Twenty Five
"Oh, por que você está usando isso para sair da minha vida?
Oh, mesmo que esteja acabado, você deveria ficar esta noite
Se amanhã você não for minha
Você não vai me dar isso pela última vez?" — Love You Goodbye ( One Direction)
ALEXIA
O ouro, ele tem sua beleza, ele brilha e tem seu valor. O ouro tem sua força apesar de não ser tão resistente quanto o diamante ou outras pedras preciosas que por aí existem, o ouro nunca enferruja, é verdade e talvez por essa metáfora do ouro nunca enferrujar, coroas reais são feitas de ouro e pessoas são elogiadas por terem seu coração moldado a ouro. Entretanto, eu, Jena e Gibson e tantas outras pessoas desta ilha, temos uma pele dourada, temos dores, passamos pelo inferno, como qualquer outra pessoa, mas eu sei que somos feitos de ouro e talvez por esse motivo, Gibson não tenha morrido, apesar de perdido muito sangue, eu nunca vi tanto sangue, nem mesmo quando cuidei de Harry. Havia tanto sangue e Gibson tremia sem parar, eu não o ouvi gritar porque ele estava fraco demais, mas seu corpo tremia e o sangue não parava. Apesar disso, ele está vivo, está fraco, mas respira, porque de alguma forma eu realmente consegui salvar ele.
Saio do quarto, com minhas mãos sujas de sangue, mas não matei ninguém, às vezes uma mão suja de sangue pode significar vida ou salvação. Assim que saio, vejo o olhar de Jena preocupado e triste e o olhar de Harry igual ao da minha amiga. Respiro fundo, apesar dele estar vivo afirmar que ele irá sobreviver não é algo que posso fazer, ainda é muito cedo e ele precisa vencer essa noite, a noite que julgo como sendo a pior da sua vida. Eu passo minha mão suja de sangue na minha blusa.
— Ele está bem? -Jena pergunta se aproximando imediatamente, ela me olha procurando pela resposta antes mesmo de eu dizer algo.
— Ele está respirando. -Falo e olho para Harry que solta a respiração, ainda está preocupando, mas parece mais aliviado. — Não está nas melhores situações, eu fiz tudo que pude e que sei, mas ele está respirando e está por um fio também. -Falo e Jena coloca a mão na boca e volta a chorar.
— Isso não pode está acontecendo, não pode. -Jena soluça e Harry se aproxima dela e a abraça. Jena se encolhe um pouco e o homem passa seus braços em volta do corpo da minha amiga.
— Ele vai sair dessa, Jena. -Harry murmura. — Ele já saiu de coisas piores. -Fala e sua voz falha um pouco. Eu sei que ele está mentindo e sei que está assustado também. É omedo de perder seu melhor amigo, seu irmão, mas Jena precisa ficar calma e o homem dos olhos verdes sabe disso. Ele aperta um pouco o corpo da minha amiga que soluça. Vejo Anne-Bay subindo as escadas.
— Já terminou Alexia? -Anne-Bay pergunta e Harry olha para ela.
— Já, mas eu não vou dançar hoje, tenho que ficar com Gibson, ele ainda está instável. -Falo e a mulher revira os olhos.
— Depois que passou a se deitar com os homens importantes desta ilha, você se achou no direito de fazer tudo o que quer,uh? -Anne fala. – Mas eles não ligam para você porque você não passa de uma prostituta.
— Anne-Bay. -Harry diz rude e a ruiva olha para o rapaz. — Eu ainda não te conheço e acho que você não quer que isso aconteça. Então não fale assim com Alexia, porque ela cuida das mulheres daqui e garante que esse lugar não vire um poço de maus cuidados. -Harry mantém o tom rude e antes que Anne-Bay pudesse retrucar. — E não pense que eu sou apenas o filho de Anthony.
— Desculpe, senhor. -Murmura e me olha com desdém passando por nós e entrando na sala de Anthony. Olho para Jena que ainda chorava e suspiro. Seguro a mão da minha amiga.
— Você devia entrar e ficar com ele, Jena. -Falo e Jena sai do abraço de Harry e seca o rosto. — Se ele acordar e estiver sozinho vai ser ruim. Ainda mais que ele deve sentir muita dor, se você estiver com ele, vai ser melhor. Deixei analgésicos ao lado dele. -Falo e a minha amiga concorda entrando no quarto. Olho para Harry e ele respira fundo.
