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capítulo | 01

Existe uma palavra que está ressoando em minha enquanto escuto o professor fazer a chamada no final da aula. Insistente. É como estou descrevendo, em uma redação, Brenda Rodrigues, minha arqui-inimiga. Também penso em incansável. Mas isso por que estou escrevendo sobre ela em um trabalho acadêmico. Se eu tivesse um diário e estivesse escrevendo sobre ela nele, com certeza utilizaria as palavras: impertinente, irritante, importuna.

Mas isso pouco importa. Qualquer uma dessas palavras quer dizer a mesma coisa: vaca maldita. E não pense que estou exagerando. Brenda Rodrigues é exatamente isso. Uma vaca. E o pobre animal que me perdoe pela comparação.

Ela parece viver nesse mundo acadêmico só para me irritar. E olha que no ensino fundamental eu a admirava. Sério. Admirava a sua inteligência, sua beleza, a forma como era amiga dos garotos mais velhos, como conseguia elogio dos professores apenas por ter respondido o dever de casa, ou como escrevia poemas divinamente bem. Tudo nela era motivo de deslumbramento.

Éramos de salas diferentes, mas por causa de todas as coisas que tínhamos em comum, acabamos nos tornando melhores amigas. Até que eu comecei a namorar o Fábio. E ao que parecer, tínhamos o sentimento por ele em comum também.

Por esse motivo, não consigo evitar uma certa inquietação ao ter que escrever sobre a garota de cabelo preto ondulado sobre os ombros, com a pele bronzeada e que, quando sorri, revela dentes muito brancos por causa do clareamento caríssimo que fez. E a pior coisa de ter que escrever esse texto sobre ela é não poder colocar no papel tudo o que de fato eu gostaria. Além do mais, esse trabalho é ridículo. Mas vale pontuação para a matéria de ética.

E consegue ficar ainda pior.

Minha arqui-inimiga, que também precisava escrever uma redação sobre mim, já conseguiu entregar antes do prazo estipulado. Lógico que ela faria isso. Brenda não perderia a chance de esfregar na minha cara que consegue fazer um trabalho sobre mim e em tempo recorde, enquanto eu ainda nem sei o que colocar no texto sobre ela.

Estou observando a tela do notebook que fica preta por falta de manuseio, e me lembro de mais cedo quando ela contava uma história referente ao seu estágio para um grupo de colegas nossos, incluindo o meu namorado. Soberba pura destilava dos seus lábios. Não posso dizer que o efeito que ela tem sobre mim seja somente sua culpa, certamente alimentei essa disputa durante todos esses anos.

Digamos que sou um pouco sistemática e perfeccionista. Gosto de uma boa disputa. Tenho ambições e preciso garantir que alcançarei aquilo que tracei para o meu futuro. E isso inclui me manter sempre nas melhores posições. Preciso ser a melhor aluna da sala, a melhor monitora, a melhor líder da turma, a melhor estagiária, simplesmente, a melhor em tudo.

Mas, diferente de Brenda, não passo por cima das pessoas para atingir o meu objetivo e muito menos fico tentando superar aquilo que as pessoas fazem. E não faço isso por que o meu espírito é mais evoluído que o dela, mas por que entendo que se existe alguém com quem eu preciso competir, essa pessoa sou eu mesma. Só que não vou negar que não deixo barato as provocações dessa garota. Não mesmo.

— Ei, você está bem? — diz Lucas, meu melhor amigo e confidente, adentrando a sala da minha casa e se esparramando no sofá.

— Ah, oi! — respondo, sem muito entusiasmo.

— O que houve, amor? Está atolada em trabalho acadêmico? Nem bem começamos o semestre.

Reviro os olhos.

— Estou empacada em um trabalho acadêmico — digo, resignada. — A professora Solange, de Ética Geral e Profissional, pediu que discorrêssemos em duas laudas sobre um dos nossos colegas de curso.

— Qual o problema?

— Até aí tudo bem, só que o trabalho precisa ser feito em dupla e para completar o meu pior pesadelo, adivinha quem se ofereceu para fazer comigo?

