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Jogo Perigoso

Bip, Bip, Bip

– Temperatura corporal em 37, 5, respiração em 20 rpm, 90 bpm. Grau de aceitação corporal de PO53 em 100%. Rejeição nula.

A voz lhe alcançava através da névoa. Eram fantasmas brancos em seus olhos, um barulho ritmado. Tentou se mover e encontrou-se preso em correias no peito, na cintura, pernas. Sentia-se tonto.

– Injetem PO53, até o limiar de aceitação, aumentando 50%. Vamos saber até onde o organismo suporta sem provocar uma PCR e ajustar dosagem.

Abriu os olhos alerta com a voz conhecida. Encontrou olhos frios por trás de uma máscara branca perto de seu rosto. Sentiu-se tomado de medo e terror.

–Batimento acelerando para 120 bpm.

O homem riu baixo diante da reação da criança.

– Seu metabolismo está agindo muito rapidamente, a anestesia não está funcionando. – outra voz falou. – Ele acordou.

– Façam assim mesmo. – o moreno sentenciou enquanto se afastava para os outros trabalharem sobre o corpo na mesa cirúrgica.

Os olhos azuis só viam os negros através do mar branco.

– Injetando em 3, 2, 1.

A dor foi medonha. Como se queimassem seu braço, e o fogo subisse lentamente, se espalhando sob seu corpo. Gritou e tentou se mover.

– Batimentos em 160. Respiração em 45 rpm. Temperatura corporal elevando rapidamente. Estabilizando.

– Aumentem a quantidade em 70%. – O moreno falou com os olhos nos azuis. – Ele suporta. É um corpo incrível.

A dor foi paralisante. Sentiu que seu coração poderia explodir e o corpo subiu em arco, sendo contido pelas correias.

– Batimentos perto de 200. É o limite. Temperatura em 39. Irá convulsionar.

– Aumentem.

– O corpo é muito pequeno ainda, ele não...

– AUMENTEM.

Sentiu que não respirava, que algo pesava sobre seu peito. Sufocou e tudo sumia em uma névoa em sua visão.

– Peguem o aparelho de ressuscitação. O coração está parando.

Escuridão profunda. Completa. Total. Pensamentos girando. Cabelos loiros, cabelos vermelhos, tiros, sangue.

"Menma..."

Foi arrancado de volta com violência. Seu peito queimava, o corpo tremia.

– Retornou.

Raiva. Dor. Raiva.

– Ele está agitado. Apliquem a anestesia... As correias!

Se livrou da prisão e saltou em cima da primeira pessoa que viu no mar branco com um objeto da mesa. Sentiu o metal deslizando no pescoço facilmente e havia sangue.

Saltava por cima das pessoas de branco, atingindo, abrindo passagem. Jogou a mesa sobre o mar branco e saltou pela janela estourando o vidro caindo no corredor longo onde se levantou em meio aos cacos, tonto e correu deixando o rastro vermelho em sua passagem.

Luzes, barulho, gritaria ao longe. Não sabia onde estava indo, só queria se afastar de tudo aquilo.

Não percebeu até ser atingido e levado ao chão com violência e força. Algo pressionou sua nuca e sentiu o corpo adormecer, sem chances de se debater. Sentiu seu corpo sendo liberado do peso e foi virado de frente com rapidez, caindo de braços abertos e respiração ofegante.

– Peguei você.

A voz era feminina. Encarou um anjo loiro de olhos escuros o encarando friamente. Ficou olhando de modo perdido a mulher que o capturara, enquanto a gritaria se aproximava. O olhar frio foi sendo modificado, se tornando confuso. Algo na criança imobilizada a desarmara. Talvez, os olhos azuis desesperados, ou o soluço que irrompeu no peito dele diante do pedido mudo de socorro.

– Muito bem três. – alguém falou se aproximando.

Era ele. O moreno. Fechou os olhos aterrorizado. Sentiu que ele o tomava nos braços, o apertando contra o peito de modo sufocante.

– Isso não foi inteligente 445. Nenhum pouco.

