6 - Quando conhece alguém diferente
Descobri que Sebastian era mais o estilo esportista, que a mãe dele era dona de uma confeitaria muito famosa em Dakota, ele sabia fazer um dos meus doces preferidos "sonho". Prometeu fazer para mim, em uma próxima oportunidade, que utilizaria a receita secreta da família dele, segundo ele, iria mudar meu conceito, elevando-o.
— Vou cobrar! – brinquei.
— Adoraria cozinhar para você – declarou.
— Ah, isso é um ponto importante, nunca cozinhei na vida, tia Libby é responsável pela cozinha da minha casa em Honduragua, sei comer, mas não sei fazer – confidenciei.
— Não é difícil – falou.
Ficamos em silêncio, enquanto olhava para as estrelas, quando me voltei para ele, lá estava olhando para mim, parecendo fascinado.
— Você parecia calada, nos cumprimentando com educada discrição... Tão diferente da sua irmã, nunca pensei que fosse assim. – revelou.
— Assim, como? – ergui a sobrancelha.
— Divertida... E céus você é muito mais bonita de perto – não se conteve, ri alto.
— De longe parecia feia? – gracejei.
— Não! – ele se apressou a responder – Mas nada se compara a visão de perto...
— Durante a entrevista estávamos perto – pontuei.
— Mas estava olhando a Isabella... – admitiu – Mas porque ela quem falava.
Assenti para ele, mudando de assunto antes que ele resolvesse se explicar.
— Então, você gosta de esportes, qual o seu preferido?
— Futebol, gostaria de um dia ter a chance de jogar profissionalmente – enquanto ele falava, seus olhos brilharam.
— Sempre fui um fiasco em qualquer esporte – reconheci.
— Sério? Mas é tão simples!
— Sabe aquele colega de sala que você é obrigado a escolher, porque só sobrou ele? – questionei, ele assentiu – Essa era eu.
— Impossível, vou te ensinar a jogar! Vai se tornar ótima – ele afirmou, gargalhei de sua determinação.
Embora soubesse que isso não aconteceria, sinceramente além de não ter qualquer interesse, nunca me senti minimamente inclinada aos esportes. Continuamos uma conversa agradável sobre amenidades, apesar de bem diferente do que imaginei, ele era gentil, agradável e a timidez dele me fazia sorrir.
Ethan ainda aparecia em minha mente constantemente, porque o encontro com ele foi bem mais mágico.
Os dias se passaram, me empenhei em conhecer os rapazes da seleção, nem que fosse um breve encontro, a maior parte deles não eram interessantes, mas lhes dei uma chance mesmo assim. Hoje era o dia que meus avós viajariam.
Me atrasei, acordei tarde depois de dormir tarde em um encontro tedioso com Heriond Millers, na noite passada, ele gostava de falar de si mesmo, do império que seu pai construiu com as empresas Millers que iniciou em Hundson e estava com uma filial na Inglaterra, com pretensão de ascensão.
Um rapaz muito bonito, inteligente, com visões políticas e econômicas, mas não era o que eu procurava, ainda assim permaneci me mostrando interessada, não queria ser descortês com ele. Uma garota sortuda um dia se apaixonaria por ele, e ele retribuiria esse amor, seriam felizes e grandes juntos. Infelizmente intimamente sabia não ser essa garota.
Ao me juntar aos meus familiares aquela manhã, todos já estavam se servindo.
— Desculpe o atraso – pedi ao me sentar.
Isa, Lee e Ori estavam mais afastados, aparentemente discutindo algo sério, enquanto meus avós, Josh e Eri olhavam para a discussão mais acalorada.
Aparentemente tia Amberly e tio Zack estavam se desentendendo.
—... Isso é ridículo! – ela afirmou.
— É nada, deveria repensar seus conceitos – ele retrucou.
Os olhei intrigada, então virei em direção a minha avó, com uma pergunta muda, ela balançou a cabeça sorrindo.
— Nada demais, esses dois tem discutido por tudo faz uns dias. – murmurou ela.
Ergui a sobrancelha olhando para os dois que ainda discutiam, um assunto que sequer fazia ideia do que poderia ser.
— Não se preocupe em entender do que se trata – garantiu vovô – Não é relevante, apenas dois cabeças duras se confrontando.
— Tio Zack não costuma ficar discutindo... – comentei, olhando os dois trocarem farpas.
— Nem a Ambs, vai entender? – vovó deu de ombros, antes de mudar de assunto – O carro nos levará ao aeroporto depois do café – anunciou ela, animada.
— Não abuse! – exclamei, ela riu.
— Pode nos ligar se sentir saudades, aposto que passará horas ao telefone com uma porção de primos saudosos – brincou vovô.
— Verdade? Posso mesmo? Vou ligar para vocês toda semana e os colocar a par dos últimos acontecimentos – me animei.
— Ficaremos muito felizes com isso – declarou vovó, ternamente.
O restante do café da manhã continuamos acompanhando a troca de farpas entre tia Amberly e tio Zack, aparentemente estavam discutindo sobre o preparo dos brioches, tio Zack defendia o cozinheiro, e tia Amberly dizia que ele havia errado a mão hoje, pois havia passado um pouco do ponto.
Fiquei impressionada como um assunto tão tolo, rendeu uma discussão como aquela, Josh e Eri olhavam para eles, se contendo para não rir, enquanto tia Emma os fitava avidamente, como se estivesse assistindo aqueles programas de "casos de família", cheios de matérias tolas e barracos.
O que estava bem perto de acontecer, já que aqueles dois estavam tão estressados que não pouparam insultos ou controlaram o tom de suas vozes. Notei que até os selecionados olhavam nossa mesa com interesse.
Dado momento tio Zack se levantou, dizendo que cumprimentaria o cozinheiro pessoalmente pelo excelente trabalho, ao virar as costas, tia Amberly se levantou e o seguiu bufando.
— Eles vão continuar brigando – comentou Eri, rindo.
— Provável, parecem duas crianças – gargalhou Josh.
— Ah, eu quero ver até onde isso vai – tia Emma se levantou e os seguiu, animada.
— Se Amberly está "ocupada" demais, nós temos que ir – anunciou vovô, ansioso.
— Depois ela liga para vocês – riu Josh.
Nós nos levantamos e seguimos com meus avós até a entrada do palácio, um carro os aguardava no pátio com as malas prontas.
— Traga algo bonito para mim – pediu Isabella, radiante, ao abraçar a vovó.
— Um italiano não caberia na minha mala – brincou vovó.
— Uma pena! Aceito um prendedor de cabelo, ou qualquer coisa que encontre e pense em mim – replicou Isabella, bem-humorada.
— Pode deixar, traremos uma mala apenas de lembrancinhas – prometeu vovô – Afinal a família é grande!
— E a cada dia cresce mais – vovó sorriu de forma enigmática, será que Eri estava grávida novamente?
Olhei para ela, mas ela parecia normal, sem contar que se fosse ela, eu já saberia... Teria me contado...
Fiquei intrigada, alguém da família teria um novo bebê e aparentemente não estavam falando da tia Rachel.
Me despedi deles, reafirmando que ligaria para eles toda semana e pedindo que avisassem quando chegarem, para saber que estavam bem.
Fiquei ali parada olhando o carro se distanciar, até depois de algum tempo que havia sumido, meu coração apertado de saudades, aquela sensação que sempre me dominava quando os deixava, a mesma que senti quando meus pais voltaram para Honduragua e nós permanecemos em Angeles, a saudade que sempre me aflige quando me distancio de qualquer um deles.
Olhei ao redor, Josh e Eri já haviam entrado, assim como Isabella não estava mais ali, me dei conta de que permaneci ali parada, apenas contemplando a partida deles por tempo demais...
Retornei para dentro do palácio, sem muita ideia do que poderia fazer hoje com algum selecionado, pois o dia estava nublado, talvez chovesse e não sou criativa com encontros...
Adentrei o grande salão, metade dos rapazes estavam ocupados rodeando a Isa, Lee e Ori, disputando partidas de xadrez. Por sorte meu alvo de hoje, não estava entre eles, sequer no grande salão.
Avistei Ethan olhando o grupo de Isabella, havia algo em seu olhar que me incomodou...
Estou com ciúmes dele?
Mas ele sequer me olhou, tive vontade de ir até ele e me fazer ser notada, mas me contive, até que tivesse conhecido todos eles, preferia que fosse assim, não queria que ele se apegasse demais e ficasse possessivo, pois era algo que precisava fazer, dar uma chance de conhecer os outros.
Pela ficha do Noah, ele gostava de ler, então resolvi procurar por ele em meu habitat natural, a biblioteca. Ao adentrar o recinto, o encontrei sentado diante da mesa central, entretido com um livro em suas mãos.
Apenas pela capa já sabia qual era "As crônicas de Aztir – Anoitecer Tenebroso", um dos meus livros de ficção científica preferidos, uma duologia magnifica, cheia de mistério e reviravoltas.
Sorri e caminhei em sua direção, parei ao seu lado confidenciando.
— O Lúcius sempre me lembrou meu tio Lucky, ambos são engraçados e com um coração enorme.
Percebi seus ombros subirem e descerem rapidamente, indicando que o assustei, ele ergueu o rosto em minha direção, seus olhos nitidamente assustados.
— Perdão, não tive a intenção de assustá-lo, como não abafei meus passos, pensei que tivesse me escutado – me apressei a dizer.
— Tudo bem, estava entretido não percebi nada ao meu redor – ele sorriu.
Percebi que Noah era o rapaz que estava com Ethan, no dia que o chamei para sair, não havia associado os dois, pois a foto do formulário dele mostrava um rapaz bem diferente, principalmente por causa do cabelo. Na ficha ele usava um corte "tigela", e agora estava levantado, com um estilo moderno que valorizava melhor suas feições.
— Veio me dispensar? – questionou, ligeiramente alarmado.
— Por que eu faria isso? – ergui a sobrancelha.
— Digamos que a Isabella e eu não nos demos nada bem – contou, erguendo um dos braços, coçando a nuca, com um riso nervoso.
— Nem estava sabendo – confessei.
— Bom, digamos que definitivamente não combinamos.
— O que aconteceu? – me sentei de frente para ele, muito curiosa.
— Ela me chamou para sair ontem, foi agradável e divertida como sempre age com todos os outros, mas bem... Vimos um filme por escolha dela, oh céus era tão patético que quando fui sincero ela não gostou e se despediu brava. – narrou, nervoso.
— Oh, vocês assistiram "Três vezes casamento e amor"? – perguntei divertida.
— Acho que foi, nada naquele filme fazia sentido, sem contar que o sentido inexistente de física tornava tudo mais irreal – ele exalou, me fazendo rir.
— É o filme preferido dela, desde... Sempre – anunciei, humorada.
— É o seu também? – alarmou-se.
— Não, sempre achei ele meio sem pé nem cabeça, também – revelei, rindo.
— Menos mal, não gostaria de ter começado com o pé errado – suspirou – Pela primeira vez tenho a chance de falar com você e já começo soltando uma dessas...
— Tudo bem, mas se você disser que "Romeu e Julieta" é ruim, então sim vamos discutir – brinquei.
— Ah, bem... Sinceramente não é meu preferido, o final é muito trágico – ele sorriu, mas podia notar que ainda permanecia apreensivo.
— Brincadeira, não sou neurótica como a Isa, aceito que as pessoas podem não gostar do mesmo que eu, existem opiniões que divergem o tempo todo – cruzei os braços, apoiando meu rosto sobre eles, olhando-o.
Ele sustentou meu olhar por alguns segundos então virou, com suas bochechas ligeiramente coradas.
— Então, ao que devo a honra de sua companhia? – perguntou humorado, mas dava para perceber por seus ombros tensionados que ele estava nervoso.
— Eu vim convidar você para um passeio – revelei, ele ergueu os olhos em minha direção, parecendo receoso – Não quer sair comigo?
— Não! Quero dizer, claro que eu quero! O que eu quis dizer é que não era isso... Puxa ficou confuso, deu para entender?
— Sim – ri.
— O que quer fazer? – ele perguntou, ansioso.
— Para ser bem sincera, nunca fui a pessoa mais criativa em relação a encontros, ainda mais quando estamos no palácio – reconheci – Então aceito sugestões, mas se quiser permanecer aqui... Bem eu gosto muito de ficar na biblioteca, tenho sido uma relapsa com ela e aparentemente você compartilha do mesmo amor que eu, por este lugar.
— Sim, a biblioteca do palácio é simplesmente um paraíso – ele sorriu, dessa vez pude perceber um pequeno brilho em seus olhos, algo que traduzi como sinceridade. – Depois que você saiu com o Ethan, ignorando completamente minha existência...
— Desculpe por aquilo – o interrompi, ele apenas sorriu, fazendo sinal para que eu esquecesse isso, então prosseguiu.
— Pensei que não teria muitas chances, então comecei a ler o máximo possível, para aproveitar cada momento desse lugar maravilhoso. Depois de ontem então... Tive certeza que meu tempo aqui estava contado – riu, nervoso.
— Não há porque você pensar que um desentendimento com a Isa, já o anularia assim – ergui a sobrancelha.
— Eu já sabia que Isabella e eu não nos daríamos bem... Então fiquei apreensivo...
— Como podia saber que não se dariam bem? – perguntei, brincalhona.
— Vamos combinar assim, se um dia eu tiver a chance posso lhe responder essa pergunta, mas hoje não – negociou.
— Por que?
— Se eu falar hoje, irá parecer tolo, clichê, você me tomará como uma pessoa que não sou, não quero parecer que estou tentando ganhar pontos com você, quero apenas ter a oportunidade de conhece-la e que me conheça – falou, com um olhar sério em minha direção.
Assenti, respeitando sua sinceridade.
— O que podemos fazer? – questionei.
— Em algumas horas será o almoço, você acha que poderíamos fazer um piquenique e ter essa refeição juntos? – sugeriu, tentando desviar o olhar.
— Creio que sim... Por que você desvia os olhos? – quis saber.
— Porque é tão vergonhoso! – respondeu, seu rosto inteiro ligeiramente rosado, me fazendo rir.
— Vamos a cozinha pegar algo para o nosso piquenique – me levantei, animada.
Ele fechou o livro, guardando-o no bolso de seu terno, então estendeu o braço para mim, quando toquei seu braço, ele pareceu muito embaraçado. Fofo, mas estranho. Nos conduzi em direção as cozinhas, enquanto discutíamos sobre o livro que ele estava lendo, prometi não lhe dar spoilers.
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Nota: Olá Duquezetes!! ♕
Cheguei um dia antes! Antes adiantada do que atrasada, né?
Deixo aí o capitulo para o fds de vocês ser mais agradável.
Gostaria de saber o que vcs acham, eu deveria postar logo a história toda e no dia 12/05 estrear a nova versão da fanfic? Deixem ai nos comentários o que vocês acham, vocês que vão escolher, quem n opinar, vai ter q aceitar o q quem opinou escolheu rs.
Até breve, com o veredito do que vocês escolheram!
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