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32! BADBOY

SALVEEEEEEEEE

Espero que gostem do capítulo de hoje, comentem bastante, deixem ase isso acontecer e boa leitura 💕


░★░


Vestido de formatura
Cactos e suculentas
Cacete, meu pai é de 1972!
★★★

 — Jungkook! — Olho para o maldito professor de português.

Ele agarra a primeira carteira da fila do meio e puxa, arrastando até que a mesa fique colada na parede embaixo do quadro branco e comprido.

— Você vai sentar aqui. — Coloca algumas das várias folhas que está segurando sobre a mesa. — Eu vou ficar de olho em você.

Eu nunca tirei uma nota abaixo da média, mas no semestre passado eu tirei uma muito acima na matéria dele, quase fechei a prova. Ele passou todos os meses depois daquele dia até hoje batendo na tecla de que eu havia colado para ter tirado 9,2 de 10 pontos. E, bom... Isso explica o porquê de querer que eu sente na frente, bem debaixo dos olhos dele e longe dos outros coleguinhas.

O fato é que eu não colei naquela e não tenho intenção nenhuma em colar nessa, nem nas outras disciplinas.

Eu não preciso. Nem quero. Não argumento para não me causar dor de cabeça, só sento e faço quieto.

É quarta-feira. A semana de provas se iniciou na segunda-feira e começou um verdadeiro caos. Eu passei a tarde com Jimin no sábado, jogando bola e conversando com a galera. Foi um dia muito foda, ainda mais ficar na presença dele no terraço da barbearia.

No dia seguinte, domingo, eu passei o dia com meu pai e o loirinho ficou com o dele. E então a semana começou.

Provas. Provas. Provas. E mais provas.

Em outras palavras: dor de cabeça, estresse, raiva e ansiedade.

Não só com as provas, mas com todo o resto também. Me pergunto se as provas são realmente necessárias. Tipo, são mesmo? Eu não vejo sentido, muito menos benefício nelas. Não provam porra nenhuma.

E para completar, a exposição dos trabalhos das disciplinas eletivas vai ser na sexta-feira. Isso sim é um método de avaliação dinâmico que eu acho daora. Não me importo em fazer todo o final de semestre, é uma pena que não seja sempre assim.

Devo confessar que estou ansioso pela reação do Jimin. Terminei faz mais de uma semana e por mais que eu tenha tentado manter o sigilo, Jina me viu esculpindo-a.

De qualquer forma, ela teria que ver em algum momento antes de expor.

Ela ficou encantada e eu nem tinha terminado.

— Posso sair? — indago assim que marco à caneta a resposta da última questão da prova, estendendo as duas folhas A4 grampeadas uma na outra para o professor. Há dez questões, sendo duas delas discursivas. O restante é objetiva.

Não sei qual é pior.

De acordo com o relógio analógico redondo em cima do quadro branco, fiz tudo em meia-hora. Não estava difícil. Não houve uma única questão em que eu tenha ficado pensando demais para responder. E não é como se eu perdesse meu tempo pensando, geralmente marco a alternativa que me parece menos absurda.

O homem me analisa por um tempo enquanto eu o encaro de volta com o papel suspenso na direção dele. Acho que o que o deixa mais raivoso é o fato de eu sempre apresentar tranquilidade e deboche, enquanto ele está espumando em puro ódio. Ele sabe que faço de propósito. Sabe que gosto de parecer não notar que está com raiva apenas para provocá-lo ainda mais.

— Vai — fala assim que pega a prova da minha mão.

Eu pego meu celular em cima da mesa dele e não hesito em sair da sala logo depois, enfiando a caneta atrás da orelha enquanto ando pelo corredor quase vazio.

— Cacete — sussurro, soltando uma grande quantidade de ar pela boca.

Eu ainda tenho mais uma prova. De biologia. Já fiz a de filosofia e agora de português. No total, serão três provas apenas nesta manhã. Amanhã vou ter outras e isso é um inferno.

