006 | No Body, No Crime.
'evermore' track 06: "no body, no crime".
BONNIE JONES
O mais necessário à se fazer desde o último ocorrido foi fugir para Portland junto com Payton. Eu nasci e morei aqui por muito tempo; me mudei para Nashville com apenas doze anos de idade, mas em todas as férias de verão, a minha família sempre fez questão de viajar de volta para a nossa cidade natal.
Um ano antes de eu começar à morar com Moormeier, eu conheci Este Morgan em Portland, na época que eu e minha família ainda viajávamos para lá. Nós nos encontrávamos toda terça-feira à noite no Olive Garden para jantar e beber uma taça de vinho.
Infelizmente, Este e eu não nos vemos mais com tanta frequência já que não moramos mais na mesma cidade. Mas nós sempre mantemos contato, e toda vez em que eu e Payton partimos para Portland, nós três jantamos juntos nas terças-feiras, assim como fazíamos nos velhos tempos.
— Você 'tá bem? — Payton perguntou para Este assim que percebeu a expressão cansada da mulher enquanto virava a taça de vinho.
Payton sempre se importou muito com as pessoas próximas à ele. Isso soa um tanto quanto irônico, já que ele sempre me acompanhava em todos os assaltos e assassinatos, sem dó ao matar e esconder corpos.
Mas eu sabia que no fundo, seu coração e alma eram bons. E eu nunca entendi muito bem o porquê disso. Talvez agora seja tarde demais para entender alguma coisa afinal.
— Sim, é só que eu não estou dormindo muito bem esses dias. Perdi o sono. — a voz de Este soou baixa. — Problemas com meu marido. — ela riu fraco.
— Como assim? — eu finalmente me pronunciei, e a feição cansada de Este voltou. Aquele parecia um assunto um tanto quanto delicado. E era.
— Ele está agindo diferente ultimamente, sabe? Nós não conversamos que nem conversávamos anos atrás, não é a mesma coisa. Na verdade, não chega nem perto. Moramos na mesma casa e somos casados, mas nós nos parecemos mais com dois desconhecidos.
— Isso me cheira à infidelidade. — eu sussurrei, brincando com os sachês de ketchup na mesa. Foi o suficiente para que Este ficasse cabisbaixa.
A mulher levantou a sobrancelha e respirou fundo. Ela claramente já estava ciente de que infidelidade pela parte de seu marido era uma opção em cheio.
— Tem jóias diferentes na nossa fatura.
— E daí? — Payton perguntou confuso, e eu revirei os olhos. A resposta era tão óbvia que a única coisa que eu sentia era pena de Este.
— Aquelas jóias na nossa fatura não são minhas. Eu acho que ele está me traindo. — Este explicou. Payton e eu rapidamente nos entreolhamos. — Mas não tenho como provar.
— Ah... É, complicado. — Payton disse. E se eu o conheço bem o bastante, disse na boa e estúpida tentativa de reconfortar Este.
Bati a palma da minha mão na testa.
— Você deveria expô-lo. — eu sugeri, largando o garfo no mesmo prato em que comia a lasanha. — É o que eu faria.
Este ficou quieta, pensativa. Moormeier comia as batatas fritas em seu prato uma por uma com a mão, não dando muita importância para a situação.
E então apenas uma semana após desde que Este nos contou sobre o curioso caso de seu marido, Payton e eu fomos até o Olive Garden na terça-feira à noite como de costume, a esperando para jantarmos juntos novamente.
Mas Este não apareceu. Não só não apareceu no Olive Garden, como também não compareceu em seu trabalho, ou em qualquer outro lugar nesse mesmo dia.
Aquilo estava estranho demais para ser verdade. E eu não deixaria isso de lado até o dia em que morresse.
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