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O irmão do corvo

Madara vigiava o treinamento da passarela acima do galpão. Era algo coordenado, como se ao números fizessem uma dança ritmada. Pareciam todos iguais: a mesma postura, os mesmo olhos vazios e sem emoção alguma.

Quase perfeitos.

Quase.

Apesar da grande percepção e do treinamento incomum, eles ainda morriam facilmente. Eram poderosas armas, mas possuíam falhas corporais. Ainda morriam por ferimentos ou doenças, gerando um grande prejuízo. Tentara a droga em mais dois, tão parecidos com o outro que realmente acreditou que fosse funcionar, mas o corpo rejeitou a substância violentamente. Sangramentos nasais e auditivos, febre, alucinações, hemorragias oculares, convulsões, coma e morte.

Não era a substância, era alguma coisa no garoto que o fez sobreviver, e tinha que descobrir o quê. Quando aplicou nele, o intuito real era mata-lo de um modo doloroso, como punição por não ter cumprido suas ordens. Aquilo lhe doeu, havia se apegado a criança, que nunca conseguia domar. Nunca imaginou que ele, justo ele sobreviveria. Era verdade que sempre foi o mais teimoso, o mais forte. As drogas para percepção sempre funcionaram melhor nele.

Sorriu ao lembrar de quando ele tinha dez anos e o jogou na jaula com os lobos. Parecia uma dança sangrenta. O olhar dele brilhava ferocidade mesmo com o corpo alquebrado por enfermidades. Madara nunca conseguiu, até o final, quebrar aquele espírito. Era tão irritante como o pai fora. Ainda assim, era de longe a sua melhor e mais bela criação. Mas nunca havia conseguido remover sua humanidade por completo, o que o tornava também o mais perigoso para si.

E justo ele se tornou a arma perfeita que tanto ansiou.

Mas agora seria diferente. Ele já sabia como destruir aquele espírito. Iria transformá-lo em sua tela em branco, onde pintaria o que desejasse.

O barulho continuava abaixo de si. Irritava a demora do contato dentro da divisão. Não encontraram o paradeiro da criança.

Mas Hidan nunca falhava. Logo teria notícias. E se esta informação estava tão bem escondida, só significa que sua cobaia realmente havia impressionado Sarutobi. Riu consigo mesmo. Quando menos esperasse seria destruído.

Todos eles seriam.

Eles nem veriam de onde o ataque viera. Até que fosse tarde demais. Isso lhe agradou.

Não sabiam o que ele pretendiam com sua criança, mas ele sempre estaria coberto de sangue. Isso nunca mudaria.

No fim, ele não podia se enganar. Sempre seria seu, e apenas seu.

Ele sempre seria um animal.

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Quando desceu, Sasuke encontrou o outro sozinho na mesa da cozinha. Tinha algumas folhas ao seu lado. De modo disfarçado, viu que eram desenhos a carvão. Ignoraram um ao outro e Sasuke encheu seu copo de suco e sentou. O outro comia muito rápido, parecia uma criança pequena, se sujando.

– É um animal mesmo. – Falou com um sorriso de zombaria.

Os olhos azuis subiram até ele e ficaram se encarando. Para sua surpresa o outro não reagiu. Ficou vermelho, limpou a boca com as costas da mão e empurrou a tigela de ramen para frente, como se perdesse a fome. Isso irritou Sasuke que fechou a cara. Não era o tipo de reação que queria.

– Esse explica os modos e as perguntas idiotas. – falou sorrindo irônico.

O viu fechar os punhos sobre a mesa, ainda em silêncio.

– Não conheci Itachi trazendo trabalho para casa. Devia se tocar que está sendo um estorvo Dobe. Ele não dormiu ontem por sua causa.

Tinha consciência que estava baixando o nível, mas odiava a ideia de que o outro se segurava por ele ser irmão do Itachi. O loiro ia se levantar da mesa. Antes disso Sasuke puxou o papel que estava a seu lado.

–Devolva! – o loiro gritou com os punhos tremendo.

Sasuke riu e olhou o papel: - O quê? Kakashi, Shizune e meu irmão...Eles não são sua família seu Dobe.

