Fifteen
ALEXIA
Acordo com o barulho agradável dos pássaros cantando e essa ilha parece cheia de vida em mais uma manhã. A natureza sempre vangloria o ar que enche nos pulmões e dá vida, mesmo que o ser humano esteja levando o caos a tudo a sua volta. Isso é resistência, persistência em se manter vivo, faz-me pensar que eu deveria ser grata por ainda estar viva mesmo vivendo em uma situação terrível. Abro meus olhos e vejo Christopher sentado na cadeira na varanda de seu quarto, ele está observando o mar enquanto fuma, foi assim durante todas as manhãs que estive aqui.
— Bom dia. -Murmuro. Ele olha para mim e sorrir.
— Alexia. -Christopher fala e então tosse. — Bom dia. -O homem se levanta e vem até mim.
Respiro fundo. Sinto-me cansada, digo, passei a semana aqui e a rotina foi a mesma, de noite eu servia de um corpo para ele, durante a manhã também e algumas vezes enquanto ele ia tomar banho. Por outro lado, eu tinha muito tempo livre, não cuidei das garotas e isso me deixou apreensiva por um momento, mas acredito que Anne-Bay tenha arranjado outra pessoa. Também fiquei passeando pelo imenso jardim dessa mansão, pelo labirinto de girassóis, encontrei algumas plantas medicinais que ninguém sabia para que serviam, mas nunca tive a chance de contar para Christopher que poderia ajudar fornecendo essas plantas, pois ele sempre estava ocupado e quando voltava, queria um pouco de prazer que eu oferecia. No entanto, ficar aqui foi agradável, foi bem melhor do que ficar naquele bordel nojento, com o cheiro de álcool, de ópio, ficar no escuro, e numa lotação de coisas que só me lembram minhas dores. Mas a verdade é que sinto saudades de casa, da minha casa, do meu jardim, das minhas plantas e de ver o pôr do sol na praia, até mesmo fumar meu baseado, a maconha de Helenor não é tão boa, além disso, aqui não tem Harry.
Christopher se senta ao meu lado e segura minha mão. Olho-o ele sorri pequeno.
— Gostaria de saber o que te deixa tão triste. -Ele sussurra, passo a língua nos lábios e forço meu melhor sorriso.
— Apenas acabei de acordar. -Falo e me inclino para beijá-lo.
Fecho meus olhos e movimentos devagar meus lábios. Começo a me desligar do mundo a minha volta e do que Christopher começa a fazer comigo, começo a entrar em um mundo meu, nas minhas lembranças e dos momentos leves em que tinha com Harry. Eu sinto saudades dele e apesar dele ter dito que vai voltar eu já não espero ele mais. Fora quatro anos. Eu sei que qualquer coisa é melhor que esse inferno. Li as notícias sobre a ilha Libella, que o porto foi destruído e voltou a funcionar tem alguns dias, o lugar parece um paraíso para quem pode ir até ele e talvez ele tenha conseguido fugir para lá e seria um ótimo recomeço, a princesa irá governar aquela ilha, daqui a alguns meses, é o que dizem. A ilha Libella soa para todos aqui como um paraíso, mas para ser um paraíso ele tem de ser poucos e dos merecedores, dessa forma, apenas sei que às vezes é melhor ficar em um paraíso do que voltar ao inferno que a ilha Papilio vem se tornando, porque pessoas como Anthony e Christopher ditam bem mais as regras que a realeza aqui, isso é errado.
Christopher já está sem blusa e eu nem sequer me notei disso até ele começar a beijar meu pescoço e abaixar sua calça, ele começa a me deitar ficando em cima de mim. Olho para ele, Christopher beija meu queixo e eu solto um suspiro sentindo seus dedos dentro de mim. Ele beija meu pescoço percorrendo seus lábios para meu rosto me beijando, pressiono meus lábios contra os dele com força sentindo vontade de chorar. Eu quero sentir isso, mas não com ele eu não posso me forçar a sentir isso com ele porque certas sensações são involuntárias. Christopher se afasta um pouco e pega uma camisinha dentro de uma gaveta da comoda ao lado da cama. Eu tiro o pacote de suas mãos e sorrio pequeno, passando a mão na sua barriga e abaixo até sua calça moletom, ele usava apenas ela. Eu abro o pacote e desenrolo a camisinha nele.
— Vira de costas. -Christopher sussurra ofegante. Concordo e me viro, ele envolve o braço em volta da minha cintura e deixa meu cabelo de lado. Então entra e mim de novo. Aperto o lençol e suspiro de novo.
Eu quero sentir, mas eu não sinto nada, isso é normal, não é incomum fingir que sinto, mas isso fica cada vez mais melancólico com o tempo e cansativo. No fim, eu não sirvo para ser essa puta. Mexo meu quadril e acabo gemendo baixinho, porque ele tem que pensar que está bom. Aperto mais minha mão no lençol e fecho meus olhos. Então começo a relaxar meu corpo, isso pode ser proveitoso para mim se eu relaxar e o homem em cima de mim não é cruel comigo, ele ainda não me machucou. Uma das empregadas disse para mim que eu me pareço com a ex-esposa dele, nunca vi uma fotografia dela, mas penso por um momento que deve ser por isso que ele me trata bem.