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A mão na testa foi repelida e saltou para o chão pronto para atacar.

– Sou eu!

Abriu os olhos ainda enevoados pelo sono. Era Minato.

Tentou respirar normalmente, disfarçandoo tremor e sentou novamente na cadeira de frente a mesa com os livros abertos. O homem loiro estava se levantado do chão onde ele o derrubara ainda há pouco.

– Você está quente. E já passa da meia-noite, Menma. Você deve descansar.

O garoto não respondeu. Fingiu que lia o livro na sua frente, rodando o pincel em seus dedos. Haviam feito a análise de seu sangue para tentar obter a formula da nova droga que circulava em suas veias enquanto Minato estudava um antidoto para o efeitos da primeira droga que possibilitassem uma desintoxicação sem risco de morte.

– Itachi ligou, o enterro de Fugaku será amanhã. – o homem loiro falou em um suspiro, sentando de frente ao filho e pegando o livro de suas mãos devagar, o obrigando a olha-lo.

– E daí? – perguntou friamente.

– Pensei que quisesse saber. Afinal ficou bem próximo de Itachi e Sasuke pelo o que me contaram.

– Não fui eu. Foi minha personalidade tola. Não me interesso por pessoas mortas Minato.

– Menma... – o homem replicou mas se interrompeu quando viu o quadro branco atrás do garoto através da luz da luminária do seu escritório da base. Estava repleto de números e formulas.

Atordoado, piscou: - Você fez isso?

– Sozinho foi que não surgiu. – o garoto rebateu se erguendo e continuando a escrever no quadro. A blusa de botões arregaçada, os cabelos bagunçados pelo sono. Parecia exatamente o estudante que Minato fora. Bloqueou esse pensamento olhando a formula que surgia sob os dedos de seu filho.

Não era possível.

Haviam feito a coleta do sangue há quatro horas apenas. Como ele poderia bloquear a outra formula e ter os dados da nova, se nem mesmo possuía os dados da primeira completamente? De todas as perguntas que o tomaram, soltou a primeira que veio:

– Como entende de farmacologia e química avançada?

– Um me ensinou sem que Madara soubesse.

– Um? – ah sim, o ruivo. – E como ele sabe disso.

– Não faço perguntas desnecessárias a ele, Minato.

– E como você chegou a esse resultado? A menos que tivesse os dados da outra formula não teria como você...

– Não faça perguntas desnecessárias Minato. – o garoto o encarou. – Apenas confie em mim.

Aquilo o desarmou, mas assentiu devagar. Talvez fosse o olhar que o outro lhe lançou. Havia algo diferente a ali. Abaixou o olhar e rodou o livro em suas mãos. Estava atordoado, confuso. Não percebeu quando o garoto largou o pincel e arrancou uma folha do livro onde copiara a formula do quadro.

Quando notou, ele já saia em direção ao subterrâneo, o laboratório, talvez.

– As vezes penso se você me odeia... – perguntou baixo, diante de toda a frieza, a fuga. O outro ouviu, no entanto e estancou com a porta aberta.

– Fomos todos ferramentas, Minato. Não sou um tolo.

– Menma... eu apenas... – suspirou e bagunçou o cabelo. Não sabia como lidar com aquilo, queria apenas abraçar o filho – Escute, só escute. Sabe o que pensei durante anos? Em como você seria grande. O que seria. Me imaginei recebendo você e sua namorada em casa, que teríamos a constrangedora conversa sobre sexo, e que beberíamos juntos quando você entrasse na universidade ou algo assim. Pensei em tanta coisa que queria falar para você! Menma... Você é o que tenho de mais importante, e te ver de novo, vivo, me fez viver de novo também. – Levantou depressa e colocou a mão no ombro do outro, ainda parado de costas na porta. O garoto se retesou sobre sua mão, como se fizesse um grande esforço para não se desvencilhar - Eu sempre vou amar você, e teria dado minha vida para que você e sua mãe... Eu só te amo demais, e não se o que estou fazendo, você só se afasta, eu não sei... Eu quero que você confie em mim, e me diga o que está querendo fazer. Eu não sou tolo também, Menma. Se fosse não estaria vivo hoje.

