capítulo | 38
Três dias mais tarde, Gabriel e Grace chegam à Santa Bárbara.
Tensiono o maxilar quando vejo a irmã mais velha entrar com uma cara de poucos amigos. Sei que a Grace pode ser extremamente cuidadosa e protetora quando o assunto são as suas irmãs. Ela é uma fera, não nego. Já passei por poucas e boas quando ela me pegava no meio da noite dentro do quarto da Giovana durante a semana. Com o tempo, fui ganhando confiança e ela cedeu e se acostumou com a ideia de que éramos apenas bons amigos — embora eu sempre quisesse ter sido mais do que isso.
Mas agora eu sou só o cara que engravidou a sua irmã.
Ponto final.
Grace sempre foi um modelo de superirmã. Muito parecida com a Luana. As duas tiveram seus motivos para nos proteger como feras, mas confesso que exageraram. Talvez elas tivessem aproveitado melhor suas vidas se relaxassem um pouco mais com essa vigilância. Ou talvez a gente tivesse se perdido demais sem a superproteção. Vai saber.
No entanto, vendo-a agora, tão madura, feliz, e... aparentemente bem resolvida em sua vida como um todo, meu único desejo é poder ser um pai para meu filho como elas foram para nós dois.
— Então quer dizer que você engravidou minha irmã? — Grace diz assim que passa pela porta. Gabriel vem logo atrás e faz um careta para mim como quem diz: "Ela está putíssima com você".
— Graaaaace, meu bem. Que bom te ver aqui — diz Gabriela, aparecendo do nada e puxando a irmã para um abraço. Agradeço que ela tenha roubado a atenção. — E ai, cunha. Tá tudo bem por aí? — diz, se referindo a Gabriel.
— Eu tô ótimo — responde Gabriel.
— Que ótimo! Mas conta pra mim, algum show legal por esses tempos?
— Ah, vários — ele responde. — Agora mesmo vai ter um festival muito daora, com público estimado em 100 mil pessoas, bandas incríveis e muita coisa legal. Se quiser colar, vou amar arranjar uns ingressos com acesso a backstage.
Ele pisca e joga todo seu charme.
— Se eu quero? Lógico. Sabe que festivais é comigo mesmo.
— Então fechô, cunha.
Observo a interação dos dois e gosto da forma como eles conversam, mas ainda não me sinto aliviado, afinal, Grace ainda tem uma expressão fechada no rosto.
— Acho que fiz uma pergunta. — Ela passa pelos dois e vem na minha direção, dando vazão a minha preocupação. — Então quer dizer que você engravidou minha irmã.
— Pois é — sibilo.
Ela aponta para mim como se estivesse me julgando.
— Por quanto tempo vocês estão juntos?
— Eu não sei — respondo, confuso. — Na verdade, acho que só estamos juntos mesmo, agora. Não considero que estávamos juntos quando estávamos com o namoro falso, e...
— E ainda tem essa história de namoro falso — ela me interrompe.
— Você não sabe da missa o terço — Gabi acrescenta com tom zombeteiro.
— Como? — ela questiona.
— Você sabe que o Lucas é apaixonado pela Gioh desde antes disso, não sabe? Logo, eles sempre estavam juntos, Mas tudo só começou a dar certo para ele quando o Fábio saiu do caminho.
Ela me dá um sorriso encorajador.
— Claro. A gente já conversou sobre isso — Grace acrescenta. — Só a Giovana que nunca percebeu. Mas me refiro a desde quando eles estão transando.
— Pera — digo, ainda mais confuso —, vocês sempre souberam? Mas souberam de quê?
As irmãs se entreolham e depois riem.
— Pelo amor de Deus, Lucas. Todo mundo sabia que você tinha os pneus arriados pela Giovana — graceja Gabriela.
— Era to visível assim?
— Cara, até eu vi isso quando te encontrei naquele show — Gabriel anuncia. — Você todo bobão falando da Giovana. Tava na cara sim.
Giovana se aproxima enquanto todos riem de mim. Quando chega mais perto, aperta minha mão suavemente. Sem pensar, eu aperto a mão dela. Ela é quente, macia e envolve a minha completamente. O resultado disso é que todo o meu corpo é percorrido por arrepios.
A reação é tão forte e inesperada que eu sinto um alívio na hora.
Meu Deus, que poder é esse que essa mulher tem sobre mim? Eu não me sinto tão a vontade com alguém desde... Na verdade, eu não me lembro de algum dia já ter sentido esse tipo de conforto ao lado de alguém que não minha mãe e irmã. Normalmente eu me sentia bem quando perto da Gioh, mas agora me sinto em casa. E essa sensação é definitivamente extraordinária. Incrível de formas que eu nunca havia imaginado. É exatamente esse tipo de conexão que eu busquei a vida toda.
Me sentindo extremamente confiante e um pouco mais do que apenas fora da minha zona de segurança, eu me viro para minha mulher e a beijo na testa, em seguida me abaixo e beijo sua barriga. Algo que sempre faço quando as encontro. Decidi que vou passar a vida demonstrando o quanto amo e respeito a minha filha e a sua mãe.
— Bom, o que está acontecendo aqui? — Giovana pergunta e antes mesmo da resposta já emenda com: — E obrigada por vir me visitar.
— Você acordou agora? — Grace pergunta.
Ela olha para a barriga.
— Alguém aqui estava cansada.
— Então, tudo agora é culpa o bebê — diz Gabriela. — O negócio é o seguinte, Giovana se tornou preguiçosa, graças a Deus. Só assim para essa guria desacelerar.
— Uau, preguiçosa e slow living? Você já realmente me ama.
— Amo muito, você nem sabe o quanto — responde com sarcasmo.
— Meninas, parem com isso — Grace intervém.
Gabriel começa a rir. Solto uma risadinha.
— Você vai se acostumar com essa dinâmica — acrescento, encorajando o garoto.
Gabriela abre uma das mochilas em cima da mesa e vasculha até encontrar seu iPad, que enfia na bolsa hobo minimalista marrom pendurada no ombro antes de olhar para mim.
— Preciso ir. Boa sorte garotão.
— Ei, você tá falando sério sobre o intercâmbio? Não conseguiu mesmo a vaga?
Grace pergunta sobre o curso de moda que Gabriela faria no começo do ano em Nova Iorque, mas que não se inscreveu por medo da Giovana não conseguir ter ajuda suficiente para cuidar do nosso bebê. Em partes, sei que ela escolheu não se inscrever, mas de hora em hora penso que minha irresponsabilidade a fez tomar essa decisão. Afinal de contas, se eu estivesse presente desde o início ela não estaria insegura quanto a isso. Mas tento não me culpar por isso, senão não vivo.
— Eles tão exigentes demais nessa edição. Tem umas vagas abertas, mas não sei se vão me querer, é para o segundo semestre do ano que vem, de qualquer forma. E se o material que eles pediram para eu produzir não for do estilo que querem, então nem passo para a segunda fase da entrevista.
— O que você teria que fazer? — Gabriel pergunta.
— É um programa de moda para artistas, na verdade. Você precisa produzir uma coleção que mostre a personalidade desse artista. Suas nuances mais profundas. Que seja autêntico, visual, atrativo e visceral. Tem que ter a cara do artista, mas que lembre a mim em algum momento. Tipo aquela sensação de: "nossa, olha a roupa de fulano, certeza que foi a Gabriela que desenhou esse modelo." Mais ou menos isso.
— E o que a impede? — Grace pergunta.
— Eu teria que selecionar alguém, fazer pesquisa sobre essa pessoa, planejar desenhos específicos, esse tipo de coisa. — Todos da sala lançam um olhar sério para ela, como se dissessem: e qual a sua desculpa? Ela desconversa. — Quer saber? Preciso ir agora! Sem contar que ainda não me sinto pronta para tal realização. É algo muito grande, sabe? Eu preciso primeiro entender qual o meu estilo, qual meu feeling, qual a minha vibe. Quem eu sou na moda.
Penso por um instante, mas não preciso de muito tempo para entender que a Gabriela não se inscreveu por medo. Ela, que sempre pareceu a mais descolada e segura de todas as irmãs, teve medo de não conseguir a bolsa, por isso nem tentou. Mas vou arranjar uma forma de ajudá-la. Pode crer que sim.
Além do mais, ela está inserida numa família cheia de cunhados famosos, que conhecem vários artistas, já é meio caminho andado.
— Pode muito bem começar agora. Você tem dois artistas aqui na sala — digo, incentivando, antes que ela saia.
Ela revira os olhos.
— O que foi agora?
— Vocês dois? Não mesmo.
— Fui brutalmente ofendido agora, Gabriela — resmunga Gabriel e coloca a mão no peito, como alguém que foi atingido.
— Não é isso...
— É o quê? — indaga Giovana.
Ela só balança a cabeça e acrescenta:
— Vocês dois são foda e têm razão. Tenho a sorte de ter dois artistas incríveis perto de mim. Mas é a questão da vibe, e vocês não têm a minha. — Ela faz uma pausa e desdenha. — Além do mais, pra quê que eu quero desenhar para pessoas da minha família?
Depois se despede e caminha em direção à porta.
— Você já vai mesmo? — Grace pergunta com um tom de voz triste.
— Sim. Alguém precisa trabalhar pra pagar as contas e estudar muito se quiser se tornar uma estilista de sucesso.
— Bom, a gente ainda vai se vê, né? Estou aqui até o final da semana.
— Lógico. Ainda moro aqui, sabia? Agora é tchau. — Ela soa tão sarcástica quanto esperançosa.
— Bom, então — Grace olha para mim, aposto que quer continuar a conversa sobre eu ter engravidado sua irmã. Só que agora já estou mais confiante e sem medo do que possa vir. — Uma última pergunta: você pretende cuidar mesmo da minha irmã? Posso confiá-la a você?
Eu começo a me endireitar e consigo ver quando a Giovana tenta responder por mim. Aperto firme sua mão e respiro fundo, alertando que não precisa.
— Depois de achar que tudo deu errado, eu tentei expurgar o amargor que senti por todas as vezes que me esforcei para que desse certo. Foi esse o motivo que me fez ficar afastado esse tempo. Fiz tudo que estava dentro do meu controle e as coisas não funcionaram. Imagina que largar o controle era abandonar tudo.
— Mas não é sobre isso, mano — Gabriel acrescenta rapidamente.
Grace o olha com o olhar mais terno que consigo decifrar e sei que estão falando sobre eles, sobre a história que construíram nesse pouco tempo.
— Não, não é. E entender que eu não tenho controle sobre nada, é parte disso. De achar o equilibro. De entrar nesse movimento de ser eu, de me entregar, de pertencer, de me movimentar para fazer com que nossa família funcione. Tentar ser totalmente entregue a elas, eu acho. — Paro e me concentro. Penso em como tudo isso soa tão fácil agora que saí do campo da projeção para a realidade. — Mas ainda estou trabalhando nisso. Em saber como é que faço dar certo. Mas você pode ter a minha palavra de que elas jamais ficarão desamparadas.
Grace me olha com um olhar terno e de amparo. Após um tempo, sorri.
— Estava brincando quando cheguei aqui querendo te colocar contra a parede, Lucas. Eu fiquei preocupada por não estar perto quando tudo isso começou, mas estou satisfeita de saber que tudo acabou bem.
— Essa mulher ficou louca quando soube — afirma Gabriel.
— Lógico — confirma. — Mas depois que soube de tudo, minha preocupação se esvaiu por saber que você é o pai do meu sobrinho e o melhor companheiro para a minha irmã. Meu lado irmã preocupada logo se ativou. Tinha a sensação de que algo ruim ia acontecer. Acho que estava só sendo paranoica e cuidadosa demais. Vocês são incríveis juntos. Eu vi de perto toda a sua dedicação a minha irmã durante esses anos. Você é o melhor para eles.
Suas palavras "você é o melhor para eles", ecoam dentro de mim de um jeito que não sei explicar. Invadindo e dividindo tudo em mim. Consertando, costurando, criando possibilidades. A sensação de que estou no caminho certo dentro de mim se intensifica. Começa a me fazer enxergar que... eu não sou o meu pai.
Olho em seus olhos cheios de carinho e afago.
— É ótimo que vocês dois sejam tão próximos. Que podem ser verdadeiros um com o outro. Que podem cuidar um do outro. Não tem jeito, vocês são feitos um para o outro.
Ouvi-la dizer isso em voz alta desperta uma onda de tranquilidade em mim. Não posso negar que sinto medo de ser um pai ruim. Não faz nem muito tempo que vinha agindo como ele, mas parece que essa fase já passou. Giovana e nosso bebê são preciosos demais pra mim, e está aqui com essas pessoas que amamos só confirma isso.
— Agora vamos procurar algum lugar para comer, amor? — pergunta Gabriel a Grace.
— Aqui não tem nada pronto — respondo.
— Vão deixar que a gente fique com fome? — Grace ruge. — Vão deixar que eu faça comida na casa de vocês?
— Não, mesmo! Eu cozinho, fiquem aqui que eu...
