~ Capítulo 2 ~
Tava tudo errado. Tudo errado.
Como que aquela menina doida tinha conseguido colocar caraminholas na cabeça dos meus pais ao ponto deles acharem na cabecinha maluca deles que por um relapso de consciência eu seria tão ridículo ao ponto de roubar a noiva do meu irmão? Meu histórico tava tão ruim assim, Deus?
Resumindo bem resumido, a história até aquele ponto era muito comprida de contar, mas era basicamente assim: meu irmão teve a brilhante ideia de conseguir uma esposa escolhendo lindas meninas para dentre elas escolher uma esposa por meio de um reality show com as duas mais belas.
Mas o cérebro dele deu uma surtada e o modesto senhor certinho ― vulgo meu irmão ― perdeu alguns neurônios quando decidiu escolher uma songa monga de voz fina que, por Alá, dava vontade de jogar aquela mina do décimo andar e uma outra que até que era bonita e respondona, eu gostava de meninas que davam um certo trabalho em domar, mas que era outra doidona surtada!! Eu não sei mesmo o que o doido do meu irmão viu nela, porque aquela brasileira tinha mais defeitos do que qualidades! Por Alá!
E isso porque eu disse que ela tinha uma qualidade, era dura na queda, e era bonita também, devo admitir, mas a doida era bagunceira, doida, claro, elogio suficiente para descrevê-la, surtada, não batia muito bem da cabeça, vivia com ideias de mandar no meu irmão e ir trabalhar no restaurante e era muito avançada das ideias. Deve ser culpa dos trópicos. Muito avançada no feminismo dela.
Sério, já estava na minha lista que brasileiras tinham se tornado proibidas para mim depois de ter uma cunhada doida. Ter uma esposa também assim seria um crime para a minha família.
Bom, mas resumindo bem, meu irmão tinha escolhido amar essa louquinha... (ou não teve opção, tenho lá minhas dúvidas de que ele tentaria arrumar outra mina depois do trabalhão que teve com apenas duas.). Imagina tentar tudo de novo?
Outra loucura nessa história (sim, mais loucura): uma delas deu defeito e engravidou de outro homem e a outra surtada (a brasileira) foi o que restou para o Ham que não estava mais a fim de experimentar romances com ninguém e decidiu que a doida dava para o gasto. Então ele decidiu amar a louquinha da brasileira, mas a outra menina do defeito começou a ameaçar eles, capturou o tonto do irmão da Pâmela (nome da doidinha, bagunceira, brasileira, só para que fique claro), e agora pouco fez os meus pais quase expulsarem o meu espírito do corpo com a ideia de gerico de que eu era um depravado (até era), mas não ao ponto de roubar a noiva que meu irmão tinha escolhido para si, mesmo meu irmão estando sendo intimado a casar com a menina do defeito.
Não entendeu essa história maluca? Tudo bem, bem-vindo ao meu time. É nessa loucura sem precedentes que eu estou metido, sem entender as coisas direito. Se quer entender melhor tudo isso, é só ler o livro que a minha cunhada escreveu: o acordo perfeito.
A questão aqui era que eu estava de saco cheio, porque aquele, sem dúvida, tinha sido o dia mais cheio da minha vida!
Recapitulando o dia só para que vocês entendam como a minha vida deu uma surtada geral galera! Vamos lá: Pam invadiu o meu apartamento conseguindo destruir mais do que o Godzilla ― sim, ela conseguia ser pior do que aquele bicho que acabou com Tóquio inteiro em um filme podre ― E isso porque a menina com defeito a expulsou de casa praticamente nua, então ela teve que ir atrás de alguma roupa e fez isso justamente no meu apartamento, destruindo o meu apartamento por tabela (ela devia ter feito isso só com o apartamento do Ham ― meu irmão ― e não o meu para conseguir apenas uma maldita roupa! Ou seja, não bastava ela destruir um apartamento e bagunçar, ela conseguia a destreza de fazer isso com dois apartamentos).
No fim, eu só conseguia pensar em que mulher era aquela que tinha colocado o apartamento de pernas para o ar? Justo o meu apartamento de pernas para o ar?
Segundo, fiz a besteira de olhar uma segunda vez, porque embora eu não seja idiota de pegar a noiva do meu irmão, eu também não sou cego para dar uma boa olhada quando uma mulher está usando uma roupa sua sem peças íntimas.
E merecidamente - muito merecidamente mesmo - ganhei um bom soco do meu irmão por fazer comentário inapropriado em momentos mais inapropriados ainda por culpa de Grace (a menina do defeito).
Mas acho que eu merecia um desconto, afinal, já estava começando a achar que eu tinha enlouquecido de vez e pensava sinceramente como Ham ainda não tinha feito o mesmo.
Conseguindo deixar o dia mais interessante, meus pais chegaram e acreditaram na história mais mentirosa do universo de Grace de que eu estava tendo um caso com a menina Godzilla! E eu quase morri porque se depender do meu pai ele perde um filho, mas preserva a família de tamanho disparate!
