Inventei uma desculpa e retornei para dentro do palácio deixando-os a sós no jardim.

— Eles não são uns fofos juntos? – questionou Isabella, assim que adentrei pelas portas de vidro, era a primeira vez que a via desde o incidente.

— Como está a mão? – perguntei.

— Vou sobreviver, só terei que aprender a socar com a outra mão se for preciso – ela brincou, percebendo que permaneci muda, ela tocou minha mão com a mão boa – E você? Como está?

— Vou sobreviver – suspirei.

— Sabe, acho que deveríamos escolher de uma vez por todas a elite, deixar apenas os dez das regras, isso tornará tudo mais fácil e possivelmente livre de maníacos em potencial. – sugeriu.

— Já tem alguma ideia de quem escolher? – perguntei, me sentia um pouco apática.

— Sim, Ryan e Vincent – informou alegremente.

— Mas são dez – ergui a sobrancelha.

— Sim, então entra o Hunter – ela olhou para fora com um sorrisinho.

— De alguma forma, percebi que estava sobrando, foi a desculpa perfeita para os deixar a sós – exalei, me virando para olhá-los com carinho.

— Hunter ficará na elite, porque quero que ele e Ori se entendam melhor antes de eliminá-lo. Torço para que o Ori, finalmente "saia do armário" – ela fez aspas com os dedos.

— Nunca entendi, porque ele insiste em não assumir. Nossos tios Holly e Zayn continuarão amando ele, independentemente de sua opção sexual.

— Acho que ele sabe disso, mas talvez precise de um incentivo maior, como o amor – ela piscou para mim.

— São três – contei.

— Ethan e Noah para você – cantarolou ela, arregalei os olhos.

— Sim, percebi que prefere os dois, vários dias na sala de música com o Ethan e encontros secretos com o Noah – ela sorriu, displicentemente.

— Como você...?

— Bom, sobre o Ethan todos sabem! Estão sempre nas revistas de fofocas, mas o Noah? Bem, digamos que tenho contatos – ela riu.

— Eu não sei bem o que sinto a respeito deles, gosto de permanecer ao lado do Noah ele me entende de uma forma inexplicável, confio nele. Quanto ao Ethan, me intriga, tudo ao redor dele parece um grande mistério fascinante – confidenciei.

— Me sinto quase assim com Vincent e o Ryan, o Vic é completamente o oposto do que sempre quis, mas me sinto tão bem com ele... Enquanto Ryan é tudo que sempre sonhei, mas nunca sei dizer se ele gosta mesmo de mim, porque ele não deixa nada claro – confessou, exalando.

Quando ela disse Vincent fiquei surpresa, nunca pensei que ela iria se interessar pelo garoto nerd, mas agora... Bem está claro que ele é apenas uma muleta, se o Ryan se declarar para ela, ela se entregará ao que sente por ele, esquecendo do Vincent.

Não sentia que o Ethan ou o Noah fossem muletas, sequer sei como reagiria se eles se declarassem.

— São cinco – pontuei, sem expor minha visão.

— Ah, o Fernando Ramirez também – se apressou a dizer, ergui a sobrancelha.

Ele estava na lista dos que não conheci, o único.

— É o crush da Lee – explicou, com uma risadinha abafada.

— Ah! Entendi... Mas ele corresponde a ela?

— Acho que sim, por isso que permanecerá na elite, quero que eles tenham mais tempo para se certificarem do que sentem.

— Faltam quatro – afirmei.

— Podemos incluir o Sebastian, ele é legal, um rapaz gentil e teve uma nota ótima do psicanalista, definitivamente não é um psicopata. – ela balançou a cabeça afirmativamente – Quem sabe não juntamos ele e a prima Breatrice?

— E condena-lo a cortejar a irmã mais nova do Zack filho, Helio e Damiem? Sem contar que o pai dela é nosso tio Zack-Sem noção. – comentei.

— Pelo menos o Sebastian tem algo em comum com os irmãos da Trice, eles gostam de futebol. – ela gargalhou.

— Não prometo bancar o cupido. – rolei os olhos.

— Nem se preocupe com isso, o amor está no ar – cantarolou.

— Os últimos quatro? – ergui a sobrancelha.

— Podemos chamar o Elliot Evans, ele é bem fofo – citou ela.

— Aquele de St. George? – ergui a sobrancelha, tentando me lembrar, ela era realmente boa em decorar todos eles.

— Sim! O de cabelo castanho, alto e fofo! Aurora, minha assistente, acha ele um gatinho – tagarelou.

— Você pretende juntar todos eles? – dei uma risadinha.

