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33! GOODBOY

SALVEEEEEEEEEE

Esse capítulo é especial e eu queria dedicar ele a alguém. Hoje Be_jikooka está fazendo aniversário! Então: FELIZ ANIVERSÁRIOOOO!!! Espero que tudo dê certo e que você alcance todos os seus sonhos! Acha muito amorzinho, anjos! 🤧🥳💜

Espero que gostem do capítulo de hoje, comentem bastante, deixem ase isso acontecer e boa leitura 💕


░★░


Dor
Todo o seu esforço
Literalmente jogado no chão
★★★

— A exposição é hoje... A senhora vai? — pergunto no café da manhã.

A sexta-feira amanhece bem mais fria que os outros dias. O indicativo de clima no meu celular marca 19° graus, o que é uma temperatura bem mais baixa se comparada aos dias ensolarados das semanas anteriores onde chegaram a marcar 35° com sensação térmica de 40°.

Sinceramente? Calor não me agrada muito. Entretanto, graus abaixo de 10° também não são para mim. Eu prefiro mil vezes o meio termo entre os dois, e 19° é perfeito.

Nesse exato momento, a minha mãe e eu tomamos café e comemos bolo de laranja da padaria sem muita pressa. Na escola, essa manhã vai ser voltada para esse projeto de exposição dos trabalhos feitos pelos alunos durante todo o ano, e devo admitir que estou ansioso para o dia de hoje.

Não sei se de um jeito bom ou ruim.

Porque estou contando os segundos para poder ver o trabalho que Jungkook fez, porém tendo em mente que não apenas eu mas toda a escola vai ver junto. E, bom... meio que a escultura tem, literalmente, o meu rosto.

Eu não tinha pensado nisso no dia em que posei para ele.

— Claro que vou — mamãe diz, colocando mais um pouco de café no copo de extrato de tomate. — Começa depois das nove, não é? — Concordo. — Perfeito, acho que consigo dar uma escapadinha do trabalho.

Sopro um riso.

— Tudo bem se não conseguir.

Ela nega.

— Eu vou, não tem essa — decreta firme. — E puxo o teu pai pelas orelhas se ele não for.

— Ele disse que iria. — Beberico meu café com leite.

— Então ele vai.

O café da manhã não se prolonga por muito mais tempo. Depois de levantar e ajeitar a mesa, vou para o banheiro escovar os dentes. Como o dia será inteiramente voltado para a exposição, a mochila foi dispensada. Mas, certamente, o uniforme continua obrigatório.

Minha mãe e eu saímos ao mesmo tempo, mas nos separamos no ponto quando o ônibus que eu pego para ir ao colégio passa primeiro que o que ela pega para ir ao trabalho.

Quando chego, ir para o prédio de naturezas é a primeira coisa que faço. Como a minha eletiva é tecnologia, focada em programação e computadores, a área de exatas é onde passei a maior parte do meu tempo livre nos últimos meses. O protótipo do nosso projeto já estava sendo pensado desde o começo do semestre, apenas passamos o restante dele desenvolvendo e fazendo testes. Quando falo "nosso", quero dizer o grupo que faço parte. Sou eu e mais três gênios. Cada grupo de quatro pessoas tem um projeto diferente.

— Tudo certo? — pergunto quando chego ao lado de uma das garotas do meu grupo, essa que está com os cotovelos apoiados sobre a mesa comprida enquanto presta atenção em alho na telada do notebook.

— Tudo perfeito. — Ela me olha e sorri. — Bom dia!

— Salve, Dara.

A garota, cujo os cabelos lisos estão presos num coque, usa o que foi denominado pela escola como uniforme "masculino". O fato de detestar saias e tudo que tenha a ver com isso fez com que infernizasse a vida de Jihyo até que essa deixasse os alunos se vestirem da maneira que se sentem confortáveis, contanto que estejam uniformizados.

Pelo menos nisso a diretora foi compreensiva.

— E os outros? — indago.

Dandara é a única que chegou. Não estamos sozinhos na sala, mas o restante dos alunos presentes são de outros grupos e estão focados nos próprios projetos. Além de Dara e eu, Vinícius e Alice também fazem parte dessa criação.

