4 - Quando os encontros começam
Ao adentrar o salão de jantar, todos os rapazes presentes me olharam, com curiosidade, provavelmente perguntando-se porque sumi. Fiz uma mesura com a cabeça em direção deles, sorrindo antes de caminhar em direção a mesa com meus familiares.
— Onde esteve o dia todo? – perguntou vovó.
— Me organizando – respondi, com sorriso.
— Você é bem mais organizada do que fui – riu vovô.
— Pense assim, em sua seleção o senhor podia apenas dispensar as garotas que não tinha interesse, eu preciso esperar aval da Isa, então alguns que não fazem meu tipo, terão que aguardar ela eliminá-los – suspirei.
— Fato! – concordou vovó.
Eri, Josh e meus tios Amberly, Emma e Zack se juntaram a mesa para o jantar, pouco antes de Isabella e seu séquito adentrar com os últimos cinco selecionados que não estavam a mesa antes.
Ela contou animadamente a todos, que passou uma tarde agradável jogando cartas com alguns selecionados, Lee e Orion participaram da brincadeira, então ela me olhou de forma acusatória.
— E você? O que estava fazendo?
— Vejam só vocês, nasci primeiro, precisei aturar essa pequena criatura quando era menor, chorona e irritante, para um dia ela olhar bem na minha cara e fazer uma pergunta desaforada – brinquei.
— Engraçadinha! É sério – Isa resmungou, ficando vermelha como seus cabelos, enquanto todos riam da minha brincadeira.
— Isa, se acalme. Estava ocupada, não deixarei você na mão – pisquei para ela, que abriu a boca para falar, mas calou-se, percebendo que eu não lhe daria satisfações.
Nunca lhe dei satisfação de qualquer coisa que fiz, definitivamente não seria agora que o faria.
O jantar foi tranquilo, enquanto tia Emma conversava animadamente com tio Zack, Eri, Josh e tia Amberly um pouco mais sérios na ponta da mesa, falavam sobre economia, impostos e discutiam as taxas de Illéa. Enquanto Isa e seus amigos traçavam a estratégia para depois do jantar.
Eu já tinha meus próprios planos, ao me levantar, pedi licença aos presentes e caminhei diretamente para o grande salão, havia visto que o rapaz que tinha muito interesse em conhecer há havia deixado a mesa com outro rapaz.
Se tivesse saído alguns minutos antes teria parecido que estava seguindo-os, mas fui discreta para não o fazer.
Ao adentrar o grande salão, apenas uma meia dúzia deles se encontrava ali, todos me olharam com curiosidade, me senti nervosa com todos me olhando, mas caminhei decididamente até o rapaz que queria conhecer, sentindo minhas mãos transpirarem de nervoso.
Parei diante dele e o outro que o acompanhava, ambos de cabelos e olhos escuros, com feições asiáticas. Um estava sentado em uma poltrona enquanto o outro estava em pé, apoiado na parede, de frente para o colega, ao perceberem minha proximidade, ele me olhou com interesse.
Me senti ligeiramente intimidada, pela intensidade de seu olhar, misterioso, não reparei muito no outro rapaz, pois ele era realmente intenso. Sequer me recordava se o outro, estava na minha lista, de interessantes, mas depois iria rever, hoje meu foco era ele...
— Ethan Kim? – questionei olhando diretamente nos olhos do que estava em pé, com ar misterioso, charmoso, de tirar o fôlego.
Ele me deu um meio sorriso, de fazer qualquer garota arfar.
— Sim, sou eu – ele se endireitou, fitando-me com aquela mesma intensidade, sua voz grave me pegou de surpresa.
— Gostaria de dar uma volta? – sorri, tentando manter o nervosismo controlado, era a primeira vez que chamava um rapaz para sair.
— Claro! – ele exclamou, me dando o braço para que o pegasse.
Peguei seu braço e ele me conduziu para fora do grande salão, sem pestanejar.
— Quais são os planos? – ele questionou.
— Bem, na sua ficha dizia que você era um cantor, então pensei em irmos à sala de música – cogitei – Mas se preferir podemos ver um filme, ou dar apenas uma volta...
— Gostei da primeira opção, podemos dar uma volta depois que você me apresentar a sala de música – ele sugeriu.
— Perfeito – sorri, nos direcionando para sala de músicas - Ficha só diz que você é um cantor, que tipo de música você canta?
— Sou rapper – ele disse, com sorriso torto de tirar o fôlego.
— Que legal! Minha avó era cantora, mas ela canta mais clássicos – me entusiasmei, virando em sua direção com a mão na maçaneta.
— Escutei algo sobre isso – ele comentou.
— Como assim? – perguntei sem entender, pois todos em Illéa conheciam o talento da rainha América.
— Minha família veio da Nova Ásia, quando eu era apenas um bebê, então meu nome de registro é diferente do nome original. – contou
— Como assim? Você tem dois registros? – ergui a sobrancelha, ao abrir a porta, entrando na sala de música e acendendo as luzes.
Ele adentrou logo atrás de mim, fechando a porta ás suas costas, então passou a caminhar verificando os instrumentos musicais.
— Sim, tenho um registro de nascimento na Nova Ásia e um de Illéa – explicou, verificando um violão em especifico.
— Não sabia que tinham que fazer isso – afirmei.
— Os nomes na nova Ásia são diferentes, na escola de Illéa não saberiam pronunciar então fizeram esse registro – explicou.
— Qual seu nome de verdade? – questionei, curiosa.
— Kim Hye-Young, porque "Kim" é minha família, então vem primeiro, depois meu nome composto do "nome da minha geração", porque lá na região que meus pais moravam eles prezam muito essa coisa de geração e etc.
— Ah, então não é Ethan é Hye?
— Aqui ficou Ethan e já me acostumei, pode me chamar apenas de Ethan – ele explicou, sorrindo ao se sentar com o violão nas mãos, com o qual ele dedilhou algumas notas – Você também canta, igual sua avó?
— Ah, não! Definitivamente não nasci com esse talento, tia Amberly toca muito bem piano e tia Katherine canta, meu pai tocava alguns instrumentos, mas nunca fui boa com nada disso – confessei.
— Uma pena, poderíamos fazer um dueto – ele riu.
— Fico feliz em apenas apreciar sua música, assim como faço quando vovó canta ou toca – sorri.
Ele dedilhou mais algumas notas e cantou, mas em outra língua, uma canção com melodia muito bonita, fiquei realmente impressionada com o talento dele, dado momento ele trocou a língua da música e então pude entender seus versos.
https://youtu.be/pghT57I4VRw
"Aquelas estrelas, brilhando lá em cima;
Sabem como eu me sinto?
Tudo é tão cansativo e torturante;
Nesta noite escura, eu me pergunto "Quem sou eu?"
A luz da rua, brilhando calmamente;
Sabe como eu me sinto?
Lá, eu encontrei sua imagem;
Assim como eu, você espera por alguém;
Olá, olá, olá, como você se sente hoje?
Eu estou esperando por alguém;
Nanana Nanana;
Nananana;
Nanana Nanana;
Eu ainda estou esperando por você;
Estas pessoas, andando pela rua;
Ainda sentem certa palpitação?
Aquele sorriso, agora é novo para mim;
Esquecido na escuridão, à caminho de casa;
Noite bêbada, pela rua, não importa o quanto eu grite;
Ninguém sabe como eu me sinto;
Esta minha versão, que você encontra todos os dias;
Como uma criança, sozinha, ainda espera por você
Olá, olá, olá, como você se sente hoje?
Olá, olá, como vai você? Como você está?
Eu estou esperando por alguém".
Senti meu coração palpitar de emoção, a letra dessa música fazia completo sentido para mim, o olhei com admiração, como se essa música tivesse sido escrita para mim...
Quando ele terminou, me olhou com aquele sorriso torno, aplaudi sua performance, com entusiasmo.
— Que canção linda! – elogiei – Pensei que rappers cantassem outras coisas...
— Rap? – ele riu.
— Bem, é! – admiti.
— Sou versátil, posso cantar uns versos para você em outro momento. Quis cantar essa música para você nesse momento, pois reflete bem o que penso a seu respeito.
— Está esperando por mim? – questionei, maravilhada.
— Todos nós esperamos por alguém, talvez você seja aquela garota que estive esperando – ele tornou a sorrir, me deixando sem fala.
Tão perfeito que chegava a ser como um sonho se realizando, até mesmo a relação com as estrelas que recitei, meu coração parecia prestes a sair pela boca, como se já estivesse pronto a se entregar completamente para ele.
— Uma volta, ou prefere ficar e conversamos aqui mesmo? – ele quis saber, aquela voz grave me retirou de meu devaneios, pareci tola olhando-o como se tivesse acabado de despertar, ele riu baixinho.
— Podemos permanecer aqui, uma das coisas que mais amo é ver minha avó cantar, ou tocar algo, vê-lo fazer o mesmo me deixa tão feliz quanto – admiti.
Ele continuou dedilhando o violão, enquanto me contou sua origem, inicialmente passou a infância morando em Yukon, onde contém uma comunidade grande de imigrantes da Nova Ásia, mas mudou-se para Clermont, ao iniciar sua carreira artística aos dezenove anos quando um agente o chamou para participar de um grupo musical. Desde então seu grupo tem feito sucesso. Ele disse o nome do grupo, mas nunca havia escutado, talvez ainda não fosse sucesso em toda Illéa.
— Agora chega de falar de mim, quero saber mais sobre você – ele afirmou, erguendo aquele olhar enigmático em minha direção, com um sorriso torto nos lábios de fazer o coração palpitar.
— Bem, o que você gostaria de saber? – não sabia o que dizer sobre mim, e aquele olhar me deixava constrangida, como se ele fosse capaz de me ver nua.
— Tudo, como é nascer na realeza? O que gosta de fazer? Esportes, comidas, cores favoritas, ou seja, realmente quero saber o máximo a seu respeito – ele continuou sorrindo daquele jeito, que fazia com que me sentisse uma gelatina.
— Não é nada demais, quero dizer, nascer na realeza... Meu pai sequer mora no palácio, não mais – expliquei – Moramos em Honduragua, onde papai trabalha como chanceler, mas ele não fica apenas na nossa província, viaja bastante por todo sul de Illéa, pois ao norte temos o tio Sean Illéa como chanceler e o tio Lucky, que também é chanceler, mas cuida o leste de Illéa, bem, isso é política, vamos pular essa parte – dei uma risadinha nervosa antes de continuar – Minha família é enorme e cheia de compromissos importantes, parte com coroa, outra parte sem, tantas pessoas e ao mesmo tempo é tão solitário...
— O que quer dizer com isso? – ele perguntou, me fazendo suspirar.
— Me sinto tão só, não gosto dos eventos sociais, não gosto de estar em festas grandiosas, os vestidos que pinicam, os sapatos que machucam os pés... Gosto mesmo de uma roupa confortável, sentar de frente a uma lareira em um dia frio e ler – contei, sonhadora.
— Mas Honduragua é quente, com uma lareira ficaria ainda mais quente – ele riu.
— Sim, mas é algo que eu fazia quando ficava com meus avós em Carolina, quando ia passar uma temporada na Rússia, Noruécia, Nova Ásia, Itália e até mesmo na França, é raro eu ir a França, mas já fui e fiz exatamente isso.
— Você é tão linda, nasceu para os holofotes e não gosta deles? – ergui meu olhos em sua direção, sua expressão era divertida.
— Sinceramente não.
— Então por que uma seleção? Você está diante de muitos holofotes agora – indagou.
— Bem, me chame de boba, mas acredito no que representa a seleção. No amor, nas borboletas voando pelo estomago, contos de fadas e todas essas coisas, mesmo que para isso precise ficar diante dos holofotes, isso vale a pena – confessei, erguendo meu queixo.
— Seus olhos brilham quando fala sobre isso – sua voz grave me fez voltar a fita-lo, ele tornou a sorrir. Senti minhas bochechas esquentarem, sem saber o que lhe dizer – Já conseguiu sentir essas borboletas?
— Não sei, talvez – fiz mistério, lhe proporcionando um sorriso casto.
Ele assentiu, sem deixar sumir um meio sorriso em seus lábios, tornando a perguntar sobre meus hobbies, e preferencias. Não gostávamos das mesmas coisas, ele contou que não tinha muito tempo para ler, que trabalhava bastante com sua música, mas não tinha problema com esportes, enquanto admiti ser um fracasso com eles e nem um pouco talentosa, ele tentou me ensinar algo de violão, mas foi um divertido desastre, o suficiente para nos fazer gargalhar.
Ele me acompanhou até as escadas, beijou minha mão antes de nos separarmos, nunca havia me sentido tão leve com uma cortesia como essa.
É comum beijarem minha mão, mas quando ele o fez não pude deixar de sorrir, e sentir minhas bochechas esquentarem. Enquanto caminhava de volta a meus aposentos, refleti sobre a noite.
Foi boa, realmente não esperava nada tão maravilhoso, regado a músicas tão lindas, uma voz fascinante, com tal companhia intrigante, misterioso... Charmoso.
Não sei dizer exatamente o que ele me fazia sentir, era diferente do que sempre esperei, mas bom, meu coração acelerava com o sorriso dele, sua voz grave, aquele olhar enigmático me tirava o fôlego, mas não eram as tais borboletas...
Bom, foi o primeiro encontro, ainda precisava conhecer os outros...
E se a teoria não for precisa? Ainda o veria novamente, e sairia novamente com ele, depois de conhecer os outros, para tentar entender os sentimentos que ele me causava.
Preciso compreender melhor as sensações para descreve-las, sei que estar com ele me fez bem e talvez isso queira dizer algo que ainda é cedo demais para afirmar.
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Nota: Olá Duquezetes!! ♕
Voltamos com mais um capítulo, e pela primeira vez na data certa!! Weeeee
E aí, devemos shippar? Não sei de nada! kkkkkkk
Acho o TOP do BigBang um mocinho tão çesquisy que não resiste em usá-lo como meu cast, me juguem!!
É isso, espero que tenham gostado, todas as musicas e letras q escolhi para aparecerem nos capítulos tem a ver com o contexto então escolhi a dedo (sou piradona), mas não achem q só enchi o capitulo com musica para enrolar, o "tempo" de musica está compensado com conteúdo, então quem não leu a letra, não tem problema rs.
Lembrando que em maio do ano que vem vamos ter a série de "A seleção" finalmente reestruturada para original, cheia de romances, comédia e tudo no estilo contos de fadas, para quem ama Once Upon a Time, sei que vai amar essa reestruturação, quem não gosta, mas curte uma comédia romântica, tb vai amar!
Fico por aqui, nos veremos dia 12 o/
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