— Claro! Quero que todos tenham finais felizes – afirmou.

Isabella sempre foi assim, querendo juntar as pessoas, pena que ela não se dava conta que normalmente os garotos ao redor dela, estavam mais interessados nela, e não nas amigas.

— Se for assim, então o Guille Kardash, também permanece, vi a forma como Olive olha para ele – pisquei para ela.

— Está aprendendo! E por último, Ramom Munõz, porque ele é muito fofo – continuou ela.

— Sem cupido para ele? – ergui a sobrancelha.

— Por hora sim, quem sabe mais tarde? – ela riu.

— De acordo, ele é muito divertido – concluí.

Balancei a cabeça, divertida, apenas Isabella para melhorar meu humor.

Aquela tarde anunciamos a elite, dispensando todos os outros. Feito isso tia Amberly me chamou em seu gabinete. Atendi de imediato, com uma batida discreta na porta, a escutei pedir para entrar, ao me ver ela sorriu e indicou a cadeira de frente para ela. Sua mesa estava repleta de documentos empilhados.

— Como você está? – havia preocupação em sua voz.

— Bem, não aconteceu nada de verdade. Fiquei assustada claro, em choque, mas agora que sobraram tão poucos, estou mais aliviada. – confessei.

— Quem bom, seu pai passou a manhã inteira infernando minha vida pelo ocorrido, estava lívido, disse que permanecerá aqui até o final da seleção – ela exalou cansada.

— Mas o sul precisa do chanceler – ergui a sobrancelha.

— Eu sei, sua mãe está mais calma quando soube melhor o que aconteceu e vai me ajudar a dissuadir seu pai, eles têm muito trabalho nas províncias do sul – ela recostou suas costas na cadeira, parecendo cansada – Pelo primeira vez seu tio Zack se fez útil, enquanto seu pai colocava a culpa de tudo em mim, pela falha na segurança, ele lembrou que John estava no local e não conseguiu conter o rapaz.

— Tio Zack, as vezes mostra que existe mais do que apenas músculos ali – comentei, com um sorriso carinhoso, afinal ele é uma boa pessoa, extremamente protetora com a família.

— Nunca iriamos imaginar que um rapaz como Connor, se tornaria um maníaco... De qualquer forma as coisas deram certo, não vamos falar sobre isso, quero falar de algo feliz, aniversário da Erika.

— Verdade! Será dentro de alguns dias – lembrei, sorrindo.

— Exato, pensei que não poderíamos fazer uma celebração, pois com tantas pessoas no palácio, não sei se eles se sentiriam confortáveis com nossa... Peculiar família – ela sorriu.

— Quer que eu faça algo? – perguntei, ansiosa.

— Não será preciso, falei com a Erika hoje e ela está animada em organizar, apenas avise aos meninos da elite sobre o evento... Bom, sabe que será uma grande festa, família reunida, muitos reis, rainhas e todas essas pessoas importantes, tente não os assustar, demais – ela riu.

— Pode deixar... Se precisarem de ajuda, podem contar comigo – me prontifiquei, ela assentiu, estava prestes a sair da mesa, quando me lembrei de algo que queria perguntar.

— Antes da vovó partir, ela disse algo sobre "a família está crescendo ainda mais", não exatamente com essas palavras, mas me intrigou, porque é evidente que não se referiu a Rachel, a Eri está esperando um novo bebê? – perguntei, ela deu um sorrisinho fraco.

— Ela não, na verdade acho que deveríamos esperar a pessoa dizer, porém, sei que pode ser discreta até o anuncio oficial, Grace está grávida – anunciou.

— Sério? Isso é incrível! – exclamei, pensei que ela ficaria apenas nas duas meninas. Ao mesmo tempo que tia Amberly parecia feliz, havia algo errado.

— O que houve? – me levantei e caminhei até ela.

— Não é nada, que bobagem, estou muito feliz por ter um novo sobrinho – ela tentou disfarçar sorrindo.

— Não adianta mentir tia, sei que algo está lhe incomodando, desabafar pode ser uma boa – sugeri, me agachando ao seu lado, tomando suas mãos nas minhas.

— Eu tive apenas dois filhos, então Kath, seu pai e Grace permaneceram no mesmo número, pensei que fosse algo de família isso, então Lucky começou a aumentar a família de forma impressionante, atribuí isso a Rachel... Então a Grace...

— Não estou entendendo...

— É bobagem, não se preocupe. – pediu, soltei suas mãos e a abracei.

— Nada é bobagem, pode me dizer. – insisti.