Nós criamos um programa que ajuda pessoas a se medicarem. Por exemplo, Alice é soropositivo e a ideia surgiu quando notei a quantidade de remédios que ela precisa tomar durante o dia, todos os dias, pelo resto da vida. Ou então Vinícius que, além de diabéticos, é hipoglicêmico, o que faz com que a alimentação e amedicação sejam bastante regradas na rotina dele.

A intenção do programa é facilitar a vida deles e de pessoas que precisam se lembrar constantemente de algo. Colocamos esse programa dentro de um dispositivo que não ocupa tanto espaço em cima da mesa da cabeceira ou de qualquer lugar que queira colocá-lo. Ele, se conectado com o celular ou outros aparelhos eletrônicos como computadores ou relógios digitais, manda lembretes no horário exato em que o remédio precisa ser tomado, ou beber água, ou se alimentar.

Nos deu um trabalhinho, mas quatro mentes brilhantes fizeram um bom trabalho em equipe, além da nossa professora que deu um suporte importantíssimo durante todo o desenvolvimento. Não apenas no nosso, mas no de todos os outros.

— Vinícius está vindo ali. Alice eu não sei. — Ela aponta para a porta da sala.

Olho a tempo de ver o garoto de pele escura e dreads na altura dos ombros chegar perto de nós. Ele cumprimenta Dara e eu com um "toca aqui".

— Aí, disseram que já podemos levar tudo para o ginásio. É pra organizar tudo lá — ele diz dando pulinhos. Parece animado.

— Nunca vi tanto nerd junto, puta merda — Alice murmura quando para ao meu lado, segundos depois. Eu sopro um riso e passo o braço por cima dos ombros dela.

Ela sempre chega de mau humor. Diz que não tem paciência quando é forçada a acordar antes das oito da manhã. A questão é que ela estuda no período matutino, o quer dizer que fica cinco dias na semana de mau humor. Nos finais de semana ela se transforma.

A personalidade dela me lembra a de Yoongi, meu colega de trabalho.

— Bom dia pra você também — digo, abraçando-a meio de lado.

— Dia. — Deita a cabeça no meu braço. — Será que vão liberar a gente mais cedo? Tô super a fim de voltar a dormir.

— Não sei, mas a gente tem que começar a levar as coisas para a quadra — Dara diz, fechando o notebook.

— Podemos nos separar em dupla. Enquanto uma fica para explicar, a outra dá uma volta pelos trabalhos dos outros — Vinícius sugere, dando mais pulinhos.

É isso que fazemos. Ali mesmo, antes de terminar de juntar as coisas para ir para a quadra, nós quatro decidimos quais serão as duplas da maneira mais justa possível: zerinho ou um. Alice e eu jogamos 0 e Vinícius e Dara jogaram 1, e assim foram formadas.

E depois tiramos nós pedra, papel e tesoura para ver quem ficaria no estande primeiro. O perdedor ficaria. Alice é melhor nisso do que eu, mas insistiu que eu fosse. Jogo contra Vini e não é surpresa nenhuma que perco, mas a garota me oferece um sorriso reconfortante, o que não é algo muito comum de acontecer em plena sete e meia da manhã.

Quando a gente vai rumo ao ginásio, vejo Jungkook perdido no pátio. Se eu não o conhecesse bem, diria que está nervoso. O jeito como olha para todas as direções com os olhos arregalados e roe o canto do polegar revela o incomodo dele. Eu quero poder ir lá pertinho dele, abraçá-lo e tentar acalmá-lo, mas apenas mordo o lábio inferior e continuo caminhando, segurando a mesa de um lado enquanto Dandara segura do outro.

Ele está tão alheio que nem me vê passando.

Não vou negar, fico tentado a voltar, porém continuo andando até chegar no ginásio. Ele me contou por ligação sobre o momento de lágrimas que teve com Seokjin dias atrás, mas não tivemos oportunidade de nos ver pessoalmente ainda. Porque a minha vontade é, desde que me contou, dar um abraço nele. Ficar, na verdade, o dia todo grudado nele.

Porque sei que é isso que Jungkook precisa, é isso que ele quer.

