Ruptura
Naruto não parecia deprimido.
Na verdade o encontrou bem... alegrinho. Quando bateu na porta de Itachi pela manhã deixando a moto na garagem, só deu tempo de ver cabelos loiros antes de ser jogado no chão do gramado da frente. As vezes Naruto esquecia da própria força.
– Naruto! Sai de cima de mim! – gritou.
O loiro saiu ainda rindo de forma larga e foi logo dizendo.
– Hinata me beijou de novo.
Kakashi parou o movimento que fazia de se levantar e arregalou os olhos para o garoto sentado na grama corado, arrancando as folhas entre os dedos.
– Hinata te beijou. – Kakashi repetiu devagar, sentando de novo. – Continue.
– Eu beijei ela de volta. – Ele ficou mais vermelho. – Lobo Branco... hum...É meio diferente...
– Fala sobre a língua? – Kakashi se segurou para não rir. O garoto assentiu devagar de cabeça baixa. – Naruto, você lê tanto, devia saber pelo menos isso. – Tentou falar sério, e não conseguiu. O garoto resmungou e fez um bico. Kakashi gargalhou alto dessa fez. – Você gostou?
O loiro assentiu rápido e Kakashi acariciou seu cabelo. "Como crescem rápido... Droga, que pensamento é esse? Me sinto um velho."
– Use camisinha.
Naruto o olhou rápido e arregalou os olhos.
–Lembra tudo o que eu expliquei sobre...
–Não fale nada! – O garoto cobriu o rosto sem saber onde enfiar a cara. – Eu lembro.
Kakashi riu mais ainda, quase caiu no chão.
– Quantos sorrisos pela manhã. Queria que calassem a boca! Quero dormir! – Sasuke gritou abrindo a janela do quarto raivoso.
–Bom dia para você também Sasu! –Kakashi falou provocando – Bom ver que amanhece com esse humor contagiante.
–Não faça escândalo na casa dos outros tão cedo Kakashi. – Sasuke retrucou coçando os olhos. – E não quero ouvir você dando aula sobre sexo para o dobe, não quero ficar traumatizado, mas do que posso ficar vivendo entre vocês. – ele ia fechar a janela mais se virou antes. – Parabéns pelo beijo de língua, dobe. – gargalhou deixando para trás um loiro vermelho vivo que encarava Kakashi irritado.
–Não me olhe assim, você que fala alto demais. Pegue sua mochila.
Naruto assentiu e correu para dentro de casa. Kakashi foi mais devagar e encontrou Itachi com uma caneca de café conversando com Shizune de forma animada. O grisalho olhou a cena coçando o queixo antes que eles o notassem. Quando o fizeram os dois pararam de conversar e lançaram um olhar interrogativo.
Kakashi abriu um sorriso malicioso: -Shizu... Dormiu aqui?
Os dois na sua frente ficaram corados.
–C.claro que não idiota! – A mulher resmungou escondendo o rosto com a xicara. – Itachi me chamou para conversar com Naruto, ele aceitou abrir a boca depois de mais de uma semana então...
–Não se explique demais. – O grisalho espalmou as mãos ainda sorrindo. – Vocês ficam bem juntos. Só Itachi para aguentar seu estresse, e só você para consertar a cabeça desse maníaco.
–Kakashi. – Itachi falou ainda calmo colocando a xicara na mesa e pegando uma torrada. – Se não ficar calado agora vou te fazer ter pesadelos por um mês. – Ele sorriu de forma serena e Kakashi gelou.
– Ok. Não estou aqui. Só vim pegar o pacote. – Apontou para Naruto que descia com a mochila correndo. – Vamos garanhão.
O loiro corou de forma violeta e deu uma cotovelada no grisalho com muita força que fez o homem quase cair na sala.
Itachi e Shizune riram, vingados.
Os acompanharam até a porta e Itachi jogou a chave para o grisalho que olhou confuso.
–Leve o jeep. Me dá calafrios de pensar em vocês dois em uma moto azarados como são.
Kakashi não reclamou. O jeep de Itachi era...bem... "O" jeep chama mulher.
– Aparecemos mais tarde. – Shizune falou enquanto os dois entravam no "monstro".
–Sem pressa, não quero atrapalhar o amor de vocês. – zombou deixando uma Shizune vermelha e irritada, escapando de algo que ela jogou nele.
–Sabem. – Todos viraram para Sasuke que os olhava da janela com uma expressão de quem havia desistido de dormir. – Kakashi, Nii- San, vocês parecem um casal separado dividindo a guarda do filho.
Shizune riu, Naruto ficou confuso, Kakashi resmungou e Itachi sorriu para o irmão olhando para cima: - Comece a rezar ou se esconder. Em dois minutos eu subo.
Sasuke fechou a porta com força resmungando o quanto todos eram loucos.
