20 ! BADBOY
SALVEEEEEEEEE
Espero que gostem do capítulo, comentem bastante, deixem a ⭐ se isso acontecer e boa leitura 💕
░★░
Esse é sobre matar aula
Rótulos e compromissos
Eu não tô apaixonado
★★★
Estalo todos os dedos da mão em sequência, encarando a plaquinha na porta. Está escrito "Dirª Jeon Jihyo" nela.
— Ah, que merda... — grunho, puxando mais as mangas compridas da camisa social do uniforme para cima mesmo que elas já estejam no limite do meu cotovelo.
Que nervoso.
Não que eu tenha me metido em alguma encrenca e tenha sido solicitado. Por incrível que pareça, estou diante da porta dela por livre e espontânea vontade. Decidindo se entro ou não.
Não quero entrar, na verdade. Não quero falar com ela. Mas eu preciso.
Infelizmente, preciso.
Inspiro de forma longa e profunda e expiro devagar antes de segurar a maçaneta. Entretanto, antes de abrir, resolvo que bater talvez seja melhor.
— Entre!
Faz uma semana que não a vejo direito. E se vejo é pelos corredores ou quando aparece nas salas para dizer algo. Mas não trocamos palavra alguma desde que foi embora de casa, na noite da piscina.
Suspiro e abro a porta, fitando a mulher sentada na poltrona atrás da mesa grande. Ela franze o cenho quando vê que sou eu.
— Você sabe bater na porta? — Pressiono a língua no canto da boca, me arrependendo de ter aparecido. — E veio por vontade própria?
— Não é porque quero, mas porque preciso. Não comemora — resmungo, ficando na porta mesmo.
— E o que devo a honra da sua presença? — Apoia as mãos sobre a mesa, me olhando com atenção.
Cruzo os braços na altura do peito.
— Posso vir aqui no sábado?
Ela franze ainda mais o cenho.
— Você não vem nem em dia de aula, porque iria querer vir no sábado?
— Posso ou não?
— Se me contar...
Ela recosta para trás, no encosto da cadeira estofada.
Encosto no batente e troco o peso do meu corpo de uma perna para a outra, batendo o bico do sapado no chão.
— Falta um mês para as aulas acabarem e eu preciso fazer algo para colocar em... — Pigarreio. — em exposição. Para os pais e responsáveis, sei lá. Tenho tempo livre no sábado.
Na verdade, Jimin tem tempo livre no sábado. Final de semana são os únicos dias livres dele.
— Você tem tempo livre o dia todo, garoto. Você não faz nada.
É, já vi que não vai ser fácil.
— É uma merda conversar com você, sabia? Por isso passo longe. — Descruzo os braços e seguro a maçaneta. — Obrigado por nada.
Estou quase saindo quando ela me chama de volta.
— Senta aqui, vamos conversar direito — pede, apontando para uma das cadeiras à frente.
— Aqui está bom.
— Por favor, Jungkook.
Passo a língua pela bolinha do piercing e olho para a sala de espera vazia antes de passar para o lado de dentro da sala e fechar a porta. Quando me sento, é claro que de forma desleixada porque adoro deixá-la irritada, me mantenho de boca fechada e com os olhos nela.
Minha mãe ajeita o cabelo atrás da orelha e, que merda... As imagens daquela maldita madrugada sempre vêm à minha cabeça quando olho para ela.
A madrugada em que a vi beijando outro cara.
Começo a ficar com raiva de novo.
— Quando vai conversar comigo sobre o que aconteceu? — ela pergunta.
Balanço a cabeça de um lado para o outro devagar.
— Conversar sobre o quê? Você traiu o meu pai, não tem o que conversar.
— Não quer nem saber o porquê?
Gargalho de forma irônica.
— Só pode ser brincadeira... — resmungo. — Tem motivo? Meu pai te deu tudo.
— Está certo. Seokjin é um homem incrível. Eu não o amava.
Inacreditável.
— Ou seja, isso só reforça ainda mais o quanto você é podre. — Coço o queixo. — Olha, mãe, não estou a fim de falar sobre isso hoje, ok? Eu já tenho autorização da Jina para usar o estúdio, só quero saber se posso vir aqui no sábado. Só isso.