Naruto alcançou o papel rapidamente, mas Sasuke puxou e ele rasgou no meio, ficando cada um com um pedaço.

Pareceu a gota d'água. Ouviu um rosnado saindo do peito do loiro e um soco bateu na mesa que fez um barulho de trinca. Um arrepio involuntário subiu na sua espinha mas continuou mantendo o olhar, mesmo que o que o encarava fosse feroz e doentio. Sentia-se olhando nos olhos de um lobo prestes a atacar. O ar parecia mais pesado.

Para sua surpresa, o loiro ficou ereto e a voz que saiu era diferente do tom infantil e ingênuo que ouvira antes. Era fria, sem emoção, nem mesmo raiva apesar de suas mãos estarem tremendo: - Não brinque com quem não conhece Sasuke Uchiha.

Prendeu o ar, pela primeira vez sentindo medo. Não era uma reação sem controle e infantil. Parecia outra pessoa. Então os olhos tremeram e voltaram a ser os mesmo azuis confusos, inocentes e agora... magoados?

– O que está acontecendo aqui? – A voz de Itachi fez com que perdessem o contato no olhar e antes que se desse conta o outro havia saído correndo da cozinha.

Itachi lhe lançou um olhar frio: - O que você fez?

–Ele é muito sensível. – tentou zombar, mas sua voz tremia levemente e pigarreou.

Itachi saiu da cozinha depressa atrás do outro.

Sasuke respirou devagar, soltando o ar. Não estava se sentindo tão bem quanto esperava que se sentiria com aquilo.

Ouviu o som do alarme disparando. O outro deve ter saído. Itachi ia ficar furioso com ele por isso.

Se movimentou devagar, percebendo que as pernas ainda estavam travadas. Pegou o pedaço do papel que o outro largara no chão e juntou com o seu. Ele desenhava bem. Reconheceu Kakashi, Shizune e Itachi. O loiro estava perto de Kakashi, que tinha uma mão em sua cabeça.

Franziu a testa, ao lado de Itachi, não havia visto, mas havia a si mesmo representado. Amassou o papel em uma bola e jogou longe com raiva.

Quem aquele Dobe pensava que era para fazer Sasuke Uchiha sentir culpa?

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– Ele está no parque na sua rua, sentado no banco. Quer que me aproxime?

– Não Kisame, apenas observe e interfira se estiver em perigo.

Itachi desligou o telefone e sentou na poltrona olhando para a janela do escritório na biblioteca sentindo o peso do mundo nas costas. Naruto era mais rápido do que pensara. Sua sorte era Kisame, como sempre, de vigília e o vira pular a janela e o muro para a rua. Não sabia o que Sasuke havia feito, mas sabia que Naruto fugira para não reagir. Se aquilo continuasse e não estivesse por perto, seu irmão podia se machucar feio.

–O que eu faço agora?

Suspirou e saiu. Por hora iria conversar com Naruto.

Encontrou Sasuke no corredor indo para o quarto com um rosto raivoso. Se encararam brevemente e Sasuke desviou um olhar para o chão. Aquilo o deixou curioso.

– Você não é mais criança Sasuke.

O mais novo não respondeu. Fechou os punhos.

–Depois conversamos. Quero saber o que deu em você para fazer tanta besteira de repente.

– Vai atrás daquele dobe então. – O menor soltou com irritação.

Itachi suspirou e passou a mão nos cabelos negros, Kisame ficaria de olho no Naruto por enquanto. Caminhou até o irmão devagar. O outro continuava olhando para o chão. Apesar da diferença de idade, Sasuke já estava quase do seu tamanho.

Mas a mentalidade atualmente...

– Olhe para mim Sasuke. Ande.

O outro obedeceu sem vontade. Os olhos de Itachi eram pacientes e calmos.

– Eu sei como deve ter sido difícil para você com Fugaku.

– Você não faz ideia! – gritou, então olhou para o lado com um resmungo. – Não faz mesmo. Ele sempre me comparou a você em tudo, nunca me olhava, sempre dizendo o quanto você era incrível, e o quanto eu não estava a altura... – a voz dele desceu até acabar. Itachi o olhou surpreso.

–Ele me expulsou de casa Sasuke.