............................................................................................................................
Kakashi já andava há algum tempo quando Naruto pediu para dirigir. Pareceu um pedido inocente, o grisalho estava de bom humor. Ensinou o básico e deu a direção.
Kakashi era um louco.
...
...
– Naruto, o sinal. O freio. - calmo
– ...
– O freio – mais nervoso
– hum...
– Hora do freio. O FREIO NARUTO!
– Estou apertando o freio... – o menino perguntou confuso.
– ISSO É O ACELERADOR IDIOTA!
..................................................................................................................................
–Itachi vai me matar. – Kakashi resmungou entrando no apartamento e batendo a porta com força limpando o sumo de frutas e penas dos cabelos brancos.
– Foi sem querer... – o menino falou choroso.
– Você subiu na calçada, invadiu uma feira, atropelou uma barraca de frutas, matou duas galinhas e parou dentro da peixaria. Você conta ao Uchiha.
.....................................................................................................................................
Anoitecia. Depois de ramen (se vivesse com Kakashi, Naruto ia sobreviver a base de ramen), conversas (constrangedoras para Naruto, a voz na sua cabeça falava comentários tão constrangedores quanto Kakashi quando o grisalho foi lhe explicar... algumas coisas sobre garotas e garotos.) e um filme, Kakashi teve a casa invadida.
18:00
Shizune entra como um furacão com sacolas de compras fazendo sua cozinha parecer uma floresta de coisas verdes, mandou Naruto para o banho e frisou a Kakashi que Itachi o mataria se a lata velha que estivesse na garagem do prédio, cheia de penas e com um peixe no banco do motorista fosse o jeep dele.
19:00
Itachi chega com Sasuke. Ele não vira o jeep, mas o fedelho sim e passou a chantagear Kakashi com piadas durante um jogo de cartas na sala. Kakashi queria ter um lado maníaco também para justificar um assassinato naquele momento.
Itachi viu o jeep, mas fingiu que não para ver o desespero crescente de Kakashi.
19:30
Chega Hinata com a irmã. Que entra na casa como um furacão (agora entendia a amizade com Naruto), deu um chute em Itachi chamando-o para a briga, foi separada quando Hinata a puxou, depois ela e Sasuke começaram a discutir na sala e ele a pendurou pela janela. O sindico foi chamado e ameaçou chamar a polícia. Tudo foi resolvido. Pakkun e Buscuit ficaram amigos, olhando aqueles humanos loucos.
20:00
Kisame aparece fantasiado de entregador de pizza para dizer que estava de olho. E Depois some como um ninja. A pizza era portuguesa e estava fria. Sasuke e Hanabi comeram tudo. Tentaram disputar o ultimo pedaço, mas Pakkun comeu.
20:30
Hanabi e Sasuke brigam novamente. Naruto tenta separar e empurra o moreno rápido demais quebrando a mesa de centro de Kakashi. O moreno parte para a briga, leva um soco e fica desacordado por 15 minutos. Ao acordar não lembra do soco, então tudo bem. A polícia foi chamada. Itachi resolveu. Hinata beija Naruto o derrubando no sofá.
20:45
Naruto e Hinata ainda se beijando no sofá. Por fim Sasuke diz para eles irem para o quarto.
Hanabi não entende.
Naruto também não. Mas continua beijando.
21: 00
Naruto vai para o banheiro atordoado.
Se sentia ofegante e cansado. Lava as mãos, e de repente sua vista fica embaçada. As vozes e risadas na sala aparecem ao longe. Recosta a cabeça no espelho, confuso, e começa a ver o sangue pingando na pia branca. Há dias isso acontecia. Depois vinha a febre.
Lavou o rosto, e quando passou a mão nos cabelos sangue veio nas suas mãos. Arfou e notou que era seu ouvido se afastou e fitou o rosto pálido no espelho, a cor sumindo, o nariz ainda sangrando. Tentou se apoiar se sentindo tonto. Saiu cambaleante do banheiro para a sala, se apoiando no corredor. Dor, muita dor ao respirar. Ouviu a voz distante de alguém lhe chamando. Uma mão tocou seu rosto.
Caiu no chão e tudo se tornou escuridão.
...................................................................................
Itachi estava no telefone celular e desligou com um suspiro. Eles olhavam as "crianças" assistindo filmas na sala (ler-se Naruto e Hinata se beijando e Sasuke querendo matar Hanabi).
–Conversa ruim? – Kakashi perguntou de forma casual servindo o café.
– Fugaku está na cidade, veio cobrir um amigo no hospital memorial. Estava esperando que ele me explicasse alguma coisa mas...
–O velho é irredutível,
Assentiu sentando cansado.
– Ele disse que não tem filhos. – replicou fingindo-se de calmo. – Que Sasuke o decepcionou tanto quanto eu.