Ela fica quieta, me encara em silêncio. Por alguns segundos, nada é dito. Eu perco um pouco mais da minha abundante paciência.
— Ok — ela diz. — Eu deixo você vir aqui no sábado.
Estreito os olhos.
— Mas...?
É claro que tem uma condição.
— Mas — Óbvio que tem. — quero que almoce lá em casa qualquer dia desses. A gente precisa conversar sobre tudo o que aconteceu.
Olho para o teto e solto todo o ar dos pulmões, cruzando uma perna por cima da outra.
— Eu não te peço mais nada depois — acrescenta.
— Por que quer que eu vá? Você acabou de me contar porque fez isso. — Volto a olhar para ela.
— Por favor — apela. — Eu quero tentar consertar tudo pelo menos com você. Você ainda é meu filho e eu ainda sou sua mãe. Me dá uma chance.
Coço a nuca, pensando. Muito.
— Vai deixar eu vir aqui no sábado? — indago.
— Por mim tudo bem.
Penso mais um pouco.
— Só um almoço?
— Só uma chance.
Penso mais. E, por fim, balanço a cabeça.
— Ok, mãe.
Ela sorri. Parece satisfeita.
— Obrigada. — Estreito os olhos, ficando de pé. — Marcamos qualquer dia desses então.
— É. Pode ser — murmuro, abrindo a porta e saindo da sala.
Ah que linda merda.
△ི꙰͝꧖๋໋༉◈
Eu
Ei|
Seu silêncio tá me fazendo surtar|
[09:03]
É segunda-feira. Jimin e eu nos vimos na madrugada de sábado para domingo e depois disso não nos falamos. Ele disse que iria ajudar o pai dele com a mudança e... e aí ele sumiu.
O domingo inteiro.
Achei que tivesse ficado o dia todo ocupado, mas quando mandei mensagem perguntando como havia sido, Jimin apenas disse que precisava pensar um pouco.
Sozinho.
É claro que eu dei o espaço dele. Sempre. Só que... parece que estamos sem nos falar há semanas. Não gosto muito dessa sensação.
Suspiro e afundo na cadeira, encostando a cabeça na parede. A professora está explicando com bastante energia a matéria, já anunciando que cairá na prova. Última prova antes do fim do ano.
A menos que eu fique de recuperação, é claro.
Fecho os olhos e presto atenção apenas no que ela fala até o final da aula. História até que é legal, eu gosto. Quem a leciona sabe como manter a minha atenção, o que me faz perceber o quanto quem aplica, na maneira que aplica, influencia na disciplina.
— Não deveria dormir na sala no meio da explicação, Jungkook. É matéria de prova.
A professora me repreende quando dá a aula como finalizada.
— Eu sei — digo apenas, saindo da sala.
Ter que lidar é pior, então eu só ignoro e finjo que nem foi comigo.
Vou em direção ao banheiro, mas quando estico a mão para abrir a porta e entrar, alguém abre antes para sair.
Park Jimin.
Inclino um pouco para o lado e saio da frente do loiro, mas mantenho os olhos nele. Ele me olha de forma breve antes de passar por mim e continuar o caminho. Entretanto, sinto a mão dele entrar sutilmente no bolso dianteiro da minha calça antes de, enfim, ir.
Estalo o pescoço e entro no banheiro, enfiando a mão no bolso enquanto entro em uma das cabines.
Ele deixou um papel.
Sento na privada e relaxo as costas na descarga atrás de mim, desdobrando o pequeno pedaço de papel. Eu sei que, independente do que esteja escrito nele, Jimin poderia ter me mandado por mensagem, mas tenho que concordar quando diz que deixar bilhetinhos sem que as pessoas vejam é muito mais emocionante.
É um friozinho na barriga que Jimin e eu sempre gostamos de sentir.
Arqueio uma das sobrancelhas, lendo mais de uma vez para ter certeza que li certo.
Jimin quer mesmo matar aula?
