Alguns dias depois...

Yoongi

- Eu estou tão triste por lembrar que vou embora daqui a alguns dias. - Sarah diz - Esse lugar vai fazer falta.

- Aprendeu a gostar da Coreia? - Emanuelly se senta no sofá mas logo depois se levanta.

- Cada lugar tem seu charme, né amiga. Se me mandassem para Londres agora mesmo eu também não iria querer ir embora de lá.

- Realmente, Londres é um lugar inquestionável.

- Falando de lugares, já decidiram onde vai ser a lua de mel dos pombinhos?

- Precisamos pensar nisso agora? - Emanuelly novamente tenta se sentar mas levanta.

- Claro, assim que a Liz nascer vocês precisam dar um jeito no casório. Eu quero ser convidada, foda-se.

- Vamos esperar, não precisamos ficar preocupados com isso.

- Precisamos sim. - Hoseok diz - É um casamento!

- Viu? Até ele concorda. - Sarah se aproxima - Tem que ser algo inesquecível.

- Eu não quero coisas grandiosas, Sarah. - Manu se senta na poltrona - Uma cerimônia só para os amigos e família me parece ótimo.

- Você não pode concordar com isso! - ela me encara.

- Posso sim, na verdade acho perfeito. Qual a necessidade de gastar tanto dinheiro convidando milhares de pessoas pra comerem na nossas costas?

- Vai ser o melhor dia da vida de vocês! As pessoas precisam ficar sabendo e participar disso!

- É o casamento deles, Sarah, nem adianta argumentar. - Hoseok diz.

Emanuelly se levanta novamente e vem em minha direção ficando do meu lado.

- Você está bem?

- Por que eu não estaria?

- Você não parou com essa bunda em lugar nenhum. - Sarah diz.

- Não é nada não.

- Tem certeza? Pode ser mais um daqueles alarmes falsos.

- É só um incômodo pequeno, vai passar.

- O almoço tá pronto! - Jin aparece na sala - Quem quiser vem e quem não quiser... - ele encara Sarah - só lamento porquê tá uma delícia.

- Isso foi uma indireta? - ela pergunta - Porquê se foi eu posso muito bem socar a cara dele.

- Que tal você comer? - Emanuelly diz.

- Yoongi, nós podemos falar sobre a procura do emprego da Sarah? - Hoseok diz.

- Acharam alguma coisa? - Manu pergunta.

- É sobre isso mesmo que queremos falar, mas pode ser em particular?

- Mas o que tem eu ouvir?

- Nada, mas está na hora de você alimentar a Liz que de tanta fome tá te incomodando. - seguro seu rosto e beijo sua testa - Você está mesmo bem?

- Estou, não se preocupe. Continuem tentando achar um emprego pra ela, sei que parece desafio mas vocês conseguem.

- Nós vamos dar o nosso máximo. - ela sorri e sai.

- Qual o motivo da reunião de emergência? - Sarah pergunta.

- A Manu está cada vez mais perto de ganhar a Liz e nós nem falamos mais da Ming.

- Tem razão, estamos muito focados em assuntos banais.

- Assuntos banais? - Sarah pergunta - E desde quando seu casamento e o nascimento da sua filha são assuntos banais?

- Considerando a situação em que estamos eu considero sim assuntos banais. Temos que nos concentrar em uma questão de cada vez e o nosso foco agora é na psicopata da Ming.

- Seu plano idiota está dando certo? Eu não vi você colocando ele em prática.

- A Ming só vem quando não estamos em casa, pensei que isso era visível pra você.

- Parem de brigar, os outros vão escutar. - Hoseok toma a frente - A Ming está sumindo da nossa vida mas não a da Manu, separar as duas não vai ser fácil e o nosso prazo está cada vez mais curto.

- Tem razão, temos que pensar em algo rápido e eficaz.

- Matar ela? - a encaramos - Conheço alguém no Brasil que é ótimo em esconder corpos.

- Com que tipo de pessoa você se mistura?

- O quê? Eu só estou dizendo que conheço, mas nunca precisei dos serviços dele.

- Mesmo se matarmos ela esse cara não poderia vir até a Coreia.

- Está mesmo cogitando essa ideia, Hoseok?

- Não temos provas contra ela, o que mais você tem em mente?

- Estamos abertos a sugestões. - Sarah diz cruzando os braços.

- Não podemos matar ninguém, querem parar na cadeia?

- Eu? Jamais, sou contra violência.

- Por isso eu iria contatar meu amigo do Brasil, ele poderia nos dar dicas de como esconder um corpo.

- Você acha que estamos em um filme, Sarah? Essa merda toda é real! As coisas não funcionam como nos seriados de TV.

- Que saco! - ela se senta - Então o que vamos fazer? Daqui a alguns dias eu vou embora e a galinha de despacho vai ficar com a Liz?

- Eu nunca vou permitir que isso aconteça!

- Então temos que agir! Não temos provas pra tirar ela da cadeia mas é a nossa palavra contra a dela.

- O que quer dizer? - Hoseok pergunta.

- Eu conheço a Manu desde que éramos duas pestinhas que deixavam o pai dela de cabelo em pé. O Yoongi já mostrou que gosta dela de verdade e você já sempre foi amigo desde o começo. Acham que ela vai acreditar se a Ming disser que tudo o que descobrimos é mentira?

- Eu não sei, Emanuelly confia muito nela.

- Mas ela confia ainda mais na gente. Não demos essa chance pra Manu de escolher ouvir o nosso lado, agimos pelas costas dela inventando várias mentiras. Eu me senti mal desde o começo mas sempre pensei que era para o bem dela.

- Acha que o certo é dizer a ela?

- É o que deveríamos ter feito desde o começo.

- Eu tentei. - digo - Acham que eu não evitei que essa merda toda acontecesse? Fiz de tudo pra conseguir a confiança dela e mentir agora não era o que eu queria. Emanuelly tinha fechado totalmente os olhos para o que eu dizia e não importava se pareciam reais ou não, a Ming sempre dava um jeito de sair por cima.

- O Yoongi tem razão, eu mesmo demorei pra perceber o que tava bem a minha frente.

- Mas não está sozinho agora, Yoongi. - Sarah se aproxima - Você tem a mim e ao Hoseok. Se precisar podemos até ir novamente ao Chung-ho para mostrar a Manu a verdade.

- E se ela não acreditar? E se como das últimas vezes ela ficar brava?

- Ela não vai, ela também tem um instinto dentro dela que diz que você está certo, ela só precisa ouvi-lo com mais atenção.

- Certo. - suspiro - Depois do almoço vamos conversar com ela.

Sarah e Hoseok sorriam e começam a caminhar para a cozinha, mas Jin aparece pálido com uma expressão de pânico.

- Aconteceu alguma coisa? - Hoseok pergunta.

- A bolsa... - ele me encara - estourou.

Nunca estamos preparados para os momentos ruins da vida, e também não sabemos quando é a hora de vê-los chegar. Eu não sabia, mas a cada metro em direção ao hospital, as batidas do meu coração marcavam os segundos para o pior, e meu corpo inteiro sentia e ouvia os alarmes da minha pulsação.

Resolvi que vou postar capítulo um dia sim e um dia não.