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17 ! GOODBOY

SALVEEEEEEEEE

Espero que gostem do capítulo, comentem bastante, deixem a se isso acontecer e boa leitura 💕


░★░


Gatinho de madeira
Playboy folgado
Sexo ou café?
★★★

Eu tô besta.

Não, porra, eu tô besta pra caralho. Idiota mesmo. Tipo, sorrindo para, literalmente, qualquer coisa.

— A gente precisa ir pra aula — Jungkook anuncia, separando a boca da minha apenas para dizer isso.

Mas volta a me beijar logo depois.

Não é mais noite como quando chegamos. O céu, o mar e a superfície são, agora, iluminados pelo sol. O calor é fraquinho, toca a minha pele com suavidade porque já não visto mais o jaco. É gostoso. Além, é claro, do toque dos lábios alheios nos meus, da mão tatuada na minha nuca, da minha mão na coxa dele.

— Ou você está a fim de matar comigo?

Descola mais uma vez para dizer.

— Desencana, cara. Faltei quatro vezes em três anos, você não vai conseguir me fazer faltar mais uma.

— Mentira que você só faltou isso. — Se afasta, me olhando com uma expressão engraçada de choque.

— Sem caô. — Selo os lábios dele uma última vez antes de me afastar de fato. — Já são seis horas.

— Jimin, eu já tô com setenta e duas faltas. — Olho para ele. — Só esse ano.

Gargalho.

— Você não estuda e passa de ano, impressionante. — Volto a atenção para o pequeno café da manhã que Jungkook trouxe, do qual só tem um pedaço de torrada agora, e começo a juntar e guardar de volta na mochila.

— Mas você me ajudou. Mais vezes do que posso contar.

Jungkook, quando pede a minha ajuda em alguma matéria, geralmente é um ou dois dias antes da prova ou de qualquer outro tipo de atividade avaliativa. Eu faço um breve resumo do que eu sei, conversando porque nem adianta escrever que ele não lê, e ele absorve muita coisa. Para falar a verdade, está mais para um debate do que uma aula onde o professor fala e os alunos escutam barra copiam o que está no quadro. A gente só troca uma ideia sobre o assunto; ele sempre sabe uma coisa aqui e acolá. E acaba me ajudando a estudar também, porque falando com ele me ajuda a fixar a matéria.

O foda é que Jungkook só precisa escutar para saber das coisas. Ele tem uma memória surreal, além de, mesmo estando fazendo uma coisa, conseguir prestar atenção em outra. Basta mostrar uma única vez como se faz para ele reproduzir com perfeição depois.

Jungkook curte a prática, foge da teoria. E eu sou exatamente o contrário.

— Sim, eu sou um amor — me gabo, e rio da cara de nojo que ele faz.

— Não pode elogiar. — Se apoia no joelho e fica de pé. — Vamos, delícia, que eu ainda tenho que te deixar no ponto. A menos que você queira chegar na escola de Ducati agarradinho em mim.

Estende a mão para mim e não hesito em aceitar a ajuda para levantar.

— Adoraria — murmuro, grudando meu peito no dele quando fico de pé. — Mas, para não foder ainda mais a minha saúde mental, é melhor não.

Deixa um selinho na minha boca.

— É, você vai ser o centro das atenções se chegar comigo. — Se afasta, pegando a mochila com uma mão e o capacete com a outra.

— Me arrepio em agonia só de pensar.

Faço careta só de imaginar meu nome rodando os corredores daquela escola, além de todos os olhos começarem a se voltar para mim por onde quer que eu passe. Eu não gosto de saber que estou sendo observado.

Gosto de ser invisível.

Caminhamos de volta para onde a moto está estacionada e subo nela logo depois de Jungkook. Eu avisei aos meus pais na noite anterior que iria sair um pouco mais cedo de casa e que provavelmente eles nem teriam acordado ainda. Só não falei que horas exatamente, e nem o porquê, mas eles não pareceram se importar tanto.

No momento eles tem outra coisa para se preocuparem.

— Obrigado por hoje, bebê — falo assim que desço da moto, já na parada de ônibus. — E pelo presente. Eu amei muito. — Mordo o lábio inferior, sorrindo em seguida, contendo alguma coisa muito grande que, de repente, quer tomar conta de mim de dentro para fora.

É bom, mas me assusta um pouco.

