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IX: LEVEL 2

Sam Pov

A S/n saiu a horas, e não era para estar demorando tanto assim, já liguei várias vezes, mas só recebi uma mensagem dizendo:

Logo estarei em casa, encontrei uma amiga no mercado e estou conversando com ela.

Amiga? Que amiga?

Ela não tem amigos, além de mim e do Dean. Algo está muito estranho.

Peguei as chaves do carro para ir procurá-la, mas antes de sair alguém bateu na porta, fui atender na esperança de ser a S/n que havia esquecido a chave, mas quando abri a porta fiquei completamente perdido, havia duas pessoas usando máscaras estranhas nos rostos, o que me impedia de reconhecer suas aparências, mas uma coisa que já entendi muito bem é que coisa boa aquilo não era, nem deu tempo de pensar em algo, um deles retirou um spray do bolso e espirrou no meu rosto, me fazendo apagar.

Dean pov

Ouvi alguém bater na porta e fui até lá, pensando que Sam não estava em casa, quando cheguei ao local, vi uma pessoa mascarada, puxando o corpo do meu irmão, rapidamente peguei uma arma e acertei um tiro em seu ombro, mas antes que pudesse dar outro, senti alguém pressionar um pano em meu nariz e eu perdi a consciência.

S/n Pov

Voltei a consciência e observei o local, era um minúsculo quarto sujo, lembrei do ocorrido e enfim caiu a ficha que fui sequestrada. Os meninos estavam entrando em um caso de um demônio, será que era ele?

Me levantei com o corpo ainda mole e fiz um esforço para abrir a porta, quando abri, vi o dois irmãos caçadores acordando. Merda! Pegaram eles também. Corri preocupada até eles.

— S/n? — Sam foca sua visão em mim — Como? Como pegaram você?

— Tinha acabado de sair do supermercado e eu fui dopada.

— Todos fomos.

— Vocês deixaram um cara dopar vocês dois?

— Não era só um, eram duas pessoas e elas estavam mascaradas.

— Agora temos que dar um jeito de sair daqui.

— Como vamos fazer isso?

— Eu não faço a menor ideia — Digo me sentando no chão ao lado deles e colocando minha cabeça no ombro de Sam.

— A você sabe sim, pequena S/n — Uma voz grave ecoa pelo lugar, uma que pensei em já ter ouvido em algum vez, olhamos para porta e vimos uma figura de um homem, usando roupas de médico e uma máscara em seu rosto.

— Quem é você? Como sabe meu nome?

— Eu sei muita coisa sobre você, vamos esquentar um pouco sua memória — Ele se aproxima e nos levantamos — Uma garota, muito bonita por sinal, chega ao meu hospital, sendo carregada por seu namorado desesperado para salva-la, a menina havia machucados por toda a parte e não lembrava de nada, apenas de um taco de beisebol e uma guilhotina...

— Dr Harvey?

— BINGO! — Ele retira a máscara revelando seu rosto, os cabelos curtos e escuros, pele branca e olhos azuis.

— Eu não estou entendendo.

— Não reconhece essa casa, S/n? Você passou uns longos dias aqui, ela só foi "reformada".

— Eu estou na casa da Granny? Como? Por que?

— Já vamos te explicar, mas antes, quero que conheça minha ajudante — Uma mulher de cabelos curtos, ondulados e brilhantes, entra da sala. Não acredito.

— Doutora Carter?

— Oi, minha linda paciência.

— Eu estou confusa — Digo gaguejando e minhas mãos começam a tremer, o medo já estava consumindo meu corpo — Por que estamos aqui? O que vocês tem haver com a Granny? — Dr. Harvey pegou uma cadeira e se sentou nela, a Ashley ficou atrás dele, enquanto sorriam para meu desespero.

— Só queremos terminar o trabalho da minha querida esposa — Fico mais confusa ainda, ele era marido da Abigail?

— Isso mesmo, alguém matou minha querida irmãzinha e agora só queremos vingança — Alguém me ajuda, são muitas informações para serem processadas, como assim, marido e irmã da Granny? Eles são psicopatas como ela?

— Vocês...? Não pode ser — Viro para trás com lágrimas nos olhos e as mãos trêmulas, passo elas pelos meus fios de cabelo, enquanto tento ser forte para não chorar.

Eu já não sofri o suficiente? Por que isso tudo tem que vir a tona de novo? Isso me tornou tão fraca e quando pensei que tinha voltado a ser forte e determinada novamente, toda essa merda volta para me fazer cair e dessa vez eu só queria me manter no chão, eu não tenho forças para lutar contra isso novamente.

— Já tínhamos todos os planos preparados, você contou para minha falecida esposa que morava no Kansas e quando você conseguiu fugir ela logo me comunicou, tinhamos certeza de que você apareceria no hospital, ela foi para o estado e eu meio que cuidei de você. Ela como uma ótima atriz conseguiu enganar um de vocês, esperávamos que ela terminasse o trabalho, mas não contávamos que ela seria morta.

— O Grandpa deu o número do meu consultório para vocês e um tempo depois a garotinha aparece lá, para receber meus cuidados.

— Grandpa?

— É como gosto de chamar meu querido amante — Ela sorri e da um selinho no Harvey, Dean nos olha com uma cara de nojo e eu dou uma leve risada. Só ele mesmo para me fazer rir nessas horas.

A Dra.Carter vai a um canto do local e pega uma coisa familiar, o taco de beisebol da Granny.

— Lembra disso, S/n? — Ela se aproxima mas Sam entra na minha frente — Esqueci que agora o namorado protetor está aqui, mas eu acho que vai ter mais graça assim.

— Por que pegaram eles? Deixem eles irem, esse jogo é meu — Sam segura meu braço.

— Dessa vez o game está um pouco mais complicado, queremos te dar um bônus — O medo se misturou com a raiva, e me lembrei que havia uma arma em minha perna, peguei rapidamente o revólver e apontei para o Doutor, que já havia um tiro no ombro, não pensei muito e na hora que iria puxar o gatilho, senti algo em meu corpo, uma onda de eletricidade invade todo o meu ser, grito e meu corpo colide com o chão.

— Todos os três estão com um tipo de tornozeleira elétrica, qualquer tentativa de nos machucar, levará a uma carga elétrica em vocês — Sam vai até mim, me ajudando a levantar.

— Você está bem, amor?

— Estou sim, obrigada — Já vi na expressão do meu namorado que ele queria arrancar a cabeça daqueles dois, a mesma coisa vi quando olhei para o Dean.

Eles não estavam nem um pouco preocupados com o que iria acontecer com eles, mas sim, o que iria acontecer comigo, não só os machucados físicos que poderiam vir, mas sim a dor psicológica, eles já me viram sofrendo por dentro e foi horrível para eles, não sei se algum de nós aguenta isso de novo.

Estamos praticamente dentro de um videogame, "prontos" para a próxima fase do jogo, mas na verdade, nenhum de nós está pronto para jogar.


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