Mas você acha que o dia acabou por aí? Não! Ele não acabou! Mas depois dessa, eu decidi nem voltar para casa e ir direto procurar um bar para turistas para beber.
Porque a Pam maluca conseguiu complicar ainda mais aquele dia achando um ex do quinto dos infernos e fazendo Ham estourar e o povo aplaudir, e o meu pai colocar mais lenha na fogueira.
Enfim. Para mim aquele dia já tinha dado.
Ou eu bebia, ou morria.
Não era certo beber pela minha religião. Eu não costumava fazer isso salvo em exceções, quando precisava ver que prato combinaria com que bebida para os turistas que viessem apreciar nosso restaurante. Por outro lado, Dubai só permitia que turistas bebessem, de forma que os moradores seguissem o recomendado pelo profeta. Mas eu esperava que eles entendessem que aquele dia tinha sido louco demais e que eu precisava de uma bebida urgente, longe dos meus pais, longe do apartamento, do restaurante, de tudo. Mesmo que isso fosse pecado.
Eu já estava no inferno com Pam, Grace e Ham mesmo, não ligava mais.
Aliás, corrigindo, eu já tinha experimentado o inferno antes disso. Mas não gostava e nem queria complicar ainda mais o meu cansaço mental do dia com aquelas lembranças doloridas do passado.
E foi por isso que eu decidi ir para um bar que atendia turistas. Embora eu tivesse nascido ali, eu tinha um passaporte falso para esses momentos bem críticos que vez ou outra apareciam na minha vida.
Eu sei que precisava evitar beber. Costumava ficar muito pavio curto quando isso acontecia e um pouco desinibido, era verdade. Mas era um desvio de caráter que eu odiava, mas que acentuava um pouco do que me faltava naquele mundo: uma mulher que não aceitasse meus comandos e que me colocasse no meu devido lugar. Algo tão dentro do meu inconsciente que nem eu mesmo aceitava.
O que convenhamos que era difícil de encontrar naquele mundo. Talvez a única louca assim fosse Pam, mas como ela já era do meu irmão, isso significava que não havia mais ninguém para me pôr nos eixos.
Entrei no bar que em sua grande maioria tinha homens. As mulheres que ali estavam pareciam acompanhadas de algum familiar ou marido, as poucas desacompanhadas, logo iam para os fundos, para que o bar não fosse interceptado pela polícia, porque elas estavam fazendo papel de prostituta.
Eu até me beneficiaria de uma, mas naquele momento não estava no clima.
― Semana difícil, Hein Ra? ― Perguntou o barman amigo. Ele já me conhecia de outros momentos. Sorri.
― O dia de hoje em especial foi insano. ― O amigo concordou me entregando uma lata de cerveja. Agradeci e comecei a tomar sozinho.
Era uma espécie de ritual que o barman meu amigo já conhecia e me ajudava. Eu me embebedava até esquecer até mesmo qual era o meu nome, ele chamava um táxi que me deixava em casa, Ham costumava me ajudar a subir até o meu apartamento, eu dormia e dali duas, três semanas, fazia o mesmo novamente.
Era de praxe. Digamos que uma forma de eu levar o mundo tão cheio de coisas e chatices. A forma como eu vinha conseguindo sobreviver aos monstros do passado.
Então, por isso, comecei os meus trabalhos.
Beber para esquecer os problemas... ou esquecer os problemas era só uma desculpa para beber novamente?
Enquanto pedia mais uma latinha, desisti de pensar nessa difícil questão filosófica da minha vida.
Eu só precisava de um pouco de descanso e paz depois de uma semana de muito trabalho e daquele dia repleto de loucuras e até quase morte pelo meu pai.
Mas a noite era uma criança e ainda havia muita coisa para acontecer e fazer minha vida virar de cabeças para o ar.
Algo que eu não esperava estava prestes a acontecer.
Boa tarde meninas!
Eu sei, o capítulo é pequeno =(
Peço desculpas já desde já por isso! Mas, olha pelo lado bom, o próximo tem 2300 palavras (um poucão maior do que esse), e finalmente teremos o encontro de Malena e Rashid! O tão esperado encontro! haha
Vocês já devem estar imaginando como eles vão se encontrar no próximo capítulo né galera??? Alguém quer dar uns chutes de como esse encontro vai acabar acontecendo e o que pode rolar? hsauhsua
Quem ainda não leu o Acordo Perfeito, a leitura não é obrigatória para entender essa história, mas acho que valeria a pena para conhecer melhor a Pam e o Ham que vez ou outra farão aparições por aqui! =) Então, quem quiser, corre até a página do meu perfil e procura O Acordo Perfeito para ler! Garanto que não vão se arrepender da leitura <3
Enfim, é isso! Bom resto de fim de semana para todos e até domingo que vem galera!
Se estão gostando, não esqueçam das estrelinhas! <3
Bjinhoos
Diulia.
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