A semana poderia acabar hoje mesmo.

Caminho pelo corredor do Colégio Central de Elite até o banheiro. Desbloqueio o celular assim que entro em uma das cabines vazias e, na tentativa de me distrair, mando uma mensagem para Jimin. Não faço ideia de qual sala ou matéria ele está fazendo a prova dele, mas clico para enviar a mensagem torcendo para que já tenha terminado. 


Eu

B==D|

[11:05]


O fato é que, para a minha surpresa, o loiro não demora para responder. Mas quando faz isso eu já não estou mais no banheiro. Estou encostado em um dos armários. Não tem ninguém no corredor, diferente do pátio quando tive que passar por ele para vir para o prédio de naturezas.

Tinham muitas pessoas discutindo questões e comparando respostas.


Jimin

|KKKKKKKK PERVERTIDO

[11:10]

Eu

Pq? É só uma pá|

O q vc imaginou q fosse?|

[11:10]

Jimin

|Nada ué

|Q bixo besta vey

[11:11]

Eu

Sei...|

E aí, como tá sendo a sua manhã?|

[11:12]

Jimin

|Cansativa

|Mas acabei de fazer a última prova

|Vou passar no meu armário pra pegar umas coisas e já tô cascando o pé

|Aleluia

[11:12]

Eu

Mds mô|

Q inveja q eu tô de vc|

Ainda tenho mais uma 😫|

[11:13]


A resposta demora um pouco mais para vir e quando vem é em formato de áudio. Eu clico para reproduzir e aproximo o celular da orelha como se tivesse atendendo uma ligação.

— Não tanko você me chamando de mô. É gatilho, sabia? — Ele sopra um riso e eu comprimo os lábios na tentativa de esconder um sorriso. — Porra, dengo, eu te esperaria se pudesse. Só que, dadas as circunstâncias, as coisas não são tão simples assim. Mas me liga quando sair, a gente troca um lero. Vou passar em casa antes de ir pro trampo.

— Algo engraçado?

Sou pego de surpresa com a pergunta. Quando olho para o lado, vejo Minhyuk encostado no terceiro armário depois do que eu estou. Ele não estava aqui dez segundos atrás.

— Aham. A sua cara — falo, arrancando uma risada irônica do ruivo. Bloqueio o celular e resolvo responder o loiro quando estiver sozinho.

— Já está indo também?

— Não. Tenho mais uma prova. — Desencosto do compartimento e ajeito a postura. — Melhor eu ir, vai começar daqui a pouco.

Eu começo a me afastar, indo em direção a sala no final do longo corredor.

— Eu vi uma coisa curiosa semana passada.

O tom do garoto é divertido.

— E o que eu tenho a ver com isso? — digo alto por já estar longe.

— Qual é a sua com o bolsista, hein?

Paro de andar, e talvez não tenha sido nada discreto.

Pressiono a língua na parte interna da boca e me viro. Minhyuk sorri ladino, cruzando os braços na altura do peito. Arqueio uma das sobrancelhas na tentativa de disfarçar o fato do meu coração ter começado a bater mais rápido.

— Eu realmente não sei onde você quer chegar — falo.

Ele sopra uma risada e eu também cruzo os braços, mantenho total atenção nele.

— Você deu carona pra ele na sexta. Eu tava na rua e vi sem querer, não foi proposital. — Desvia os olhos para as próprias unhas, eu me aproximo. — Só achei curioso já que vocês nem se olham quando estão aqui. E aí vocês têm o mesmo anel. A mesma jaqueta. E o que você estava fazendo com aquele canivete virou o chaveiro do estojo dele.

— E o que exatamente você tem a ver com isso? — enfatizo.

Minhyuk sorri mais.

— Nada, é claro. — Pigarreia e ergue o olhar para mim. — Só estou preocupado.

— Preocupado?

Assente.

— É que é engraçado o fato do aluno mais fodido do Colégio Central de Elite ter feito amizade com o mais rico dela. Logo o filho da fundadora e diretora, sério? — Travo a mandíbula com toda a força que tenho nesta região.