Não podia ver seus olhos, o que aquilo causava a ele. Se pudesse, veria o quanto o garoto cerrava as pálpebras, confuso.

– Não pergunte sobre o que não vai querer saber. – falou por fim, com a voz inexpressiva, controlada. – Pode fazer isso, Minato?

Fechou os olhos com força.

Só queria salva-lo. Salvar Menma, ao menos dessa vez.

Assentiu.

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Então, Fugaku Uchiha estava morto. Morreu sem que precisasse mover um dedo, aquele homem tolo. Quase um suicídio. Talvez, pensasse que assim a família estaria a salvo. Era um tolo. Madara não se levava por isso. Depois que seus planos entravam em caminhada, ele não parava. Primeiro, trataria do garoto no hospital e em Mikoto.

Depois seria Itachi, mais difícil. Mas após a perda do caçula, seria fácil destruí-lo. Meio caminho andado. Lembrava bem do primogênito de Fugaku. Inteligente, um prodígio. Se ele fosse mais jovem quando começaram, o teria tomado para si como fez com Menma. Era um desperdício, mas precisava elimina-lo. Talvez aquilo fizesse Menma sair da toca.

Depois de resolver o problema Uchiha, seria vez do problema Hyuuga.

Sorriu.

Menma não continuaria inerte com isso. Seria divertido vê-lo pego pela própria humanidade que teimou em preservar. Quando estivesse com o garoto sob controle, os eliminaria. E então, por último, seria Minato.

Filho destruindo pai, o final que sempre desejou. E depois de tê-lo, ele o faria.

O faria, sem hesitar.

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Kakashi ficou ao lado do amigo durante todo o enterro. Chovia de forma mansa, e o moreno estava calado durante todo o tempo, com o braço ao redor do corpo delicado de Mikoto Uchiha, que chorava de forma silenciosa.

Kakashi não possuía mais família. Seu pai havia morrido há muito tempo. Cometera suicídio praticamente, afogando sua vida em álcool, e nem mesmo fora a seu enterro, deixando a encargo de sua madrasta na época. Na verdade, nunca visitara o túmulo do pai.

Mesmo assim, doera. E sabia que mesmo que Itachi não se desse bem com o pai boa parte do tempo, o amava. Afinal, quando o homem afastara sua família, estava tentando protege-los.

Saiam do cemitério quando o moreno finalmente falou, olhando sua mãe sendo consolada por Tsunade e Kurenai.

– Não foi acidente. Ele jogou o carro na mureta. Fugaku cometeu suicídio, praticamente.

Pego de surpresa pelas palavras, o grisalho não soube o que falar.

– Acho que ele pensava que seria o fim disso tudo.

– O que quer fazer agora?

O jovem Uchiha lhe lançou um olhar que ele não compreendeu de imediato: - Nada. Ele fugiu. Não há a quem culpar em coisas assim.

Isso surpreendeu mais ainda o colega que arregalou os olhos com raiva: - Como não? Sabemos muito bem quem...

– Chega Kakashi! – agarrou a gola do outro e o puxou para si – Você fala demais, foi meu pai que morreu! Não preciso de palavras agora, só fique quieto e me deixe em paz!

Algumas pessoas os olhava sem entender. Em todos esses anos, nunca haviam brigado a sério. O moreno o soltou com violência e passou a mão nos cabelos longos molhados.

– Vou ver o Sasuke. Ele está vivo, afinal.

E saiu deixando para trás um Kakashi atordoado.

Mikoto passou por ele com as mulheres, lançando olhares indagadores que ele fugiu encarando o chão.

Conhecia Itachi há anos. Somente ele sabia como o moreno operava.

"Você fala demais."

"Não preciso de palavras agora, só fique quieto"

O recado era bem claro: estavam sendo vigiados.