Passo a mão atrás da orelha e tiro a caneta permanente da qual eu sempre deixo ali. Sempre aparece alguma coisa para eu rabiscar, então já ando com uma. Desta vez, entretanto, a tinta da caneta é vermelha já que a preta – que é sempre a que eu mais uso – acabou dias atrás.
Apoio o papel na porta à minha frente e puxo a tampa da caneta com os dentes, marcando um dos quadradinhos e desenhando por cima do coração rabiscado.
Enfio o papel dobrado no bolso, tampo a caneta e devolvo para a minha orelha antes de abaixar as calças e sentar na privada para fazer meu xixi.
— Qual é, Jungkook! Tava cagando, né?
Um garoto me cumprimenta quando saio para lavar as mãos. Ele está usando o mictório e me olha por cima do ombro.
— Lava a mão — digo apenas, secando as minhas.
— Uhum.
Saio do banheiro e olho de um lado para o outro quando aproximo do armário de Jimin. Quando noto que as pouquíssimas pessoas que estão no corredor não estão prestando atenção, digito a senha e destravo, deixando o papel sobre um dos livros.
O armário do loirinho é sempre muito bagunçado, é impressionante.
— Esse armário não é seu. — Bato a porta de metal com certa força, em puro desespero, antes de me virar para a pessoa que apareceu ao meu lado. — Está assustado, gato?
— Você surge de onde, inferno? Está em todos os lugares... — Encosto no armário, cruzando os braços. — Fofoqueira.
— Eu?! Você que está arrombando o armário alheio. — Ela também cruza os braços.
— Não é arrombamento se eu sei a senha, gata. — Toco a bochecha dela. — Você fica muito bonita sem maquiagem, sabia?
— É do Jimin, não é? — Suspiro.
— Tem certeza que não é fofoqueira, Elisa?
— Informada — me corrige. — Tá fazendo o quê, hein?
— Realmente muito linda sem maquiagem. — Ela arqueia uma das sobrancelhas.
— Acordei atrasada, não vim assim de propósito.
— Pois deveria vir mais vezes. — Passo suavemente as costas do meu indicador na maçã do rosto alheio. — Nem sabia que você tinha.
A pele da garota é escura em sua maioria, entretanto com manchas brancas em alguns pontos. Como por exemplo no canto da boca, pegando uma parte dos lábios grossos, e na testa, pegando sobrancelha e olho direito, fazendo com que a primeira seja branca como a neve. Manchas essas que não ficam visíveis quando usa maquiagem. Ou seja, sempre. Eu realmente não sabia do vitiligo, e eu a conheço desde o primeiro ano.
Elisa é linda. É a primeira vez que a vejo sem maquiagem. Com já é bonita, sem consegue ficar ainda mais.
— Isso é bom. Quer dizer que eu faço um ótimo trabalho escondendo elas. — Espremo os olhos para ela.
— É uma pena que esconde. Eu realmente acho bonito. — Afasto o toque. — Enfim, tenho que ir. Tchau, nega.
— Até mais, príncipe.
Eu
Deixei no seu armário|
[09:48]
Não demora muito para o loiro me responder.
Jimin
|Esqueci q o intervalo tbm começa às dez
|Todo mundo vai ver
[09:50]
Eu
Vamos agr ent|
[09:50]
Confesso que não estou botando fé que Jimin realmente fará isso. Acho que, em algum momento, vai dar para trás com uma desculpa de que não quer decepcionar ninguém. Entretanto, quando chego no estacionamento e fico esperando ele encostado na moto, vê-lo vindo na minha direção me deixa surpreso.
Não há ninguém no estacionamento, só inúmeros veículos estacionados de forma uniforme.
— Eu só trouxe um capacete — conto quando chega perto de mim.
— Não tem problema — diz, olhando para o portão da escola. — O problema mesmo vai ser sair daqui.
Encaro o portão fechado e o guarda além da janelinha da guarita.
— Tem certeza que você quer fazer isso? — Volto a olhar para o garoto.
— Uhum — murmura ao mesmo tempo que assente. — Quero ficar com você. Não tô com cabeça de ficar te ignorando hoje.