— Que gracinha ele, está todo vermelho. — Cruzo os braços. — E agora tá com cara de putão, que delícia...

— Mete o pé do meu morro!

Ele ri alto e olha de um lado para o outro na rua antes de se inclinar na minha direção quando tem certeza que estamos sozinhos.

— Não estamos no seu morro — diz, bem baixo.

— Não subestime o poder da favela, mauricinho — digo no mesmo tom, olhando nos olhos bonitos dele.

Estão pertinhos de mim.

— Hm... Mas mesmo se você não dissesse que gostou do presente eu saberia. — Sela o canto da minha boca e depois cola os lábios na minha orelha. — Você está muito boiola agora, gatinho.

Meu rosto esquenta de um jeito que eu não consigo controlar ao que tais palavras são ditas baixinho e manso. Só pra mim.

Pra mais ninguém.

— Evapora da minha frente, na moral? — Mal abro a boca para dizer, arrancando risadinhas dele.

— Você fica uma delícia soltando essas gírias, sabia?

Umedeço a boca, gostando de saber disso. Eu venho me adaptando ao ambiente que costumo conviver nos últimos anos. Tive que parar um pouco quando comecei a estudar na escola de elite e trabalhar no centro da cidade, porque eles não entendiam o que eu falava e chegou num momento que eu perdi a paciência de explicar. E porque já fui chamado atenção pela patroa para tomar cuidado com o jeito de falar com os clientes. Em contrapartida, quando estou na comunidade, meu vocabulário também é diferente. Porque a galera de casa não entenderia se eu falasse da mesma forma que falo com a elite.

E ainda levaria um tapa na nuca por estar falando frescuras.

Ergo a mão e toco os lábios bonitos com o indicador.

— Aprende com o Rei, moreno: não é gíria, é dialeto — ensino, me aproximando até substituir o toque pela minha boca.

— Dialeto. Ok. Anotado — sussurra de volta, pressionando mais os lábios nos meus.

Jungkook me dá um último beijo e, infelizmente, se afasta.

— Até qualquer dia desses, gostoso — se despede, me lançando uma última piscadela antes de ir para a escola e me deixar ali no ponto de ônibus.

Hiperventilando.

— Desgraça — xingo quando sento, cobrindo o rosto quente com as duas mãos.

Estou me sentindo quente. O corpo inteiro.

Tá calor demais.

— Tá perdido, menor?

Minha atenção é chamada pela voz alta e conhecida por mim, é quando ergo a cabeça e olho para o lado que percebo o homem há poucos metros de onde estou junto de outros dois.

E eles estão vindo na minha direção.

Fodeu.

— Esperando a condução — respondo. — Tranquilidade?

Comprimento os outros com um aceno de cabeça, recebendo o mesmo de volta.

— Suave — Besouro, que está no meio dos outros dois, diz, puxando as pernas do calção largo para cima antes de sentar ao meu lado.

Os dois homens se mantêm em pé, de braços cruzados. Eu conheço eles também.

— Como tá a tia?

— Bem, na medida do possível. Ela e meu pai vão se separar, então... — digo, apoiando os cotovelos nas coxas.

— Chegou no meu ouvido, que fita. — Murmuro em concordância. — Tão precisando de algo? Dinheiro? Alguma coisa?

— Tá suave — garanto. — Valeu.

Ele assente com a cabeça, desviando os olhos da rua para mim. Estamos na principal e não lá em cima no morro, o que quer dizer que Besouro estava à minha espera aqui embaixo.

Desvio os olhos do homem para o chão .Ninguém diz mais nada, mas consigo sentir os olhos dos três em mim.

— Papo reto, Jimin.

— Manda.

— Tu tá andando com filho de polícia? — Prendo a respiração por alguns segundos, negando com a cabeça. — Olha pra mim, comédia. Tô falando contigo, caralho.

Ergo a cabeça e olho no fundo dos olhos dele. Toda a esclera, que deveria ser branca, é tingida de preto. Não dá para saber onde começa e acaba a íris. É tudo uma coisa só. Tudo preto.

Eu consigo me ver nos olhos de escuridão dele.

— Me mandaram descobrir porque tem um playboy folgado subindo o morro como se tivesse em casa. — Franze o cenho.

Apesar de Jungkook não vir tanto, estava demorando perrecarem com ele.