— Josh veio no segundo ano de casamento, mas estávamos tentando antes, perdi dois bebês antes dele... A diferença de cinco anos entre Josh e Ric, não foi proposital, na verdade estava tentando, muito, de verdade... Mas parece que as Amberly não nasceram para dar muitos frutos – vi suas lágrimas escorrerem em seu rosto – Depois de tantos tratamentos e tentativas, tive complicações com o Ric, não pude tentar mais filhos depois dele... Mas eu queria, queria ter enchido o palácio de crianças – confessou, emocionada.

— Tia, muitas pessoas sequer conseguem gerar um bebê, imagine dois depois de tantas perdas? Você é magnifica – beijei sua testa.

— Eu sinto a falta de todos que não nasceram, como se fossem uma parte de mim que se perdeu – admitiu – Me apeguei a ideia de que era um problema na família, mas no fundo sempre soube que era eu, Kath escolheu permanecer com dois, assim como sua mãe.

— Ah tia, por favor não se sinta culpada, pois não é – afirmei, passando uma das minhas mãos em seu braço.

— Havia tanto trabalho, mas mesmo com os cuidados, acontecia e me sentia devastada – chorou.

— Existem coisas que estão fora do nosso alcance – tornei a beijar-lhe a testa – Foram dois filhos, mas que a amam muito e agora você tem uma porção de sobrinhos que a amam e netos, e eu tenho orgulho em dizer que a amo como uma mãe, obviamente amo a minha mãe, mas você tem um lugar especial em meu coração.

— Ah, Audy... O que seria de mim sem você? – ela se levantou e me abraçou.

— Sou sua filha postiça – brinquei.

— Sempre quis ter uma menina, ela iria se chamar Lilly, mas o Shalom teve ela por mim, e a nomeou de Audrey – murmurou enquanto nos abraçávamos, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas. Apertei mais nosso abraço.

— Te amo, mãe Amberly – sorri, entre minhas lágrimas.

— Sabe que eu também te amo, minha filha, minha menina – ela se afastou, acariciando meu rosto, ternamente.

A porta do escritório foi aberta abruptamente.

— Sobre aquele negócio que estávamos falando... – era o tio Zack, que entrou falando e parou ao nos ver – Ah, que fofo! Estou incomodando? – zombou.

— Está! Já mandei bater na porta e não ir entrando assim – ralhou tia Amberly, secando o rosto com as costas da mão.

— Ei tio, venha, junte-se a nós, vamos falar de sentimentos, expor os coisas ruins para fora, terapia em grupo – brinquei.

— Não preciso dessa bobagem – ele cruzou os braços.

— Você é o que mais precisa, tio Zack foi trocado pela cardiologista do hospital faz uns meses – expliquei para tia Amberly, humorada.

— Não tinha o que ela gostava – resmungou ele, enquanto tia Amberly nos olhava sem saber o que dizer – Isso não vem ao caso, como eu estava falando, temos que cuidar daquele assunto.

— Eu vou dar o aviso que me pediu – anunciei antes de depositar um beijo na bochecha dela e outro na dele, que me ficou me olhando desconfiado.

Fechei a porta ao sair, me sentindo pela primeira vez reanimada, foi bom conversar com outra pessoa, tia Amberly sempre teve problemas bem maiores e foi forte para superar todos eles, eu também posso.

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Os preparativos para o grande evento estavam indo a todo vapor, escutei tira Sarah reclamar que os selecionados quem deveria organizar, porque elas tiveram que organizar eventos, em contrapartida mamãe lembrou que nossos deveres são diferentes uma vez que não estamos na linha de sucessão, algo que na época meu pai estava próximo, então se algo acontecesse a família da minha tia, ele assumiria, assim a princesa precisaria saber lidar com certas coisas.

Obvio que ninguém queria que acontecesse algo, mas sempre precisam se prevenir, então não faria sentido impor os garotos para fazer algo assim, já que a vida que nossos escolhidos teriam, seria completamente diferente.

A família de Honduragua prometeu permanecer no palácio até a festa da Eri, o berçário estava bem animado, com os filhos da Eri e todos meus primos mais novos para brincarem.

Todos os dias Isabella fazia grandes eventos no jardim, onde Lee e Fernando podiam conversar sem levantar qualquer suspeita, assim como Ori e Hunter. Deduzi que a operação cupido da Isa estava em andamento quando avistei nossa prima Trice em um desses eventos, rindo bastante ao lado do Sebastian.

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 Nota: Olá Duquezetes!! ♕  

Cheguei mais cedo, para n esquecer!

Chegou a elite, e aí o que estão achando?

É isso aí pessoal, shipps? Até semana que vem =*