XV: GAME OVER
O peso nas palavras de Slendrina me assustavam, o destino de todo jogo estava nas minhas mãos, como eu poderia recusar isso? Mas e se Sam não souber o feitiço? E se eu acabar morrendo?
A indecisão se mantinha na minha cabeça, estávamos tão perto de escapar.
Quando penso em dizer qualquer coisa aleatória, ouço alguém me chamar.
— Finalmente te achei — Era o Sam — Encontramos a última chave, vamos sair daqui — Ele me puxa sem ao menos deixar eu dizer qualquer coisa, observo Slendrina enquanto sou puxada por Sam, o olhos dela brilhavam por socorro, ela chamava por ajuda.
No caminho todo eu pensei no que faria, e ao chegar perto da porta, enquanto Dean a abria, eu tomei minha decisão.
— Não posso — Digo soltando o braço de Sam e eles me olham como se essa fosse a decisão mais burra que eu poderia tomar. Pode ser.
— O que está falando?
— Endoidou menina?
— Tem espíritos aqui, os espíritos de todas as vítimas da Granny, eu conversei com o fantasma da filha dela, Slendrina, ela me contou tudo e nós precisamos trazer as almas de volta a vida. E vocês sabem muito bem que eu não estou ficando doida.
— Mesmo que você tenha ou não falado com fantasmas, como vamos trazer eles a vida? É impossível.
— Talvez não, Rowena me ensinou o feitiço de ressurreição.
— Não acredito, podemos morrer.
— Eu preciso acabar com isso, com todo o sofrimento dessas almas, eles ainda tem uma chance de serem felizes. Se vocês não me ajudarem, eu darei meu jeito sozinha — Eles se entre olham, não crendo que vão fazer isso.
— Tudo bem — Puxo a mão dos dois e novamente vamos para o porão. Vejo Slendrina perto do berço com a face triste, segurando o ursinho do filho.
— Vocês voltaram — Ela exclama ao nos ver parados a porta.
— Vamos te ajudar — Digo e os meninos me olham confusos por não estarem vendo nada — A única pessoa que pode vê-la é a que colocou o urso no berço.
— Entendi.
— Como chegamos no terraço?
— Vou abrir aquela porta, é por lá que dá acesso ao terraço — Ela desaparece e abre o porta. Os meninos pulam de susto. Começamos a subir as escadas.
Quando chegamos no terraço, eu não
podia ver nada, mas podia sentir e ouvir que tinha alguém ali. Uma onda de sussuros nos nossos ouvidos começou.
Salve-nos.
Precisamos de ajuda.
Nós tire daqui.
E no fundo um choro de bebê. Hansan.
— Tenho tudo o que seu namorado precisa — Diz Slendrina.
— Podemos começar? Ela disse que tem tudo o que precisa.
— Vamos acabar logo com isso — Sam começa a fazer o feitiço. As almas ao poucos iam se acalmando, meu sorriso ia de orelha a orelha com a possibilidade de finalmente arrancar o sofrimento de todas essas almas.
Sinto alguém tampar minha boca, e segurar meus braços.
— Deveria ter fugido quando tinha tempo — Carter diz enquanto aperta mais meus pulsos. Dean já estava batendo no Harvey.
— Estamos sem tornozeleiras, eu não vou ter pena de você — Me viro e lhe dou um soco no rosto, a fazendo virar, tento dar lhe outro mas novamente ela segura meu pulso, me virando e me jogando contra o parapeito do terraço.
— S/n — Sam grita parando o feitiço.
— Continua o feitiço, Sam.
Ouvimos um grito, aos pouco ficando cada vez mais baixo. Dean havia jogado o Harvey do terraço.
Menos um.
— NÃO — Ashley grita — Vai se arrepender, garota — Ela me empurra mais um pouco, viro meu rosto e pude ver o solo.
— Tenho um surpresa, Carter — Digo sorrindo para trás dela, quando ela vira o olhar, fica abismada ao ver que todas as pessoas que ela, Granny e Harvey haviam matado, estavam vivas novamente.
— Co...Como? — Ela gagueja.
— Esse é o nosso elemento surpresa — Por um momento de descuido dela viro nossas posições, a fazendo encarrar a queda que estava por vir — É seu fim — A empurro.
— E o seu também — Antes de cair ela puxa minha perna.
— S/n — Sam e Dean gritam vindo até mim. Eu estava pendurada no parapeito, segurando com todas minhas forças, além de ter que manter o meu peso em equilíbrio, tinha que manter o de Ashley que estava segurando em minhas pernas.