–Você nunca saiu daquela casa Itachi. Eu que não existia para ele. Ele sempre esteve focado no trabalho na universidade, no laboratório e em você.

Itachi absorveu essa informação. Então tocou nos cabelos escuros do irmão que o olhou surpresa.

– Você não precisa provar nada para ninguém Sasuke, só para você. Eu sei que não é esse idiota que está tentando mostrar ultimamente. Sempre foi maduro e inteligente. Eu preciso mesmo que me ajude.

Sasuke bufou e empurrou sua mão. Mas pela cor rosada em seu rosto Itachi sabia que ele havia o ouvido, só era muito cabeça-dura para admitir. Tão parecido com Fugaku...

– Isso agora é sobre o Dobe? – replicou.

– Não vou esconder de você. Naruto corre muito perigo. Se não o protegermos ele pode até ser morto.

Sasuke franziu a testa e o encarou surpreso: - Morto?

Itachi assentiu e os dois ficaram calados por um tempo.

– Apenas colabore. Eu sei que você não é essa pessoa que está demonstrando ser, Otouto.

Saiu e deixou o outro parado no corredor, sem saber se as palavras haviam ou não alcançando seu irmãozinho tolo e cabeça- dura.

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Suas mãos ainda tremiam quando se sentou. O sentimento instintivo tomava seu peito e ainda ofegava. Colocou as mãos na cabeça e abafou um grito mordendo o lábio quase ao ponto de fazê-lo sangrar. Aquela reação de fúria cega o assustava. Por que, naquele momento, ele sentiu que poderia matar Sasuke.

E o isso o fez se senti exatamente o que ele disse: um animal.

Não podemos fugir da nossa natureza

A voz o assustou e se levantou depressa olhando ao redor. Não havia ninguém. Sentou devagar, controlando a respiração, confuso.

Ele merecia uma surra. Não vou me controlar da próxima vez

Abriu mais os olhos. Aquela voz era... na sua cabeça?

Grande capacidade de dedução retardado.

– Estou sendo xingado por mim mesmo. – falou abismado ignorando o fato de que pudesse mesmo estar enlouquecendo. Com certeza aquilo não era normal, mesmo para ele.

Foi quando ouviu um latido perto de si.

Olhou para baixo e viu um animal lhe encarando entre latidos e um balançar de cauda. Continuou sentado olhando, o que não agradou o bicho que fez uma pose, flexionando as patas da frente e levantado o traseiro para o alto, com a cauda sempre batendo e latindo.

Naruto sorriu e se agachou no banco em pose de ataque, transformando o sorriso em um repuxar de lábios e um rosnar que saiu de seu peito.

– Quer brigar?

O cachorro rosnou em resposta e seus dentes de abriram mais.

– Aposto que sou mais animal que você. – Naruto rosnou mais alto e se retesou mais.

–O que está fazendo?

A voz o fez piscar e sair da posição, ficando em pé no banco. Viu uma menina pequena, com cabelos negros e olhos claros, muito parecida com a menina da música da noite passada, mas em tamanho reduzido.

– Posição de ataque. – Falou como se fosse óbvio.

A menina virou a cabeça para o lado curiosa. Naruto respondeu fazendo o mesmo gesto. Ela se aproximou e Naruto se agachou para ficar cara a cara com a garota. O rosto dela era pequeno e delicado. Os olhos de um tom mais claro que ele já tinha visto, como o da outra. Ela fazia um gesto, e ele repetia. Durou algum tempo a troca estranha, e até o animal sentou e os olhava com curiosidade com a cauda batendo no chão e virando a cabeça.

Por fim Naruto fungou: - Você cheira a framboesa. É muito doce.

Deve ter sido algo muito engraçado, por que a menina começou a gargalhar com as mãos na barriga. Naruto olhou confuso, o que a fez rir mais.

–Por que está rindo?

–Você é engraçado, gostei de você. Sou Hanabi.

–Naruto. – Ele sorriu e saltou no chão com rapidez e leveza assustando o cãozinho que latiu. Naruto rosnou e ele correu.

–Ei! Biscuit! – A menina gritou e olhou para ele. Parecia irritada. Era curioso como o humor dela mudava. – Você o assustou!