— Preciso falar com você. -Harry fala sério e concordo com a cabeça. Sigo ele até o seu quarto e assim que entramos lá, ele fecha a porta trancando. Em seguida, faz sinal para eu me sentar na cama, eu me sento e logo em seguida ele também se senta. Respiro fundo e me lembro dele me falando que eu devo voltar para Menelaus. Tenho o pressentimento que seja sobre isso que ele quer falar comigo agora.
— Harry, se for para dizer que este é o momento que eu tenho que arrumar minhas coisas e ir para Menelaus, me deixa só respirar um pouco ao seu lado. -Falo, em resposta o homem dos olhos verdes respira fundo, ele chega para mais de mim, eu coloco minha cabeça no seu ombro e fecho meus olhos, ainda conseguia sentir seu cheiro, eu senti tanta falta dele para o perder de novo. Ele não pode fazer isso comigo, não mais uma vez.
— Alexia. -Harry sussurra e segura minha mão. Eu mordo meus lábios e entrelaço nossos dedos. — Gibson está mal, talvez se for agora, ele sobreviva.
— Jena carrega um bebê dele. -Murmuro e olho para Harry que concorda com a cabeça. — Se Anne-Bay souber. Ela irá fazer o mesmo que fez comigo. -Suspiro e Harry beija minha testa e me abraça. — Eles tem que ir também, mas eu não quero te deixar só de novo. -Falo com firmeza e fico olhando para o moreno.
— Eu sei, mas Gibson precisa de seus cuidados e você precisa ficar livre desse lugar, eu nasci no meio do caos e você simplesmente caiu aqui como um anjo com a missão de me salvar. -Harry fala e coloca a mão no meu rosto. – E você me salvou, bruxinha.
— Você precisa parar de falar como se fosse morrer. Eu não quero tragédia e você não vai morrer. -Falo e havia um pouco de raiva no meu tom. Eu não posso aceitar esse final para mim, porque ele é o único que eu tenho, não posso terminar sem nada e não vou. Simplesmente não aceito que seja assim.
— Alexia.
— Não, você não vai morrer hoje, nem amanhã ou depois de amanhã. Você não vai morrer assim. -Falo séria. — Você tem que prometer para mim que vai chegar em Menelaus em três dias e que depois a gente vai para Libella, começar do zero que a gente vai viver lá. Que a gente vai ter uma família lá. Você vai me prometer isso Harry. -Falo o olhando, eu nunca estive tão séria e com tanto medo como agora.
— Eu te amo, bruxinha. -Harry fala me beija, mas me afasto dele.
— Prometa. -Sussurro com meus olhos fechados e ele me beija mais uma vez.
— Eu vou voltar para você, bruxinha. Nem que eu tenha que voltar dos mortos. -Ele fala, mais uma vez ele me beija e eu o deixo o beijo acontecer.
Eu movimento meus lábios e abro um pouco minha boca, sua língua entra na minha boca e eu posso sentir seu gosto de menta com whisky. Passo a mão na sua nuca subindo um pouco e o corpo de Harry começa a se deitar me fazendo deitar também e logo eu sinto seu peso sobre o meu.
O moreno beija meu pescoço, sua mão sobe a minha blusa, ele então começa a beijar minha barriga, minha cicatriz, meu ventre. Eu olho para ele e seus olhos estão verdes e intensos. Naquele momento eu tive certeza de que havia mais que luxúria ali. Ele tira minha calça puxando minha calcinha junto e sua mão abre minha perna. Eu solto um suspiro baixinho, fechando meus olhos e sentindo seus lábios beijarem meu pescoço e seus dedos tocarem meu clitóris. Uma sensação gostosa que faz todo o meu corpo arrepiar, eu amo isso e eu amo ele.
— Eu te amo, Harry. -Sussurro, abro meus olhos olhando. Ele sorrir para mim. Logo, os seus lábios estão tocando os meus novamente e depois meu rosto, meu pescoço e sua boca fica perto do meu ouvido.
— Eu também te amo, Alexia. -Ele fala e fica entre minhas pernas, eu posso sentir sua ereção e nunca desejei que ele entrasse em mim como nesse momento.
O sexo sempre parece algo carnal demais, parece o pecado. É um fato, somos carnes e nós retornaremos ao pó em algum momento, mas também é um fato de que a sensação de fazer esse ato tão carnal, faz com que sinta algo tão espiritual também. A forma como ele me toca, eu sinto que fui feita para ele e ele para mim, que é apenas com ele, que ele sabe como me tocar sem que eu diga e o mesmo para mim, eu sei exatamente como e onde tocá-lo sem ele sequer precisar de dizer. Eu o faço sentir certo, como ele me faz sentir amada. É certo de que normalmente sexo é apenas sexo, um ato que libera hormônios e transmite prazer, mas as vezes fazer sexo pode queimar os músculos, os ossos e o sangue. Uma sensação surreal de se estar entre as estrelas mergulhando em alguma eternidade. É exatamente isso que eu sinto com o Harry quase sempre que fazemos sexo, a sensação de mergulhar nas estrelas, de algo bom, mais que carne.