— Não diz o que você não sabe, Minhyuk — exijo, mal abrindo a boca para tal.

Ele sorri de novo e eu fico ainda mais irritado.

— Só estou preocupado com você, cara. Foi assim que o zé buceta do meu pai descobriu o "amor" que sentia pela minha mãe pouco antes de engravidar ela. Porque ela tem poder aquisitivo e é gostosa. — Descruza os braços quando chego ainda mais perto. — Só quero que tome cuidado, Jungkook. Pessoas como nós sofrem esse tipo de coisa de pessoas que querem se aproveitar.

Esse é um dos motivos pelo qual Jimin e eu mantivemos segredo por todo esse tempo. Apesar de querer andar com o loiro para cima e para baixo, vamos sim continuar mantendo até o último dia de aula. Porque eu não estou nem um pouco a fim de ficar escutando esse tipo de coisa de cada pessoa que passar por nós no corredor.

— Qual é... Nós nos conhecemos desde que nascemos, Jungkook, eu só quero o seu bem. E não seja inocente, tá? Tô bem óbvio que o favelado não quer ser só seu amigo. Não sem nada em troca.

Desta vez não consigo me controlar. Eu avanço em Minhyuk com o punho direito erguido. Ele fecha os olhos e se encolhe em reflexo, e o corredor vazio é tomado pelo som estrondoso do soco que dou no armário, propositalmente ao lado da cabeça ruiva.

— CALA A PORRA DA BOCA, CACETE! — grito, não me importando com a dor quase insuportável que sinto na mão contra o ferro.

Minhyuk parece aliviado quando percebe que não acertei ele.

Eu juro que tento manter a calma. Tento focar em qualquer outra coisa que não seja a vontade de arrebentar a cara desse moleque. Mesmo com a respiração agitada e a quentura que toma meu corpo de repente, tento não fazer merda.

Mantenha o foco, Jungkook. Mantenha o foco. Pensa em coisas que te acalmam.

O céu estrelado me vem à mente. Penso nas constelações.

— É, ele é favelado — digo, fitando o rosto de Minhyuk. Ele abre os olhos e eu espero que olhe para mim para continuar. — E na moral? Eu tenho certeza que ele tem orgulho de ser, diferente de um mimadinho que nem você que nunca vai poder dizer que tem orgulho de ter conquistado algo realmente relevante na vida. Porque você tem tudo o que quer, na hora que quer. Que nunca vai saber o que é levantar antes do sol e dormir depois dele pra não deixar a gostosa da sua mãe passar fome! Você, definitivamente, não sabe o significado de sofrer. A gente não sofre porra nanhuma.

Eu tento manter o tom baixo, mas acho que estou gritando. Também sinto que não estamos mais sozinhos, mas não me importo com isso.

— Então presta atenção no que vai falar daqui pra frente, porque você não sabe de porra nenhuma do que tá dizendo. E se eu te ouvir chamando alguém assim com esse mesmo tom de desprezo, eu juro, Minhyuk, que não erro a sua cara da próxima vez.

Me afasto e tiro o punho fechado do buraco que ele fez no armário. Sacudo a mão dolorida e me viro para ir em direção à saída do prédio, sem clima nenhum de fazer prova, mas paro quando vejo Jimin na minha frente, parado no meio do corredor. Ele me encara. Não sei dizer o que o rosto neutro dele transmite nesse momento.

Quando pensei nas constelações, o rosto era relaxado e sorridente. Jimin parece tenso agora.

Engulo em seco e olho para trás, vendo mais um punhado de pessoas que, provavelmente, vão fazer a mesma prova que eu. Todas também me olham.

Umas assustadas, umas surpresas, umas parecendo estar se divertindo com a algazarra.

Volto a encarar Jimin e solto uma longa lufada de ar, dando um passo para trás. E depois outro. E outro. Me viro de costas para ele e me esgueiro entre as pessoas até o final do corredor, entrando na sala de biologia.

