Twenty Two
ALEXIA
✝ Flashback ✝
O trovão soa alto e eu tremo me agarrando mais no travesseiro. Estas tempestades são sempre monstruosas eu odeio tanto elas. Eu odeio. Elas me enchem de medo, sempre parecem que vão destruir tudo, aliás elas estão destruindo tudo. Preciso do meu papai, ele sabe o que fazer para me deixar mais calma, porque ele vive no meio das tempestades ele me sempre me conta sobre todas as tempestades que ele enfrentou no mar. Preciso dele me dizendo histórias... Tremo novamente com mais um trovão. Histórias!
Eu saio da cama e abro a porta do meu quarto e escuto barulhos finos, parecem grunhidos e vinham no andar de baixo. Respiro fundo e dou passos devagar e com máximo de silêncio que consigo. Assim que desço eu vejo papai com a mão no pescoço da mamãe e ela chorava um pouco. Não é grunhido que eu ouvi lá em cima, é o choro de mamãe. Por que papai faz isso?
— Papai? -Chamo-o, ele me olha e solta o pescoço de mamãe. Ela não me olha apenas encolhe no chão e chora mais. Meu pai vem até mim e me pega no colo.
— Minha princesa do mar... Tem uma tempestade horrível lá fora não tem? -Ele fala e concordo. Viro meu rosto para olhar para minha mãe, ela está bem?
Porém, papai segura meu queixo e o vira com delicadeza e eu volto a olhar para ele antes mesmo de olhar para mamãe.
— Eu estou aqui, Alexia. É a tempestade?
– É sim, eu estou com medo. -Falo e meu pai passa a mão no meu cabelo fazendo carinho. — Me conta sua história.
— Com certeza minha princesa do mar. Não vai acreditar nas enormes tartarugas falantes que encontrei. -Papai fala e faz cócegas em mim. Solto uma risada baixinha e papai sobe comigo até meu quarto. Então ele me conta sua história. Ele diz como ele entrou numa tempestade e então viu coisas incríveis nela coisas da qual eu não preciso sentir medo, me contou das tartarugas falantes, de sereias e princesas e de bruxas boas que sabiam curar as pessoas e assim eu acabei dormindo.
✝ Flashback✝
Solto um suspiro e o corpo de Christopher se deita ao meu lado, me viro para o lado olhando para a janela, para a chuva que não parava um segundo sequer já faz horas, uma boa chuva, na verdade. Com trovões e clarões dos raios. Às vezes eu gostaria de ir até o meio dessa tempestade para saber se realmente vou encontrar as coisas boas que papai me contava que existiam lá. Entretanto, sei que a única coisa que essa tempestade vai deixar serão várias poças de lama na floresta, mas eu entendo, no fim, toda essa água significa a vida e algo cheio de energia, porém, nada disso é um recomeço de verdade para mim e eu começo a me sentir cansada disso, cansada de sexo com ele, cansada de ser o corpo para ele. Cansada disso. É exaustivo. Só queria um recomeço como é a chuva nessa época, um novo começo, melhor, algo que não seja está entre um fogo cruzado. Eu quero florescer também.
Christopher deixa sua mão na cintura e me puxa mais para ele, fecho meus olhos e os aperto. Céus, que ele durma agora. Contudo, infelizmente, Christopher beija meu pescoço e viro sorrindo para ele, meu melhor sorriso falso.
O homem sorrir e esfrega seus dedos na minha intimidade, solto um suspiro. Merda, ele não vai dormir agora.
— Você gosta? -Christopher pergunta perto do meu ouvido e beija a lateral do meu pescoço. Olho-o e murmuro "uhun".
— Senta. -Ele pede e deita-se. Em seguida, ele coloca a mão na minha cintura me puxando para que eu ficasse em cima dele. — Garota, você não faz ideia de quanto tempo faz da última vez que eu me senti assim. Então, porra! Sorri direito para mim! -Christopher fala gritando, ele dá um tapa forte no meu rosto. Solto um gemido baixinho e o olho assustada.
— O que foi, não gosta? -Pergunta rude e segura meu cabelo.