Brenda Rodrigues, a garota mais insuportável do mundo — fala Lucas, com um tom de voz irritante. Segundo ele, é a voz que faço toda vez que preciso me referir a ela.

Suspiro.

— Qual a dificuldade, então? Já vi você escrever trabalhos muito piores com a maior facilidade — diz ele, sorrindo. — Escreva que ela é uma garota mimada, antipática e sem nenhuma ética ou moral. Pronto, finalizei o seu trabalho.

— Você está sugerindo que eu escreva um trabalho de ética, sem nenhuma ética? — pergunto a ele.

— Não. Estou dizendo para escrever o trabalho de ética sendo verdadeira.

— Acho que entendi — respondo. — Você quer que eu tire um zero e ainda por cima comprove a minha incapacidade em ser imparcial.

— Meu Deus, eu desisto — Lucas diz, franzindo o nariz. — O que vai fazer hoje de noite? Vamos sair mais tarde, você precisa distrair a sua mente e esquecer um pouco essa menina.

— Serio? — Tiro os olhos do notebook e olho para ele sem acreditar que está pedindo que eu abandone meu trabalho para curtir a noite.

— Lógico. Você sabe que sim, amor.

Quando ele assente, retruco:

— Você tem zero noção, Lucas! Eu preciso entregar esse trabalho amanhã. Então, sobre o seu convite, a resposta é não. E também pretendo sair com o Fábio mais tarde.

— Hmm — ele sussurra, meio sem jeito. — Que tal amanhã?

— Amanhã é meu aniversário de namoro — eu digo, deslizando até onde ele está. — Como você pode ter esquecido?

— Não esqueci — ele bufa. — É só que, pelo amor de Deus, Gioh. São cinco anos comemorando essa coisa. Você merece fazer algo diferente. Um vale night, talvez?

— Você é engraçado, Lucas. Só diz isso por que não é meu namorado.

— Nem poderia ser, somos muito diferentes.

— E tem mais — acrescento. — Não chame meu relacionamento de "essa coisa".

— Tá bom, amor — ele diz, deixando escapar um pouco de veneno na voz. — Chamo do que quiser, mas você sabe que seu relacionamento é um saco. Fábio é um riquinho mimado e sem muita criatividade no que diz respeito a vocês dois.

— Você não pode falar dele assim. Fábio é um menino...

Ele me interrompe.

Especial, de família, centrado e que quer construir algo decente para o futuro — diz, novamente utilizando um tom de voz meloso e dramático, sugerindo que falo dessa forma. Quando termina, finge enfiar o dedo indicador na garganta para vomitar. — Ele é um chato, sinceramente.

— É, e é bem conveniente para você desdenhar disso.

— Do que você tá falando?

— Como se você não soubesse. Vamos lá, quanto tempo durou o seu último relacionamento? Toda vez que eu conheço uma menina que você está ficando, quando pergunto dela, você já terminou. Seja sincero, Lucas, você não quer nada sério com ninguém e odeia o Fábio por que ele é seu completo oposto.

— Não odeio o Fábio. Só acho que ele é certinho demais. Ninguém é tão correto o tempo inteiro, só isso.

— Mas, ao contrário de certas pessoas, ele realmente se importa comigo, em ter um futuro. — Faço uma pausa. — Ele tem ambição em construir uma família.

— Bobagem. Não preciso ser como ele para ter ambição na vida, Gioh. E também quero uma família. A diferença é que prefiro ser honesto e mostrar como sou realmente, sendo como posso. E tem mais — ele acrescenta: — Ele se importa com a possibilidade de ter você à disposição dele. O que significa que, ele gosta da comodidade de ter uma garota como você, que é esforçada, inteligente, que é sempre a melhor naquilo que faz e é por isso que não consegue ser melhor por você. Você só é ingênua demais para ver.

Sei que tem um fundo de verdade no que ele está falando, mas ainda assim quero que ele reconsidere.