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O homem de cabelos roxos estava sentando perigosamente perto do parapeito do prédio, olhando o pequeno apartamento. Podia ver cada movimento lá dentro, ouvi-los claramente. Sempre foi o melhor para vigílias, por isso, era considerado por Madara o espião perfeito. A melhor audição, o melhor em camuflagem.

As marcas da punição severa ainda estavam claras em seu corpo, mas desta vez, foi algo mais psicológico. Uma droga alucinógena que debilitava a mente mais do que qualquer coisa. Se fechasse os olhos ainda podia entrar dentro de pesadelo por pesadelo por que passara em um único dia que parecera anos. Sasori ainda estava na punição, chamavam de programa integral, limpeza total da mente e reconstrução. Vira os efeitos, não chegara a tanto, Madara precisava de si para a vigília. Era o 2, afinal, um dos melhores, mas o quatro não tivera a mesma sorte. Já vira os efeitos antes, ele sairia de lá sem um pingo de racionalidade, apenas uma máquina para obedecer ordens.

Provavelmente, esse seria o destino de 445. Embora, desconfiasse que Madara iria prolongar o máximo que pudesse com a criança. Quando se tratava do garoto, o líder perdia completamente o controle de si mesmo. Quando ele fosse pego, 445 iria ser machucado de verdade.

Era um idiota, se houvesse ido com ele quando teve a chance...

Tentou pensar no que isso implicava a ele, no fim das contas. 2 não entendia bem sobre sentimentos, só o máximo para manipula-los. Sabia imitar com perfeição reações, quase naturais sobre tudo. Achava intrigante cada detalhe humano. Como as feições de tristeza daquela menina morena que olhava sem parar pela janela, como se esperasse algo entrar por ela. Ou a pequena. Todos ali, naquele apartamento, exalavam uma humanidade, sentimentos que invejava. Entendia sobre luxuria, sobre sentimentos podres, impuros, mas não sobre tal coisa como tristeza, como amor, como proteção e preocupação. Mas quando se tratava daquela criança as coisas eram diferentes. Ele, afinal, lhe dera um nome. Algo fruto de uma tola inocência na época, mas que lhe tirara da condição de número de série de ferramentas. E até mesmo Deidara, que odiava o mais novo com todas as forças, aceitara o nome lhe dado.

Havia algo naquela criança. Algo que impedia a indiferença.

Sim, não agradava a Hidan seu destino. No fim, depois de tanta teimosia, ele acabaria como todos eles: como uma mera ferramenta aos caprichos de Madara. Ou então acabaria o resto da vida no laboratório subterrâneo de onde viera.

Isso só provava, que até o mais forte caia do galho. No fim, não podia se lutar contra a sua condição. E a criança era a prova disso.

Era uma pena. Por mais que o quisesse perto de si, por um momento pesara que ele conseguiria. Talvez por isso, ele, 1 e 3 tentassem mantê-lo longe de problemas com afinco durante todos esses anos (tarefa difícil), mesmo que um laço fosse impossível dentro da situação em que se encontravam, era como se a possibilidade de ao menos ele conseguir escapar da condição de objeto fosse suficiente aos três. Ou a mera curiosidade de como uma mente como aquelas funcionava. Era fascinante, no fim de tudo. Como alguém conseguia manter alguma inocência em um lugar como o que foram criados. Inocência ao ponto de dar nomes, de não acatar ordens, de se negar a matar sem um motivo concreto mesmo sendo punido. E mesmo quando Madara os ordenara a eles mesmo puni-los, a criança suportou sem um pedido de ajuda, sem um gemido se quer. E depois agiu como se nada houvesse acontecido dentro daquela sala. Claro que eles não usaram de tudo que podiam, mesmo que o líder não houvesse percebido, ainda assim, mesmo para um adulto como ele, seria uma experiência terrivelmente dolorosa.

A criança, era no mínimo... peculiar.

E agora, seria destruída, de certa forma. Sentia-se estranho com aquilo.

Olhou para os estranhos lá dentro. Eles haviam conhecido aspectos de 445 desconhecidos a ele, a qualquer outro. Sabia que no momento que o garoto estivesse sob controle, todos seriam mortos. Seria como se aquele episódio fosse totalmente esquecido. Eram suas ordens.

E ele as acatava, sempre.

Ouviu o som sutil da aproximação. Reconhecia aquele som. Não sabia se ele tentava disfarçar ou não. Não se moveu, não por que não poderia vence-lo, mas por que estava curioso. Se quisesse ataca-lo, o teria feito. Ele nunca fora de agir de forma a avisar sua presença. Geralmente, as presas de Gaara morriam sem saber de onde o ataque veio. Ele era uma máquina de matar sem sentimentos, sem motivos para existir além de aniquilar qualquer coisa. Mesmo ele sabia disso. Por isso, estranhara ter continuado vivo da última vez, não era do feitio de um quando iniciava um ataque deixar algum sobrevivente.

– A criança o mudou, Gaara. – falou sem desviar o olhar do apartamento. Podia sentir a sensação de morte atrás de si, mas aprendera a controlar o medo. Tal coisa não existia entre eles. Se tivessem de morrer, morreriam. Era um mero detalhe do que faziam, todos morriam no fim. – Me deixou curioso o fato de escolher a aniquilação, você sempre seguiu as ordens dele como uma puta bem treinada.

– E sua língua sempre foi grande. – o outro replicou. – Parece péssimo.

Hidan virou o rosto de modo sutil. O ruivo estava recostado no sistema de ar do prédio, rodando uma kunai entre os dedos, olhando o apartamento sem sentimento algum nos olhos.

– Você está fodido com Madara. – Hidan riu sem humor. – A arma perfeita, deu pane.

O ruivo não respondeu, continuou movendo a kunai de forma inexpressiva.

– Você é um filho da puta pirado. – balançou a cabeça e deixou o silencio perdurar por um tempo, até tornar a voz séria. – Por quê?

– Por quê? – o outro repetiu. O vento passou por eles, mexendo nos cabelos coloridos. Quem visse, pareciam dois amigos conversando sob assuntos banais, e não dois assassinos prontos para matar um ao outro ao mínimo movimento. – Já se perguntou, dois, por que existimos?

– Somos armas, somos ferramentas. Somos os escudos e as espadas agindo na escuridão.

– Sempre pensei assim. Por que eu existo? Eu existo para matar a quem me ordenarem. E por um tempo, isso foi o suficiente. Afinal, era uma razão para existir. Nunca foi pela droga, foi por que uma tinha essa razão. Se eu perdesse, seria como se não existisse.

As palavras morreram no silencio dos dois, momentâneo.

– Qual a sua razão, dois?

Ele não tinha. Nunca havia pensado nisso. Achava o trabalho as vezes divertido. Por vezes, imaginava que estava livrando as pessoas de um mundo sujo. Era um jogo seu. Todas as pessoas eram fodidas, e todos iam foder uns aos outro. Que morressem logo. Estava fazendo um favor.

– Não preciso de uma. – falou.

– Então, você não existe.

O outro sentenciou.

Ficou tentado a responder, mas não sabia como.

– Ele só não queria ser um animal. – o ruivo falou. – Se preservar humano. Sempre me deixou curioso, pessoas como nós não podem ter um desejo assim. Ferramentas tentando ser humanas. Como o conto do Pinóquio, o boneco de madeira que queria ser menino.

– E você quer ser a fada azul. – o outro zombou. Um sempre contou essa história, desde que eram crianças, no treinamento. Era algo que ele trazia na mente da sua vida antes de estar ali. Talvez, a única coisa que lembrava. Todo de Um era envolto em um mistério sombrio. Não era como os outros, vindos de orfanatos. Seu passado era algo tão cheio de sangue, que ninguém ousava perguntar. Mas havia aquela história.

– Quero ver se ele consegue. É um motivo para existir melhor do que matar, afinal.

– Vocês dois vão morrer de forma dolorosa.

O ruivo não rebateu. Ficaram em silencio apenas vendo a garota morena que voltava a janela, olhando o nada.

<span text-indent:40px;\"="" style="outline: 0px; background-color: transparent; border: 0px; line-height: 1.5em; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">se levantou e caminhou até o outro. Ele estava pronto para mata-lo, sentia isso, só esperava seu movimento, mas Hidan passou por ele, direto, parando ao seu lado poucos segundos para olha-lo : – Não entendo por que ele quer ser humano, são tão fracos. – Falou antes de pular do parapeito.

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– Oi garoto do prédio desabando. Sou Sakura, a garota sufocando debaixo dos escombros, lembra de mim? Me disseram que seu nome é Sasuke, deu bastante trabalho encontrar você sabia? Acho que não agradeci direito por ter me salvo naquela noite. Quando você acordar, vamos sair juntos, se você quiser entende? Você tem bons amigos sabia? Tem aquela garotinha que está aqui sempre falando com você. Você me pareceu tão triste quando te vi, seus olhos entende? Quando acordar, quero ver você sorrindo tudo bem? (...) Oi Sasuke, sou eu de novo. Seu irmão estava aqui ainda a pouco. Ele ama muito você, mas deve saber. E sua mãe é uma mulher muito gentil também. Todos estão querendo que você acorde, não seja preguiçoso! – suspiro – Você tem que acordar logo.

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Olhou o hospital. Haviam policiais por todo lado. Estúpidos, como se aquele contingente desordenado impedisse alguma coisa. Não ela, a número 9. Era especialista em assassinatos silenciosos. Iria transformar aquilo em um jogo divertido de se jogar, como Madara queria que fosse.

Saltou do prédio vizinho. Teria que ficar alerta, afinal, o 8 fora mandado ali e não retornara. Policias comuns não poderia tê-lo eliminado. Talvez Um estivesse por ali. Mas seria mais difícil pega-la, afinal, não era como os demais. Não agia de modo cru, direto como os outros. Sabia ser sutil e aguardar o momento certo. Ela sabia se misturar como ninguém, e sentia a presença dos outros, afinal, seu olfato superava até o do 445, que era uma lenda entre eles.

Pulou na escuridão e aguardou para seguir seu plano.

Perto das 11 da noite a mulher saiu para fumar nos fundos do hospital. Criaturas estranhas aqueles humanos comuns. Era uma das médicas.

Olhou divertida enquanto a mulher sugava e soltava a fumaça no ar, mexendo no telefone celular. Presas tão fáceis. Não chegava a ser nem meramente divertido daquele jeito. Se aproximou de forma silenciosa e se fez notar quando estava bem perto.

–Boa-noite Doutora.

A mulher a olhou assustada e a mediu. Eles sempre a mediam. Desde seus olhos castanhos, até os cabelos amarrados em coques dos lados

– B.boa-noite. – falou ao cabo de segundos, a considerando inofensiva. Era o que ela parecia.

– Cigarros não fazem mal?

–C.como? – a mulher piscou confusa. – oh, sim, vou parar.

Riu e seu riso aparentemente inocente fez a mulher a seguir.

–Acho que sempre falo isso. – a mulher completou. – Não é certo uma médica fumar não é?

– Dizem que mata não é? – a garota confidenciou baixo e as duas riram. Era sempre bom brincar com as presas, era divertido o modo como as enredava em conversas. Tão manipuláveis. Se fosse um homem de capuz, ela teria corrido para dentro. Mas uma garota de aparência kawai surgindo no meio da noite em um beco escuro... Tolos.

– É o que dizem. – a mulher falou soltando o cigarro no chão e pisando no salto alto, ajeitando o jaleco e pronta para sair.

– Mas não vai fazer diferença para você. – falou com um sorriso inocente.

– Como? – a mulher se virou confusa.

– Não vai fazer diferença. Você vai morrer agora de qualquer forma. Vai doer bastante.

E removendo a kunai de sua manga, provou que não estava mentindo.

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– Sasuke! É Hanabi! Se não acordar logo vou leiloar sua coleção do Conan na internet! Então levanta essa bunda branca daí!

O escafandro e a borboleta.

Era o que lhe vinha a mente. Não lembrava se era um filme, um livro. Alguma coisa que vira na escola, enquanto dormia na aula. Mas era sobre um cara em uma situação parecida com a sua. Ele estava ali, ouvindo tudo de uma maneira distante. Não sabia quanto tempo havia passado, mas aos poucos percebera que não conseguia responder quando Itachi chamava, nem mesmo abrir os olhos, se mexer. Seu corpo não respondia a seu comando. Estava preso dentro de si mesmo. Irônico. E as vezes de perdia, e nem ouvir mais conseguia. Só se sentia preso no escuro.

Mas as vezes ouvia. A tristeza de Itachi e de sua mãe. E os apelos daquela garota. Lembrava dela, da rosada, Sakura, ela disse que se chamava Sakura. Ela vinha toda hora. As vezes a achava irritante, mas sentia certo alivio quando ela vinha, contar aquelas história infindáveis. Como falava! As vezes queria ter voz só para mandar ela se calar de vez. Mas gostava do perfume dela.

E tinha Hanabi. Até com ele naquela situação a pirralha era irritante. Mas que bom que ela estava inteira, no fim das contas, que todos estavam bem.

Cara, quando ele acordasse iria dar um cascudo bem dado em Hanabi.

E havia Naruto. Ele falara com ele apenas uma vez, naquele tom frio (para dizer que havia decidido não mata-lo, e que ele era um idiota completo.), mas sabia que ele vinha mais vezes. Ouvia o barulho sutil na janela, e sentia a presença na sua cama. Se abrisse os olhos, poderia ver os azuis o fitando gelados. Era estranho, mas aquilo o fazia se sentir seguro. Menos vulnerável. Nunca admitiria isso em voz alta!

Mas o que ele mais queria mesmo era falar com Itachi. Tinha medo de não acordar mais, de sumir até aquele resquício da consciência, que as vezes falhava e caia no escuro. Queria ao menos falar com seu irmão. Cara, Itachi estava tão depressivo! Nem deprimido, depressivo mesmo.

"Não chore por mim como uma velhinha Itachi. Tudo vai acabar bem. Você é um policial, tenha compostura pelo amor de Deus!"

"Hanabi, quando eu levantar daqui você vai se arrepender de ter nascido, pouca sombra! Não toque nas minhas revistas do Conan!"

"Sakura que fala demais, respire para conversar. Mas talvez eu saia com você. Talvez."

"Mãe, não fale para as enfermeiras coisas sobre quando eu tinha sete anos. Eu te amo também. E ao Itachi. Está bem, o papai também."

"Pai... Eu sei. Não precisa se sentir culpado. Eu corri para frente do tiro não foi? Eu sabia o que estava fazendo."

"Naruto, você é um maníaco esquizofrênico, mas fico aliviado de 'não ser mais tão irritante a ponto de ser matável', repetindo suas palavras. Mas você não me mataria nem que quisesse, Dobe desgraçado! "

Queria falar essas coisas. Que condição estupida para se estar. Ouvir em silencio tanta dor.

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Itachi o encontrou na garagem de casa, quando estava pegando o carro para ir ver Sasuke. Estava ali, recostado em seu carro como se fosse a coisa mais comum do mundo.

– Naruto.

– 445.

Passou direto por ele, entrando no carro e sendo seguido. O loiro sentou ao seu lado.

– Tanto faz. Coloque o cinto.

Ele o fez dando de ombros olhando com curiosidade enquanto o moreno ligava o carro.

– E o Hatake?

– Ele já sabe que está sendo vigiado. Ele está com Shizune e as garotas. Mas acredito que já saiba. – falou com ironia, não respondida pelo outro. – Minha casa não está sendo vigiada?

– Madara acha que sim.

– Como driblou isso?

– Tenho meus meios. – viu um sorriso minimo no outro.

Itachi se calou com isso.

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Andou pelos corredores do hospital, entre todo o turbilhão de pessoas. Vestira a roupa da médica. Tão fácil que dava pena de todos eles. Se sentisse tal coisa.

