𝑵𝒐𝒕𝒂 𝒅𝒂 𝒂𝒖𝒕𝒐𝒓𝒂: Olá raios de sol, como estão? Aquele cheirinho de peru assando e panetone hein, haha, espero que estejam tendo um ótimo dezembro. Tenham uma ótima leitura e não deixem de marcar a estrelinha e deixar comentários se o coração de vocês mandar. Beijinhos.!

Já não consigo controlar a inquietação que persegue cada passo que dou. Sem foco, os pontos de convergência da minha mente simplesmente tomam direções opostas. Com o corpo afundado em uma poltrona no estúdio finjo prestar atenção no que os produtores dizem, mas a verdade é que não me atento as suas palavras, as batidas parecem fracas e a melodia que dizem ser a melhor que ouviram na vida soa como uma nota vazia para mim.

É um sentimento estranho, como uma mão pesada espremendo a boca do meu estômago, não sei, apenas me incomoda e o álcool ingerido tem sido um bom analgésico.

Não só pela sensação bizarra, mas por que Jocelyn simplesmente não respondeu minha última mensagem e nos mantém em um iceberg pontudo. Toda aquela confusão resultou em perguntas sem respostas. Imagino que queira tempo e por isso controlo minha vontade latente de ir até a sua porta e saber como esta. É uma luta violenta com a parte de mim que a procura em cada canto e a cada movimento. Estou viciado na sua presença. E a sua inexistência causa pânico no meu coração balançado.

Me sinto um idiota. Um tolo. Um tolo possivelmente apaixonado por uma garota que parece ter decidido existir apenas em meus sonhos. 

Tomo um gole do whisky quente e me levanto acenando para James, avisando que sairia por alguns minutos, Kai estava a minha espera para dispensar oficialmente Park JunHo. Apesar de admitir o que havia dito para Jocelyn e pedido desculpas eu não poderia simplesmente deixar isso passar. Fazia todo o sentido ela estar apavorada, sabe-se lá que diabos tem passado pela sua cabeça.

━━ Ainda tenho a esperança de que mude de ideia Yoongi-ssi. ━━ murmurou envergonhado com a besteira que fez.

Encosto  ombro na parede branca do corredor o fitando. Me perguntando se todas as pessoas a minha volta eram daquela forma, determinadas a decidir o que era melhor para mim, quem deveria estar ao meu lado ou não. E talvez por isso eu tenha estado sozinho todo esse tempo. Aos 28 anos, esta mais do que na hora que eu decida quem fica e quem vai.

━━ Ter esperança agora é tolice, estou te devolvendo para a empresa, e eles vão decidir o que fazer com você.  ━━ dito em nosso idioma.

━━ Entendo senhor. ━━ baixa a cabeça engolindo em seco. ━━ Posso fazer uma pergunta antes de ir? ━━ aceno positivamente. ━━O que essa garota tem de tão especial?

A imagem da garota de cabelos trançados pele marrom cintilante e olhos grandes me captura em uma bolha. É tão fácil listar o que a faz especial que o pensamento torna-se assustador para mim. Como posso ter notado tanto em sua figura em tão pouco tempo.? Limpo a garganta me afastando da parede branca. Idiota Yoongi, que belo idiota caidinho você se tornou.

━━ Não lhe devo satisfações. Na verdade não devo a ninguém. O que há entre mim e Jocelyn só diz respeito a nós dois.

━━ Senhor isso não vai acab

━━ A vida não é sua para dizer como vai acabar. ━━ levanto a mão gesticulando. ━━ Esta dispensado. ━━ encaro o outro segurança ━━ Me avise quando o novo motorista do staff chegar.

Retorno a sala do estúdio após passar no banheiro e encontro apenas um dos produtores ali, ele fuma um vape enquanto ouve algo nos fones de ouvido. Parece absorto nos próprios pensamentos e demora a notar minha presença. Me sento na mesa cadeira acolchoada afundando, ainda tinha trabalho a fazer. Para um workaholic o trabalho nunca acaba.

James retira os fones e sopra uma nuvem de fumaça me encarando em silêncio. Arqueo a sobrancelha, como quem perguntava se ele queria dizer algo. 

━━ Cadê a garota? ━━ indagou do nada. ━━ Digo, a sua garota. ━━ corrigiu-se mantendo o mesmo olhar de quem me media. Desvio o olhar incomodado com a repentina atenção. 

━━ Por que a pergunta?  

