Mãe-teia
Mãe-teia, no filho a vida urdiu,
Controle apertado, amor que asfixiou.
Projetou marido, espelho de si,
Em laços de posse, prendeu-te ali.
Namorada surge, flor em teu jardim,
Ciúme de fel, veneno sem fim.
Sentiu-se usurpada, rainha sem coroa,
E em fúria mesquinha, a trama se alvora.
Presentes tomados, laços desfeitos,
Na vida da amada, infernos feitos.
Ameaças sombrias, perseguição cruel,
Mentiras urdidas, manipulação a granel.
Ofensas ferinas, como ácido a queimar,
Tentando a essência dela desintegrar.
E no fim, vencido o jogo de horror,
Filho escolhes o amor, silencias a dor.
Ela então recua, em falso arrependimento,
Máscara de santa, em teatral lamento.
Fingindo mudança, sorriso sem calor,
Mas vez ou outra, exala o dissabor.
A amargura persiste, resquício de rancor,
No olhar enviesado, no gesto sem primor.
Mãe possessiva, em cobiça infinda,
Perdeu o filho, na armadilha construída.
E tu, filho liberto, em novo caminhar,
Longe do ninho tóxico, busca teu lugar.
Com a amada ao lado, escudo e farol,
Refazes a vida, livres do seu arrebol.
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