— Advogado, Jimin — observa. — O pai dele é advogado. doutor Kim... Não. Jeon... Seokjin? Tribunal da minha pica. Eu não consegui descobrir muita coisa, me diz se procede as informacão.

Nego com a cabeça de novo.

— Procede — digo, nem pensando na possibilidade de mentir. Mentir nunca é uma opção. — Mas ele não é criminal. E mesmo se fosse, tá sob controle. O garoto é minha responsabilidade.

— Isso. Sua responsabilidade. Tá ficando esperto, cria. Gosto de moleque atividade assim. — Olha em volta. — E sabe o que isso significa, né?

— Sei.

Significa que eu rodo se Jungkook não se comportar.

— É melhor tu manter seu namoradinho na linha — alerta quando volta a atenção para mim. Então segura uma das minhas mãos. — E cê sabe como B.O é resolvido aqui em cima. Eu mesmo faço você apagar ele. — Me faz tocar a base das costas dele. Eu estremeço quando sinto o punho da arma mesmo por cima do tecido fino da camisa. — Sacou?

— Saquei. Ele vai se comportar.

— Acho bom memo. Não atrasa o meu lado que eu não atraso o teu, fechô?

— Demorô.

Me solta e fica de pé enquanto ajeita a camisa.

— Manda um beijo pra sua mãe, faz um tempo que não vejo ela.

— Mando sim — digo, me sentindo meio mole.

— Aí, vacilão — Olho na direção de um dos caras que ainda estão parados perto de mim. O mais baixo deles. — Tá ficando adulto hoje, maluco. Parabéns. Sabe o que significa, né?

— Não significa nada, Cebola. E obrigado — agradeço, sorrindo. Ele me lança um olhar atrevido, cúmplice.

— Fica moscando não, hein, menor — Besouro me alerta. — E qualquer fita me liga que eu colo com quem e o que for preciso.

— Visão da boca — digo, o que faz ele sorrir todo orgulhoso, como se não tivesse acabado de dizer que vai me obrigar a matar o meu amigo se ele aprontar alguma. Enfim, esse é o Besouro.

— Esse é meu cria. Tô orgulhoso — diz, bagunçando os meus cabelos.

— Minha mãe mete a chinela em nós dois se te ouvir dizendo isso pra mim. — Empurro a mão dele para longe e fico de pé.

— Olha o respeito. — engrossa a voz, acertando a minha nuca com um tapa. — Se comporta na escola, hein? E clareia a mente do playboy.

— Deixa comigo. — Franzo o cenho por um segundo. — Me deixa bater um rádio pro otário do teu patrão?

— Ó, moleque, abaixa essa tua bola. — O tom é calmo, há um sorriso ladino. — Ele vai aparecer quando for a hora, não se mete que a fita não é contigo.

— Pode crer. Só avisa que o moleque aqui ainda existe, tá? — De repente estou com raiva, Besouro percebe e não me repreende. — Já que a consideração comigo ele enfiou no rabo.

Apesar dos pesares, eu, Besouro, Cebola e o atual patrão deles crescemos juntos. Lógico que não falaria da forma que estou falando se não tivesse intimidade o suficiente para isso.

Besouro trava a mandíbula e desvia os olhos, respirando fundo ao enfiar a mão embaixo da camisa. Quando tira, traz o rádio comunicador junto.

— Doze — fala ao que cola o aparelho na boca.

Há um delay na resposta.

Quê. — Escutar a voz mesmo que pelo áudio horrível daquele negócio me faz engolir em seco. Ficar nervoso.

— Teu filho tá choramingando aqui. Quer a sua atenção — Besouro diz, Cebola ri e eu cruzo os braços no peito.

Outro delay, desta vez mais longo.

Chama a mãe dele. — A resposta debochada me deixa ainda mais irritado.

Eu bufo e viro para a rua, dando sinal para o ônibus que se aproxima.

— Tem coisa que foge do controle, cria.

— Aham, Sávio, sei como é — digo igualmente debochado. Sávio é o nome verdadeiro do Besouro. — A gente se tromba. E já que o Doze não quer falar comigo, diz que eu mandei ele ir tomar no cu dele então.

O motorista para no instante em que concluo a fala, então entro no coletivo quando a porta se abre. Eu poderia tomar taxada, mas sei que não vou. Porque ninguém se mete entre Doze e eu; mesmo que nós dois não nos falemos há anos por motivos que nem eu sei.