━━ Sei que é um cara mais na sua, fechado e tudo mais, só que parece mais a vontade com ela por perto. ━━ comentou virando o olhar para a mesa de controle ━━Até quando fala de música parece mais feliz com ela por perto, as suas últimas letras falam sobre algo que acho que nunca te ouvi falando com tanta segurança. ━━ apenas aceno, não sei onde James, alguém que mal me conhece fora do estúdio quer chegar com aquilo. ━━ Como quando finalmente entende a fórmula de um beat e começa a fazer sentido. 

━━ Ela faz sentido. ━━ deixo escapar. 

━━ Isso é bom, esse é o tipo de pessoa que deve manter a sua volta. 

━━ Não tenho tanta certeza de que ela quer estar a minha volta.

━━ Então faça o seu melhor para que ela queira. ━━ tomou outra bafora do vape ━━ Sabe irmão, nesse meio, com dinheiro e fama as coisas ficam sete vezes mais difíceis no amor, gente falsa e que só quer tomar proveito, então se alguém que faz sentido aparece, lute com as suas armas e não deixe ir. É a única coisa que pode fazer.

ও JOCELYŊ HƲGHS MARTIŊS ও

Encaro a conversa aberta no chat do aplicativo de mensagens. Nada acontece. Nenhuma mensagem é enviada e nem recebida a mais de um dia. Exatamente o tempo desde que Yoongi me deixou na porta de casa naquela fatídica manhã e o clima entre nós ficou estranho, denso e insuportável. 

Ele tentou iniciar uma conversa civilizada e nós acabamos discutindo. Uma discussão estranha e confusa, com meias palavras mal ditas e uma expressão de descrença em seu rosto quando simplesmente deixei o carro e disse que queria ficar sozinha. 

Ele tem levado isso a sério. 

Muito a sério mesmo.

E diabos, eu nem deveria estar me lamentando sobre isso, afinal de contas, eu quem havia aberto minha boca larga para pedir aquilo. Precisava colocar os pensamentos em ordem, entender o que estava sentindo e finalmente seguir uma direção que fosse minimamente coerente com a nossa situação. No entanto, para pessoas apaixonadas isso parece ser uma missão impossível digna das telas de cinema. James Bond estaria em um beco sem saída no meu lugar. 

O fato é que não conseguo pensar, menos ainda organizar minha mente. O mais longe que consegui chegar ficando sozinha fora sentir a sua falta. Sim! Eu desesperadamente sentia falta dele. De suas mensagens aleatórias. Da sua voz após acordar. Do sorriso pretencioso que surgia em seu rosto sempre que dizia algo indiscreto. Do seu toque. Do seu cheiro. Me sentia uma viciada em suas primeiras horas de desintoxicação. 

Era isso que temia, e para a minha miséria pessoal já estava acontecendo. A única realização que aquele distanciamento imediato causara entre nós era o de que estava apaixonada. E bem, que diabos eu faria apaixonada por um idol que iria embora em alguns dias? 

━━ Terminei, vamos! ━━ a voz de Chantel soou atrás de mim.

Carregava meia dúzia de sacolas em cada braço, os presentes de natal. Na verdade era isso que estávamos fazendo: compras de Natal, antes que as lojas ficassem cheias demais e não conseguíssemos mais transitar dentro delas.  Já estavam um tanto quanto cheias diga-se de passagem. 

━━ Precisamos ir em mais alguma loja? ━━ pergunto guardando o aparelho no bolso do casaco. A temperatura estava cada vez mais baixa, mesmo dentro do Outlet.

━━ Não, esse era o último presente da minha sobrinha. ━━ explicou balançando a sacola com desenho de um pinheiro verde e pequenas estrelas douradas. 

━━ Ufa, minhas pernas estão me matando. ━━ reclamo ficando de pé, estávamos a uma boas horas andando. ━━ Precisamos enriquecer, não aguento mais andar tanto por promoções. ━━ digo carregando minhas sacolas. Também havia comprado presentes para a família e amigos.

━━ Vamos tomar um chocolate quente antes de ir, a minha cafeteria favorita está fazendo aquele que eu gosto de novo. 

Aceno incapaz de dizer não para sua animação quase contagiante. Chantel finalmente estava voltando á casa dos seus pais para passar o Natal depois de dois anos. Por sorte eles só moravam do outro lado do país. Juntou uma boas milhas, fez hora extra e lá estava ela indo vê-los. Estava por feliz por ela, contando tudo o que trabalhamos este ano, é um descanso mais que merecido. 