Coçou a cabeça loira envergonhado: -D.desculpe. Só reagi.

Ela lhe mostrou a língua e saiu correndo. Naruto ficou um tempo confuso sem saber o que fazer, e foi atrás.

Bem mais rápido passou pela menina e pegou o cachorro o segurando de modo desajeitado olhando para ele. Recebeu uma bela lambida na boca.

A garota vinha correndo ofegante: - Você é o Flash?

–Flash? – perguntou confuso.

– É, herói de quadrinho, rápido. Você sabe.

Ele continuou a olhando sem entender nada. Naruto entregou o cachorro a garota e ficaram se encarando, ambos curiosos.

– O que é essa coisa de posição de ataque? – perguntou afagando o animal que lambia sua mão. Naruto sentou no gramado e ela o imitou.

–É uma reação ao perigo, eu acho. – Ficou puxando as folhas entre os dedos.

–Parecia que estava puxando briga com meu cachorro. – Ela replicou. – Você é estranho.

Era a segunda vez que ouvia isso e suspirou.

–Mas é legal. – Ela abriu um sorriso largo e ele respondeu com outro.

–O que é um quadrinho?

–Nunca viu um?

Negou com a cabeça. Ela não riu dele, apenas deu de ombros.

–É como um livro, mas só tem desenhos e uns balões com as frases. É bem legal, como mangá, só que no mangá...

Ela falou e falou e Naruto absorveu, perguntando mais coisas. A menina não o olhou estranho, ou riu de nada que ele falou. Ficou feliz por isso.

Brincaram com o cachorro e Naruto lhe ensinou a posição de ataque. Subiram nas árvores do parque, e a levou nas costas com facilidade pulando de uma para outra. Ela o chamou de Superman, o que gerou mais uma enxurrada de perguntas por parte dele. E uma longa explicação por parte dela.

–Tenho que ir Naruto. Minha irmã vai brigar se eu demorar. Eu moro ali. – Ela apontou a casa azul com branco e Naruto sorriu. Era a mesma da menina da música. – E você?

–Do lado da sua.

Ela deu outro sorriso largo: - Vamos apostar quem vai chegar primeiro!

Ela correu com o cachorro atrás. Naruto não entendeu o objetivo daquilo, mas foi atrás, diminuindo o passo de propósito para correr ao lado da garota. Era divertido.

Se despediram no portão de casa, ela fazendo-o prometer que iriam brincar juntos de novo. Aceitou sem hesitar.

Ele nunca experimentara aquele tipo de coisa antes.

Mas era muito bom.

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Kakashi olhava tudo sentado na sua moto com o binóculo do outro lado da estrada do parque. Sorriu consigo mesmo. Naruto parecia estar se divertindo com a outra criança. Às vezes se esquecia que o pequeno não teve infância, que provavelmente não experimentara aquele tipo de riso fácil e as brincadeiras meio bobas. Ele sorria de forma aberta enquanto a menina lhe explicava algo de forma paciente, fazendo gestos e mimicas.

Era lúdico.

– Pensei que tivesse trabalho a fazer.

Não precisou se virar para saber de quem era a voz conhecida.

–E pensei que ia mantê-lo quieto em casa. – resmungou em resposta.

– Ele está seguro, não se preocupe. – O outro replicou. – Gostou do que viu ontem a noite?

Kakashi se virou rápido e viu a cara divertida do Uchiha, de braços cruzados recostado em uma árvore. Então compreendeu.

–Kisame. Você ainda está envolvido com aquele marginal Uchiha? – resmungou voltando a pegar o binóculos.

– Kisame já pagou por seus crimes, ele acha que tem uma dívida de vida comigo ainda, por mais que eu diga que não. – deu de ombros. – E não é ruim tê-lo por perto.

–Foi que quis dizer com Naruto estar seguro?

– Kisame fica de olho nele quando peço. Você pode falar qualquer coisa daquele tubarão, mas não que ele não é competente.

Kakashi não podia discordar. Como traficante Kisame havia sido a maior dificuldade para Itachi quando ele entrou na polícia. Foi antes de eles serem parceiros. Foram dois anos até pegá-lo, e mesmo assim Kakashi desconfiava que por que ele quis, pois havia adquirido, o que chamava de "dívida de honra" com Itachi por ele tê-lo salvado de um tiro quando... enfim, longa história.