Eu ajudo a galera a arrumar o estande, a quadra lotada de alunos que estão fazendo a mesma coisa. Cada eletiva tem um estande próprio, onde as pessoas inscritas nela tem as próprias mesas para expor os próprios projetos.

Dandara e eu alinhamos a mesa às outras e os outros dois começaram a arrumar as coisas sobre ela. Pego o celular no bolso dianteiro da calça e sou rápido em digitar uma mensagem para o moreno.


Eu

Te vi brisando|

Como é isso?|

[07:45]


Coço a nuca e olho em volta, observando uma galera distraída. O celular vibra na minha mão.


Jungkook

|Pirando

|N sei se estou preparado pra me expor assim

|Gosto da ideia de saber q ninguém sabe de nada

[07:47]


Mordo o atraso inferior e troco o peso de uma perna para outra, pensanso. Por fim, solto um suspiro longo.


Eu

Tá todo mundo distraído|

Me encontra no depósito em 5 minutos?|

[07:48]

Jungkook

|Tem certeza?

|N foi isso que a gente conbinou

|N tô com um pressentimento muito bom

[07:48]

Eu

Vc só tá nervoso bb|

Deixa eu te decepcionei vai?|

Dez minutos só, prometo|

[07:49]


A resposta demora um pouquinho para vir e isso me deixa, de alguma forma, nervoso. Quero muito ver ele.

Muito mesmo.


Jungkook

|Ok

|Mas só pq eu estou colapsando

[07:51]

Eu

Eu vou cuidar de vc|

[07:52]


— Família — chamo a atenção dos três. Vinícius e Dandara estão discutindo sobre a posição que alguma coisa tem que ficar, mas param quando chamo por eles. — Tenho uma parada pra resolver na coordenação, se importam se eu sair?

— Vai lá. Mas volta antes de começar, hein? A professora disse que quer todo mundo aqui antes — diz Dara.

— Deixa comigo — garanto, já me afastando.

Encontro Minhyuk no caminho da saída do ginásio, mas ele apenas me olha de forma breve e passa por mim como se não me conhecesse. Eu queria estar enganado sobre ele, queria que fossemos amigos desde a primeira vez que conversamos no primeiro ano, mas não é isso que está acontecendo. Eu já sabia que não éramos amigos, só não achei que fingiria que nunca nos vimos tão cedo. Achei que esperaria, pelo menos, o ano acabar.

Aparentemente eu estava errado.

Suspiro e continuo andando, saindo da quadra e atravessando o pátio gigante com passadas largas. Tão largas que uma hora corro. Vejo várias pessoas carregando seus projetos e fico fascinado com muitos deles. Estou ansioso para ver como cada um funciona, ou admirar as obras de arte e a criatividade de cada um.

Me certifico de que estou sozinho no corredor antes de abrir e entrar no depósito. O terceiro ano está distraído com a exposição e o segundo e primeiro estão em suas devidas aulas. Eles serão liberados depois das nove já que, assim como os pais e responsáveis, poderão ver nossos trabalhos.

— Ouvi dizer que tem alguém precisando de remédio pra ansiedade — digo quando entro e vejo o moreno encostado em uma das estantes.

Jungkook fecha os olhos e suspira. Então estica os braços na minha direção, estendendo as mãos.

— Vem, cola em mim.

Não hesito em fazer isso quando me afasto da porta. O garoto me recebe num abraço apertado onde os braços dele prendem meu pescoço e os meus envolvem a cintura.

— Dormiu bem? — sussurro rente à orelha cheia de brincos.

— Hm... Poderia ter dormido melhor.

Os dedos tatuados alisam a minha nuca, assim como eu acaricio a base das costas dele.

— Você sabe que eu tô aqui, né? — Fecho os olhos, escutando um murmúrio baixinho próximo da minha orelha. — E vai continuar sendo assim, moreno. Você, mais do que ninguém, sabe que não precisa fazer isso se não quiser. Tá tudo bem. — Afasto o rosto para conseguir ver o alheio. Acabo sorrindo por finalmente ver tão de pertinho todos os traços bonitos que não vejo há dias. — Eu tô aqui e vou estar lá também. E vou estar com você quando a gente sair daqui.