Shizune tocou sua mão de forma leve com conforto e Kakashi se segurou para não comentar nada. Sabia que não era a hora para isso. As coisas estavam ficando perigosas. E se Fugaku estava metido na sujeira, Sasuke e Itachi eram alvos. Naruto, claramente era um também. E Hinata e Hanabi. Seu apartamento estava cheio de alvos naquela noite, que maravilha.
Conhecer Naruto transformou a vida de todos ali, mas ironicamente, Kakashi não conseguia mais imaginar a vida de ninguém ali sem ele. Era impensável, e sendo que o garoto era seu trabalho, aquele não era um pensamento muito bom para se ter. na verdade.
Não viram quando Naruto saiu. Só ouviram o grito de Hanabi. Kakashi correu sem pensar, imaginado um milhão de coisas.
O que encontrou foi o loiro caído no corredor, tremendo, sangrando e com muita febre. Pegou o garoto nos braços rápido e o levou para a cama. Hinata mediu a pressão e falou coisas que ele não compreendia. O que entendeu era que a pressão arterial estava muito baixa, e diante da dificuldade de respirar, ele precisava talvez ser entubado. Tudo foi uma correria imensa. Tinham que leva-lo ao hospital rapidamente. O colocou nos braços, Itachi ligava para seu pai no hospital, e Hinata, que o surpreendeu, agia de forma calma e profissional pronta para qualquer manobra de emergência.
Não chegaram nem ao corredor.
Ao abrirem a porta três seres estranhos os esperavam. Um loiro de cabelos cumpridos e olhos azuis, um ruivo baixo com uma espada, e um homem tão branco que era quase transparente. Todos tinham os olhos frios.
Hinata arfou ao seu lado, parecia reconhece-los: -Kakashi! – gritou em aviso.
– Boa –noite para vocês. – O loiro sorriu segurando um pequeno controle na mão. Kakashi queria pegar a arma, mas não deu tempo. Não deu tempo de qualquer ação. Tudo foi rápido demais.
Ele apertou o botão e metade do prédio explodiu.
.........................................................................................................
Minato andava pelas ruas frias de Londres. Morava ali há um mês, depois de perder seu filho pela segunda vez, o que lhe restava era as provas que ambos tentavam reuinir contra Madara antes que o garoto fosse capturado. E ali, ele conseguira uma delas. A filha de um dos médicos, Matsuri, havia ficado com os documentos da pesquisa do pai. Ele enviou para ela antes de ser assassinado, e como era um a filha fora do casamento, Madara não sabia de sua existência. Mas Tobirama sim, e foram os dois em busca da pista.
Agora, restavam apenas os documentos de Hyuuga, Inochi e Uchiha Fugaku. O seu filho dizia estar em pose dos dois primeiros, mas com seu desaparecimento, a pista se perdeu. Minata esperava com fervor que o seu menino estivesse vivo ainda. Os contatos no pais o procuravam, e também no submundo. Ele ouvira boatos, logo no outro dia coltaria ao pais para atestar sua veracidade.
Lembrava do pouco tempo que passou com ele. Menos de um mês. Toda a frustração ao descobri a crueldade de Madara. Ele disse tê-lo matado. Encontraram um corpo! Minato entrou em desespero, teria enlouquecido se não fosse Tobirama e a mulher. E depois, vendo todos os planos a favor da lei falhos, ele decidiu que a melhor forma de derrotar alguém como Madara é agir com seus termos.
Minato tinha muito dinheiro. Fora do pais, era conceituado, mesmo que com outro nome, e os pais biológicos lhe deixaram uma fortuna imensa, ele soubera empregar bem esse dinheiro. Se a polícia não agia, ele sabia como. Explodira tantos laboratórios de Madara quanto poderá encontrar. O que não sabia, era que a cada problema que causava, o homem descontava em seu filho. Se tornou a pedra no sapato do crápula, mas Madara não conseguia tocá-lo, então, era na criança que descarregava as frustrações. Minato vivia um passo a frente, o homem pensava que ele agia na impulsividade, mas não fazia ideia de todos os documentos que reunira todos esses anos, todas as provas.
Com as três última, daria xeque-mate.
E foi quando reencontrou seu filho.
Tentando mata-lo.
A mando dele, e achando que Minato fosse um dos chefes da pesquisa, responsáveis pelas cobaias. Mas Madara, cru de sentimentos, não entendia sobre relação paterna, era um elo que se reconhecia, por mais eu passassem anos, por mais que ele tentasse deturpar a mente do garoto o fazendo esquecer de todo o passado, da família. O simples cheiro de Minato fez a criança recuar e ouvir a história. A princípio não foi algo de sentimentos por parte do garoto, que se mostrava desconfiado, indócil. Mas o simples fato de ver que alguém poderia destruir Madara o fez aceitar a mão do homem e se unir a ele.
