacha na minha frente, olhando nos meus olhos com um sorriso. Ele abaixa seus olhos para a minha boca e eu me armo.

— Nem pense nisso!

— Não vou roubar selinho seu,  doida! Você já disse que não quer.

— Bom menino. — falei, dando um beijo em sua testa.

Evan revira os olhos, frustrado.

— Você deveria parar de agir como se fôssemos namorados.

— Por que? Eu quero mais é que as pessoas pensem que nós dois namoramos mesmo. Uma gostosa dessas? Tá doido! — Evan brinca me arrancando risadas.

— Já ia embora? — pergunto coçando os olhos e me levanto.

— Eu vou jantar, minha mãe me chamou.

— Que horas são?

— Seis. Minha mãe disse que você pode vir também, se quiser.

— Vou aceitar porque to morrendo de fome — confesso. — Me espera escovar os dentes e arrumar meu cabelo.

— Tá bem. — Evan assente.

Vou até o banheiro, escovo meus dentes, amarro meus cabelos e volto ao encontro de Evan na porta. Tranco o apartamento e me dirijo até sua casa, que fica em frente a minha. Evan abre a porta, me dando passagem, e fecha logo depois de entrar também. 

Diferente do meu, o AP da mãe de Evan não é bagunçado, com exceção da sala que está levemente desorganizada.

— Ebony! Tudo bem, querida?! — fui recebida pela mãe de Evan. 

Falsa que dói!

Ela sai de trás do balcão da cozinha e caminha até mim para me dar um abraço caloroso. A mãe de Evan está vestida com um vestido marrom de mangas cumpridas e a saia abaixo do joelho, nos pés um scarpin preto e estava muito perfumada. Seu rosto tem apenas uma fina camada de maquiagem, quase imperceptível, cobrindo suas rugas devido aos seus 45 anos. Seus cabelos castanhos e repicados na altura do ombro combinam com seus olhos também castanhos e, como sempre, seu sorriso falso me enoja.

— Boa noite, tia! — cumprimento falsa com o mesmo abraço de volta.

— Veio jantar com o Evan? — pergunta como se ela não tivesse me chamado.

— Sim, ele disse que me chamou.

— Mãe, por que está tão arrumada para o jantar? — Evan pergunta curioso.

— Eu e Mark estamos de saída.

Tenho certeza que ela me chamou para ficar de babá com o Evan para ela sair com o padastro. 

Essa Darla não vai deixar de pegar no pé do Evan nunca!

— O quê?! Mas mãe você me fez chamar a Bony pra jantar com a gente!

— Não, eu mandei você chamar para ela ficar de babá! 

— Ah qual é, eu não vou ficar com babá! Eu tenho quase 18 anos e a Amber tá em casa!

— Amber saiu. E do jeito que você é preguiçoso, não confio em te deixar sozinho!

Evan ri pelo nariz incrédulo com o que sua mãe disse.

— Legal. — ele ironiza e sai da nossa vista indo direto para a cozinha.

Pelo jeito ele ficou magoado.

Mas não tinha como, a mãe de Evan fazia questão de tornar a vida dele um inferno. Sempre foi assim desde que o conheci.

Sempre achei meio injusto a forma que Darla trata Evan: ou ele é criança e é impedido de assumir responsabilidades, ou é um adulto e é chamado de vagabundo por não trabalhar, mesmo tendo só 17 anos e estando na escola.

Eu não sei o que ela queria, mas com certeza deixar Evan louco está incluso em sua lista!

— Olha, tia, dessa vez eu tenho que concordar com o Evan, ele já tem dezessete anos, não pode ficar sozinho? — questiono educada.

— Claro que não! — ela enfatiza. — Essa casa não consegue ter um minuto de paz quando ele e a Amber estão juntos! Ele vive provocando briga com ela! Não quero correr o risco de ela chegar e Evan puxar briga com ela com a casa sozinha, os vizinhos já reclamaram!

Consegui ver Evan rolar os olhos e fechar a cara logo depois da fala d esua mãe. Com certeza tem algo a mais nessa história mal contada.

— Tudo bem então, se a senhora prefere, eu fico com ele. — concordo com a mãe de Evan com um sorriso falso.

— Muito obrigada, Ebony! Quando eu voltar acerto o pagamento com você, tá bem? — pergunta caminhando até a porta.

— Claro. — respondo seguindo ela.

— Até mais tarde, Evan! Se comporta e arruma essa bagunça! — ela grita da porta.

Meu ouvido ficou surdo!

— Tá tá! — Evan respondeu de volta seco.

— Se ele não fizer o que você mandar, me liga que eu obrigo ele a te obedecer.

— Tudo bem.

Obviamente não vou fazer isso.

Ela se despediu de mim e caminhou pelo corredor fazendo barulho com aqueles saltos até virar o corredor e desaparecer, podendo só ouvir os barulhos de seus sapatos na escada do prédio. Rolei os olhos, impaciente e fechei a porta atrás de mim.

Vai embora, demônia!

— Por que sua mãe sempre parece gostar mais da Amber do que de você? — questiono.

— Sei lá, ela deve preferir a Amber porque quando nossos pais se separaram eu escolhi ficar com meu pai e a Amber com minha mãe. 

— Não é possível, Evan. Sua mãe deve ter outra motivação. — caminho até a cozinha. — Trouxe alguma garota pra cá escondido pra ela pegar tanto no seu pé?

— Se com você contar... — Evan dá de ombros e sorri malicioso enquanto guardava as louças do lava louças.

— Engraçadinho. Mas é sério, por que eu vejo ela pegando mais no seu pé do que no da Amber?

— Porque eu sou o alvo mais fácil! Tenho certeza que ela me odeia!

— Que isso, Evan! Não acha que tá exagerando? Ela é sua mãe. — falo e me sento em um dos bancos do balcão.

— O que não faz muita diferença, do jeito que ela me trata eu pareço até a Cinderela com a madrasta má!

— Falta só a coroa, princesa. — rio.

Evan me encarou por alguns segundos com a expressão seca.

— Ha, ha! Que engraçado, Ebony! — ironiza e volta a guardar as vasilhas.

Acho que deixei ele nervoso.

— Ela só está fazendo o papel de mãe dela, aposto que a Amber também toma bronca da sua mãe.

— Ta, mas a Amber sai de casa o tempo todo, volta de madrugada e mesmo assim ela confia mais na Amber do que em mim! Nem oportunidade eu tenho de voltar de madrugada, porque eu não posso sair! — continuou reclamando.

—  Você deve ter feito algo de errado para sua mãe não confiar em você.
— Ah, Bony, fala sério! Você vê a forma que ela age comigo? — Evan se vir para mim nervoso. — Não tire conclusões precipitadas, você não sabe o que acontece na minha casa! Parece até que você duvida do que eu digo! — ele se exalta.

Porra, quando foi que vi ele tão puto?

Dava pra ver na expressão de Evan que ele ficava afetado com as injustiças que sua mãe cometia com ele.

Levanto da cadeira e vou na sua direção 

— Ei, não precisa me tratar assim. —  lhe dou um tapinha nas costas. — A babá gosta de você, pelo menos.

— Bony, você só tá piorando falando isso. Sabe o quanto é humilhante ter uma babá aos 17 anos?

— Convenhamos, você não me considera mais babá desde que começou a me roubar selinhos.

Ele dá um riso irônico pelo nariz e se virou de frente pra mim.

— Obrigada por me apoiar, Bony. — fala, estendendo suas mãos e agarrando meu rosto. Ele faz um carinho na minha bochecha com o polegar.

— De nada. Tenho que apoiar meu amigo, né? Ainda mais quando ele está deprimido.

— Que tal apoiar seu amigo com um beijinho? — Evan puxou meu rosto para tentar me beijar.

— Para, Evan! — coloquei a mão em seu rosto e o empurrei.

Ele sempre dava um jeito de se aproveitar e tentar me beijar.

É um malandro mesmo!

— É só um selinho. 

— Não, Evan! Para de tentar me roubar beijos! — empurro seu peito o afastando de mim.

— Por que você não me beija logo de uma vez?!

— Porque não! Nós somos amigos! — respondi mexendo na lasanha congelada em cima do balcão e fiz uma careta.

— Você não se importou em me beijar no meu aniversário de 15 anos. — Evan argumenta contra mim.

— Porque você me pediu para que seu primeiro beijo fosse comigo. — continuo mexendo na lasanha com um garfo. 

— Sim, porque eu queria outra coisa, mas você não quis me dar. — Evan me lembra.

Fiz uma expressão confusa em sua direção.

— Não lembro o que me pediu. — confesso.

Realmente não me lembrava, mas com certeza era algo que ele queria muito pra ele me cobrar.

— Você lembra sim, disse até que eu era cínico. — Evan me olha com uma expressão maliciosa e no mesmo momento lembro o que ele me pediu.

Sinto minhas bochechas corarem e arregalo os olhos.

— Não precisa dizer, já me lembrei. — falo e jogo a lasanha de lado.

— Você também disse que até não poderia me dar esse presente no meu aniversário de 15 anos, mas me daria no meu aniversário de 18 anos...

— Chega! — o interrompo envergonhada. — Já que você fez a faxina na minha casa, vamos sair pra comer? Essa lasanha tá uma merda, sua mãe deveria ter vergonha por te fazer comer isso.

— Vou tomar banho para sairmos, você vem comigo? — Evan pergunta caminhando de costas na direção do quarto dele.

Cerro os olhos na direção de Evan e jogo uma das almofadas do sofá nele. Evan agarra a almofada e leva para o quarto junto dele. 

Voltei para a cozinha e guardei a lasanha congelada que íamos comer de volta no congelador. Resolvi agradecer por ter limpado meu apartamento e comecei a limpar o dele. Ajudei Evan guardando as louças e colocando mais para lavar na máquina. Aproveitei para enxugar o balcão e terminar de limpar a mesa que tinha alguns farelos de comida. Passei um pano na mesa de centro da sala, no painel da TV e organizei os objetos ornamentais que enfeitavam a sala da casa dos pais de Evan. Sabia que eu voltaria tarde com ele e não daria tempo de arrumarmos sua casa, então era melhor arrumar tudo agora.

Organizei as almofadas da sala e me lembrei que Evan tinha levado uma das almofadas para seu quarto. Sem pensar muito, fui na direção de seu quarto e abri a porta sem bater. 

— Ei! — Evan grita, se assustando com a minha entrada.

Dou de cara com Evan apenas de boxer se olhando no espelho.

— Opa, foi mal! — tento não olhar muito para ele, mas confesso que era difícil. 

Evan estava prestes a completar 18 anos, mas de fato ele parecia ter mais de 20. Ele é alto, tem barba e tem os músculos definidos... as aulas de academia dele com toda certeza são as responsáveis por isso.

— Tá procurando o que, Bony? — Evan pergunta se aproximando de mim e eu corro dele, indo para o outro lado de sua cama.

— A almofada. — finjo procurar debaixo da cama.

Onde caralhos está essa almofada?!

— Essa aqui? — Evan pega a almofada em cima da sua cadeira de escrivaninha.

Encarei ele por poucos segundos, aquela sobrancelha levantada e sorrisinho de canto que ele fazia antes de me levantar para pegar a almofada de sua mão. 

— É, essa aí. — estico a mão para pegar a almofada.

— É só isso que quer mesmo? — ele me questiona malicioso.

— Sim, por quê? O que mais eu iria querer?

— Não sei, talvez me secar mais um pouco, sei que gostou da vista. — Evan me provoca ousado como sempre.

Ele não está errado, ele é de fato muito bonito, mas não vou dar esse gosto pra ele.

— Está errado, eu lembrei que preciso arrumar meu cabelo — minto, puxando a scrunchie do meu cabelo, soltando ele na frente do espelho de Evan.

Penteei meus cabelos com os dedos, joguei de um lado para o outro e ele se ajeitou com os movimentos que fiz.

— Convencido — falo saindo de seu quarto com a almofada e fazendo cara de nojo em resposta.

Terminei de arrumar as almofadas e me sentei esperando Evan terminar de se vestir para sairmos. Mandei mensagem para meus amigos combinando de nos encontrar no local que íamos comer. Todos confirmaram, menos Muke, ela disse que não poderia ir. Uma pena, tem muito tempo que quero que Muke conheça meus amigos, ela não conhecia nem mesmo Evan. Diferente dos meus outros amigos, eu conheci Muke no estúdio de fotografia quando vovó resolveu nos fazer suas pupilas. A única coisa que sei de Muke é que seus pais são japoneses e são amigos de vovó.

Poucos minutos depois de mandar as mensagens, Evan sai do quarto dele todo vestido de preto assim como eu estava, um estilo bem diferente do que ele vestia normalmente.

— Que roupa é essa? — pergunto surpresa.

— Preto.

— Por que? Você nem usa isso.

— Já que você é a Batgirl, eu sou o Batman. Gostou? — Evan responde, terminando de colocar uma jaqueta de couro preta com correntes e fivelas pratas.

— Parece um motoqueiro. — respondo.

Ele estava todo de preto, dos pés à cabeça. Além da jaqueta de couro, ele usava uma camisa preta, calças jeans pretas e um coturno de couro também preta. Até luvas de couro com metade dos dedos cortados ele estava usando.

— É pra combinar com a minha morceguinha. 

Franzo o nariz rejeitando o apelido recém inventado. 

Morceguinha? Só pode ta de palhaçada com a minha cara.

— Quem é sua morceguinha caralho?! — pergunto levantando uma sobrancelha.

— Você, linda. — Evan agarrou meu queixo entre os dedos e me fez um carinho com o polegar.

— Ficou engraçado. — rio de leve e me livro de seu toque levantando do sofá. 

— Engraçado? Qual foi, morceguinha! — Evan fica indignado.

— Cala a boca e vamo bora, Pinguim.

— Pinguim?! — ele grita, indignado.

— Para de reclamar e me chamar de morceguinha! Vamos pegar os capacetes na minha casa e descer logo. — falo caminhando até a porta da casa de Evan e fui seguida por ele.

Evan trancou sua casa e guardou as chaves no bolso da calça. Peguei os capacetes, entreguei o de Evan e descemos para a garagem, subimos na moto, Evan me abraçou pela cintura e saímos dali para o local que eu tinha combinado com meus amigos.




✎﹏﹏﹏﹏﹏

NOTAS FINAIS DA AUTORA:

Já votaram? votem por favor kkkkkkk

Próximo capítulo sai (se possível) amanhã. Ele já ta pronto, só falta corrigir.

Enquanto ele não sai, podem ir criticando ou dando sugestões, o que preferirem.

Até o próximo capítulo, leitores!

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