E talvez seja melhor eu não saber, apesar de sentir que preciso.

Quando sento no fundo do ônibus, vou o caminho inteiro com a cabeça encostada na janela, dividindo meus pensamentos entre a comida de rabo que acabei de levar por causa do Jungkook e as cenas na areia da praia e no ponto com o dito cujo. Além, é claro, de não conseguir não sorrir sempre que olho para a pequena escultura de gato na minha mão.

Não consigo largar um minuto.

— Cadê aquele anel seu?

Minhyuk questiona quando senta ao meu lado. Estou na biblioteca. Geralmente, em todos os meus tempos livres, é nela que eu me escondo. E Hyuk sabe disso.

— Hm... — Encaro a minha mão direita, onde o anel de caveira costuma ficar quando está comigo. Mas Jungkook pegou noites atrás. — Acho que perdi. Eu vivo perdendo ele, daqui a pouco aparece.

Olho e sorrio para o garoto.

— Hm... — Vejo que os olhos dele se mantêm na minha mão. — É que eu vi um parecido com o Jungkook.

Pisco algumas vezes seguidas; mais vezes do que o necessário para quem não quer mostrar que não está nervoso.

— Não é como se aquele anel fosse exclusivo — digo tentando não parecer tão rude.

— É, pode ser. — Apoia o cotovelo em cima da mesa.

— E aquela garota que te beijou? — Tento mudar o foco dele para outra coisa. E consigo.

— A gente tá namorando!

Arregalo os olhos. Não por saber que Minhyuk está namorando uma mulher da faculdade, mas por ter quase berrado tal informação.

— Eu já fui expulso daqui por sua causa, não faça isso outra vez — ralho, mal abrindo a boca.

— Desculpa. — Coça a nuca. — É que eu me empolgo às vezes.

— Nem notei. — Olho para o bibliotecário, aliviado por não ter chamado a atenção dele. — Em tom baixo, me conte mais sobre isso.

E ele me conta. Hyuk me conta com detalhes até demais para o meu gosto. Tipo quando transaram na cozinha da casa dele. Para falar a verdade, o corto antes que me dê mais detalhes desnecessários. Mas ele parece contente com o namoro e eu gosto de ver que as pessoas estão bem.

Me faz bem também.

Minha manhã não é tão diferente das outras. A única coisa que muda é o fato de eu ter ido na diretoria deixar o discurso para que a diretora Jeon lesse e avaliasse. De resto, tudo ocorre na mesma monotonia de sempre, seja na escola ou no trabalho. Meu dia é... igual. Igual a todos os outros.


Jungkook

|Tá mais calmo?

[18:53]


E aí, no início da noite, Jungkook me manda mensagem, fazendo meu dia melhor uns 1000% apenas por me fazer sorrir daquele jeito para a tela do celular.


Eu

Vsf|

[18:55]

Jungkook

|Não. Não tá mais calmo

[18:55]

Eu

Vsf de novo|

[18:55]

Jungkook

|Ok. Já q vc tocou nesse assunto...

|N é bem ME foder q eu quero

[18:56]


Eu já tenho em mente o que provavelmente seja, mas digo mesmo assim:


Eu

Compartilhe|

[18:57]


Então aparece "Jungkook está gravando áudio" e sei que ele vai me provocar. Eu conheço a peça. Sei que vai falar baixaria.

Não demora muito para chegar para mim.

Tem quase trinta segundos e eu respiro bem fundo antes de clicar para reproduzir e aproximar o celular da orelha para que apenas eu escute, mesmo estando sozinho no quarto.

O áudio começa com um suspiro longo dele.

— Tava brisando aqui e... fiquei excitado, sei lá. Bateu uma vontade de te ver sentando pra mim. — Fecho os olhos com força. — Sabe, daquele jeito que eu nem preciso te guiar. Nem meter. Você sabe como. — Puxa o ar e estala a língua na boca. — Ai, tô duro.

E aí acaba.

D e s e s t a b i l i z a d o.


Jungkook

|KKKKKKKKK

|Faz cinco minutos já

|ME RESPONDE

[19:02]

Eu

PORRA|

Olha oq vc me mandou!|

Eu preciso de pelo menos vinte minutos pra me recuperar|

Calma ae|

[19:03]

Jungkook

|Sei

|Vai ou n sentar em mim?

