27. Para se apaixonar por estranhos.

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point of view
ASHTON IRWIN
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Meu limoeiro finalmente dava seus primeiros sinais de floração e eu sorri, sentado na escada da minha casa. Definitivamente valeu os três anos cuidando dele.

Deixando de lado minha incrível conquista, volto a olhar para a frente da minha casa, estou esperando Cal vir me buscar, vamos para a casa do Mike, hoje era a festa mais privada da Crystal, uma surpresa do Mike, já que a festa dela é amanhã, então hoje, seríamos nos quatro, Alessia, Carmin, Hanna e a própria Crystal, claro.

Não que a festa de amanhã fosse algo gigante, mas Crystal conhece muita gente, muita mesmo, então provavelmente no fim da noite vai ter uma centena dentro do pub apertado e ainda assim vai ser divertido. Principalmente agora que eu sou a pessoa sóbria, o que significa saber de cada ato vergonhoso dos meus amigos, garantindo piadas e muita vergonha alheia pro resto da vida.

Saio da minha distração ao ver Diana sair da casa em frente. Ó céus ela é tão linda. Como eu sei o nome da minha vizinha? Digamos que o carteiro errou a correspondência dela vezes o suficiente para que eu fizesse uma visita mensal à sua casa.

Nunca trocamos mais do que algumas palavras em conversas sobre o tempo ou um cumprimento simples, eu não sabia muito sobre ela, ela saia cedo de casa, no mesmo horário que eu, com uma roupa social－talvez ela fosse advogada, quem sabe?－ e pastas embaixo do braço, então ficava em casa, sem visitas, sem carros na frente da casa, sem barulhos muito altos, como um mistério.

E eu não sou fissurado por ela, mas nossas varandas ficam uma de frente pra outra, tecnicamente é impossível não reparar em algumas coisas e eu era curioso.

－Oi vizinho!－Era assim que ela me chamava, eu duvidava que ela soubesse meu nome.

－Olá Diana!－Eu aceno sorrindo, enquanto ela atravessa a rua, me fazendo estranhar－Está tudo bem?

－Está! Mas chegou uma coisa na minha casa e eu tenho quase cem por cento de certeza que é para você.－Ela diz, retirando um caderno na verdade, cheio de desenhos e outras coisas coladas e feitas a mão, com o nome da banda na capa, me dando a certeza que é um presente de provavelmente alguma fã.

－Ah sim, erros de entrega de novo.－Comento rindo e pego o caderno das suas mãos quando ela me estende elas－Obrigada por isso.

－Sem problemas.－Ela sorri, com seus lábios marcados pelo batom vermelho que sempre que a vejo estão ali－Então você tem uma banda?

－Anh?－Pergunto distraído, enquanto admiro seu rosto e ela solta uma risada, me fazendo sentir um idiota－Ah, sim! Eu faço parte de uma banda a alguns anos já.

－Isso explica a música de madrugada.－Ela comenta me fazendo arregalar os olhos, minha nossa, eu faço um escândalo de madrugada e não sabia.

－Ah céus! Você escuta? Me desculpa por isso! Prometo te deixar dormir em paz de hoje em diante!－Falo preocupado e erguendo minha mão como se fosse um juramento e ela ri.

－Não precisa, tudo bem, eu até gosto de te ouvir tocar.－Ela fala simples e sorri mais uma vez, me deixando meio sem fôlego.

－Bom, se eu incomodar me procure, por favor.－Ainda segurando o caderno, meus pés balançam meu corpo, não conseguindo ficar parado na mesma posição por muito tempo.

－Eu devo estar te atrapalhando não é? Você provavelmente estava de saída.－Ela desvia o olhar me fazendo sorrir.

－Eu estou esperando um amigo, vamos pra casa do meu outro amigo, não me atrapalha em nada!－Comento quase no automático para que ela ficasse ali e eu pudesse ficar olhando seu sorriso o resto da noite e sentindo o incrível cheiro doce de seu perfume－Mas e você, está de saída ou..

－Vou ficar em casa, aproveitando a noite comigo mesma.－Ela ruboriza conforme fala e é a cena mais adorável do mundo.

－É uma ótima maneira de passar a noite!－Comento sorrindo e ela concorda em seguida－Olha pode ser meio estranho, mas amanhã é a festa de aniversário de uma amiga minha e bom, seria legal te ver por lá, se quiser aparecer..

－Ahn, eu não sei, eu não vou em muitas festas ultimamente.－Ela fala com o olhar distante como se lembrasse de algo－Mas quem sabe?

－Vai ser em um pub pequeno, na quinta avenida com a rua St. Louis, se quiser ir, vou estar lá, as sete.－Eu sorrio animado com a possibilidade.

Estou parecendo um adolescente apaixonado, estou parecendo o Mike quando conheceu a Crystal ou pior, o Calum quando conheceu a Alessia, ó meu Deus, que terror.

－EI ASH! VAMOS LOGO!－O carro virando a esquina rapidamente logo mostra o dono daquele grito, ou os donos, se contasse que Luke estava com o rosto para fora da janela gritando e Calum dirigia.

－Bom, eu não vou te atrapalhar mais, obrigada pelo convite, vizinho.－Diana fala já se afastando e eu queria esganar aqueles dois no momento mais inoportuno da minha vida.

－Certo, me chame de Ashton, vizinha.－Sorrio sem graça, enquanto meus amigos estacionavam o carro－Tenha uma boa noite.

－Então apenas Diana.－Ela sorri uma última vez antes de se virar－Aproveite a noite Ashton, até mais.

－Tchau vizinha do Ahston!－Luke grita com Calum fazendo a mulher rir no meio da rua e acenar, me fazendo suspirar e olhar irritados para eles.

－Vocês acabam comigo.－Comento frustrado e eles dão risada, enquanto eu entro no carro, deixando o caderno no banco.

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30 de dezembro de 2020
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