— Ainda bem que sou eu que me relaciono com ele. Isso significa que não é da sua conta! — vocifero. — Agora vá embora, preciso me concentrar no meu trabalho e está muito difícil fazer isso com você aqui.

— Eu estar aqui ou não, não tem nada a ver com o quanto você não consegue terminar esse trabalho. Sabe disso.

Perco a compostura.

— Você é uma pessoa inconsequente, Lucas. Não tem compromisso com nada, parece uma criança e trata as mulheres como se elas não tivessem nenhum valor. Você é meu melhor amigo, mas nunca serviria como meu namorado ou de alguém que se dê o devido valor. Então, por favor, não venha querer me aconselhar sobre o meu relacionamento.

Quando termino de cuspir minhas palavras percebo imediatamente como elas soaram amargas e duras, mas já é tarde demais.

Sei que nesse momento pareço ter lhe socado bem no estômago.

— Claro que eu sou um cara terrível. Tudo bem. Acho melhor eu ir embora mesmo.

Ele levanta do sofá e vai até a porta. Quando está junto dela, ele se vira para mim.

— Só pra saber, para caso eu tenha uma namorada em breve. — Seu tom de voz me faz congelar. — É normal abandoná-la toda vez que ela mais precisa? Ou talvez, não gostar de sentar com ela e conversar sobre qualquer coisa? Devo interferir nas roupas que ela usa, no corte de cabelo? Acha que devo exibi-la como uma porra de um troféu? Ou quem sabe, devo considerar meus amigos ricos e mimados mais importantes?

Puta merda! Ele sabe bem como retribuir o soco no estômago, por que agora é minha vez de me sentir nauseada pelo impacto, mas não deixo que ele perceba.

— Lucas, vá embora! Acabo de passar as últimas três horas tentando me concentrar nessa merda de trabalho. A essa altura, já era para você está bem longe. Além do mais, vou sair com meu namorado mais tarde.

Ele assente e me dá um sorriso amargo.

— Bom para você.

✰✰✰✰

Trabalho na redação sobre a Brenda até as seis e, quando termino, mesmo cansada, penso em enviar uma mensagem para o Fábio, na intenção de sairmos para conversar. Estou exausta e preciso tomar um bom chocolate quente e desabafar sobre todas as mentiras que escrevi nessa redação.

Tomo um banho quente reconfortante, observo meu pai que dorme como uma pedra em seu quarto e procuro o celular na mesinha de canto da sala. Há uma infinidade de mensagens no meu celular, nenhuma da minha irmã mais velha, a Grace, que se mudou tem pouco tempo para São Bento. Talvez ela esteja em processo de adaptação e se descobrindo, mas sinto sua falta e não faz nem um mês que ela foi embora.

Em vez de enviar mensagem, tento ligar para o celular do meu namorado que só chama e ninguém atende. Quase deixo pra lá a vontade de sair, mas não quero dá vazão as palavras duras do Lucas sobre ele ser indiferente comigo ou com aquilo que importa pra mim. Sei que meu namorado é um pouco frio, mas ele é romântico quando quer e carinhoso quando estamos juntos.

Decido enviar uma mensagem que é respondida na mesma hora.

Droga, por que ele não atendeu, mas pode responder a mensagem?

Gioh: Amor, onde você tá? Pensei em sairmos para conversar.

Gioh: Que tal?

Fábio: Ah, não, Gioh.

Fábio: Não estou no clima. Meu time perdeu e eu vou sair com os caras.

Gioh: Sério, Fábio?

Fábio: A gente saiu anteontem e vamos sair novamente amanhã. Custa entender que vou sair com meus amigos, Giovana?

Contorço uma careta e bufo.

Gioh: Tudo bem! Estou mesmo muito cansada.

Gioh: Amanhã a gente se vê. Beijos, eu te amo.

Espero que ele envie uma mensagem de volta dizendo que me ama, mas ela não vem. Infelizmente, a sensação de frustração me invade. Posso dizer que estou um pouco saturada quanto a esse namoro, mas amo o Fábio, apesar de parecer que não estamos nos encaixando mais. Tenho certeza disso. E talvez só estejamos passando por uma fase um pouco difícil. É isso. Tem que ser isso.

