026 | Mad Woman.
'folklore' track 09: "mad woman".
BONNIE JONES.
13 de janeiro, Nashville.
Carta de Saudade.
Querido Payton Moormeier,
Mas que cena fantasmagórica. Eu usava as mesmas jóias que você havia me dado enquanto te enterrava.
Sempre pensei que nós seríamos uma daquelas coisas. Dois bandidos, apressando-se pela boa vida. Parceiros no crime, talvez algo a mais.
Mas estava estampado no seu rosto que você queria algo muito além disso. Um casamento, e provavelmente até filhos. Eu realmente não faço ideia. Nunca conversamos sobre isso.
E você me conhecia o suficiente para saber que eu nunca me interessei por nada disso. Nunca quis amor, apenas um carro extravagante. Então porque havia pedido a minha mão?
Infelizmente, você não poderá mais responder isso, porque está dentro de um caixão apertado e sufocante.
Então agora eu conto nossas histórias sobre todas as vezes em que fugimos da cidade. Sobre todas as vezes em que você se pendurou nos meus lábios como os Jardins da Babilônia. Sobre todas as vezes em que nós guardamos esqueletos e pesados sacos de dinheiro nos nossos armários.
E eu ainda falo com você quando estou gritando para o céu, já que não há remédio para as nossas lembranças.
Juro que não quero viver uma vida de arrependimentos. Mas o que mais eu poderia sentir, afinal? Você não tem culpa de eu ter estragado tudo. Não tem culpa de eu ser uma mulher completamente maluca.
Ah, me desculpe por ser maluca. Ninguém gosta de uma mulher maluca. Você me fez ficar assim. Então agora eu respiro chamas cada vez que falo, porque quando eu brigava, você costumava dizer que eu era corajosa.
E, meu bem, por mais que você não esteja mais aqui por minha culpa, ainda dói depois de tudo? Ainda dói lembrar que eu simplesmente não pude te dar uma razão para um pedido de noivado fracassado?
Talvez eu seja uma total tola por ainda lembrar de uma das coisas mais belas que você já me disse. "Eu posso sentir raiva de você, te odiar por momentos, mas eu prometo que vou te amar até a última batida do meu coração. Vou te amar como se não houvesse amanhã. Você é a razão da minha vida, Jones. Nunca duvide disso". Você realmente me amou até a última batida do seu coração, Moormeier?
E me desculpe por nunca ter respondido nada, afinal. Talvez eu devesse ter sido menos orgulhosa, e dito que você também era a razão da minha vida. Porque você era.
Mas não adianta mais me lamentar assim. Onde quer que você esteja agora, deve me odiar com todos os seus ossos e anéis de diamante quebrados.
Então me condene por não dizer que te amava tanto quando você dizia para mim. Me condene por não sorrir das piadas tolas que você fazia. Me condene por fazer você aturar as minhas indiscrições e o meu mau humor constante. E principalmente, me condene por ter reagido tão exageradamente.
Seu rosto é como uma melodia que não sai da minha cabeça. Sua alma está me assombrando enquanto eu me afogo em pensamentos, me dizendo que tudo está bem. Porém eu só queria estar morta.
Morta como você.
Mas você sabe, os maiores amores de todos os tempos acabaram agora. E está tudo bem.
Sinto sua falta. Com amor,
Bonnie Jones.
[...]
NARRADORA
(Departamento de Policia de Nashville.)
— Você não vai parar de escrever nunca? — perguntou o colega de cela de Jones, enquanto o mesmo encarava com atenção seu caderno repleto de notas e rascunhos.
— Cala a porra da boca. Não está vendo que eu estou concentrada? — ela gritou, fechando o caderno com força.
— Foi só uma pergunta, calma. — ele riu, levantando suas sobrancelhas. — Maluca do caralho.
E realmente não há nada como uma mulher louca. Que pena que ela enlouqueceu, enfim. Então mais ninguém cutucará aquela ursa até suas garras atacarem, porque toda vez a chamam de brava, ela fica ainda mais brava.
Que tal?
[...]
⌗ NOTAS
• não se esqueçam de votar <3
• olhem os próximos capítulos, por favor.
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