— Doeu. -Falo baixinho e meu coração começa a acelerar mais, eu me assusto. As lembranças de como Eric sugou minha vida fazendo o mesmo que Christopher está fazendo agora se inundaram em mim. A adrenalina, o medo, esses sentimentos me invadem. A sensação daquele momento, de como me deixou triste por anos até eu aprender a viver novamente com o mínimo da essência que eu tinha para tentar de novo, eu estava aprendendo, me erguendo de novo. Só que agora eu apenas sinto vontade de chorar, de sair desse lugar correndo, vontade de jogar os vidros contra a parede e quebrá-los. Contudo, não consigo fazer nada disso, apenas continuo a olhar para Christopher, minha única certeza é que eu não posso deixar isso se repetir. Não posso me perder.
— Sorria para mim como sorriu para aquele bastardo mais cedo. -Christopher fala e puxa meu cabelo eu fico a centímetros do rosto dele olhando para seus olhos castanhos que só me deixam mais assustada.
— Eu não sorri para ele. -Falo tentando soar firme, mas eu estou assustada demais para tentar mentir bem.
— Não mente para mim! -Grita, ele iria me bater de novo, mas me afasto um pouco desviando do seu tapa. Ele não tenta me bater de novo, mas me puxa de volta, segurando com firmeza minha bochecha e a sua unha arranha minha pele. Fecho os olhos e aperto. — Me olha, Alexia. -Ele fala e respiro fundo. Abro meus olhos o olhando, seus olhos irados. — Me conta a verdade! -Exige.
Havia em mim uma mistura de medo, vontade de fuga e a raiva, droga, ele está me machucando desta maneira, enquanto me olha e exige a verdade. Eu tenho que fazer algo. Porque ele está me ferindo e eu não quero ser ferida jamais por essa forma novamente, então eu deixo a minha raiva crescer e um tapa forte na sua mão e ele solta, eu me afasto dele e o olho séria.
— Você me pede ajuda para acabar com o Anthony e eu faço isso. -Falo o olhando, não desvio o olhar. A melhor forma de mentir é quando se mistura a verdade nisso eu engano meu corpo contra a vontade de mentir a pessoa para quem eu minto também. — Mas não acredite que eu faço isso sozinha. Aquele bastardo me ajudou com informações com Anthony e esta te ajudando, eu estou enganando ele. -Falo e Christopher me olha atento.
— Mentira. Ele é o filho querido do Anthony.
— Que sumiu por quatro anos, porque Anthony tentou matar ele. -Falo e me levanto. Pego um roupão e coloco no meu corpo. — Acredite em mim, quando eu digo que ele quer acabar com Anthony tanto quanto você, eu estou conseguido as informações certas para você, não estou? -Falo e Christopher segura meu pulso, me apertando e me impedindo de ir. Ele me puxa me olhando fixamente, apesar dessa postura firme meu coração está acelerado e o medo não foi embora e acho que não será agora que ele irá parar.
— Eu gosto da maneira de como você é inteligente. Vai ficar dois dias naquele bordel de novo. -Fala e passa a mão na minha barriga, subindo até meus seios. Solto um suspiro. Ele me puxa e eu acabo quase caindo na cama de novo. Ele toca no meu rosto, onde me bateu e agora sinto dor. Fecho meus olhos. — E volta para mim na sexta, para irmos para Myscelia. -Fala mais calmo agora e me beija. Eu sinto um furacão no meu estômago e vontade de vomitar. Eu quero que isso acabe logo.
— Myscelia? -Pergunto surpresa. É no litoral também e não longe daqui, é onde a família real tem uma casa, eu acho.
— Sim, uma festa para a coroação da princesa. -Fala e fica em cima de mim, o homem começa a tirar o meu roupão. — Enquanto Anthony finalmente cai e nós estaremos bebendo um ótimo champanhe junto da realeza, onde você realmente deve ficar. -Fala e me beija de novo.
— Vai já vai acabar com ele? -Pergunto e me sento no seu colo ele coloca a mão na minha cintura e sorri como quem diz boa garota.
— Não tão rápido. Digamos que terá a primeira parte que o fará sofrer e depois a parte final em que aquele bastardo sofrerá mais do que a dor de morrer. -Christopher fala e me mexe em cima do seu pau. Meu coração acelera. Harry não. — Agora vamos andar com isso, porque não gosto de enrolação.
