Harry
Desculpa a demora para atualizar
Espero que gostem do capítulo de hoje ❤
Boa leitura!
Desculpem os erros...
.x
Eu estava com medo dos meus próprios erros... Medo de nunca poder sair do meu lugar e de saber que qualquer passo que eu der pode ser uma cilada. Talvez se eu estivesse com o Louis aqui, não sentiria tanto medo assim. Mas o que é mesmo ter medo?
É apenas um sentido figurado de dizer que sou um covarde? Ou um modo de mostrar que sou humano?
Parece que meu mundo continua pequeno e parece que estou sozinho. Parte de mim concorda com a outra parte que grita que sou um inútil imprestável que deixou a morte dominar por completo a minha vida. Tenho meu medo de poder nunca sair desse mesmo lugar; medo de que serei pego pela mentira que guardo — aquela que me condiz ser um mero vencedor. Não quero ter que me aproveitar de alguém para poder me sentir em vida outra vez. Nem dos meus amigos que sei que estão na sala do outro lado.
Sei que estou em cacos, sei que a morte do meu namorado ainda está doendo na minha alma.... Mas me pergunto se não sempre estive em cacos?
Qualquer passe em falso e eu posso cair na armadilha da escuridão, se eu vacilar posso nunca mais sair dela. Lembro que Louis sempre me pediu para nunca baixar a cabeça na minha vida e cá estou eu , com o corpo inteiro dilacerado.
Viciado em alguém que não posso ter outra vez. Que das minhas mãos escapam quando me pego pensando nele. Nem sei se alguém vai ser capaz de entender meu pensamento mórbido.
Eu preferia estar dormindo mas nunca acordar desse sonho profundo, pois somente neles que posso tocar outra vez no meu grande amor. Em memória, somente sua risada e o belo sorriso Colgate que ele me lançava pela manhã. Meu coração doeu de modo tão intenso e minha barriga embrulhou de uma forma tão profana, que corri para o banheiro desnorteado e batendo em todas as coisas que estavam no meu caminho. Chuteira a quina da mesa que ficava ao lado da porta do banheiro com brutalidade e abri os olhos gemendo.
“Puta merda!”, senti a pulsação forte e incomodando-me quando entrei no banheiro com a respiração ofegante.
Parece que alguém havia me dado uma energia forte através do meu coração e era tão boa que mexeu com meus organismos.
Com uma forte vertigem e dor de cabeça, me ajoelhei na frente do vaso e vomitei meu café da manhã. Odeio vomitar porque sempre estamos forçando nossa barriga de algum modo que dói e parece que nunca tem fim — por isso eu lágrima todas as vezes que isso acontece. Nesse meio tempo, lembro que parei de fazer o que mais amava e que sinto falta do que eu fazia. Completamente sem beira, estou me sentindo mesmo o homem das cavernas que meus amigos disseram que me parecia.
Ao menos não sei se ao certo posso ser considerado como homem, agora. Quem sabe “Uma coisa nojenta”, seja o que tenho me tornado.
Depois de horas de sufoco, dou descarga e volto a ficar de pé. Segurando no mármore da pia, lentamente encaro o homem com barbas e olhos baixos, cheios de espinha devido ao chocolate em excesso e uma barba com vômito. O cabelo caindo nos seus ombros largos, a pele vermelha e suada. Era de se espantar! Completamente abominável, era o ser que me tornei.
Louis teria ânsia de me ver naquele estado, oh céus!
Abrindo a gaveta do armário e pegando uma gilete, pensando que toda manhã amava ouvir ele cantar, o modo como ele sempre estava sorrindo quando a letra surrupiava pelos seus lábios e como ele balançava seu corpo no ritmo da melodia. Toda manhã eu assistia aquela cena com um sorriso bobo no rosto. Em o quanto sinto falta disso. Acho tão injusto terem tirado ele da minha vida.
Dói tanto...Se ele soubesse o quanto sinto falta.
Espalhando bem a espuma no meu rosto para me barbear, lembro que Louis tocava meu rosto e beijava a ponta do meu nariz, dizendo que tinha orgulho de mim e do que eu poderia ser.
Será que ele se decepcionou comigo?
A dor é um dos piores sentimentos que alguém poderia sentir. Dor da perda; dor de ver um coração partido ou a dor das dores... Dor ao ver quem amamos. Ela nos faz chorar... Nos dilacera e se torna intensa. A minha mão parece ter fim, sinto como se fosse um carma.
....
“Agora eu gosto do que vejo!” Liam entrou no quarto quando me viu sem barba mas ainda com meu cabelo longo amarrado em um coque.
Estava calçando meu tênis para correr. Não sei bem o motivo mas meu eu gritava comigo para respirar outro ar. Talvez espairecer minhas ideias possa ser algo bom. Não é?
“Pra onde vai?”, meu amigo perguntou, juntando algumas peças de roupa no chão.
O modo como ele se agachou me fez uma lembrança voltar repentina de Louis em anos atrás quando decidimos morar juntos.
....
“Você é mesmo um nojento, Harry!” Louis fez uma careta ao pegar minha meia suada do chão. “Ainda está fedendo a chulé, seu porco”
Deitado na cama, com os braços atrás da nuca, me peguei rolando os olhos diante ao seu falatório.
“Não começa que as suas não cheiram a Jasmim”, rebati.
Jogando a meia na roupa suja, ele passou suavemente seus dedos na testa afim de colocar sua franja no lugar. O que indicava também que ele estava bastante irritado comigo e no fundo, eu só consigo achar aquilo muito fofo.
“Cala a boca, você sabe que as minhas não fedem tanto”, ele tentava se defender.
Levantei a sobrancelha mostrando que não estava concordando com seu ponto de vista.
“Amor, outro dia você usou o banheiro e demorou muito pra aquele cheiro passar”
Ele riu como os lábios puxados de modo maroto.
“Até parece que suas fezes saem cheirosas. E ainda mais... Estamos falando das suas meias fedidas, não de quando eu faço minhas necessidades”
“Ah Lou... Não farei mais isso, prometo. Ainda fico pra lavar a roupa essa semana”
Ele espremeu os olhos e abriu a boca em um O, rir porque sabia que ele estava impressionado afinal eu não era um alguém que gostava de lavar a roupa.
“O que fez com meu namorado?”
Quando ele se aproximou da cama, puxei-o pela cintura e o fiz cair em cima de mim.
“Mordi ele”
“Harry não me morde!” Louis se debateu quando tentava fincar meus dentes na sua pele.
Ficamos em um tipo de luta até ofegarmos em meio a tantas risadas. Abracei seu corpo quente e depositei um beijo na sua bochecha. Nunca posso deixar passar cheiro dele, de algum modo me pegava aspirando seu perfume que era framboesa e morango. Sei quando é ele ao sentir seu perfume inebriante. Louis é tudo na minha vida e ele diz que sou tudo na vida dele. Acho que nascemos um para o outro. Será que sou um bobo apaixonado por pensar assim?
.....
“Harry?” Zayn me chama ao estalar os dedos para chamar minha atenção.
Pisquei os olhos várias vezes. Saindo dos meus devaneios, vejo que meus amigos esperavam alguma resposta da minha parte. Mas eu estava tão distraído que não sabia o que era. E pra ser sincero não queria responder nada, apenas ficar sozinho para poder pensar um pouco mais.
“Eu não demoro.” Pego as chaves do apartamento. “Fiquem à vontade”
Eles me chamaram porém não dei atenção, apenas bati a porta com força e desci a escada. Nem mesmo esperar o elevador, eu quis, minha necessidade de estar longe era grande. E não entendo isso porque instantes atrás eu queria era estar dormindo até não ter mais motivo para acordar de verdade.
.....
“O que estou fazendo aqui?”, falo comigo mesmo quando me vejo correndo no parque central.
Pessoas estavam fazendo mesmos que eu — com a diferença era que elas queriam estar ali. No caso, eu acreditei que estava mesmo afim de respirar ar puro. Outras apenas caminhavam e riam com seus acompanhantes, outras com seus animais de estimação, filhos e parceiros afetivos. E eu estava sozinho, um cara com o coração partido que estava tentando se levantar de toda aquela maré negra da vida mas que falhava miseravelmente.
Fui ficando com raiva de mim mesmo, e por senti-la enaltecendo dentro do meu coração, drenei uma energia para minhas pernas que fizeram meus pés se agitarem para cada vez mais longe daquele parque e daquelas pessoas felizes. Pareço ser um alguém sem graça, que tem raiva da felicidade de outra pessoa mas eu só estava machucado demais para aceitar que alguém pode ser feliz quando a melhor pessoa que conheci foi embora por toda vida.
Com a visão embaçada, corri mais um pouco e quando menos percebi estava na frente da Toy “R” us. Apoio minhas mãos no joelho e procuro regularizar minha respiração mas lembro que estava soluçando. Minha cabeça latejou pela dor que senti ao voltar a chorar e olhar para a loja que meu namorado trabalhou. Por eu ser um idiota ao querer me torturar, ao ir para o lugar que me lembra ele.
“Harry?” do vidro vejo uma das colegas de trabalho de Louis. Não lembro seu nome mas não queria falar com ninguém e ainda mais explicar o motivo de estar chorando. “Harry!”
Ela me chamou mas eu corri para qualquer lugar que não fosse aquele. Me sentindo um fugitivo da realidade que tenho que lidar mas que não quero mesmo.
Ao me ver longe do estabelecimento, parei e me encostei em uma árvore, completamente suado. Ergui a cabeça ao perceber o bar que havia na minha frente, nele só entravam pessoas que não eram de bem. Louis quase fora para aquele lugar uma vez que brigamos. O que eu não esperava aquele dia era ver um casal brigando.
“Fique longe de mim, seu idiota!” gritou o rapaz cujo possuía uma franja castanha cobrindo parte de seu rosto. “Eu não sou algum tipo de garoto de programa pra você ficar me tocando”
“Você é minha vadia”, o de cabelos loiros jogado em um topete apenas ria, apertando o braço do outro com brutalidade para um canto escuro. Ele era forte e musculoso, repleto de tatuagens pelo corpo e um pincerg na sobrancelha — de fato ele iria forçar o moreno a fazer algo que não queria.
Eu deveria sair dali o quanto antes para não me meter em encrenca. Mas não se Louis estivesse comigo, pediria para que eu fosse ajudar o rapaz. Não queria ter que me envolver em um assunto que se quer me diz respeito mas não posso deixar que uma barbaridade acontecesse ali. Internamente eu rolei os olhos por estar indo cometer aquela loucura.
Olhando para os lados fui me aproximando do “casal” que parecia brigar feio.
“Derek me solte, seu podre dos infernos!”, Gritou o moreno com o tal Derek.
“Não, você vai ser minha puta essa noite”
“Você não ouviu ele, cara?” Eu disse sabendo que as merdas estavam prestes a acontecer. Os dois pararam de se encarar e me fitaram. O moreno de olhos azuis respirou fundo e percebi que ele era fã de moletons, pois usava um da cor preta. Ele de alguma forma me lembrava o Louis mas nesse caso, ele nunca seria Louis pois meu namorado não tinha tatuagens.
O tal Derek travou o maxilar e cerrou os punhos nervoso por eu estar atrapalhando o “momento” dos dois.
“Não se meta babaca, meu assunto é com ele”
Meu bom senso disse para que eu saísse dali logo mas a voz de Louis me pediu para ficar ainda ali.
“Parece que ele não quer resolver assunto nenhum com você, então, melhor deixar ele em paz...”
Derek soltou o rapaz e deu mais dois passos na minha direção.
Ótimo!
“Ou o quê?” ele me empurrou brutalmente e cambaleei para trás.
Aquilo foi me deixando estressado e puto. Não ligava se ele poderia ser mais forte que eu, parece que parte de mim queria entrar em uma briga para descontar minhas frustrações em alguém.
“Só estou dizendo para resolver seu assunto com seu namorado com mais calma, outro dia, não é legal o modo como está o tratando”
“Ele não é mais meu namorado”, disse o rapaz de olhos azuis fazendo uma careta.
“Cala a boca!” Derek apontou para o rapaz com o olhar repleto de ódio.
Aonde eu fui meter meu burro?
“Baixe seu tom” eu disse revigorando o tom grosso da minha voz e elevado.
“Saia daqui seu filho da...”
Antes que ele me dissesse algo, senti meus sentidos sumirem e a visão escurecer, ouvi gritos para do rapaz de olhos azuis dizendo para “parar de bater no cara”, minha boca entoou o sabor do ferro e soube que estava sangrando. E que meu soco não foi suficiente para parar o tal Derek de me socar várias vezes no rosto.
Meus olhos se abriram e vi o rapaz o empurrando após bater com a lata de lixo na nuca do seu ex.
“Seu idiota!” gritou Derek.
“Suma daqui seu nojento!” o de olhos azuis ficou na minha frente. “Saiba que eu vou te denunciar para o Shawn se continuar me enchendo e ele vai foder com você. Saia daqui, Derek!”
Seu ex me olhou com raiva como se dissesse “Ainda não terminamos”, fiquei no meu canto gemendo pela dor que estava sentindo no meu rosto. Ele lançou um olhar vago para seu ex e foi sumindo pela escuridão.
“Você está bem?” perguntou o de olhos azuis.
“Ficarei” levantei negando sua ajuda e ele ergue as mãos para cima. Coloquei a mão nos lábios e fiz uma careta.
“Obrigado pelo que fez e foi mal pelo...” ele apontou para meu rosto e fez uma careta. “parece que ele te bateu feio”
“Não precisa me lembrar do óbvio.” Rolei os olhos e respirei fundo.
“Não tem que ser grosso comigo.” Vejo o de olhos azuis pegar um maço de cigarro.
De fato ele nunca seria como o Louis.
“De qualquer forma, ele não deve ter encher hoje e deveria resolver o assunto com ele para não ter que lidar com sua presença outrora”
“Até tento... Mas parece que estou cercado por porcos!”, ele disse. “Sou Lewis!” Ele esticou a mão antes de acender seu cigarro.
“Harry.” Apertei sua mão e senti uma corrente de energia me dominar. Acredito que ele também pois seus olhos se arregalaram e ele soltou minha mão no mesmo instante.
Pisquei os olhos, era estranho sentir que eu o conhecia de algum lugar. Contudo não sabia de onde era. Todavia, eu tenho certeza que estava ficando louco e recebi uma pancada muito forte no rosto. Era melhor eu ir embora pois ao sair de casa vivi muitas emoções, o certo era ficar no meu apartamento sem me meter em encrenca.
“Ficará bem?”
“Vou” Lewis respondeu com um aceno.
“Certo. Hum... Tchau”
“Tchau, Harry!”
Voltei a minha corrida e ignorei os olhares das pessoas que estavam horrorizadas ao verem o sangue na minha roupa e rosto. Antes de sumir totalmente do local, olhei por cima do ombro vendo que o tal Lewis ainda estava me observando.
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