Deixo um sorriso fraco escapar. Eu iria comentar alguma coisa, talvez fazer uma piada sobre a situação, mas vejo, ao longe, diretora caminhar na nossa direção.
Merda.
Eu olho para Jimin ao mesmo tempo que ele olha para mim, e voltamos a encarar ela juntos de novo.
Contudo, ao contrário do que penso, ela não vem até nós. O carro dela está parado a uns dois carros da minha moto e ela apenas dá a volta no veículo e entra nele. Mas não sem antes nos encarar.
A minha mãe sabe que vamos aprontar, mas não faz nada para impedir.
Encaro Jimin de novo quando ela fecha a porta, já dentro do Mercedes.
— Vamos — chamo, montando rapidamente na moto quando escuto o carro ligar. — O momento de desistir é agora, loiro.
Jimin não diz nada, só sobe na garupa e agarra meu tronco.
— Vamos logo, mauricinho do cacete — sussurra próximo da minha orelha, por cima do meu ombro, enquanto fecha os dedos na minha cintura. — Olha só, ficou todo arrepiado. — Assopra suavemente a minha nuca.
— Cacete... — Ligo a moto, vendo a minha mãe começar a tirar o carro da vaga. — Sente só o meu coração. — Tiro a mão direita dele da minha cintura e a coloco entre as minhas pernas.
— Seu coração tá... — Jimin aperta sem vergonha alguma, pegando exatamente onde meu precioso está. — pulsando. Assim tão fácil?
— É que eu tô sensível e você não colabora. — Observo o carro sair de ré da vaga. — A gente não transa a mais de uma semana, lembra?
Sentir a respiração colada na minha orelha me deixa mais excitado.
— Até parece que eu sou a sua única opção. — O tom dele é rouco. Aperto a mão em torno do guidão, erguendo o descanso quando o Mercedes vai em direção ao portão fechado. — O mundo cai aos seus pés, Jungkook. Quando, onde e quantas vezes você quiser.
— Foda-se o mundo.
Eu acelero no instante em que o portão eletrônico começa a abrir lentamente. O tranco da arrancada faz Jimin se agarrar com mais força a mim. O guarda nota o que estou tentando fazer e tenta fechar novamente, só que a fresta é mais do que o suficiente para que a moto rápida passe. E eu ainda buzino para o homem fardado porque sim, sou debochado.
Eu evito andar pela principal pelo simples fato de estar sem capacete, então acabo cortando caminho pelas paralelas menos movimentadas e sem me aventurar como costumo fazer.
— Para onde quer ir? — pergunto por cima do ombro, mantendo a atenção na rua.
— Qualquer lugar — ele diz. Sinto os lábios carnudos tocarem a minha nuca num selo úmido.
— Certo.
Eu não sei exatamente para onde ir. Começo a pilotar sem ter um lugar em mente, mas depois de quase uns dez minutos cortando caminho pelas ruas paralelas avisto uma pista de skate. Tem umas cinco pessoas e uma delas, diferente das outras quatro com skate, está com uma bicicleta.
Eu não faço ideia de que lugar é esse.
— Eu acho engraçado como tem pessoas que não tem medo de entrar em qualquer lugar — Jimin murmura por cima do meu ombro quando paro próximo à pista de skate. — Você não faz ideia da onde está, não é?
— Deveria? — Ele sopra um riso e desce da moto.
— Deveria, Jungkook. — Desligo a moto, descendo o descanso. — Se a gente tomar uma coça a culpa é sua.
— Tsc! — Desço, enfiando a chave no bolso. — A gente não vai tomar uma coça.
Ele abana a cabeça de um lado para o outro, rindo.
— Né? — Gargalha.
— Como eu vou saber? — Ele não parece tão preocupado. — Pelo menos a minha prima é do alto comando e aliada ao bairro que eu moro, me viro com ela se der merda.
Arqueio uma das sobrancelhas.
— Como assim alto comando? Alto comando do quê?
Jimin sopra um riso.
— Do exército que não é — diz baixo, mas consigo ouvir mesmo assim. — Vem, vamos sentar ali — chama, me dando as costas e começando a caminhar pela pequena praça até a pista de skate.