[19:03]

Eu

É claro q s|

Sempre|

Mas agr n dá né bb|

[19:04]

Jungkook

|Ai q merda n poder te ver sempre q dá vontade

|Posso te ligar?

[19:04]


Por que tudo me deixa ansioso?


Eu

Pode|

[19:05]


— Uma pergunta — diz no segundo seguindo em que atendo a ligação. — Qual a diferença entre andar rápido e correr devagar?

Fecho os olhos, apoiando os cotovelos sobre a superfície da mesa de estudo e tocando a têmpora com a ponta dos dedos da mão que não segura o celular.

— Sua cabeça funciona de um jeito diferente, Jungkook. Eu não consigo acompanhar — resmungo. Ele ri.

— A resposta é interessante — diz. — É que quando você corre, em algum momento você flutua. Seus pés não tocam o chão. — Faz uma pausa. — Ao contrário de quando você está andando. Mesmo que ande rápido, um dos seus pés ainda vai estar tocando o chão quando o outro tocar.

— Eu nunca tinha pensado nisso.

Ele solta uma risadinha, que se transforma em um falso choro logo em seguida.

— Jimin, eu não fiz nada hoje. Perdi quatro horas do meu dia no Tik Tok. — Abano a cabeça de um lado para o outro. — Bebê, o pênis de uma baleia pode pesar até quatrocentos quilos. Você sabe o que são quatrocentos quilos?

— Quatrocentos quilos.

— EXATAMENTE! Jimin, a minha moto tem duzentos quilos. O pênis de uma baleia azul equivale a duas motos do Jungkook!!! Dez quilos de testiculo e trinta litros de esperma! É MUITA COISA!

— Cristo... Sai do Tik Tok, Jungkook — quase imploro.

— Desculpa, eu me exaltei. — Ele respira fundo e pigarreia. — Eu tenho outra pergunta. Essa é importante.

— Manda.

Faz uma pausa dramática. Já sei que vem merda.

— Sexo ou café?

— Café.

— Hmmm, nem hesitou.

— Eu vivo sem sexo — digo. — Sem café não dá.

— Eu ainda não tenho uma opinião sobre isso. Pra mim ainda é um questionamento a se refletir bastante. — Sopro um riso.

— Idiota.

— Outra pergunta. — Murmuro para que continue. — Você está bem? Muitos presentes de aniversário?

Suspiro longamente.

— Além do gracioso gatinho que ganhei de você? — Murmura em concordância. — Um pombo cagou no meu braço. — Ele gargalha. — É sério! Eu estava esperando o ônibus e senti algo diferente cair no meu braço. Foi um presente em tanto.

Jungkook parece gostar bastante de saber dessa situação de merda – literalmente – já que ri ainda mais.

— Hm... Ganhei um abraço da minha mãe. E do Yoongi também.

— Olha só, o pistache tem coração. — Sopro uma risada.

— Ele tem sim. Yoon é um amorzinho, ok?

— Imagino que sim.

— E tomei uma taxada do braço direito do tráfico — conto, um pouco mais mais baixo do que as outras coisas, e sopro uma risada depois ao lembrar de mais cedo.

— O que isso quer dizer? — Jungkook hesita, mas pergunta.

— Que se você não pisar fofo na quebrada, a coisa não vai ficar bonita pro meu lado. Nem pro seu. — Ele gagueja sem dizer algo realmente entendível, me faz rir mais alto. — Relaxa, gato. É só chegar na maciota, tratar os moradores com respeito e lembrar que não tá em casa. O resto eu me viro.

— Certeza que está tudo bem?

— Absoluta — garanto. — Eu... Espera aí, bebê. Não desliga — peço baixo para o moreno ao escutar batidas na porta do meu quarto. — Pode entrar!

Quando abre, sorrio ao ver meu pai aparecer. Ele também sorri para mim.

— Tudo joia? — o mais velho pergunta e eu deixo o celular discretamente sobre a mesa.

— Tudo. — Me viro mais na direção dele, mas continuo sentado na cadeira. — E com o senhor?

— Também.

— Chegou agora?

— Uhum.

Passa a mão pelos cabelos castanhos quase rasteiros de tão curtinhos.

— Eu queria... — Ele parece sem jeito. Não com vergonha, mas sem saber como dizer o que quer dizer. — Hm... — Coça a nuca. — Você vai fazer alguma coisa nesse final de semana?