Tomo um gole do chocolate quente coberto de marshmallow quando uma figura inusitada atravessa minha visão. As telas de TV da loja de eletrodomésticos a frente se acendem transmitindo trechos de um show. Um palco enorme que é comandado por sete jovens adultos, um sorriso sutil se forma nos meus lábios quando uma criança para a frente da televisão imitando os movimentos que eles fazem em sincronia. 

━━ Ainda posso te emprestar aquele dinheiro. 

━━ Que dinheiro? ━━ retorno atenção a minha amiga que vasculha minhas sacolas curiosa.

━━ Para viajar.

━━ Já disse que não, da próxima ver me organizo melhor. ━━ mordisco a ponta do lábio. ━━ Quem sabe consigo vê-los nas minhas férias. Tá tudo bem. ━━ dou de ombros.

━━ Não tem nada bem em ter que passar o Natal com aquelas cobras criadas. ━━ minha amiga não era exatamente a maior fã das minhas colas de apartamento. ━━ Meus pais iriam adorar te receber de novo. 

━━ A dupla dinâmica já viajou, só a Tessa esta no apartamento. ━━ recebo um "hm" em resposta. 

━━ Ela sabe ao menos que o ano esta acabando? ━━ provocou com um sorriso zombeteiro. ━━ Não me olha assim, a última vez que fui lá ela achou que estávamos nos conhecendo pela primeira vez de tão chapada que estava e ainda deu em cima de mim  ━━ colocou uma caixa com kit de cuidados da pele de volta na sacola. ━━ ...de novo.

Quando passamos pela mesma loja de eletrodomésticos outro trecho do show estava passando, tenho a sorte ou azar de vê-lo surgir na tela. Os cabelos vermelhos que faziam a ponta dos meus dedos coçarem em antecipação e vontade de tocá-lo. 

Um suspiro escapa dos meus lábios. Alto e frustrado. Não entendo o que há de errado comigo. Ao mesmo tempo que tudo parece tão simples torna-se infinitamente complicado. 

━━ Parece um cachorrinho caído da mudança. ━━ sinto o tom divertimento em som voz, ela tem se esforçado passando o dia tentando me distrair sabendo que a causa dos meus problemas é ninguém mais que eu mesma. 

━━ Talvez eu seja. ━━ resmungo de volta. Entrando em seu carro.

━━ Se esta com tanta saudade dele liga logo. 

━━ E se ele não atender?

━━ Ai você vai até a casa dele e rasga o pneus daquele carrão que ele dirige por ai. ━━ levanto o olhar abruptamente a encarando. Chantel esta longe de ser radical e por isso sua fala me faz cair na gargalhada.

━━ Deveria quebrar as janelas também?

━━ Sem dúvidas. ━━ estralou os dedos em um ato exagerado. ━━ Quem ele pensa que é para ignorar a minha melhor amiga? Um cantor internacional gostosão? Não mesmo, se liga Yoongi Min.

A sua encenação me arranca boas risadas mesmo sabendo que aquele era o seu intuito. Não apenas por estar me sentindo um saco de frustrações em botas de cano alto naquele dia, mas porque não passaríamos as festas de fim de anos juntas e em suas palavras detestava me deixar sozinha. 

Estava mais do que conformada com a minha realidade no final do ano, o que não significava felicidade, mas lidava bem com isso, melhor do que deveria. Talvez me conformar facilmente com determinadas situações seja um mal hábito. 

Salto do veículo com as sacolas presas em meus braços e aceno para minha amiga que manda beijos no ar antes de seguir seu trajeto. Paro sobre a calçada de ladrilhos a procura das minhas chaves na bolsinha vermelha presa o meu corpo, uma bela imitação da Prada diga-se de passagem.

A rua estava quase deserta, o frio de fato espanta as pessoas. Um caminhão grande atravessa a rua me fazendo dar um passo para trás com receio de tomar um banho com a poça de lama a poucos metros do meio fio. 

Repentinamente a rua já não parece tão deserta assim. Alguém sai do prédio ao lado as pressas e sobe em uma moto disparando em direção ao centro. Quando retorno o olhar para a rua vejo um homem parado do outro lado da rua. 

Simplesmente havia aparecido ali. E o mais bizarro era seu olhar fixo na direção d prédio. Olho para trás na esperança de encontrar alguém indo em sua direção, mas sou apenas eu.