Mas o fato é que Kakashi tinha plena consciência que o Uchiha possuía alguns amigos do submundo, pois várias vezes recorreram a eles durante os casos. E ele bem desconfiava que o amigo usava seus "amigos" como vigias. Provavelmente esse era um dos motivos de eles dois ou Shizune ainda não terem sido assassinados em emboscadas. Então ele não reclamava. Nunca fora alguém que andara apenas na linha de qualquer forma, agora não ia começar.

–Se vai ficar o vigiando, por que não almoça lá em casa. – O Uchiha falou divertido.

–Cale-se Uchiha. – Kakashi resmungou. – Vamos, ele está saindo.

Viu Naruto se levantar do chão com a garota limpando as calças com as mãos. Falaram algo e ela saiu correndo para a estrada. Ele pareceu confuso, então a seguiu com o cachorro latindo atrás dos dois.

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Do seu quarto, Sasuke ouviu o som suave na casa silenciosa quando o Dobe saltou a janela. Ficou deitado na cama olhando para o teto de madeira. Ele tinha muito no que pensar depois de tudo o que o irmão falara, e o que ele mesmo falara ao outro garoto.

Ele queria feri-lo, mas não se sentiu melhor por isso. O Dobe o irritava. E como! Mas ainda assim ao lembrar do desenho e dos olhos cheios de mágoa...

E pensava ainda naquela mudança brusca no garoto. Parecia... outra pessoa. Era estranho demais, e admitia que essa outra pessoa era assustadora, com olhos de quem era capaz de tudo.

Se revirou e sentou de lado, ouvindo passos no corredor, quase imperceptíveis. A porta da frente também se abria e ouviu um barulho de um som de moto entrando pelo portão. Devia ser Kakashi.

Sasuke não queria sair dali. Só queria pensar.

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– Lobo Branco!

Naruto pulou a metade dos degraus da escada de uma vez e se jogou em Kakashi. O homem arregalou os olhos antes de cair com força no chão com o loiro em cima de si.

– Porra Naruto! Não exagera! – brigou sentindo uma dor nas costas, mas rindo por dentro com a demonstração.

O garoto saiu de cima dele e sentou com as pernas cruzadas no chão enquanto o grisalho passava a mão no cóccix dolorido.

–O que é porra?

– Uma palavra que não deve repetir. – Itachi interviu ajudando Kakashi a levantar.

–Puritano. – o Hatake resmungou.

–Boca suja. – O outro rebateu.

Hatake Pegou o loiro pelos ombros o levantando e fazendo uma rápida inspeção sob o olhar curioso dos outros dois: - Comeu? Quebrou alguma coisa? Andou dormindo? E essas olheiras?

–Ele só está aqui há um dia e meio Hatake. Não exagera. Parece uma mãe preocupada. – Itachi revirou os olhos.

–Só conferindo esse destrambelhado.

–O que é destrambelhado?

– Sinônimo de Naruto. Agora vamos lá, fui convidado para um almoço, e quero comida. Cadê o filhote de Uchiha?

Kakashi não precisou ser gênio para saber que algo acontecera. Bastava ouvir o suspiro de Itachi e o silêncio entristecido de Naruto. Bem, previsível.

– Acho que ele vai ficar sozinho um pouco para pensar. Quando ele quiser comer ou conversar, vai descer. Conheço meu irmão.

–Se você diz. – Deu de ombros. Naruto continuou calado e triste durante todo o almoço.

Kakashi não sabia o que estava se passando na cabeça daquela criança. Mas pressentia que não era nada bom.

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Acabaram passando a tarde juntos. Sasuke não descera do quarto, ou se descera, ninguém viu. Naruto acabara cochilando exausto no sofá pela noite mal dormida, e Kakashi o levou para a cama. Itachi e Kakashi passaram o restante da tarde nos relatórios, e depois no tatame treinando. Fazia tempo que não podiam se dar a esse luxo. Com a missão de proteção ao garoto, Tsunade os liberava dos outros casos. Não que proteger Naruto já não desse trabalho o sufuciente.