Aperto a cintura com as mãos, me inclinando para deixar um beijo demorado na bochecha quente.

— Sabe que não precisa do julgamento de ninguém. Não precisa ficar tão nervoso. — Ergo uma das mãos e toco o rosto dele. — Manda todo mundo ir se foder na casa do cacete.

Ele sopra um riso, relaxando o corpo tenso sob o meu toque.

— Valeu por vir aqui cuidar desse bebê grande — fala, me arrancando uma risada. Me inclino e o beijo de novo, desta vez nos lábios. — Sai comigo essa noite?

— Com toda a certeza.

Selo a boca na dele outra vez, mas desta Jungkook não deixa eu me afastar. Ele puxa a minha nuca e inicia um beijo lento que me arranca um suspiro de satisfação.

— Eu sempre vou cuidar de você, bebê — sussurro, sentindo ele sorrir contra os meus lábios antes de engatar outro beijo.

Eu não posso dizer ao certo quanto tempo o beijo ou o abraço que dá sequência a ele duram. Eu disse dez minutos apenas, mas sem dúvida extrapolamos eles. Ele não desgruda de mim um segundo, eu muito menos dele. Quando a boca gostosa não está colada na minha, os braços fortes me apertam num abraço confortável. A intenção era acalmá-lo e acaba que me deixa relaxado também.

— Acho que devemos ir — falo, espiando o relógio no pulso alheio. Marca 08:35.

— Puta merda, eu nem levei meu trabalho pra lá ainda... — resmunga, também reparando na hora. — Jina deve está me caçando em todos os buracos.

Rio, me afastando do garoto.

— Estou ansioso para ver como ficou — confesso.

— Não ficou tão deslumbrante quanto a inspiração, mas ficou bonito — diz, me roubando um beijo.

— Besta... — Seguro o rosto e pressiono meus lábios nos dele. — Vai primeiro. Antes que a Jina resolva te procurar aqui.

Ele choraminga, mas concorda. Entretanto, quando chega perto da porta, me puxa para outro beijo.

— Prometo dar um pulinho na sua bancada — sussurra, me dando um último selinho antes de abrir a porta e escorregar para fora pela fresta.

Sorrio e passo a mão no cabelo, jogando-o para trás. Mas faço a franja volta para o lugar no segundos depois. Fico sozinho por uns cinco minutos antes de checar a quantidade de pessoas do lado de fora. Há um trio de garotas conversando no final do corredor, mas aproveito o fato de estarem distraídos para me esgueirar para fora.

Só então volto para o ginásio.

— Jimin! — Me viro quando escuto meu nome. Elisa sorri ao notar meus olhos nela e eu paro de andar para que chegue até mim.

— E aí, Lis.

Ela me dá um beijo no rosto.

— Ansioso?

— Um pouco? — confesso. — E você?

Se eu não me engano, Elisa faz eletiva de fotografia. Quero dizer, Jungkook comentou uma vez.

— Tranquila. — Rio. — Hm... Eu queria saber se você conseguiria ficar depois da aula hoje. Estava pensando em juntar a galera no auditório para explicar o repertório do próximo sábado.

Coço a nuca, pensando um pouco.

— Depende. Eu tenho que estar no trabalho às quatorze horas.

— A diretora disse que vai liberar mais cedo hoje. E acredito que não vou demorar tanto. — Junta as mãos. — Prometo que vai ser rápido.

Sorrio.

— Tudo bem, eu fico.

Ela fica satisfeita.

— Obrigadinha! — Mordisca o lábio grande de leve. — Ér... Me pediram pra entregar uma coisa pra você.

Franzo o cenho. Ela gira o corpo de um jeito fofo, eu enfio as mãos nos bolsos dianteiros da calça que fica folgada em mim.

— E eu tentei avisar que você é gay, mas não deu muito certo. — Estende o papelzinho dobrado na minha direção, só então percebo que segura ele desde o começo. Eu pego quando tiro a mão direita do bolso. — Uma das meninas que andam comigo... pediu para te dar. Porque eu falo com você e ela estava com vergonha, acho.