Sou eu quem ele olha fixamente. Esquisito. Me viro indo em direção as escadas subindo rapidamente, agarro a chave e abro a porta subitamente, me atrevo a olhar por cima do ombro, mas não há mais ninguém na rua.

Solto um suspiro de alívio ao fechar a porta trás de mim, uma sensação anormal havia surgido arrepiando minha nuca. Passo pela modesta entrada do prédio e sigo para o lobby a frente das escadas onde as correspondências ficam. Minha caixa sempre se enchia de cartões de natal e folhetos de promoção inconvenientes, então a cada três dias acabava tendo que limpar. 

Deixo as sacolas no chão e procuro pela numeração do meu apartamento logo pegando meia dúzia de pequenos envelopes. Quer dizer, quem ainda usa papel nesse século?  

Prestes a pegar as sacolas e continuar meu caminho para as escadas algo me impede. Como um sexto sentido. Estou sendo observada. Minha audição capta o soar sútil de passos no chão, fecho os olhos inconscientemente buscando ar aos pulmões. Aperto o pequeno bloco de papéis entre os dedos e me viro lentamente, já de olhos abertos e amedrontados.

Aquela sensação bizarra se intensifica, posso sentir meu coração acelerando as batidas brutalmente, minhas mãos transpirando no papel. O homem veste jeans e um casaco enorme de enchimento, o que realmente me chama atenção é a gola da camisa que sobressaí seu casaco em um contraste inesperado. Quem usa gola polo vermelha por baixo de um casaco acolchoado de inverno? Era quase como se quisesse ser reconhecido.

Engulo em seco.

É ele. O cara da boate. É ele.

Sirenes soam imediatamente na minha mente indicando que deveria, os mais rápido que minhas pernas permitissem dar o fora dali. Agarro as sacolas e limpo a garganta me apressando nos cinco passos que faltavam até a escadaria do maldito prédio sem elevador. 

━━ Não vai nem mesmo me cumprimentar. 

A voz me deixa tonta, como um enxame de abelhas invadindo minha orelha direta e lutando por espaço. Um pontada vem com a imagem nítida daquela noite. O garoto segurando um copo e me oferecendo, os sorriso branco, brilhante e gentil demais. Meu estômago se revira com a memória destravada.

━━ Quem é você? ━━ torço para minha voz não parecer tão trêmula quanto imagina.

━━ Mentirosa. ━━ consigo o ver se movimentar, tenho metade do corpo virado em direção as escadas. Dou mais um passo e o ouço limpar a garganta de um jeito que mais parece um aviso. Não se mexa. ━━ Foi complicado te encontrar docinho, vasculhar suas redes sociais, o trabalho,  a faculdade... ━━ estalou a língua no céu da boca. ━━ mas finalmente estamos a sós.

━━ O que você quer? ━━ o fito de soslaio. Havia algo nas faísca dos seus olhos que me causava pânico. Podia jurar que a coloração variava ou suas pupilas se expandiam em uma cortina verde acinzentada e fosca tomando suas orbes completamente.

━━ Você. ━━ respondeu tão sutilmente como se fosse um bom dia. ━━ Aquele noite você seria minha, entende,  eu escolhi a dedo você, até aquele imbecil aparecer e te roubar de mim. ━━ ele se move lentamente em minha direção. ━━E desde então eu só consigo pensar que preciso de você, nós nos demos bem, poderíamos continuar de onde paramos.

━━ Acho que entendi sim. ━━ aceno recuando da sua aproximação. ━━ Só que não tenho interesse, é melhor você ir embora.

As palavras saem embaralhadas ao passo que agarro o corrimão e piso no primeiro degrau , nem chego ao terceiro quando começa a me seguir. 

━━ Imaginei que isso poderia acontecer. ━━ comenta em passos preguiçosos logo atrás. ━━ Então vai ser do jeito difícil minha princesa!

O ouço berrar quando alcanço o primeiro andar do prédio.  Isso não pode estar acontecendo. Apresso os passos até começar a correr escada acima, de repente o trajeto que faço todos os dias ganha o dobro da distância, quanto mais rápido minhas pernas se moviam mais longe o maldito terceiro andar se encontrava.

A voz s torna alta aproximando-se com mais velocidade que me afasto. De repente o rosto jovial e assustador estava atrás de mim. Me choco contra o penúltimo lance de escadas. 

Minhas chaves!  

Tateio o bolso do casaco onde havia guardado para pegar as cartas, agarro o metal na palma da mão e por um golpe de azar escorregam entre meus dedos caindo no chão. O som das chaves rolando escada abaixo se choca com a sua gargalhada.