Minha mão dói e sinto meu corpo fervendo, talvez pela adrenalina, talvez pela raiva. Eu faço a prova pilhado, mal conseguindo prestar atenção no que estou lendo. A primeira coisa que faço assim que termino, com a sensação de ter feito a pior prova da minha vida, é ir até o estacionamento e montar na Ducati.

Piloto até em casa me forçando a manter a velocidade indicada nas placas. A casa está vazia quando chego. Meu pai está no trabalho. Eu subo para o quarto, tiro o uniforme do corpo e soco Aquele Arrombado depois de enluvar as mãos mesmo que ainda esteja sentindo a direita doer.

A dor até que me distrai.

E é lógico que desconto a raiva. Minhyuk ter dito aquilo para mim era o que faltava para a minha paciência ir para a casa do caralho. Essa manhã já estava sendo um porre, o ruivo chegou para foder de vez.

— Sobreviveu?

Jimin pergunta assim que atende. Já fazia minutos que eu estava esmurrando o saco de areia quando ligo para ele.

— Pior que sim — respondo divertido, dando um chute potente no meio do couro preto. Meu celular está sobre a cama, mas os fones sem fio enfiados na orelha permite que eu converse com Jimin sem ter que parar o que estou fazendo.

— Tá espancando seu saco, né?

— Uhum — murmuro, sequenciando três socos.

— O que rolou, hein? — Mais socos. — O que Minhyuk fez? Eu só peguei a parte que você... ameaçou ele.

Abaixo os braços, relaxando a postura.

— Minhyuk sabe — conto, usando as duas mãos enfiadas nas luvas grossas de boxe para pegar a garrafa d'água no chão. — Ele descobriu. Ele sabe...

Abro a tampa e dou grandes goles, hidratando a garganta seca.

— Como?

Deixo a garrafa de volta no chão.

— O dia que eu te peguei no ponto. Ele viu. — Passo o antebraço na testa, tirando o excesso de suor. — Mas parecia desconfiado há bastante tempo.

A linha fica muda por alguns segundos.

— Hm... Talvez não seja tão ruim. Ele não parece ser–

O interrompo.

— Ele não confia em você, Jimin. Ele veio me dizer pra tomar cuidado com você porque acha curioso como o aluno mais... — Paro de falar.

Nego com a cabeça e sopro um riso, decidindo não dizer.

— Fala. O que ele disse? — pede manso.

— Eu não vou repetir, beleza? Foi ridículo. — Encaro o saco de pancada. — Só toma cuidado com ele. Minhyuk é estúpido e falso.

Jimin fica mais um tempo em silêncio. Ele suspira de forma audível e choraminga, soltando um xingamento baixo.

— Então é melhor a gente evitar esse tipo de situação — enfim diz algo. — Melhor... — Faz uma breve pausa. — Melhor você fingir que eu não existo fora do colégio também.

Engulo em seco mesmo tendo acabado de beber água.

— Mas amor, isso é tão... — Errado. — Isso é realmente necessário?

— Me diz você. — Me mantenho calado. — Eu não sei o que ele falou, mas tudo bem pra você escutar todo mundo dizendo isso? Ou algo parecido? Porque se sim, foda-se então. Eu disse aquele dia que tô puto com tudo isso, então a gente esquece o que os outros vão pensar e dizer e começa a aparecer junto em qualquer lugar, inclusive na escola. Porque se Minhyuk, que me conhece e anda comigo pra cima e pra baixo, falou isso, imagina os outros que sequer sabem da minha existência? E se sabem, me conhecem por ser a porra do cachorrinho dos professores e da sua mãe. — Sinto sensações ruins tomarem meu corpo quente. — Você que sabe, Jungkook. É necessário?

Encaro a sacada além da porta de vidro. É banhada pela luz amarelada do sol.

— É, Jimin. É necessário — digo com pesar. Não queria que fosse, mas é.