Preciso enfatizar para mim mesma quanta sorte eu tenho em namorá-lo. Ele é inteligente, filho de uma família respeitada, tem amigos que são fiéis a ele, é bonito, tem... Paro de mencionar as características dele quando vejo que não citei nenhuma que seja relacionada a nós dois.

Meu namorado nunca foi atencioso, gentil ou romântico comigo. Não consigo me lembrar de momentos onde me senti realmente amada por ele sem que precisasse usar palavras. Mas, se formos parar e analisar, pessoas sentem diferente. Nem todo mundo sai por aí gritando o que sente aos quatros cantos e não são todos os que têm facilidade para demonstrar com atitudes o quanto amam seus parceiros. Li algo assim alguma vez na internet.

Basicamente, não preciso me preocupar com nada disso por que sei que Fábio é o máximo, e que teremos um futuro brilhante pela frente.

Sentindo meu estômago roncar, vou até a cozinha. Avisto Gabriela sentada na mesa concentrada em alguma coisa no seu computador pessoal. Antes, ela não tinha um notebook, mas quando a Grace se mudou deixou o seu antigo para ela. O que foi um alívio, já que antes tínhamos que dividir o mesmo aparelho e isso me irritava.

Tenho artigos e mais artigos para ler e estudar enquanto Gabriela vive pesquisando qual a nova tendência no mundo da moda. Não estou desmerecendo seus estudos, nem nada disso, mas sejamos sinceros, estudar Direito exige um pouco mais de esforço e dedicação.

Cumprimento a Gabe e vou até a geladeira pegar a garrafa de água. Faço uma anotação mental sobre ser melhor deixar uma garrafinha em cima da mesa de centro do meu quarto, para que eu me lembre de beber com frequência. Tenho bebido pouca água esses dias.

Desabo ao seu lado na cadeira, sirvo mais um pouco de água pra mim e outro copo para ela. Dou um gole com gosto e puxo uma perna para cima da cadeira.

— Pensei ter escutado alguma coisa relacionada a você sair hoje. — Gabe diz sem tirar os olhos do notebook.

— Eu ia sair com o Fábio, mas desisti — minto.

— Desistiu ou ele não quis? — insiste.

— Eu desisti... E ele também estava com uns amigos.

— Não sei como você atura esse menino. Ele é tão egocêntrico, Gioh.

Ela fica calada por um instante, e então digo:

— Ele não é egocêntrico, Gabe. Só é... Apegado aos amigos. — Digo isso por falta de uma palavra melhor. — Mas, no mais, ele é um namorado muito bom.

Pisco algumas vezes e dou um gole na minha água, tentando acreditar no que acabei de dizer.

— Você sabe que ele é chato. Pelo amor de Deus, Giovana. Esse menino é tão chato que não consigo encontrar ninguém que eu possa usar de medida para comparação.

Sorrio para mim mesma com a sinceridade dela.

Minha irmã não tem papas na língua.

— O que vai fazer agora que está toda arrumada? — ela pergunta.

— Vou dormir.

— Pensei que fosse ligar para o Lucas. Não é isso que você sempre faz quando o Fábio te deixa em stand-by?

Não digo nada. E ela não espera que eu diga. É uma pergunta para acabar com a conversa, e nós duas sabemos disso.

Gabriela se levanta e carrega o notebook com ela.

Sozinha na cozinha eu analiso suas palavras.

O que me frustra mais que qualquer outra coisa é que sei que ela tem razão. É a verdade. Eu gostaria que fosse mentira, mas toda vez que não consigo conversar com o meu namorado, me sinto sozinha ou preciso desabafar, corro para o meu melhor amigo.

Eu preciso acabar com isso.

Pessoal, me conta tudo. Gostaram do primeiro capítulo. Já têm considerações? Ansiosa pelo capítulo 02, estou. Me sigam nas redes sociais, tenho tentado atualizar todos os dias com conteúdos acerca dos meus livros. 

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