— Nem eu. -Falo e ele sorri mais um pouco e me beija.
⚜⚜⚜
Bem logo após o café da manhã, Liam estava dirigindo o carro para me trazer de volta ao bordel.
— Então agora você sentirá minha falta. -Brinco e Liam sorri e me olha rapidamente pelo retrovisor.
— Vou chorar pela sua ida. -Fala sarcástico e eu sorrio para ele. Nego com a cabeça.
— Não vai chorar nada, você vai ajudar Christopher como sempre. -Murmuro e Liam passa a língua nos lábios. — É verdade, você também ajuda muito ele, pensa que eu não sei. Você esteve naquela festa ontem, mas seus olhos estavam por toda parte e depois você sumiu. -Falo e o garoto olha para mim pelo retrovisor e olho para as mãos de Liam que estão machucadas.
— Você observa muito. -Resmunga e olho para janela.
— Como disse, você ajuda muito Christopher. -Murmuro. O carro para e eu encaro o rapaz dos olhos castanhos e ele se vira me olhando.
— Isso é verdade e só estou vivo ainda porque tomo cuidado. Então Alexia tome cuidado também. -Fala e balanço a cabeça. É um aviso, eu sei que é, mas na minha situação não se tomar cuidado é o melhor conselho. Vejo que Liam olha para a direção da entrada do bordel, no mesmo momento que Mary sai, eu vejo a expressão de Liam mudar eu sorrio pequeno, entendo que ali havia sentimentos.
— Você também tome cuidado. -Falo e saindo carro. Mary sorri ao me ver e vem pulando em minha direção. Ela olha para o carro e sorri. Depois volta a olhar para mim e me abraça mais.
— Você voltou. -Mary sorri me abraçando apertado.
— Apenas por dois dias. -Murmuro e entramos no bordel. Algo dentro de mim me dizia que esses dois dias, seriam meus últimos dias nesse lugar, mas eu não digo isso a minha amiga. Eu não quero me despedir dela.
— Ainda sim, é bom ter você aqui. -Ela sorri e a olho.
— Também senti sua falta Você melhorou pois? -Pergunto olhando para ela e Mary concorda com a cabeça.
— Minha barriga ainda dói, apenas um pouco, mas melhorou e eu vou ficar sem trabalhar por alguns dias o lado bom é que Anne-Bay não parece brava comigo por isso. -Diz e concordo com a cabeça. Anne-Bay não tem nem porquê se sentir assim sobre Mary, não foi culpa da minha amiga, Anthony ter machucado ela.
Percorro meu olhar por todo aquele lugar e encontro Harry, é de manhã, mas tinha sangue respingado na sua blusa e seu cabelo estava bagunçado, não havia sequer um ferimento eu seu rosto. Ele olha para mim, mas não sorri, tão pouco eu. Os seus olhos, no entanto, brilham tão intensamente e ele trava o maxilar de repente. O que houve?
— O que aconteceu com seu rosto? -Mary pergunta preocupada e toca meu rosto, faço careta e me afasto um pouco. Olho para Mary. Então foi por isso que ele travou o maxilar. Respiro fundo, esqueci de esconder isso melhor. O tapa que Christopher me deu um tapa ontem e a forma de como as unhas dele agarraram meu rosto fez com que eu ficasse com uma marca na bochecha, ela não é grande, mas é perceptível.
— Nada. Você conhece o Liam? -Pergunto e ela abre um pouco a boca e fecha.
— Falamos disso depois. -Ela sussurra. Concordo com a cabeça e ela olha para o lado, na direção de Harry. Eu também olho para a direção dele e o vejo subir as escadas.
— Devia subir. -Ela fala sorrindo e sussurrando.
— E por quê? -Falo e Mary sorri.
— Ele só fica com você. Eu ouvi Anthony falando de vocês ontem. -Mary fala e passo a língua nos lábios. – Não me olhe assim, vai logo. Ele tem tatuagens e é muito bonito. Talvez ele cuide do seu rosto. -Minha amiga diz e movimenta suas sobrancelhas. Mary me olha de forma travessa e diverta, eu nego com a cabeça, mas acabo subindo.