Balanço a cabeça de um lado para o outro.

— Não vou. Precisa de mim?

— É que... — Meu pai é uma graça. Eu sou bem parecido com ele fisicamente falando. E talvez um pouco da personalidade também. — Eu vou me... me mudar no domingo. — Engulo em seco. — Eu consegui um lugar e... não é tanta coisa pra levar pra lá, mas queria você comigo — confessa. Ele tem dificuldade de olhar nos olhos das pessoas quando está conversando, então sempre acaba achando outra coisa mais interessante para olhar. — A gente não tem passado tanto tempo junto e... se não tiver problema, e se quiser, queria que me ajudasse. A gente pode até almoçar em algum lugar diferente. Chique. Por causa do seu aniversário.

Por mais que eu deteste a ideia de ver ele indo para longe, jamais deixaria meu pai. Ele é tudo para mim. E da mesma forma que se doou para me dar tudo o que tenho hoje, assim como a minha mãe, darei tudo de mim para vê-lo feliz e realizado.

— É claro que eu vou, pai.

Ele mostra um sorriso tão bonito... Cacete, faz muito tempo que não vejo um sorriso tão bonito assim vindo dele. Tão sincero. Tão aliviado.

— Sério? — Assinto, oferecendo um sorriso tão largo quanto.

— Pode contar comigo.

Ele não se segura e vem me dar um abraço. Eu acho engraçado o jeito desengonçado dele.

— Parabéns — deseja, batendo nas minhas costas.

— Obrigado.

Ele se afasta.

— Eu vou deitar... — Aponta para a porta ao mesmo tempo que anda até ela. — Sabe que se precisar de mim é só chamar, não sabe?

Assinto e sorrio.

— Tudo bem, hm... Boa noite.

— Boa noite. Bença — peço. Ele retribui meu sorriso com outro maior ainda e, logo em seguida, sai do quarto e fecha a porta, me deixando sozinho de novo.

Suspiro e volto a me ajeitar na cadeira, pegando o celular de volta.

— Tá aí ainda?

— Seu pai parece ser um cara legal — Jungkook comenta.

— Ele é. Eu amo ele. — Aliso o rosto, rindo quando Jungkook solta um "ownt" manhoso. — Otário.

— E como as coisas estão por aí?

— Não sei... É a primeira vez que eu vejo ele sorrindo em tempos e a minha mãe parece estar tentando voltar. Inclusive, vou ajudar ela a atualizar o currículo e distribuir. — Fecho os olhos. — Talvez melhore quando meu pai for.

Jungkook fica quietinho por um tempo.

— Me passa o currículo dela quando estiver pronto. Posso entregar ao meu pai, sei lá. Ele–

— Não esquenta, moreno. Tá tranquilo, eu desenrolo.

— Para de ser orgulhoso, Jimin. Eu quero te ajudar. — Umedeço os lábios. — Eu prometo que não vou pedir que dê uma atenção a mais se esse é seu medo, só vou entregar. — Aliso a têmpora. — Por favor, me deixa ajudar.

Deixo um suspiro longo escapar, passando a mão na cabeça e jogando tudo para trás.

— Ok — murmuro. — Mas só se não for in–

— Você nunca incomoda, Jimin. Eu já te falei isso.

Jungkook fica irritado comigo às vezes e não faz questão de esconder quando isso acontecesse.

— Hm... — Penso em alguma coisa para mudar de assunto. — Que fita é essa de testículo de dez quilos?

Ele sopra uma risadinha.

— Uhum. Dez quilos em CADA testículo. — Dá ênfase quando fala "cada". — É um super saco!

Não consigo controlar a risada alta, mas cubro a boca para abafar.

— É sério, sai do Tik Tok — peço outra vez.

— Também acho que devo fazer isso.

Jungkook e eu passamos mais tempo conversando do que achei que ficaríamos. Me assusto quando olho no relógio do ecrã do meu celular e noto que vão dar dez e meia da noite.

— Melhor eu desligar... — anuncio baixo, não querendo ter que fazer isso.

— Sim...

Meu quarto está escuro e eu havia trocado a cadeira da mesa de estudos pelo conforto da minha cama há mais de duas horas. Nossa conversa, diferente de como começamos, está mais baixa. Eu porque não quero chamar a atenção dos meus pais, Jungkook porque... não sei porque, mas ele também abaixou o tom.