Mordo meus lábios quando sinto seu membro entrar em mim. Minha mão segura seu ombro e acabo gemendo quando ele sai e volta entrando mais em mim. Mexo o meu quadril enquanto ele faz o seu jogo do vai e vem e me faz sentir uma sensação gostosa, logo todo o meu corpo começa a se aquecer. Eu beijo o pescoço de Harry, ele segura meu cabelo começando ir com mais força e mais fundo, ficar calada quando ele faz isso jamais foi uma opção ou uma escolha, é impossível.
Meus olhos se encontram com os seus, sua boca estava um pouco aberta e seus lábios úmidos. Eu via ele e apenas ele. As nossas respirações quase estavam sincronizadas e os movimentos não poderiam estar mais gostosos, mas eu quero ter mais um pouco de controle sobre isso. Então invertendo os corpos, Harry deita e eu fico em cima dele, começando a rebolar. Ele morde seus lábios e fecha os olhos, os apertando com força. Seguro seu rosto, começando a rebolar devagar.
— Me olha. -Sussurro. — Eu gosto quando olha para mim, olha para mim. -Peço sussurrando e ele abre seus olhos me olhando. Sorrio e volto a rebolar devagar, mas logo eu levanto um pouco e começo a quicar devagar o que faz ele gemer alto e xingar algum palavrão. Eu sorrio e não tiro meus olhos dele, vendo sua expressão, ele mordendo os lábios para não gemer mais. Sua respiração vai ficando mais rápida, seu corpo treme e ele está quase lá.
Harry se senta, entrando mais em mim, solto um gemido. Ele agarra minha cintura, o moreno começa a se mover, saindo e entrando em mim, rápido e me invadindo completamente. Deixo a minha boca perto do seu ouvido e gemo seu nome, ele me agarra mais, me invande mais e nesse embalo eu chego a meu ápice e sinto ele gozando e despejando todo o seu líquido em mim. Meu corpo treme um pouco e eu coloco minha cabeça em seu ombro respirando pela boca. Ele também respira rápido, mas beija meu pescoço. Eu sorrio contra sua pele e com isso entramos em um jogo de carícias, por um momento tudo isso parecia sem fim, mas nosso tempo estava acabando. Eu solto um suspiro e Harry também acaba suspirando, nossos olhos se encontram e eu acabo sorrindo um pouco.
— Bruxinha, você é mesmo linda. -Harry murmura e sorrio largamente. Não porque eu não sei disso, mas porque ele também sabe disso.
— Trate de voltar para mim quando eu for para Menelaus, senão eu serei obrigada a voltar para te trazer de volta. -Falo e Harry concorda balançando a cabeça. Eu respiro fundo e o beijo mais uma vez, pressionando seus lábios contra os meus e chegava a doer, não o beijo, mas a sensação. Aquela amargura na despedida não tem nada de doce se despedir dele, não dessa forma.
Eu me despeço dele como se fosse a última vez que eu fosse vê-lo e eu não quero isso. Eu repito isso na minha cabeça. Eu não quero que essa tenha sido minha última noite sendo dele, eu não sei se suportaria a dor e todo o resto. Uma despedida permanente dessas poderia me deixar em pedaços e eu não quero ficar em pedaços. Que haja misericórdia nesse mundo para que eu tenha, pelo menos algo que traga felicidade, alegria e amor para mim, algum sentimento de fato puro, porque eu sempre estive tentando encontrar alguma vida nesse lugar amaldiçoado para finalmente entender que nem tudo são trevas, selvageria e pecado.
Em Papilio, eu nunca vou encontrar a pureza nem sentir a magia intensa do amor, porque esse lugar vem se tornando tão sujo e quebrado, me quebrou, por isso eu tenho que ir, mas tenho que ir com ele, com Harry, porque ele é uma parte importante da minha vida que merece ter memórias em um ambiente tranquilo e não memórias no meio da guerra e de sangue. Não posso aceitar esse final trágico que ele parece prever e que eu temo que aconteça.
Não posso aceitar amar sua despedida, esse não é o final que eu mereço, depois de tudo que eu fiz, de tudo que eu lutei.
Continua...
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