Entro no meu quarto e escuto o barulho do chuveiro, sorrio um pouco sabendo que é ele. Olho para minha mão vendo o anel e tiro minha roupa. Entro no banheiro e Harry está de costas e a água cai em todo seu corpo, o vapor se espalha pelo banheiro. Harry se vira me olhando e eu não consigo desviar meu olhar do dele. Eu me aproximo dele e sinto os respingos da água quente na minha perna.
Havia um corte no seu braço, mas não sangra mais. Eu passo meus dedos em volta e Harry acaricia meu rosto, onde Christopher e bateu, fecho meus olhos e Harry raspa meus lábios e eu me inclino para mais perto dele o beijando. Seu gosto é doce e amargo, os lábios se movimentam suavemente junto dos meus e ignoro o sentimento de desespero do meu peito. A suavidade dele serviu para me acalmar no momento. Abraço-o e ele passa os dedos na minha costas.
— Você está bem? -Ele sussurra e cola nossas testas. Ele me da um selinho.
— O que aconteceu? -Pergunto e passo a mão no seu braço.
— Não foi nada de mais. O que Christopher fez com você? -Pergunta e eu suspiro.
— Ele desconfiou. Não sei se a gente vai conseguir continuar mentindo por muito tempo, ele vai querer pegar vocês. -Sussurro. — Talvez no mesmo dia que a carga dele chegar, na quinta ou amanhã. Ele realmente quer acabar com você e o Anthony. -Começo a falar e o desespero cresce na minha voz cada vez mais. Porque o medo já está enorme. Harry segura meu rosto.
— Calma. Quinta-feira vamos queimar o ópio dele. -Harry fala e acaricia meu rosto. — E depois eu quero volte para Menelaus.
— Sem você? -Pergunto. Meu coração aperta.
— Eu não perdi os doze milhões de cetins. -Ele fala e franzo minha testa. Ele continua. — Eu não caí na praia e fiquei, eu consegui levar a bolsa com os cetins e escondi numa caverna na praia, quando voltei a primeira coisa que fiz foi conferir se ainda estavam lá e está Alexia. Eles estão bem escondidos atrás de uma pedra que brilha em cor laranja. Se eu não voltar em três dias, vá para Libella com esse dinheiro.
— Harry... -Falo e ele me olha. Parece certo no que dizia, começo a acreditar que ele não vai voltar. Ele tem que voltar.
— Prometa Alexia. Eu vim aqui para te tirar disso, eu sabia dos riscos quando voltei. -Diz e eu choro. As lágrimas caem no meu rosto e o medo parece querer me sufocar, mas eu tenho que prometer isso a ele.
— Prometo. -Falo e ele limpa meu rosto. A água vinha tão quente como as minhas lágrimas, mas a água do chuveiro não está tão triste como as minhas, eu não quero a merda de um final trágico. Eu quero ele, está ao lado dele. Viver em paz. Não quero tragédias, não quero que ele perca a vida nessa guerra selvagem sobre poder na qual ele não quer sentar em nenhum trono. Eu apenas quero tomar banho com ele, sentir ele e sorri com ele. Apenas quero amar ele e ter paz.
— Porra Alexia, eu te amo. -Harry fala e me beija, pressionando mais seus lábios contra os meus. Um desespero invade meu peito, porque o momento é desesperador e havia uma intensidade maior nesse beijo.
Uma vontade de permanecer nele para sempre, entrando em um embalo tão gostoso e envolvente me trazendo para ele, que me faz sentir ele. Não é apenas o lado carnal de tudo, porque eu realmente amo ele, minha alma o ama e eu sou amada de verdade perto dele. Harry me faz sentir amada, ele me salva e eu o salvo. No meio de toda essa bagunça e selvageria a minha única certeza é que eu não quero ir sem ele.
Continua...
Notas: Oi oi meus anjos tudo bem?
Estão gostando? Por favor comentem preciso muito de um feedback!
Enfim, gostaria de avisar também que estamos na parte final da história. Preparadas?
Espero que estejam gostando. Vejo vocês no próximo capítulo. Love all. Xx
Obs: Não deixem de comentar.
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