Olho em volta coçando a nuca antes de seguir o garoto loiro. Ele senta na ponta de uma das pistas, afastado de onde os outros adolescentes brincam. E eu faço o mesmo ao sentar ao lado dele, coladinho nele. Entrando, Jimin se afasta um pouco de mim de forma que nem nossos braços se toquem.
— Eu não tô mesmo a fim de apanhar — murmura, me olhando.
— Inteligente — rebato, arrancando um sorriso dele.
Mesmo que a minha vontade seja de abraçá-lo e beijá-lo, eu me mantenho quieto e respeitando os dois de distância entre nós.
— O que rolou ontem, hein? — pergunto olhando uma das pessoas fazendo manobras com o skate parado. — Foi tão ruim assim?
Jimin respira fundo, sem pressa.
— Não sei. Me sinto meio... — Olho para o lado a tempo de ver o loiro dar de ombros. — Me sinto egoísta.
— Por quê?
Volto a olhar o grupinho afastado de nós.
Jimin demora para responder, mas o faz em algum momento.
— Ele está feliz. Minha mãe também parece que está melhorando. É como se... como se apenas estar na mesma casa estivesse sugando eles. E talvez estivesse mesmo. Fingir por todo esse tempo só por minha causa deve ter saturado eles. — Sopra um riso. — E eu sei o quanto eles estão bem agora, mas mesmo assim não consigo... — Faz uma pausa. — não consigo ficar feliz também. Meu pai tá namorando e quer que eu conheça a namorada dele e eu só quero que tudo volte a ser como era antes. Estou sendo egoísta?
— Talvez um pouco. — Jimin ri baixinho e assente com a cabeça quando olho para ele.
— É, tô pra caralho.
— Está tudo bem, bebê. Só dá um tempo. Você está descobrindo que as coisas não estavam bem agora. Com o tempo você, sei lá, se acostuma. — Apoio as mãos para trás, balançando as pernas penduradas. — Ele está namorando?
Ele choraminga ao mesmo tempo que concorda.
— Ele ficou o almoço todo ontem falando dela. Que é muito bonita e inteligente. Que eu ia gostar dela. Que ela tem um filho da mesma idade que eu ou algo assim.
— Eu dava uns pega nele só de birra. — Jimin gargalha, trombando o ombro no meu. — É sério!
— Ele vai ser tipo meu irmão, isso é estranho. E se meu pai estiver gostando tanto dessa mulher como parece, provavelmente eu vou ter que lidar com o filho dela por bastante tempo.
— Tsc! Nada a ver. Ele só vai ser seu irmão se você considerar ele como seu irmão. Caso contrário ele é só o filho da namorada do seu pai passível a uma foda casual. A não ser que ele seja hétero, aí não tem graça.
Ele ri.
— Você tem resposta pra tudo, né, seu sem vergonha? Puta merda. — Tromba de novo o ombro no meu. — E você?
— Nada de novo sob o sol — murmuro, deitando a cabeça para trás e encarando o céu azul com poucas nuvens. — Só a minha mãe que quer tentar consertar as coisas.
— Sério?
— Uhum. Disse que eu deveria aparecer na nova casa dela qualquer dia desses.
— E você aceitou?
Tem um pássaro fazendo corda bamba do fio de energia. Fecho o olho esquerdo e mantenho o direito no passarinho. Depois fecho o direito e abro o esquerdo.
Acho que preciso de óculos no olho esquerdo.
— Sim, mas só porque ela me deixou usar a escola no sábado. — Olho para o loirinho. — Inclusive, você vai posar mesmo pra mim, não é? Reservei o Colégio de Elite no sábado só por sua causa.
Gargalha outra vez.
— Idiota. — Mordo o lábio inferior quando vejo que mordeu o dele. Que vontade de beijar aquela boca. — Pode ser no sábado que vem, sei lá. Eu vou levar a minha mãe pra sair na sexta à noite. Aliás, você conhece alguma balada boa?