— Pois bem, tá respondida a tua pergunta.

— Eles são os fodidos da história e a gente que se fode? — Ele sopra um riso fraco.

— Eu também queria entender porque as coisas são assim. — Puxo o velcro da luva esquerda, tirando-a de mim. — Mas enquanto isso não acontece é melhor deixar como está. Já está acabando, de qualquer forma.

— Semana que vem é a última.

— Se fui triste algum dia eu não lembro — brinca, me fazendo rir. — Só tem a colação de grau e enfim acabou.

— Bom, tirando que a semana que vem a ansiedade vai estar lá em cima já que é quando as notas começam a sair, a colação de grau vai ser no sábado à tarde e o baile de formatura à noite.

— Eu só vou na colação porque o discurso é meu, se não fosse isso nem nela eu iria.

— Qual é... Última festa do último ano do colegial e você não vai? Porra, loiro. — Ele ri. — Seria bom demais dançar uma música com você.

De repente a risada dele é mansa, quase tímida.

— Seria vergonhoso porque eu não sei dançar e assustador porque todo mundo vai estar lá.

— E você acha que eu sei, bebê? — O acompanho na risada. — Mas que seria legal, seria.

— Você vai?

— Vou. Sinto que ainda não deixei meu legado naquela fumbica de escola. Vou aprontar alguma.

— Você não vai me fazer ir nesse baile do inferno só para ver o que você está planejando, vai?

Mordo o lábio inferior.

— Não é a intenção, mas não vou reclamar se você for. A gente pode até dar uns pegar no escurinho, sei lá. Você sabe que é gostoso fazer isso sem ninguém saber. — Ele concorda comigo. — Além do mais, eu vou estar um tremendo gostoso. Já até pensei até na roupa que vou usar.

— A questão é que você é sempre um tremendo gostoso. — Concordo com ele. Porque é verdade. — Vou pensar, na moral? Talvez eu até cole lá de surpresa pra ver meu moreno gostoso aprontando uma.

— Pronomes possessivos não, Park Jimin, seu porra do caralho! — o repreendo.

Ele gargalha, mas então me surpreende ao decretar em tom baixo e rouco:

— É meu moreno sim, amor.

São nesses momentos que Jimin me desmonta inteiro sem nem estar perto de mim.

— Moreno pra mim, playboyzinho do asfalto pro crime. Você tá famoso aqui, tá?

— Playboyzinho do asfalto? — indago, ele concorda e ri. — Por que do asfalto?

— Asfalto é como a gente chama a parte nobre da cidade. E você é um mauricinho. E aí o Cebola te deu esse apelido. Ele vive implicando comigo quando a gente tromba na rua, perguntando de você.

Eu acho graça.

— E como ele sabe que eu moro nesse tal asfalto?

— Ah, ele sabe. Eles sabem. Sabem de tudo. Sabe o nome completo do seu pai, que é advogado e que trabalha no TJ. Sabe que a minha mãe trampa com ele agora. — Solta uma risadinha. — E não fui eu que contei.

— Devo me preocupar?

— Hm... Não mais. Os caras gostaram de você, não vou ficar surpreso se começarem a te chamar pros bailes que tem aqui.

— Eu gosto de festa — falo, ele acha engraçado e ri de novo.

— Você ainda não sabe o que é festa, Jungkook. Vai descobrir quando for convidado para uma revoada na favela.

— E você está esperando o que pra me convidar? — provoco.

— Quando tiver eu peço autorização. Nas mais fodas só entra quem é permitido.

Nós conversamos por mais alguns minutos. Apesar de querer passar o dia falando com ele, encerramos a ligação em algum momento. Afinal, o loirinho ainda tem que comparecer à livraria.

Assim que deixo o celular de lado, me enfio debaixo do chuveiro ao livrar meu corpo suado de todas as roupas. A água fresca abaixa a minha temperatura e me relaxa.