Quando desdobro, a sequência de nove números, sem contar o 027 no começo, me faz soltar uma gargalhada sincera.

— Por que isso não me surpreende? — digo entre risadas, Elisa cruza os braços.

— Costuma receber muitos números, Jimin? — Balanço a cabeça, rindo ainda.

— Não. Não de quem eu gostaria, pelo menos — digo, dobrando o papel de novo. — Quero dizer, acho que meu jeitinho de malandro espanta os caras. Porque sempre é uma mina que dá mole pra mim, é constrangedor... ter que dizer não.

— Seu jeitinho de malandro é seu charme — Elisa diz e eu fico mole. Gosto de ouvir isso. — É tão charmoso que chama atenção por onde passa. As meninas daqui até ajeitam a postura quando você chega perto, já percebeu?

— Talvez... — Ela ri e pega o papel quando estendo de volta para ela. — Mas acho que é porque eu não sei ser gay o suficiente pra ficar óbvio — brinco. A gente ri junto. — Não num primeiro contato, pelo menos.

— Ah, não acho que isso seja um problema. Você chamou atenção de um dos garotos mais maluquinhos daqui. — Minhas bochechas esquentam. — E pelo que Jungkook me contou, faz bastante tempo.

Tento me livrar da quentura no rosto.

— Fico feliz que estejam se dando bem. Jungkook gosta muito de você. — Volto a enfiar as mãos nos bolsos. — Ele ficou chateadão quando pararam de se falar.

— É, ele falou. — De repente ela parece sem graça, talvez tímida. — Eu só estava com medo de me machucar pelo mesmo motivo. — Sorri de lado. — Mas ele é um fofo.

— É. Jungkook é.

— E vocês são lindinhos. Ele fala muito de você. — Me encolho, ela gargalha quando percebe.

— Eu adoraria conversar sobre o Jungkook e eu com você, Elisa, mas eu preciso voltar. Sabe? Pro meu grupo. — Ela ri ainda mais quando me afasto. Tenho certeza que meu rosto está vermelho.

— Beijooooo! — se despede, eu sacudo a mão no ar.

— Diz pra sua amiga que ela é linda, mas que eu curto caras mais velhos!

— Você é um cretino igual a ele! — Gargalho e não nego.

Eu continuo andando, de volta para o meu grupo, e tento fazer o calor ir embora. Me distraio com o debate entre Dara e Vini sobre chinelo com meia ser ou não estiloso e funciona; o fervor some. Não muito tempo depois nossa professora chega para checar se está tudo certo.

Quando o relógio indica 09h05, os alunos do primeiro e segundo ano começam a aparecer. Alice e eu já estamos em posição, esperando as primeiras chegarem até nós. Vinícius e Dandara já estão dando uma volta pela quadra, conhecendo os outros trabalhos.

Então os pais e responsáveis começam a chegar. Até onde sei, Jihyo daria uma breve palestra para todos no auditório antes que viessem nos ver.

Quando a primeira pessoa chega, Alice é a primeira a falar. Ela explica tudo sobre nosso programa, desde a origem até sua funcionalidade. E demonstra como funciona também.

— Fui muito ruim? — ela pergunta para mim quando a pessoa vai em direção a bancada do lado.

— De jeito nenhum! Você amassou — falo sincero, sorrindo.

Outra pessoa chega e então é minha vez. Eu explico, é claro que com as minhas palavras, a mesma coisa que Alice disse anteriormente. E nós ficamos revezando.

— Vocês vieram mesmo — falo, sorrindo ao ver mais pais. Já perdi a conta de quantas vezes fiz o mesmo discurso sobre o programa.

Os mais velhos se olham e sorriem, e então meu pai chega mais perto para me abraçar.

— É claro que viemos — ele diz, deixando tapinhas nas minhas costas.

Estou feliz em ver que estão juntos e aparentemente bem um com o outro. Acredito que o domingo que passamos juntos tenha reconstruído algum vínculo entre eles que havia se rompido na separação. Não no sentido romântico, mas sim amizade. Eu gosto da ideia de se manterem próximos um do outro.

— Mostra o que fizeram — mamãe pede, chegando mais perto da mesa depois de me dar um beijo no rosto.