– Então, o que aconteceu? – Kakashi perguntou finalmente, quando sentaram suados no tatame depois que Kakashi ter apanhado um pouco e resmungado que daria o troco no tiro ao alvo.

– Ele e Sasuke se desentenderam, Peguei apenas o fim da discussão quando descia a escada. Ele o provocou dizendo que Naruto era um estorvo e que não éramos sua família.

Kakashi bufou e apertou a garrafinha d'água: - Eu sei que é seu irmão Itachi mas...

–Eu sei Kakashi. Ele foi cruel, mas Sasuke está passando por um momento difícil...

–Isso não justifica. Mas eu sei que você ama o seu irmão e passaria a tarde o defendendo usando todos os termos Shizunianos de relação entre pai e filho e blá blá blá

Itachi riu com gosto. Só Kakashi mesmo.

– Mas Fugaku pode ser terrível. Eu lembro bem, só o trabalho na universidade o importava, os filhos eram detalhes, que deveriam apenas seguir ordens... Honrar o nome Uchiha! – riu sem vontade, de uma maneira triste. – Eu sei como é esse peso, e Sasuke também.

Kakashi não replicou. Ele sabia como Itachi sofrera nas mãos do pai, por ser o prodígio da família, por ter escolhido outra carreira que não a medicina. Ele tivera coragem de jogar tudo para o alto. Talvez o problema de ambos com a figura paterna o tenha os unido tanto.

– Ele ficou pensando nisso. – O outro o olhou confuso pela mudança brusca de assunto. – Naruto. Ele ficou pensando no que seu irmão falou.

Itachi suspirou: - Eu notei. Vou conversar com ele.

Foi nessa hora que ouviram o grito. Kakashi soltou um palavrão em voz baixa. Até de dia Naruto estava tendo pesadelos?

Itachi se levantou mas ele o parou: - Eu vou, pode deixar.

Já estava no corredor quando os gritos pararam. Entrou e encontrou uma cena peculiar. Geralmente Naruto não despertava até que alguém o estimulasse a isso, mas dessa vez ele estava sentado na cama, abraçado aos joelhos e olhando para a porta com o olhar fito em nada, vazios, como no dia que o viram pela primeira vez no galpão.

–Naruto?

Ele parecia não percebê-lo até que o grisalho sentou a seu lado. Foi quando ele estremeceu um pouco. Tirou os braços presos aos joelhos e deitou na cama com tudo, cobrindo os olhos com um dos braços. Todo o movimento gerou alguma estranheza em Kakashi, havia algo... diferente. Não sabia ao certo o que era.

–Tudo bem Naruto?

Para sua surpresa maior, o outro riu. Uma risada baixa e irônica.

–Sério que me perguntou isso Kakashi?

Paralisou. Naruto nunca, em nenhum momento desde que se conheceram o chamara pelo nome.

–Eu nunca vou estar bem até matar aquele maldito que fez isso comigo Kakashi. – A voz era fria, articulada. Tão diferente do tom inocente e hesitante comum de Naruto. – E vocês nunca vão estar bem enquanto estiverem comigo. Ele vai tentar matar todos vocês e me levar de volta. Ele nunca perde um jogo, e sou sua peça favorita.

Kakashi se retesou mais. Aquele ali não era o Naruto que conhecia. Olhou finalmente para baixo. Ele retirava o braço dos olhos e o encarava com os azuis grandes e frios, totalmente diferentes dos inocentes e confusos que conhecera nas últimas semanas.

–Quem é você? – Se obrigou a perguntar, mesmo que a pergunta parecesse estúpida.

– A sentença de morte de vocês. Número 445.

Ele voltou a cobrir os olhos. Kakashi havia prendido a respiração quando ele falara. Não soube quanto tempo passou até que tomou coragem e puxou o braço do outro com raiva. Os olhos que o fitaram eram confusos e sonolentos: - Lobo Branco? Eu tive um pesadelo.

Kakashi o fitava ainda espantado. O garoto o encarou incerto: - Fiz alguma coisa?

Kakashi se recuperou e sorriu de leve, acariciando os cabelos loiros bagunçados: - Não Naruto, não foi nada. Pode dormir, eu estou aqui com você

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