— Isso. -Christopher fala gemendo. Eu puxo o ar e então Christopher se senta e eu me sento em cima dele e começo a quicar e mexer meu quadril. Ele joga a cabeça para trás e eu fecho meus olhos.
Ele agarra minha cintura apertando minha pele. Ele geme alto e seu corpo treme. Olho-o e sua respiração está rápida, a sua pele branca e pouco marcada pela idade está suada. É uma manhã quente e eu acabo suando mesmo fazendo pouco. Christopher inclina-se para me beijar, mas por um reflexo eu desvio meu rosto e ele beija minha bochecha, antes que ele me encare eu volto a rebolar e ele geme em resposta. Sorrio de lado para e o homem dos olhos castanhos segura minha nuca com firmeza, então ele começa a mexer o quadril, indo mais rápido, mais desesperado para dentro de mim e simples assim eu sei que agora está acabando.
Christopher treme e acaba gemendo meu nome, com tamanho desespero que ele me puxa para um beijo e eu não consigo me desviar desse.
Quando ele goza, eu saio de cima dele e me enrolo no lençol, o homem beija minha testa e sorrir para mim, retribuo o sorriso e viro-me para janela, para encarar o mar. Ele vai até o banheiro. Eu respiro fundo e fico olhando para o teto perolado, ouvindo o barulho do mar que parece tranquilo, mas sei que logo vai começar a época das tempestades furiosas.
— Você conhece o Anthony pois? -Christopher pergunta e me olha. Me sento na cama.
— Sim o conheço. Ele é o dono do bordel. -Falo e jogo meu cabelo para trás. Ele começa a se vestir.
— Sim, claro. Você conhece Eric pois? -Pergunta e eu mordo meus lábios. As lembranças voltam, a sensação ruim que ele me fez sentir também, como um veneno em meu corpo trazendo minha fraqueza a tona.
— Sim, eu o matei. -Falo e Christopher concorda.
— Ouvi falar disso. O quão disposta você estaria para me ajudar a matar o Anthony? -Pergunta se sentando no sofá.
— Matar? -Pergunto surpresa. — Isso não é comigo. -Falo negando com a cabeça começando a ficar agitada. Eu já matei antes, mas isso não quer dizer que eu queira fazer isso de novo. Matei Eric porque eu estava com raiva bastante raiva e dor. Foi um desespero enorme que não quero sentir nunca mais.
— Você não o mataria apenas me ajudaria a levar a morte dele, nossas mãos não vão ficar sujas e ele vai pagar por tudo que fez. Não vamos ter envolvimento nisso, vamos apenas empurrar a justiça para ele. -Christopher fala e respiro fundo. Não gostaria de fazer nada disso, gostaria de paz, na verdade. — Mas preciso saber sobre os negócios dele. Ele roubou de mim e tirou tudo de mim. Isso aconteceu há sete anos e sei que ele não está com nada porque obviamente já usou. Ele ainda me roubou de novo. Eu não pensava em vingança até ele vir para o meu lado da ilha e querer pegar meu negócio de pérolas.
— O que quer que eu faça? -Pergunto. Christopher sorri. Uma certa malícia nesse sorriso e sei que ele gostou de saber que eu estou no seu lado. E se eu não tivesse talvez morreria, é um jogo em que eu perco se disser não.
— Pegue informações para mim. Preciso saber sobre as pérolas que chegarão para ele. Das cargas maconha e ópio. -Christopher fala simples. — Acha que consegue essa noite?
— Essa noite? -Pergunto assustada.
— Anthony irá dá uma festa e você vai dançar. -Fala e franzo minha testa. Não sabia sobre a festa, mas sim, hoje irei voltar.
— E como vou entregar essa informação a você? Quando Anthony descobrir que você está frequentando o bordel não vai deixar você entrar mais.
– Você vai voltar para mim, o Liam, vai pedir seus serviços a partir de agora ao invés de mim.Vai voltar logo para cá. -Christopher fala e sorrir para mim. Ele age como se eu gostasse da ideia de voltar para essa mansão tanto quanto ele.
— Certo. -Concordo e ele sorri.
— Excelente. Eu vou sair, negócios. Se quiser dá uma volta antes de voltar para o bordel, avise Liam ele irá te acompanhar. -Christopher fala e se levanta. Suspiro e me deito na cama. Liam é como o Harry de Anthony, parece ser assim ao menos.
— Não confia em mim? -Pergunto e Christopher beija minha testa.
— Confio, mas todos devem pensar que não. -Christopher fala e beija meus lábios. Suspiro de novo. Nada. — Vou pedir para subirem com seu café da manhã. Até mais, passarinho. -Fala e sai do quarto. Suspiro alto. Em que eu estou me metendo?
