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Parte 13

Daisy começou o dia despedindo-se do irmão e da mãe de Maddy, levando como lembrança o caderno de deveres que escondia o grande talento da moça fugitiva. No trem, foi lendo os textos cujos sentidos pouco importavam. Ela só queria apreciar as curvas suaves e tão bem feitas num espaçamento tão pequeno entre as linhas. Já vira Madeleine escrever e sabia que a agilidade não atrapalhava em nada a formação da beleza daquelas letras. Tentava usar esse apreço como bloqueio para a mente. Não queria pensar nas consequências de seu plano falho que seriam geradas pelos pais, mas às vezes um pensamento ou outro vazavam, mesmo com tantas palavras.

"Eles não vão entender se eu for sincera e falar do 'bem-maior', mas não posso mentir. Então a única coisa a ser feita é falar a verdade e esperar pelo castigo, como se já não fosse ruim ter de passar os dias com aquela mulher..."

A rosto se enchia de desânimo ao imaginar aquela cara enrugada e de sorriso mórbido da srta. Morris. E a cada metro que o trem fazia, a cada balanço dos trilhos, crescia a ansiedade que esquentava a barriga e obrigava-a a fazer o ar entrar em mais quantidade e profundidade no peito. Quando o trem se esvaziou, conseguiu se sentar e acalmar o corpo, visualizando na janela o contraste social que mais uma vez se punha, que dava proximidade ao lar que pouco tinha o acolhimento familiar que o do outro lado da cidade. E isso a trazia na mente mais questões sobre os pais.

"Será que eles estão tão preocupados comigo como a mãe de Maddy com ela? Que pergunta estranha... Eles são meus pais, então é dever deles se preocupar. Mas... um dever frio, matemático? Uma preocupação simplesmente genética? Ou algo que não depende do DNA? Uma autêntica saudade, uma amargura na boca que não é trazida pelo sangue? Eu nem os conheço direito pra concluir algo... Preocupei-me mais com a empregada do que com meus pais."

Ao sair da estação, caminhava lentamente até em casa, ainda pensativa e cabisbaixa, a encarar os saltos que já começavam a torturar o calcanhar. Imaginava Maddy aproveitando a noite com as amigas, se divertindo, indo dormir tarde... Enquanto a menor se preocupava, como se fosse sua mãe, esta que não manifestava muito tal sentimento, pois conhecia a peça que tinha. Apoiava-se nos vários casos como aquele da filha para aliviar o natural sentimento matriarca e só assim conseguir fingir que ele não existia.

"Maddy está bem, o contrário de mim. Eu não deveria me sentir assim, já que já sei como ela está. Mas ainda não consigo tirar isso da minha cabeça... Por quê? Do problema que dei aos meus pais? Da vergonha que passei? Do desânimo que será conviver com a srta. Morris? Ou por causa da carta?... E minha flor, por que ela a levou?"

As divagações na mente pararam por um instante, quando no horizonte aparecia sua casa, de altura que contrastava-se de várias quadras no bairro. Aquela mudança de cenários repentina lhe deu um choque térmico no estômago, como um gelo na água fervente. 

Engolia seco para tentar aliviar a azia que subia, e caminhava a passos cuidadosos para dentro. A sala de entrada estava clara, mas não tinha ninguém. Quando ouviu um barulho vindo da cozinha teve de tomar uma rápida decisão. Subiria em passos de balé para o quarto ou sapatearia em pés rápidos e encararia de cara toda a negatividade no olhar e na repreensão de quem lá estava. Não tinha como fugir. Suspirou forte e invadiu de vez o cômodo barulhento da casa. 

Não lembrava que a srta. Morris se mudaria já no dia seguinte, então abriu os olhos de surpresa e deixou a visão da velhota de costas sob a pia fazer o estômago novamente se agitar. A empregada logo se virou, e também lançou um olhar surpreso, mas com aquele sorriso mórbido, um pouco mais aberto e fingido. Correu para abraçar Daisy como se elas fossem íntimas, e a menina ficou de cabeça baixa, deixando-a apertar seus braços imóveis contra o corpo.

— Que bom que está aqui! Seus pais ficarão muito felizes, os pobrezinhos. — As reações forçadas foram de positiva à negativa num instante. Agora a senhora mostrava uma expressão cabisbaixa, antes de mudar para uma que parecia ser autêntica: um rosto sério numa postura autoritária.

— Você não pode sair sem permissão! O que estava pensando?

A reação natural de Daisy foi de uma nulidade completa. Negava com a cabeça, enquanto tentava raciocinar e respirar com calma. O "que isso não se repita" soou como o final daquele tenso momento, o que permitiu que Daisy virasse as costas e fosse para o quarto. E só lá, livre da tensão inicial de chegar em casa, conseguir pensar direito.

"Onde meus pais estão? Por que não ficaram aqui? E por que deixaram a srta. Morris sozinha aqui? Um dia é o suficiente para confiarem tanto nela? Eu devia ter perguntado onde estão... Será que foram atrás de mim e ela ficou aqui pra se eu aparecesse? Funcionou, então... Não queria ver a decepção no rosto deles, mas seria melhor ter recebido uma bronca dos meus pais. Nunca vou conseguir me acostumar com isso... em não ter verdadeiros pais."

Daisy engolia todas essas questões e fazia subir em seu peito um refluxo, como se tudo aquilo quisesse sair. Seu corpo parecia não mais querer aceitar a falta deles, o que influenciava a mente ao mesmo.

"Que droga! Qual o problema comigo? Por que eles não ficam aqui? Eu sou a filha deles! É obrigação que fiquem perto de mim! Que porcaria! Seria melhor ter ficado na casa da Maddy! Sua mãe, em uma noite, cuidou mais de mim do que eles em toda minha vida..."

E uma raiva crescia, numa mistura racional e irracional. Sentia um ardor no peito que era aliviado pelo ar que sair e entrava rapidamente, num rosto que começava a se unir à mente e transformar por inteiro sua expressão. 

Ao ser chamada para o café da manhã, encarando aquela cara insólita da mulher, que já não forçava nenhum sentimento, pensava novamente em fugir.

— Seus pais estão vindo te ver lá pela tarde. Ás 10h tem tutor de inglês, não é? Após o café, esteja pronta.

A fala autoritária se fazia agradável aos ouvidos da menina, o que, de repente, a tentava a esquecer da raiva e permitia que brotasse uma esperança de que eles realmente, pelo menos um pouco, se preocupassem com a filha.

"Minha falta forçada os fez enxergar o que sentem por mim?"

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