Visto uma bermuda branca e uma camisa polo vermelha escura, descendo para o térreo depois de ajeitar o cabelo. Eu almoço de maneira decente. Me arrisco, com o Google ao meu lado, a fazer o almoço. Não fica a coisa mais maravilhosa do mundo, mas também não fica péssima.

Depois de me alimentar, e não tendo nada mais interessante para fazer, saio de casa em busca de plantas fofinhas para colocar nos meus vasos e uma roupa para a formatura. Vou de carro para facilitar o transporte das coisas quando voltar, mas me arrependo quando passo mais de dez minutos procurando uma vaga.

— Por que eu não vim de moto? — questiono a mim mesmo, batucando os dedos no volante.

Mais alguns minutos depois e eu enfim acho um lugar para estacionar. Um pouco longe de onde pretendo ir, mas acho.

Ir atrás das plantas é a última coisa que faço. O clima está um pouco mais quente que o normal, então acho melhor deixar para comprar por último, caso contrário elas vão cozinhar dentro da sacola ou assar no carro. Então vou atrás da roupa para a colação e o baile do próximo sábado. E vou mesmo que eu não passe de ano porque jamais perderia uma oportunidade de aprontar alguma.

— Boa tarde!

Sou calorosamente recebido por uma mulher alta cujo sorriso branco como a neve toma quase toda a minha atenção. A pele negra é coberta por tatuagens em pontos como pescoço e ombros nus. O cabelo preto e cacheado está raspado na parte lateral da cabeça; mas o restante toca os ombros tatuados. Ela passa uma energia boa, me sinto acolhido apenas pela forma como sorri para mim quando entro na loja.

— Boa — a cumprimento de volta, terminando de entrar.

— No que posso ajudar?

Eu olho em volta, passando rapidamente os olhos por todas as roupas penduradas nos cabides ou vestidas em manequins.

— Hmm... Eu estou procurando um vestido bem específico. — Volto o olhar para ela. — Eu fiz um desenho pra exemplificar, mas duvido muito que tenha algo parecido.

— Posso ver? — Assinto, pegando o papel dobrado no bolso traseiro da bermuda. Entrego para ela assim que desdobro. — Oh! É algo realmente original — diz surpresa. — De fato não tenho algo parecido, mas... Uau! Vai ficar um vestido incrível!

— Teria como fazer? — Ela assente várias vezes, analisando a minha tentativa de fazer um vestido incomum.

— Com toda a certeza. — Me olha. — Mas vou precisar das medidas. Pode trazer ela aqui? ou as medidas já anotadas?

Franzo o cenho.

— Ela quem?— indago.

— A pessoa do vestido. É sua irmã? — Sopro uma risada. — Mãe, amiga, namorada?

— Não, o vestido é pra mim. — Aponto para o meu peito. — Formatura.

A mulher fecha os olhos por alguns segundos.

— Fui escrota agora, né?

Rio.

— Um pouco. — Ela sussurra um "desculpa". — Tudo bem, não é todo dia que um cara asiatico com tatuagem do Stitch no braço aparece pedindo um vestido pra formatura dele.

Ri junto comigo.

— Você é engraçado, gostei de você. — Caminha até o balcão. — Bom, já que está aqui vamos tirar as medidas.

Eu a acompanho enquanto um homem toma o posto dela na recepção dos clientes. Nós fomos para os fundos da loja, um cômodo cercado de espelhos, manequins e tecidos. Ela pergunta se eu me importo em tirar a camisa e eu nego, me livrando da peça logo em seguida. E então começa a medir toda a parte superior do meu corpo, desde a cintura até os braços, passando pelo peitoral também.

— Acima ou abaixo do joelho? — ela pergunta, anotando as medidas do meu ombro.

— Acima — digo e mostro até onde mais ou menos eu quero. Ou seja, faltando um palmo para chegar ao joelho. — Você acha que é possível ficar pronto até sábado?

Eu devia ter perguntado isso antes de começar a tirar as medidas. Heloísa, cujo nome descobri minutos atrás, estagna com a fita métrica esticada próxima à minha coxa.