⚜⚜⚜
Liam parece legal, apesar de o conhecer a pouco. Digo, ele não soa como alguém rude e não está em cima de mim como se observasse até como eu respiro. Além disso, o via sempre pouco na casa, mas ele sempre me cumprimentava, no fim não me sinto tão vigiada assim por ele. Contudo, eu estou sendo como um passarinho com a perna amarrada, eu posso voar, mas não tão longe como quero, isso me incomoda. Não gosto de ser passarinho. Além disso, existe uma certa peculiaridade em Christopher e Liam, tal sensação me deixa impressionada e desconfiada, o fato de como eles soam como pessoas tranquilas, sei que isso é uma loucura, porque eu sei que há uma ira mortal neles, porque eu sei que eles não fazem as coisas mais virtuosas nesse mundo, mas eles sabem encenar como ninguém e parecem como pessoas dóceis e sociáveis, mas há coisas que eu sei que eles fazem que nem o próprio diabo poderia sonhar. É uma loucura e eu não deveria provocá-los.
Passo pelas barracas de fruta e tinha um cesto com frutas nas mãos. Senti saudades de fazer isso também, olho para algumas laranjas e sorrio, pego algumas e pago a senhora. Em seguida eu pego um coco seco e dou umas batidas nele para ouvir se ele estava bom. Depois balanço para conferir se tem muita água.
— Como sabe se o coco está bom? -Pergunta. Eu arrepio e fecho meus olhos.
A sua voz está exatamente de como eu me lembrava. Abro meus olhos, mas seu toque delicado em minha mão me faz fechar novamente meus olhos e desta vez, com força porque eu não posso me virar para olhá-lo e eu estou tentada a isso, a querer olhar para ele e o agarrar para nunca mais soltá-lo. Eu realmente senti saudades dele e ele deve ter ouvido cada prece minha, porque ele voltou. Meu coração acelera e eu sinto que o mundo parou apenas por um instante porque esse anjo caído voltou.
— Eu estou com um cão de guarda. -Sussurro e olho para senhora. Ela tinha um sorriso para mim e para Harry, parecia se divertir. Sorrio para ela. — Vou levar esse coco. -Falo e lhe entrego as moedas.
— Sabia que eu era mestre em distrair cães de guarda? -Harry sussurra e pega um coco para ele também. Sorrio, pois ele nem sequer deu ao trabalho de saber se o coco estava bom ou não. Olho para trás e Liam estava fumando enquanto observava algumas galinhas ao lado dele, parecia distraído.
— Então faça o que tiver de fazer logo. -Falo e saio de perto de Harry, indo no caminho contrário apenas para vê-lo. O seu cabelo parece um pouco maior do que há anos atrás e ele não mudou muito, além disso, os olhos verdes continuam o mesmo e o seu cheiro também. É o mesmo de como eu me lembrava. Como eu senti saudades.
Vou até à barraca de pêssegos e começo a pegar os pêssegos. Não procuro mais por Harry, eu tenho que ser indiferente, isso é horrível porque eu apenas gostaria de não ter essa limitação e está perto de Harry pelo resto deste dia, da semana, do mês, da minha vida. Escuto uma pessoa gritar, o chão treme e o olho em direção do grito. Algumas pessoas correndo, mas não sei qual é o perigo, logo descubro, eu vejo a praça sendo tomada pelos bois. Olho assustada para aqueles animais que corriam em desordem para todos os lados, uma bagunça e eu não sabia para aonde ir, Harry é maluco por fazer isso. Vejo um daqueles animais enormes correndo em minha direção e antes que ele pudesse encostar em mim, sinto-me sendo puxada para um beco, vejo que é Harry, mas o boi continua correndo atrás de nós e nós corremos, passando por várias pessoas desesperada e bois sem ordem alguma. Uma confusão, nós corremos para bem longe da feira quase que entrando na floresta e só paramos em frente a um casebre. Harry abre a porta e eu tento recuperar meu fôlego e controlar a adrenalina dispersada em meu corpo. Ele também respira rápido. Sorrio para e o abraço forte. Ele retribui.
— Você voltou, você me achou. -Falo e me afasto um pouco coloco a mão no rosto de Harry, mesmos olhos verdes brilhantes. Eu o beijo. Mesmo gosto, mesmo lábios. Mesma sensação e eu sinto tudo de novo. Sinto tudo que eu deveria sentir mais uma vez.
— Desculpa ter demorado. -Harry fala entre o beijo e me beija de novo. — Eu tentei voltar antes, mas não consegui. -Harry fala e me dá impulso, coloco minhas pernas em volta da sua cintura e colo nossas testas.
— Tudo bem, está tudo bem. -Falo entre os beijos e ele sorrir e me beija.
— Merda, eu senti tanto a sua falta, bruxinha. -Harry fala e sorrio. Eu gosto de ser bruxinha, não passarinho.
Continua...
Notas: Oi oi meus anjos tudo bem? Gostaram do capítulo? Espero que sim.
O que acham que pode ser esse plano do Christopher? E a volta do otp uh? O próximo capítulo terão mais tiros de amor...
Me desculpem a demora mas eu realmente to muito apertada para ficar escrevendo como gostaria e eu acabei tendo uns probleminhas que me deixaram triste (eu já estou melhor). De qualquer maneira não espero e peço para não esperarem atualizações rápidas até dezembro. Amo todas, vejo vocês no próximo capítulo. Love All. Xx
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