Minato sorriu ao lembrar
..........................................................................................................
Minato se sentiu estranho com o filho o levando nos braços. Constrangido, no mínimo, mas estava feliz demais para reclamar. Reencontrar Menma... Era tudo o que já sonhara e havia enterrado.
O garoto quase o jogou no chão quando entraram pela janela. O olhava com olhos frios, desconfiados.
– Você está bem? Aquele ruivo parecia ser seu amig... – O garoto se afastou dele sem olha-lo, olhando o cômodo onde estavam.
– Ele é forte, e não o machuquei de verdade. – quase rosnou . – Aqui é seguro mesmo?
Minato assentiu. Ele possuía diversos esconderijos. Preferia chamar de bases, mas Tobirama o chamava de idiota por isso. Foi para a universidade como isca viva, esperando Madara dar um passo. Foi uma surpresa no que aquilo lhe rendeu.
O loiro olhava ao redor, tentando disfarçar, mas o homem percebia o quanto ele estava curioso sobre tudo, era como uma criança, a sua criança. Se sentiu triste, enfurecido novamente. E com uma vontade de abraçar de novo o SEU filho. NOSSO. "Kushina..." Pensou com tristeza.
–Menma...
– 445.
–O quê? – perguntou confuso. O garoto respondeu sem olhá-lo, retirando um livro da estante.
– 445, é meu número, Houveram 444 antes de mim, nenhum deles aceitou a droga da resistência. Sou 445.
Ficou calado, ainda absorvendo isso. Foi quando viu o garoto pegar um objeto que fora fruto de dor a Minato. Estava na mesa onde ele colocara na manhã. Sempre trazia consigo, por mais que doesse.
– Sua raposa de pelúcia, você andava com ela por toda parte, a chamava de...
–Kurama. – o garoto o interrompeu pensativo. – Desde que senti seu cheiro lembro de alguma coisas. Uma mulher de cabelos vermelhos e uma música...
–Kushina, sua mãe. – falou sereno. – ela era linda.
– Madara a matou? –o loiro o olhou com a expressão indecifrável.
–Você não lembra? – perguntou tristemente.
Negou devagar: - Não lembro de muita coisa. Pra mim, tinha nascido naquela cela. – falou dando de ombros. – Ter um progenitor é uma surpresa.
– Você dúvida disso? – perguntou hesitante.
– De modo algum. Eu sei que é verdade. Instinto. – O garoto o encarou sério. – Não o culpo Minato, de verdade. Você acreditou que eu estava morto, e eu estava. Seu filho morreu há muitos anos. Mas eu quero destruir Madara, e você pode me ajudar. Esse é o motivo de eu estar aqui, por que sei que não consigo sozinho.
–Você não está mais sozinho. – o sentido de Minato foi diferente do garoto. Ele abraçou o garoto antes que fosse empurrado, ou rejeitado. Sentiu ele estremecer ao toque, mas não recuou. – Eu realmente não sei mais quem você é, Menma, 445, mas sei que é meu filho, e eu te amo e me odeio todos os dias por não ter protegido você ou sua mãe.
–Eu já disse que eu não... – o outro murmurou.
– Mas EU me culpo. E quando todo esse inferno acabar, vamos ser uma família.
O garoto não respondeu.
– Eu queria poder apagar tudo o que aconteceu todos esses anos, mas não posso. – o homem continuou o soltando. Era maior que o garoto, ele sumia dentro de seus braços. Assim, daquele jeito, parecia infantil. Mas não era. – Eu só posso fazer um futuro, e se quiser me contar...
–Não vai querer saber Minato. – O loiro se afastou devagar e disfarçou o que sentia olhando para a janela em que entraram. – Já passou.
De repente o garoto se retesou e rosnou baixo: - Alguém vem vindo.
Puxou a Katana, mas ao ver os cabelos brancos Minato o parou: - Não! É Tobirama, está comigo. O homem de cabelos brancos arregalou os olhos em muda surpresa.
– Tobirama, sente-se. Tenho uma história para contar. – sorriu vendo os dois se encarando - Esse é meu filho, Menma.
..........................................................................................................
Minato dobrava na rua da casa quando percebeu que estava sendo seguido. Pegou de modo disfarçado a faca que levava sempre consigo, era bom com facas. Eram melhores e mais mortais que armas nas suas mãos. Passou direto por sua casa e continuou andando. O estranho não avançava sobre ele. Parou de caminhar.
– Sei que está ai.
O outro pulou na sua frente de modo tão rápido e suave que o pegou desprevenido. Cabelos vermelhos, olhos verdes, lembrava bem dele.
– Namikaze Minato. Tenho um recado de seu filho para você.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro