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capítulo | 02

Eu tenho um segredo que, muito provavelmente, só minha irmã e minha mãe sabem. Eu amo Giovana Paixão Santana. Bem, isso seria glorioso, caso ela não fosse namorada do Fábio a quase cinco fucking anos.

Eu a conheço desde o ensino fundamental. Desde então nos tornamos amigos inseparáveis. Ela sempre foi aquele tipo de menina que é decidida, organizada e centrada. Quase não tinha amigos por causa do seu gênio forte e postura autoritária. Mas quer saber? Nada disso me assustou. Aos poucos fui me aproximando e consegui invadir seu espaço. Por isso, não consigo dizer ao certo quando me apaixonei de fato.

Pode ter sido quando eu a vi recitando um poema para as mães, ou quando respondia perfeitamente as questões de português, ou quando ela revirava os olhos ao ser contestada ou até mesmo quando sentava comigo e pedia para que eu lesse trechos do livro que estava lendo no momento. Não sei ao certo, só tenho ciência de que, um belo dia, a ficha de que eu gostava dela, além da amizade, caiu com força, mas já era tarde demais.

No primeiro ano do ensino médio, Fábio foi mais rápido e a pediu em namoro. Fiz de conta que estava feliz por ela, mas meu coração estava partido por dentro. Ele era um garoto exagerado, mimado e não parava de falar sobre si, sua família e toda a sua fortuna, mas estudávamos todos na mesma sala, então a amizade com ele meio que aconteceu. Bem, eu queria mesmo era socar a cara dele por estar com a minha garota, no entanto, durante esses cincos fucking anos eu precisei aceitar que Giovana o ama e, se ela está feliz, eu estou feliz.

Enfim, Giovana é o grande amor da minha vida, aquela que eu deixo pisar no meu coração com salto agulha número quinze e, ainda assim, consegue me arrancar um sorriso. Sei que isso soa patético, mas é a verdade. É verdade que não consigo passar mais de duas horas sem pensar no quanto eu a amo, que arrumo um jeito de mencionar seu nome a cada duas frases, que faço tudo o que ela quer, que passo a mão pela sua cabeça, que tolero o seu namoro de merda e que não consigo me relacionar com ninguém por que vivo esperando pelo momento que poderei ser dela e ela minha.

Não é "só amizade", mas sou bom em fazer de conta que seja.

Só é difícil para mim quando tenho que lidar com a falsidade do seu namorado. Odeio o fato de que ele não a trata como a verdadeira rainha que ela é. Acho que a relação deles funcionou por um tempo, mas agora está cada vez mais decadente. Fábio, apesar de sempre ter sido uma babaca egoísta e mimado, tinha um senso de proteção ou qualquer coisa do tipo com a Gioh, e ela vivia conversando comigo sobre o quanto ele lhe fazia feliz.

Mas qualquer um que já tenha vivido um relacionamento de merda ou visto alguém próximo envolvido em um, ou que possua um conhecimento básico de como um namoro saudável deve ser, sabe exatamente que quando um cara começa a mudar rapidamente de protetor para possessivo, ou quando começa a querer mandar na roupa que a namorada usa, ou quando pouco se importa com ela e prefere ficar com "seja lá quem for" a fica com ela, esse relacionamento está se encaminhando para algo tóxico.

Apesar de Giovana jurar que gosta dele "desse jeito", e que ele é diferente quando estão sozinhos, sabemos bem que tem algo errado quando ele a trata rispidamente na frente das pessoas. Quando escolhe jogar futebol sempre, a escutá-la. Mas não posso negar que amo quando ele a deixa de lado, por que é para mim que ela corre quando está sozinha, quando precisa conversar ou quando quer falar sobre besteiras. Patético, não é mesmo? Só que não consigo evitar. Prefiro tê-la pela metade a não tê-la de jeito nenhum.

E aqui estou eu, há mais de seis anos apaixonado pela minha melhor amiga, esperando uma oportunidade de tê-la pra mim, de poder concretizar o meu sonho de casar, ter uma família e viver o resto da minha vida fazendo essa mulher feliz. Estou um pouco cansado dessa espera toda e, às vezes, penso piamente em desistir, mas é só a Giovana ligar pra mim que volto correndo como um cachorrinho abanando o rabo.

E sim, por mais que ela diga que me ama, que me considere como alguém especial, tudo entre mim e ela continua platônico como sempre, por que pra ela, sou como um irmão e, diante disso, não há nenhum sinal de mudança no ar. Sou apaixonadíssimo por Giovana Paixão e isso parece que não vai mudar.

— Você quer um pedaço dessa lasanha quatro queijos, filho? — pergunta dona Dolores, minha mãe.

Ela é a mulher que sustenta meu mundo... bem, a primeira, já que a segunda é minha irmã e a terceira vocês sabem quem é. Levanto os olhos e vejo uma senhora alta, gorda, linda e de cabelos compridos parada na porta da cozinha.

— Vai querer a lasanha, amor? — ela repete.

Dou mais uma olhada na foto que a Giovana acabou de postar com o Fábio no Instagram, me segurando para não comentar "ele não merece você, amor".

Óbvio que me contenho.

— Quero sim, mãe — digo com um sorriso simpático. Ela retribui, e covinhas profundas se formam em suas bochechas. Dá para entender por que ela é a mãe mais linda do mundo.

Minha mãe vem até mim e coloca dois pratos na mesa, distribuindo um pedaço de lasanha em cada um deles. Faço uma careta quando vejo que ela ainda não almoçou e que estava esperando por mim. Passo muitas horas fora de casa. Quando não estou na faculdade, estou no estúdio preparando alguma música nova, remixando ou criando alguma batida. Sou DJ, cantor, compositor e decidi me arriscar na área de produção musical, minha nova paixão. Não é sempre que ela faz isso, só quando existe a possibilidade de eu chegar em casa antes das 14h. Como foi o caso hoje.

— Mãe! — a recrimino. — Não era pra me esperar.

— Amor, eu poderia muito bem comer sozinha, mas quando você me disse que viria almoçar, fiz a sua lasanha preferida e optei esperar para almoçar com você. Há algum crime nisso?

— Lógico que não, né? — digo e lhe dou um sorriso. — É que demoro demais pra chegar e não quero que se alimente fora do horário.

— Sua companhia supera a demora, querido. Fique Tranquilo!

Eu amo essa mulher.

— Mãe, a Luana deu notícias? — pergunto, enfiando uma garfada da lasanha maravilhosa na boca.

— Chega hoje de noite. Estou morrendo de saudades de todos eles.

Luana é minha irmã, ela tem 25 anos, já é casada e tem um filho, o Miguel. Meu sobrinho querido. Eles estão viajando de férias desde janeiro e só vão voltar agora.

— Eu também — digo, nostálgico. — Ainda bem que eles chegam hoje ainda. Amanhã viajo para um show e não queria ir sem vê-los.

— Ah, meu amor, você vai vê-los sim.

Conversamos algumas trivialidades enquanto almoçamos e, quando terminamos de almoçar, minha mãe pega os pratos da mesa e se afasta em direção à cozinha. Sacudo a cabeça negativamente para ela.

— Ei, amor, nada de lavar a louça. Você cozinhou, eu lavo. Não se pode ter o luxo de fazer as duas coisas.

Então ela vira para mim, põe as mãos em sua cintura e me lança um sorriso gostoso de mãe.

— Que tal você fazer o café mais tarde e lavar os pratos?

— Engraçadinha — digo, indo em sua direção e lhe abraçando pela cintura. — Não mesmo. O que é justo é justo, dona Dolores. Mais tarde, o café e os pratos serão da Luana.

Mal conseguimos segurar o riso. No casa da dona Dolores as tarefas são divididas de forma igual pra todo mundo, o que significa que nunca tive o privilégio de não fazer nada só por ser menino. Ela dizia "O que é justo é justo. Se comeu, tem que lavar também".

Cresci sem pai. Ele foi embora quando a Luana ainda tinha seis anos e eu apenas dois. Minha se desdobrou o quanto pôde para que não sentíssemos a sua falta, e, mesmo assim, eu sentia falta de uma presença masculina em casa. Pai também é essencial no crescimento de uma criança. Pena que não tive esse privilégio.

— Você está certo, amor. Lave a louça agora e a noite a Luana faz a parte dela.

— Isso aí — digo e beijo sua bochecha de forma estalada.

Assim que começo a separar os pratos para compor a mesa para o jantar, meu celular apita. Peço a minha mãe que olhe pra mim e ela me diz, num tom suficientemente alto, que é uma mensagem da Giovana, perguntando se estou livre mais tarde.

Em menos de um minuto, Luana, que estava no seu antigo quarto, aponta na sala. Para minha surpresa, ela fica irritada ao ouvir o conteúdo da mensagem. Vou até a cozinha só para evitar alguma pergunta que não quero responder, observando enquanto Luana cochicha alguma coisa com minha mãe.

— Eu estou vendo isso, Luana — digo, quando chego com mais utensílios para compor a mesa.

— O que você vai responder pra ela? — pergunta, dando um gole no café enquanto me observa arrumar a mesa.

— Que eu estou com a minha família e que não posso vê-la hoje.

Ela balança negativamente a cabeça.

— Tenho certeza de que você vai falar que está ocupado agora, mas lá pra meia noite deve aparecer na casa dela. Como sempre faz.

Fico em silêncio. Ela está certa. Sempre fiz isso desde a adolescência. Giovana se encontrava com Fábio e, mais tarde, quando ele ia embora, me mandava uma mensagem dizendo que queria conversar. Ele ficava com os beijos e os amassos. Eu, com as conversas e os desejos.

Luana dá um último gole e coloca a xícara na pia. Minha mãe e eu distribuímos os talheres na mesa, mas não consigo me segurar quando ela continua alfinetando.

— Só quero saber quando pretende deixar de ser um cachorrinho pra essa menina — ela diz, irritada.

— Não sou um cachorrinho pra ela, Luana. Ela é minha amiga e sinto muito que não entenda o que isso significa — vocifero, com a voz mais doce de que sou capaz.

Ela vira a cabeça de imediato, tentando determinar se me entendeu direito, mas minha mãe põe a mão no seu braço e a impede de soltar as palavras que sei que vão me machucar.

Luana dobra os guardanapos de forma distraída enquanto me olha de cima a baixo.

— Filho, sabemos que você vai até a casa da Giovana. Sei que a ama e que a considera muito. Só proteja seu coração — diz minha mãe.

— Por que diz isso, mãe?

— Bom, sabe aquela garota do supermercado? Jussara? — ela começa. — Ela estava falando sobre um almoço de noivado. Pelo que entendi, era relacionado à família do Fábio. Como ele é filho único, suponho que ele vai pedir a Giovana em casamento quando fizerem cinco anos de relacionamento. Algo assim. Mas ela disse que não tinha certeza. Só que a Jussara é daquelas fofoqueiras que nunca erram, então acho melhor proteger seu coração.

Minha irmã me olha por cima do ombro e levanta as sobrancelhas como se dissesse "até quando vai aceitar as migalhas dessa garota?".

Demoro alguns instantes para falar alguma coisa.

— A senhora ouviu mais o quê?

— Só isso.

— Legal — afirmo. Estou com muita raiva no momento, mas consigo segurar o sentimento. — Bom pra ela. Vamos jantar.

Meia hora depois, Luana está lavando as louças e o seu marido está secando.

Com o violão no colo, cantando pro meu sobrinho de quatro anos, estreito os olhos quando recebo uma mensagem da Giovana, pedindo que eu apareça na sua casa.

Constatem um fato agora. Estou morrendo de vontade de largar tudo e ir atrás dela. Vejo duas, ou melhor, três mensagens dela no meu celular. Não respondo nenhuma e viro a tela do celular para baixo, evitando ver as demais que sei que irão chegar.

Minha mãe pega um pedaço de torta de limão que sobrou do jantar, embrulha e coloca a embalagem do meu lado.

Fico à espera que ela diga alguma coisa.

— Que foi? — ela pergunta, sabendo que sei do que se trata.

Balanço a cabeça.

— Não vai levar um pedaço de torta para a Giovana?

Coço o queixo com a barba por fazer. Como sempre faço isso — levar algum doce para ela na madrugada —, quase todas as noites desde meus quinze anos, sei que ela está esperando que eu levante, pegue a fatia da torta e saia em disparada para a casa da Giovana, mas não quero fazer isso hoje. Estou cansado de ser sempre a segunda opção.

— Não estou a fim.

Meu sobrinho me lança um olhar condescendente, como se entendesse o que está acontecendo. Sorrio para ele e faço carinho em sua cabeça.

— Por quê? — pergunta.

— Sem vontade — digo, simplesmente.

Ela levanta as sobrancelhas e aguarda a explicação.

— A meta é ficar bem, mãe. Ficar emocionalmente sem ter que depender dela ou de ninguém. Acho que já deu pra mim.

Ela pega meu sobrinho no colo, passeia alguns dedos pelo meu cabelo e me beija a testa.

— Tudo bem. Vou apoiar a sua decisão. Mas eu não quero lhe ver sofrendo por essa decisão e nem por ela. Ah, e vai ter que prometer que vai ficar bem de verdade.

Assinto com a cabeça.

Minha mãe some e eu fico sozinho na sala com o silêncio reverberando nas paredes a torta de limão ao lado e uma decisão importante me rodeando. O desejo de sair correndo para encontrá-la é enorme, mas preciso começar a proteger o meu coração, como bem disse minha mãe.

Mais silêncio.

Droga. Ela continua me enviando mensagens.

Pois é, minha melhor amiga não vai facilitar as coisas. Mas isso não significa que eu vou ceder dessa vez.

Deixo o violão, a torta e o celular sobre no sofá e subo para o meu quarto.

Né por nada, não. Mas Lucas tem meu coração, viu.

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