— Esse sábado? — Me olha.

— Não. O próximo.

Ela volta a tirar as medidas da minha cintura até o local indicado por mim, próximo do joelho, e se mantém em silêncio até terminar de anotar as medidas no caderninho.

— Olha... — Coloca a fita em volta do pescoço. — Se você tivesse vindo mês passado eu não aceitaria. — Me olha. — Porque eu peguei quinze vestidos para um aniversário de quinze anos meses atrás e estava correndo contra o tempo para entregar. — Pega a minha camisa sobre o pequeno sofá roxo encostado na parede e entrega para mim. — Mas, para a sua sorte, eu entreguei eles hoje. E pode-se dizer que eu tenho bastante tempo livre.

Visto a camisa.

— E o que exatamente isso quer dizer? — Ela sorri.

— Quer dizer que eu consigo entregar seu vestido até sábado.

Sorrio.

— Perfeito!

Vamos juntos até o balcão. Ela pega informações pessoais minhas, como nome e telefone, e me questiona, tendo base no meu desenho feito de qualquer jeito, sobre os detalhes do vestido. Me mostra modelos e tipos variados de tecidos. Nós passamos bastante tempo trocando ideias. No fim, diz que vai me ligar quando estiver pronto para que eu apareça para provar e fazer ajustes se precisar.

Quando saio da loja, meu próximo destino é qualquer estabelecimento que venda plantas. E, por incrível que pareça, é em um supermercado que acho. E tem um monte! Eu fico MALUCO com a variedade de suculentas e acabo pegando cinco, uma diferente da outra.

Os vasos que fiz semanas atrás vão servir direitinho para cada uma delas.

Ao final das compras, enfim entro no carro e sigo de volta para casa. Depois de todo o estresse desse dia e dos dias anteriores – e dos que ainda vão vir até o fim do ano letivo –, ocupar a mente com coisas que me fazem bem é o que me ajuda a não surtar.

A não querer sair destruindo tudo.

Não estou muito a fim de bater no saco de pancada. Coitado, Aquele Arrombado merece um descanso. E meu corpo também.

Chego em casa junto com meu pai. Assim que coloco o carro na garagem, o Jeep na cor grafite, o último lançamento do modelo Compass, para no espaço vago ao lado do Jaguar Roadster. A diferença de altura entre os dois veículos é gritante, mesmo se a capota do meu estivesse fechada.

— Daqui a pouco você não vai estar nem conseguindo subir nesse carro — implico, tirando os óculos escuros do rosto e colocando no topo da cabeça. — Vai precisar de uma bengalinha.

— Por que eu não usei camisinha? — ele murmura, mais para si do que para mim, enquanto sai do carro.

— Pai?!

— Eu falei isso alto? — provoca de volta, fechando a porta.

— Na sua época já existia camisinha? Era saquinho de chup-chup, né?

Ele espreme os olhos na minha direção. Eu gargalho e saio do carro depois de fechar a capota.

— Eu não sou tão velho assim, ok? — resmunga apertando o botão do alarme. Os vidros sobem e os faróis se apagam.

— Não? Achei que quem tivesse nascido em mil novecentos e vinte e um faria cem anos esse ano... — penso alto, coçando a testa.

— Setenta e dois! — berra o ano de nascimento, me arrancando uma risada divertida. — Você me irrita.

— Calma aí, você acabou de chegar! Como foi o seu dia?

— Me erra, Jungkook.

E aí ele entra em casa, me deixando para trás. Sinto que irritei ele de verdade. Não é sempre que me chama pelo nome.

Faço bico e pego a sacola com as coisas que comprei no banco de trás, trabcando o carro antes de entrar em casa também.

— Acho que hoje não foi um bom dia, né? — pergunto chegando na sala no instante em que meu pai larga o corpo no sofá. Ele fecha os olhos e solta um suspiro pesado, deitando a cabeça para trás no encosto.