É gostoso. A voz baixinha e rouca contra o meu ouvido me traz boas sensações, parece que está dejtado comigo.

— Aí, que tal, quando eu puder sentar pra você — começo, sorrindo para o escuro. — a gente comer um bolo? Daquele gostoso que você faz.

Ele sopra uma risada sapeca.

— Boa ideia, maconheirinho. — Mordo o lábio inferior quando noto que o tom dele está ainda mais grave. Fica assim quando ele está excitado ou vai falar algo completamente pervertido. — Transar chapado é tipo...

— Tipo surreal — completo, fechando os olhos e lembrando das vezes que transamos nesse estado.

— Exatamente. Pensando melhor, você nunca sentou em mim chapado. Puta que pariu, loiro, eu preciso disso! — Ele quase geme quando confessa. — Vou fazer pra gente. — Engulo a saliva que acumulou na minha boca de repente. — Só que eu tenho um apelo.

— Hm.

— Eu quero no meu quarto. Quero te comer na minha cama.

— Sei não...

— Meus pais já sabem de você, bebê. Minha mãe não mora mais aqui e meu pai passa o dia fora. — Em quase três anos que nos conhecemos, essa será a primeira vez que vamos transar em uma cama. — Vai? Dorme aqui em casa, a gente fica chapado, transa gostoso e você não precisa se preocupar em voltar pra casa antes dos seus pais acordarem.

É tão tentador. E o fato dele estar usando, talvez propositalmente, aquele tom rouco e baixinho deixa tudo tão mais gostoso.

— Inferno — xingo, sôfrego. — Vou pensar, pode ser? Mas não pode ser nesse final de semana porque vou ajudar os meus pais.

— Perfeito. Bom que eu ganho tempo para te convencer a vir pra cá. — Rolo os olhos. — Vai dormir, vai? Amanhã é quarta-feira ainda. Você precisa descansar, acordou muito cedo hoje.

Choramingo, tanto por ainda ser quarta-feira quanto pelo fato de não estar nem um pouco a fim de parar de falar com ele.

Mas sei que está certo. Sei que preciso dormir e descansar, ainda mais pelo fato de eu ter acordado às quatro da manhã para ver o sol nascendo.

— Boa noite, moreno. — Então me despeço, mesmo que a minha vontade seja passar o restante da noite e toda a madrugada na companhia dele.

— Dorme bem, gostoso. Até... — Faz uma pausa. — Breve.

É foda. Foda me despedir dele, quando a gente se vê pessoalmente, sem saber quando exatamente vamos nos ver de novo. Por exemplo: da vez em que meu bairro ficou quase uma semana em conflito com a polícia. Foi estabelecido um toque de recolher e, para evitar ainda mais tragédias das que aconteceram, me manter afastado de Jungkook era a melhor solução.

Não foram dias legais.

Ou então quando ficamos duas semanas inteirinhas sem nos tocar, apenas nos esbarrando pelos corredores da escola vez ou outra. Também não foram dias legais. Eu estava ocupado demais com o trabalho, além de ter sido o período de provas e seminários no colégio, e não tivemos tempo. Eu não tive tempo. Chegava em casa cansado e acabava negando os pedidos de encontro para dormir mais cedo na tentativa de, na manhã seguinte, acordar com o mínimo de energia para aguentar mais um dia.

A questão é que sei que não está tão longe de acontecer outra vez, porque em algumas semanas será fechamento de bimestre e começa tudo de novo.

— Tchau — digo baixo, mordendo o lábio inferior com força quando escuto um bip, indicando que a chamada foi finalizada.

Eu largo o celular, viro para o lado e me forço a dormir.


░★░


E aí, anjos! Como vocês estão?

Tá pensando que favela é bagunça? Jimin tomou logo uma puxada de orelha por causa do playboy folgado kkkkkk

Doze aparecerá outras vezes

Na moral? Essas conversas aleatórias deles me quebra vey. Eu não tenho saúde mental pra tanta fofura não pqp

O pai do Ji todo pitico 🤧

SPOILER: no próximo capítulo o JK também vai dar um passo importante na vida dele. E é a vez do Jimin presentear o moreno dele. Aguardem

Minha conta no twitter é @DanKyunsoo e no Instagram é @dan_kyunsoo

Se amem. Se cuidem. Se hidratem. Se protejam 💜

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