— Olha só, Sra. Park gosta de bagunça. Ela é das minhas — brinco, fazendo o garoto de risada fácil rir de novo. — Conheço um monte.
— Imaginei. — Sorrio, voltando a olhar para o céu.
O pássaro não está mais no fio.
— Depois te mando por mensagem os nomes.
Um silêncio se forma depois que concorda, mas logo dou um jeito de acabar com ele.
— Eu fiquei surpreso quando disse que queria matar aula, bebê.
Quando olho, noto que também voltou a me olhar.
— Você acha que a sua mãe vai fazer alguma coisa?
Penso.
— Talvez uma suspensão. — Jimin arregala os olhos. — Tô brincando! — Rio da cara dele. — Quero dizer, nem tanto. Ela provavelmente faria isso comigo.
— Tsc, na moral... — Apoia os cotovelos sobre as coxas, enfiando os dedos por baixo das lentes dos óculos e cobrindo o rosto.
— Você ainda é o queridinho dela, dengo. Relaxa. Ela deve me culpar e liberar você.
— Eu nem consegui prestar atenção nas primeiras aulas. Continuar lá e ir embora ia dá no mesmo — diz, descobrindo rosto mas mantendo os cotovelos apoiados nas pernas abertas.
— Sua cabeça está cheia, não precisa dar explicações do porquê de não conseguir se concentrar na aula como se a culpa fosse sua. Não é, tá tudo bem — digo, ainda balançando as pernas. — Você sabe que escapar sempre ajuda.
— Mas não é o mais correto.
— Se torturar é que não é — murmuro bem baixinho, mas não o suficiente para que não escute. Mas o loiro não diz nada, apenas encara as próprias mãos.
Então sei que começou a viajar nos conflitos que existem na cabeça dele. Aqueles que ele fica voltando no passado. Planto bananeira pelado em cima do carro da minha mãe se ele não está, nesse exato momento, pensando se foi ou não uma boa ideia sair da aula mesmo não conseguindo manter o foco nela.
— Jimin... Me promete uma coisa? — peço. Ele olha para mim por cima do ombro. O fato de estar com os cotovelos apoiados nas coxas faz com que fique inclinado para frente.
— O quê?
— Promete que vai se divertir lá também? — Vejo um sorriso começar a nascer no canto da boca carnuda. — Dança, bebe, pega todo mundo. Esquece tudo. Você também precisa.
— Eu preciso cuidar dela, neném.
Nego.
— Ela sabe se cuidar, tenho certeza. Aproveita o tempo com ela, não vai apenas pra cuidar. — Deito a cabeça sobre o meu ombro, mantendo a atenção no loiro. — E qualquer coisa me liga que eu vou buscar vocês.
— É mesmo, esqueci que agora você tem um carro.
— Eu preciso me acostumar a andar com ele agora. Só de olhar para o carro parado na garagem me dá preguiça. Moto é tão mais prático...
— Problema de gente ricaaaaaa.
Reviro os olhos com o comentário dele.
Suspiro, fitando a menina de bicicleta fazendo manobras legais na pista. Ela é muito boa.
Jimin e eu ficamos em silêncio por um tempão. Sempre que olho para ele, vejo que mantém a atenção presa, ou perdida, no pessoal humilhando um ao outro na pista. Cada um aparece com uma manobra melhor que a anterior.
— Lindo — me chama de repente. — Vamos sair daqui? — Olha para mim quando olho para ele. — Quero dar uns pega em você.
— Sem vergonha. — Sorri. — Vamos.
△ི꙰͝꧖๋໋༉◈
— E aí, velhão! — cumprimento quando desço para o térreo do casarão com o intuito de tomar água e vejo meu pai escorado na ilha com um copo na mão. Já passa das seis e quarenta da noite. — Chegou há muito tempo?
Fico feliz em ver que mais cedo em casa. Ultimamente ele tem chegado em casa no horário que costumava chegar antes da traição e temos passado a noite juntos até ele conseguir dormir.
— Agorinha. — Beijo o rosto barbudo quando chego perto. — Como foi a aula?
— Que aula? — Me olha com os olhos semicerrados, então lembro que cabulei as aulas naquela manhã com Jimin. — Foi boa — digo. — E no trabalho?
— Bom também.
— Falando em trabalho. — Lembro do currículo de Seoyun. — Pode fazer um favor pra mim?
— Claro.
Eu peço para que espere um momento e refaço o caminho até meu quarto correndo, pegando o envelope que deixei sobre a mesa do meu computador antes de descer de novo.
— A mãe de um amigo meu está procurando emprego — conto, estendendo o papel para ele. — Quando tiver tempo, pode dar uma olhada? Ou, sei lá, encaminhar para algum lugar que esteja contratando? — Ele pega o envelope da minha mão. — Mas só quando tiver tempo, não precisa ser agora.
Apesar de eu ter frisado que não precisava ser agora, meu pai deixa o copo de lado e tira a única folha A4 de dentro do envelope e começa a ler. Bem na minha frente.
— Mãe de um amigo seu? — Me olha brevemente, arqueando uma das sobrancelhas. — Por um acaso-
— Sim, pai. Esse mesmo. — Coloco as mãos na cintura quando ele sorri.
Nego minimamente com a cabeça e pego um copo, usando o filtro da geladeira para encher de água.
— Hmm... É graduada — murmura com a atenção presa no papel. — E fez um monte de curso, olha isso!
— Aparentemente a ambição pelo conhecimento é de família — comento, atraindo a atenção do meu velho.
— Ele é inteligente também?
— Porra! — solto, soprando um riso em seguida. — Ele sabe um pouco de tudo, definitivamente.
Meu pai continua me encarando por um tempo antes de sorrir e voltar a atenção para o currículo, negando com a cabeça.
— Que foi, Seokjin? Tá me julgando de novo. — Ele gargalha e continua negando com a cabeça.
— Não estou julgando, já falei. É que é engraçado como funciona a amizade dos adolescentes de hoje em dia. — Olha o verso do papel, mas está em branco. — Você tá apaixonado, querido. Só não percebeu ainda.
Minha vez de gargalhar.
— Caralho... Você falou igualzinho a um velho de sessenta anos lembrando do passado. — Enfia o currículo de volta no envelope. — E ainda bem que está diferente, porque na sua época segurar a mão já estava namorando. Emocionados. — Deixo o copo na pia. — E eu não tô apaixonado.
Coloca uma das mãos na cintura. A cara é engraçada, com certeza não está me levando a sério.
— Não é só porque eu fodi com uma pessoa mais de uma vez que, necessariamente, preciso namorar com ela, pai. O povo gosta de rótulo, viu? Puta merda...
— Hm, sei... — Balança o papel na minha direção. — Vou deixar no RH amanhã, é um bom currículo. — Deixa o copo ao lado do meu antes de caminhar para fora da cozinha. — E não tem problema você transar com alguém sem compromissos e rótulos, o ponto que quero chegar é quando você ESTÁ apaixonado e não admite. E esse é o seu caso, meu príncipe.
E aí ele some.
Estalo o pescoço e me viro para a pia, lavando os dois copos.
— Tsc! Não tô apaixonado — resmungo sozinho, para mim mesmo.
░★░
E aí, anjos! Como vocês estão?
METADE DA FIC CONCLUÍDA COM SUCESSOOOOO VAMBORAAAA
Tô empolgada!
A mamãe do JK quer tentar consertar as coisas... Será que ela vai conseguir?
Namoral, a Elisa é muito gata. Muito minha crush
Jikook cabulando aula pra ficar juntinho 🤧
O JK disse que precisa de óculos no olho esquerdo 😂 imaginei ele usando um monóculo do século IX KKKKKK
Jimin desabafando sobre o filho da namorada do pai dele e o Jungkook mandou logo um "passível a uma foda casual" KKKKKK esse muleque é tudo pra mim
O Jin já percebeu o romance, quando será que os Jikook vão perceber também?
SPOILER: próximo capítulo tem um hotzinho. Orgasmo via chamada 👌
Minha conta no twitter é @DanKyunsoo e no Instagram é @dan_kyunsoo
Se amem. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 💜
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