— Desculpa, foi um dia chato. Não queria descontar em você — diz baixo, puxando a o nó da gravata até afrouxar o suficiente.

Tiro o sapato e deixo a sacola no pé da escada antes de ir até o sofá. Me sento ao lado do meu pai.

— Eu que sou impertinente, não precisa pedir desculpas — falo. Ele abre os olhos e pende a cabeça para o meu lado, sorrindo fraquinho ao me olhar. — Por que não toma um banho? Eu vou pedir alguma coisa pra gente jantar. E aí você descansa depois. Pode ser?

Ele me encara por um tempo, quieto. Assente devagar com a cabeça, mas não diz mais nada depois disso.

— Que foi? — pergunto, tocando o topete bem feito.

Responde ainda usando só a cabeça, desta vez negando, e eu engulo em seco quando noto o brilho que toma os olhos castanhos de repente. A testa franze e o queixo treme, e então a primeira lágrima desce.

— Ele é charmoso, né? — indaga choroso, sorrindo sem força. — O pai do Jimin é bonito. — Abro a boca, mas fecho no segundo seguinte sem saber o que dizer. — Eu vi a sua mãe hoje.

Mais lágrimas escorrem, uma atrás da outra. A voz dele fica trêmula a cada segundo. Junta tudo isso, além da expressão melancólica, e sinto uma dor que nunca imaginei sentir por outra pessoa. Não que eu seja apático, mas me sentir mal por alguém como estou sentindo nesse momento pelo meu pai nunca aconteceu. Não nessa intensidade, pelo menos.

— P-pai...

Então, de repente, sinto uma vontade colossal de chorar. E é isso o que acontece quando, no instante seguinte, a minha visão fica turva por conta da quantidade surpreendente de lágrimas que junta nos meus olhos.

— Desculpa, é que...

Ele funga, passando a mão rapidamente nas bochechas.

— Ei... — chamo e seguro o pulso, o impedindo de continuar escondendo a dor. — Tudo bem, está doendo. Pode chorar. Você não precisa ser forte o tempo inteiro.

Meu pai desaba depois disso. É como se ele só tivesse aberto as comportas e deixado tudo sair de uma vez. E chora. Chora como um bebê que dá o primeiro suspiro ao nascer. Porque nos dois casos há dor.

Eu não fico muito atrás, confesso. É quase como um reflexo. Por mais que eu tente me manter firme pelo meu pai, simplesmente não consigo segurar as lágrimas. Puxo ele para mais perto, num abraço forte na intenção de dizer tudo o que não consigo falar em palavras, e me deixo chorar junto.

Porque dói em mim também.


░★░


E aí, anjos! Como vocês estão?

O Minhyuk...

Dessa vez o JK quase perdeu o controle. QUASE

Agora os Jikook vão fingir que não se conhecem fora da escola também... Vocês acham que isso vai dar certo?

O Jungkook comprando o vestido de formatura dele 🤧

Vai ter gente que adora estereótipo querendo me bater, sei disso porque já aconteceu antes de eu peder a conta. Mas, porra, pensamento conservador tá ultrapassado, hein? Credo, muito 2015 KKKKKK tô gastando, sei que ainda tem muita gente que pensa assim. Infelizmente, é comum

E vey, se tem uma coisa que me conquista é pessoa que não se prende ao padrão de "isso é de homem" e "isso é de mulher". Homem principalmente, que é um bicho cheio de fresquinha. E o Jungkook é um dos personagens mais atraentes dessa fic por isso. Ele é um marombinha que DETESTA que imponham gênero nas apradas que ele faz e usa. Na verdade, detesta que coloquem gênero em qualquer coisa

Hm... Será que o Jimin vai mesmo no baile? Se ele não for, vai perder a oportunidade de ver o moreno dele deslumbrante

O Jin 😥 tá muito dodói 💔

SPOILER: no próximo capítulo vai estar um caos total. E a partir dele as coisas vão ser ainda pior. Aguardem

Se amem. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 💜

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