— Me dá a mão — Sam diz estendendo a mão para mim.
— Não dá, se você me puxar ela vem junto.
— Precisamos de você viva, depois damos um jeito nela — Não via outra maneira de acabar com isso. Segurei a mão de Sam e olhei bem nos olhos dele.
— Obrigada por tudo — Olho para o Dean também, os dois se encontravam em lágrimas.
— O que está dizendo?
— Eu amo vocês — Ao dizer isso, eu solto a mão do meu amado e deixo o vento me fazer voar até o solo.
É o fim para mim.
Sam pov
— NÃO — Grito chorando quando S/n solta minha mão, e o corpo dela cai sem vida no solo ao lado de Ashley Carter.
— NÃO PODE SER — Dean grita também chorando.
Corremos para as escadas e começamos a procurar a saída, ando pelo solo de terra, que não via a dias e finalmente vejo o corpo da minha namorada no chão.
Me aproximo dela e me jogo de joelhos ao seu lado, seguro sua cabeça e uma forte chuva começa, fazendo molhar nossos corpos, aproximo o meu rosto do seu e choro compulsivamente, minha lágrimas se misturam com a chuva e o lindo e pequeno corpo de S/n estava começando a ficar frio.
— Não pode acabar assim, não posso perder você — Seguro suas delicadas mãos, que eram visivelmente menores que as minhas.
A imagem dela dizendo que nos amava e depois soltando minha mão se repetia a todo momento na minha cabeça. Ela não pode ir assim, e nem agora.
Não posso perder outra pessoa que amo.
Dean se ajoelha do meu lado e segura a outra mão dela, colocando sua cabeça no meu ombro, ele também chora igual uma criança.
Faltava uma parte na nossa família. A nossa alegria se foi por completo.
Os ressuscitados se puseram ao lado da gente, com as cabeças abaixadas, em sinal de luto.
Ela morreu tentando salva-los, ela morreu tentando nos salvar. Ela morreu sendo uma heroína, como tanto queria ser. E ela não poderia partir sem ter todo o meu orgulho e amor.
Mas eu ainda preciso dela. Como ficarão os dias cinzentos no bunker? Ninguém poderá substituí-la. Nunca
Não querendo sair dali, eu fico imaginando como seria sua mão macia tocando meu rosto, o seu lindo sorriso enquanto ela olhava atentamente para meus olhos e sua suave voz dizendo que iria ficar tudo bem. Eu perdi tudo isso.
Dean Pov
Sempre fui muito frio ao mostrar meu luto, mas nada é comparado com esse momento. Ela é minha cunhada, minha irmãzinha mais nova.
Havia tempo que nossa família não ficava feliz como ela estava com a presença dela. Ela era o que coloria nosso mundo.
Ela fazia o Sam feliz, o que me fazia muito feliz também, não podemos perde-la, estou cansado de perder as pessoas que mudam nossas vidas, para melhor.
Sam pov
Sabia que se dependesse de nós, nem eu e nem Dean sairíamos de perto dela. Nossa cova seria cavada junto a dela, não podemos deixá-la ir, sono egoístas demais para isso.
Com os olhos ainda fechados pude sentir uma luz vindo em nossa direção, as almas resgatadas faziam um "oh" com a fascinação ao ver o que estava diante dos olhos deles.
Abri meus olhos e olhei para frente, uma silhueta de um homem com asas de anjo em suas costas, se aproximava. Por um momento pensei que fosse Castiel, mas quando a luz diminuiu, fiquei surpreso assim como os outros.
— Gabriel? — Perguntei incrédulo — O que faz aqui?
— Fazer meu trabalho — O olho confuso — Eu sou o anjo da guarda de S/n.
— Não podia ter ajudado antes?
— Ela tem potencial, não precisava da minha ajuda para nada. Exceto agora — Ele se abaixa e sussura — Sua história está longe de de acabar, Cherry — E assim ele coloca dois dedos na testa dela, uma luz invade seu corpo e ao ser apagada, ela abre os olhos e se senta rapidamente.
— O que? — Ela pergunta baixinho, mas logo vou ao seu encontro e a envolvo em um abraço apertado.
— Você está bem. Eu não acredito — Digo e olho para ela que continha o mais lindo sorriso, vou até seus lábios e lhe dou um beijo.
— Ninguém quer segurar vela — Gabriel diz brincando.
— Obrigado, cara — Dean bate de leve no ombro do anjo.
— Por que ele está aqui?
— É seu anjo da guarda — Ela sorri e olha para o Gabriel.
— Obrigada — O anjo sorri e some do lugar.
Ela está viva e tudo acabou
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