— Certo!

É a vez da Alice, mas ela permite que eu apresente para eles quando peço. E com um pouco mais de empolgação do que falei nas vezes anteriores, conto sobre nosso programa.

— Isso é genial! — papai exclama, orgulhoso.

— A ideia foi dele — Alice conta, atraindo a atenção dos meus pais.

— Foi uma decisão conjunta — corrijo, arrancando um rolar de olhos da garota de cabelo azul.

— Vocês mandaram muito bem! — minha mãe diz. Também há um brilho bonito no olhar dela. Me encanta.

Meus pais se afastam quando mais pessoas chegam, alegando que olhariam os outros estandes. Alice então explica para um grupo de adolescentes e adultos de uma vez só, já que se amontoaram na frente dela.

Elisa passa com uma câmera na mão, fotografando todas as bancadas e os alunos que fazem parte dela. Ela me cumprimenta de novo, além de tirar fotos minhas e de Alice ao lado do nosso trabalho.

Jungkook aparece faltando poucos minutos para que Vinícius e Dandara troquem de lugar comigo e com a garota ao meu lado. Meu sorriso é quase instantâneo quando o vejo chegar devagar, como um gatinho sorrateiro.

— Oi, nerds — ele diz com seu típico sorriso astuto.

— Não me meto com essa galera, não — Alice brinca, arrancando um riso meu. Jungkook ri e estende o punho fechado, a garota não hesita em cumprimentar ao socá-lo de leve. — Sua vez, Ji. Vou mandar mensagem para aqueles dois trouxas.

— Deixa comigo — garanto, me aproximando da mesa e, consequentemente, do moreno. Alice se afasta com o celular em mãos.

— E aí, CDF, o que tem de bom aqui?

— Vou falar com a minha mãe que você tá fazendo bullying comigo. — Consigo arrancar uma risada gostosa dele, o que me deixa muito satisfeito. Mas Jungkook logo se força a parar de rir. — Certo...

Então eu explico o mesmo que expliquei nas outras cem vezes, mas com tanta empolgação quanto quando falei com meus pais. Jungkook presta atenção e isso é fofo.

— Sua mente me excita, sabia? — confessa baixo, me olhando nos olhos. Ele está flertando comigo e nem disfarça.

— É um local perigoso para você admitir isso — murmuro, fingindo mexer em algo no notebook. — Mas bom saber.

— Ok. Mais tarde eu enalteço seu intelecto então — diz, arrancando uma risada contida de mim. — Enfim, vou voltar para a minha outra versão de você. Te espero lá.

Ele se afasta antes mesmo que eu possa dizer algo.

Mordo o lábio inferior e sorrio, o assistindo sumir no meio das pessoas que andam de um lado para o outro.

Dandara e Vinícius chegam juntos pouco tempo depois e tomam nossos lugares. Alice some na multidão e eu faço o mesmo logo em seguida.

Eu até passo em algumas bancadas antes de chegar no estande de artes. De modelagem, para ser mais exato. A questão é que faltando alguns passos para chegar, de fato, até o moreno e eu já consigo visualizar o trabalho dele. É a maior de todas as outras esculturas de argila. A que mais chama atenção.

Cacete, sou eu!

Estagno no lugar e simplesmente deixo o queixo cair ao notar a semelhança absurda dos traços daquela escultura de barro comigo.

Não tem nem como disfarçar que não sou eu.

Me forço a sair do lugar e terminar o caminho, me aproximando até estar diante do meu próprio rosto.

— Gostou? — Jungkook pergunta, escorando o antebraço na base em que a escultura está apoiada.

— Uau. — É a única coisa que consigo dizer.

— Jina diz que está uma cópia perfeita — conta, atraindo a minha atenção. — Eu discordo. Não consegui fazer as suas constelações. — Faz bico. — É uma pena, ficaria ainda mais lindo.

— Está perfeito — digo, voltando a admirar meu rosto em tamanho real. — Olha isso! Você é incrível! Tá tudo incrível!

Sinto vontade de abraçá-lo, de demonstrar mais o quanto estou admirado pelo trabalho, mas contenho a euforia. Posso fazer isso quando estivermos sozinhos.