Sou interrompido por uma risada estridente da Grace.
— Calma, Lucas — ela diz ainda eufórica. — Eu e o Gabriel vamos almoçar com minha antiga professora. Tem tempos que não venho aqui e ela quer me ver. Então sossega.
— Ok — murmuro.
Depois de um período curto de tempo, ela e Gabriel vão embora.
— Vem, vamos continuar deitados. Vou te contar mais sobre o meu desejo enorme de continuar Quero beijar seu pescoço e chupar sua pele você gemer. Quero enfiar a mão na sua calça, segurar seu pau e acariciar até ele gozar nos meus dedos, ou na minha boca. E você pode gemer meu nome baixinho, depois me fazer gozar com a sua língua.
Tenho um arrepio involuntário. Seus lábios abocanham a minha boca de forma suave e quente, faminta. E quero senti-los no meu pau, como me prometeu.
Os olhos castanhos de Gioh ficam menores. Ainda mais. Sue pele quente assume um tom de brilho que acende as suas sardas salpicadas no nariz. O prazer aquece sua expressão, e é claro que isso infla meu ego feito um balão de hélio. E ele só aumenta, quando sua voz sai arfante, se comunicando diretamente com meu pau.
— Amo o seu olhar de desejo recaindo sobre mim — Gioh diz.
— Ah, é?
— É.
Seu olhar está fixo na minha boca. Puta merda, essas mulher me destrói com tanta facilidade que posso não aguentar.
— Permissão para me aproximar da sua boca?
Uma risada me escapa.
— E desde quando precisa de permissão?
Ela se aproxima para um exame mais atento dos meus lábios.
— Só entra na brincadeira, tá bom?
— Tá bom!
— Meu Deus, Lucas. Você tem lábios grossos, uma boca carnuda. Delícia. Será que posso beija-los?
— Claro que sim. E espere até ver o que esses lábios podem fazer em contato com a sua buceta.
— Pronto pra gente colocar tudo isso em ação? — murmura.
Gioh aperta a palma da minha mão contra seu corpo, e um gemido fica preso em minha garganta. Ela está muito molhada e saber disso me hipnotiza. Ela é gostosa pra caralho.
Já no quarto, nos aconchegamos debaixo da coberta e passamos a próxima hora provocando um ao outro.
— Você é tão gostoso.
— Você também.
Então solto um gemido feliz, porque a boca dela desce e de repente está chupando meu pau. Enfio os dedos das duas mãos em seus cabelos, de forma preguiçosa, guiando-a por minha extensão.
— Isso é bom — murmuro.
Ela olha para mim e morde o lábio inferior. Sua mão sobe e desce pelo meu pau que começa a ficar lubrificado de prazer.
— Muito bom — me corrijo.
A risada dela aquece a ponta do meu pau.
Ela o abandona e senta com as pernas abertas em mim. Giovana coloca as duas mãos no meu peito e se inclina, seus peitos enormes e lindos balançando de forma sedutora. Alcanço um deles e o coloco na boca. Conforme ela cavalga lentamente, lambo e mordo levemente o seu peito, o que arranca um grunhido rouco da minha garganta. Ela solta um gemido em consonância ao meu som, então sua língua toca a minha e é como se uma corrente elétrica me percorresse, da ponta da minha língua até a ponta do meu pau. Caralho. Essa garota me deixa louco demais.
Giovana me beija de forma tão intensa, chupando minha língua como se fosse doce, enquanto se esfrega em mim. Seus movimentos se intensificam e sinto sua buceta me apertar contraindo muito.
— Está perto?
Ela só assente, sem dizer nada. Sua respiração acelera. Está mais se esfregando furiosamente contra mim do que me cavalgando. Tenho que segurar seus quadris para estabilizá-la, porque está tremendo loucamente.
— Vai, amor. Goza pra mim.
Giovana se desfaz, desabando ao meu lado e respirando com dificuldade. Eu amava quando ela desabava contra meu peito nu, mas agora com a barriga ela não consegue.
Em meio ao clímax dela, afundo os dedos em sua buceta e começo a lamber e sugar com vontade seu clitóris, até que eu goze também.
Segundos depois de nosso orgasmo, Giovana fica de lado e me beija lentamente. Então viro para ficarmos de conchinha, por que gosto dela se aconchegando em mim. Eu a seguro e pegamos no sono assim.
O final tá próximo. Falta só dois capítulos. Tive que adicionar mais um.
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