━━ Só torna isso mais divertido para mim assim. ━━ a boca cheia de dentes brancos diz. ━━ Não se preocupe, você vai gostar, bem, eu vou.

Alavanco o corpo para frente, mas é tarde demais, a mão grosseiramente macia agarra meu tornozelo e caio com tudo no chão. Solto um grito que em poucos instantes é abafado, sua mão me tampa a boca em um tapa oco. Tê-lo ainda mais perto me causa asco. O rapaz bonito que vi boate não passava de um lunático que fedia a cerveja e perfume barato. 

Sinto meu todo meu corpo gritar em pânico, com o toque não autorizado da sua mão suja. A perna intrusa que se finca em meio as minhas. Tudo que penso é que preciso mantê-lo longe de mim e pela primeira vez meu corpo realmente entende a mensagem. Uma onda de adrenalina e medo atinge-me como um raio vindo dos céus. Estou suando e passo a me debater na mesma frequência que meu peito. 

Jogo o que tenho em mãos no seu rosto. Acerto um soco no seu ombro, outro no seu queixo e acabo tendo o braço direito imobilizado. Finco os dentes em sua mão, ele rosna e me devolve um tapa estralado na lateral do rosto murmurando coisas nojentas. É quando uma briga realmente acontece. Chuto sua barriga o afastando, quando se joga por cima de mim novamente levanto o pé o fazendo se chocar contra o solado grosso. Agarro uma sacola pesada e arremesso em sua direção dando tempo o suficiente para correr. 

Correndo pelo último lance de degraus sou surpreendida com um puxão de cabelo que me arremessa contra a parede. Grito por socorro. Grito alto e em bom som, mesmo sabendo que as paredes grossas iriam impedir que me ouçam e aqueles que ouvirem provavelmente não irão se dar ao trabalho de aparecer no corredor.

━━ Me deixa em paz! 

Berro, em um pedido. Uma clamor! Céus, isso não pode estar acontecendo. 

━━ Nunca minha princesa, nunca.

Murmurou tão perto que eu hálito me causou náuseas.  Desfiro socos e tapas contra seu peito e quando nada disso parece surtir efeito tento o meu golpe final.

━━ Eu não sou nada sua. ━━ Seu maníaco de merda.

Aperto o polegar contra seus olhos. A porta da minha casa esta tão próxima. Pego de surpresa ele berra em dor e da um passo para trás, armo golpe certeiro nas suas bolas e me atiro corredor a dentro, dobro uma esquina e alcanço a porta.

As chaves.

Não! Não! Não!

Soco a porta gritando tão forte quanto a adrenalina me permite. 

━━ Porra Tessa, esteja ai! Tessa abra a porta. ━━ o som da madeira sendo espancada ecoa por todo o corredor, este que logo se torna menos vazio. 

Ele esta ali, vindo em minha direção. E agora, ele parece realmente irado.

Eu  estou fodida.

ও ⱮӀƝ ƳƠƠƝƓӀ ও

Aperto os punhos no volante de couro, após alguns minutos estacionando a frente do apartamento de Jocelyn decido que seria melhor tentar contato antes de aparecer em sua porta, ela poderia estar totalmente indisposta a me ver, seria frustrante ter a porta batida na minha cara.

Busco pelo aparelho no painel do carro e disco seu número diretamente. Fito a entrada do prédio, tinha esperança de encontra-la chegando ou saindo neste horário, me enganei pelo jeito. Após boas chamadas ela atende. Um silêncio incomum se instalou na linha enquanto meus olhos acompanhavam um homem afoito sair do seu prédio arrumando as roupas.

Ouço um soluço do outro lado da linha e fico em alerta.

━━ Boneca? ━━ chamo esperando ouvir sua voz. ━━ Aconteceu algo? 

━━ Yoongi... ━━ a voz arrastada em um misto de choro e soluços me pegou desprevenido. ━━Ele estava aqui... ele.

Enrugo a testa tentando traduzir a meia informação que acabará de dar. Atravesso a rua em passos rápidos e quando paro no meio feio sou guiado ate a figura que acabará de virar a esquina.

━━ Se acalme, eu tô indo amor.

𝑵𝒐𝒕𝒂𝒔 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒊𝒔: E ai flores do campo, espero que tenham curtido o capítulo, nos vemos em breve. Sigam  Gaby4readers no Insta bebêres.

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