— Posso tirar uma foto? — pergunto a ele.

— A vontade.

Uso meu celular para tirar. Jungkook se esgueira por trás de sua obra e mostra o dedo médio na direção da câmera. Sorrio e tiro mais fotos, com e sem ele.

Confesso que a minha vontade é de passar o restante do dia olhando para o trabalho impecável, mas me afasto quando noto que pessoas vêm, olham e vão e eu continuo parado ali. Jungkook entende, apesar de notoriamente não querer que eu me afaste.

Dou passos incertos e hesitantes para longe, querendo voltar, mas a voz de alguém dizendo "até parece" chama a minha atenção. Quando me viro, a expressão nada simpática de Jungkook indica que as coisas não estão boas.

Tem um grupo de, pelo menos, cinco adolescentes parados exatamente onde eu estava segundos antes. Ao contrário do moreno tatuado que parece irritado, eles sorriem em puro deboche.

— Vaza — Jungkook manda, cruzando os braços na altura do peito.

— Calma. — Um deles, o que está mais à frente, ergue as mãos como se pedisse rendição. — Só achei que era pra cada um fazer o seu, não comprar pronto. Mas ficou bonito, cara. Créditos a quem fez.

Engulo em seco quando noto a força que Jungkook trinca a mandíbula.

— Você não vai querer arranjar briga comigo — meu moreno ralha, descruzando os braços e enfiando as mãos nos bolsos. Jina nota o que está acontecendo e toca o ombro dele, dizendo algo apenas para ele quando aproxima a boca da orelha cheia de brincos. — Só saiam daqui.

O garoto implicante, cuja jaqueta mostra que faz parte da equipe de natação da escola, sorri e assente, dando tapinhas no braço da menina ao lado dele como se a chamasse para ir.

Por um instante acho que a situação está controlada, mas então o falso tropeço que o garoto de jaqueta dá faz com que esbarre no pedestal. Jungkook até tenta segurar, e meu reflexo também é tentar segurar mesmo estando longe demais para isso, mas a escultura pesada escorrega pelos dedos dele e vai, literalmente, de cara no chão.

Eu arfo, embasbacado, e sinto meus olhos arderem em instantes. E então enchem d'água. É como se o ginásio todo tivesse se afundado num silêncio. Como se todo mundo tivesse calado a boca.

— Desculpa, eu juro que foi sem querer!

Jungkook encara de pé o trabalho dele no chão. Não consigo ver bem o rosto, mas as mãos dele estão fechadas com bastante força. Vejo o pescoço adquirir um tom vermelho, assim como a veia grossa na lateral ficar cada vez mais inchada.

— Ah, qual, Jeon! Não chore por esse, você pode comprar quantos quiser — o garoto continua dizendo. — Certeza que a pessoa que fez esse faz outro.

Vejo o exato momento em que meu moreno ergue a cabeça. O rosto vermelho não tem expressão alguma, mas noto a raiva apenas pela forma como fecha cada vez mais as mãos em punho ao lado do corpo e como a veia do pescoço está salta ao ponto de explodir.

É então que, pela primeira vez, sinto que Jungkook vai bater em alguém. Mesmo.

Forço meus pés a descolarem do chão e não me importo com as consequências, apenas entro na mira do olhar quase assassino dele ao abraçar o corpo tenso com toda a força que tenho.


░★░


E aí, anjos! Como vocês estão?

CAOS CAOS ACOS CAIVSIIANOSMDP

Só ladeira abaixo...

Ow, fiquei triste quando escrevi a cena da escultura caindo, tá? Fiquei imaginando o Jungkook vendo o trabalho que ele demorou dias pra fazer todo quebradinho no chão, me deu mó tristeza 💔

O Jimin abraçando ele NA FRENTE DE TODO MUNDO

Respira, inspira, respira, inspira

SPOILER: no próximo capítulo o Jin vai explicar o que está rolando entre ele e Seoyun. Vai ter o estágio dessa confusão da escultura, claro, mas quem vai surtar mesmo vai ser o Ji, no ponto de vista dele. Então aguardem

Veja, amém. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 💜

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