Subiu até o andar do garoto com tranquilidade, pela porta da frente. Aquilo sim era divertido. Entrou no elevador, com sua prancheta, e conversou com um residente que lhe lançava olhares sugestivos. Era tão fácil brincar com as pessoas.

Desaguou no corredor, cumprimentado os policiais. Afinal, era só uma médica simpática, que falava com todos.

Nem de longe podiam desconfiar, que esse pequeno lapso de julgamento humano, geraria a morte do garoto Uchiha.

Riu ao pensar nisso enquanto se aproximava do quarto de seu alvo. Seria rápido, chato. Matar alguém que já estava quase morto, sem nenhuma luta, nada. Com sorte, a mãe estaria lá. Seria o serviço duplo.

Seu sorriso de abriu mais.

Por que era sempre bom quando eles lutavam.

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Mikoto Uchiha segurou a mão gelada do filho mais novo nas suas pequenas. Recentemente, ela fora atingida por golpes e mais golpes, um atrás do outro. Não suportaria perder Sasuke também.

– Eu sei que as coisas nem sempre foram fáceis na nossa família, Sasuke. O meio de seu pai lidar com as coisas, não era simples nem para mim. Mas ele amava você, amava todos nós. Acho que nunca o entendi totalmente, só sabia que ele carregava um peso grande demais que não queria dividir com ninguém. Eu preciso que você acorde Sasuke, eu preciso muito de você aqui.

Recostou a testa na mão imóvel e se deixou levar pelo choro: - Um filho não pode ir antes da mãe. E você sempre foi tão teimoso... Eu sei que vai acordar, por mais que digam que não. Não é assim? Sempre querendo provar ao mundo que todos estão errados. – riu limpando o rosto.

Estava tão distraída em meio a dor que não percebera a porta se abrindo a suas costas, só quando estava ali, quase a seu lado, virou-se ainda letárgica depois de tudo.

– Senhora Mikoto Uchiha. – a voz feminina a acordou da sua bolha de dor e virou-se ao ser desconhecido.

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Não haviam percebido quando ela entrou no quarto. Eles nunca percebiam, sempre imersos em seus problemas. Se aproximou devagar e viu a pequena mulher ao pé da cama, parecia rezar. Outro aspecto que não entendia nesses seres peculiares.

Puxou sua arma favorita, o punhal trabalhado. Primeiro seria a mulher, ela lutaria para proteger o garoto, e por último, seria ele.

– Senhora Mikoto Uchiha.

Chamou docemente e viu a mulher virar-se devagar.

Foi quando notou que havia algo errado. Aquela não era Mikoto Uchiha.

Praticamente jogou-a de lado para olhar a cama.

No lugar do jovem garoto Uchiha entubado, havia uma idosa.

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–Sou Anko. – a mulher sorriu. – Minato pediu para chama-la para o chá. A senhora não comeu nada desde que os trouxemos para cá.

– Mas Sasuke...

– Nós ficamos com ele.

Viraram para a voz e viram Itachi que entrava ao lado de um bonito garoto loiro muito parecido com Minato. A mulher arregalou os olhos.

– Você é...

– Filho do Minato. – Anko falou com um sorriso. – Longa história.

A mulher assentiu. Mikoto aprendera a não perguntar com o tempo. Confiava em Itachi. Por isso, não questionara quando ele surgira com alguns estranhos no quarto do hospital dizendo que precisavam tirar Sasuke dali, daquele jeito, as escondidas, e o trouxeram para aquele lugar. Sabia que ele nunca faria algo que prejudicasse o irmão, pois era quem mais amava no mundo. E além de tudo, desde que chegara ali, não podia se queixar sobre conforto ao filho mais novo, e Minato, médico que fora amigo de Fugaku há muitos anos, tinha equipamentos modernos e estava cuidando muito bem de seu menino.

Se estavam ali, teriam um motivo. Se fosse pelo bem de seus filhos, ela faria qualquer coisa sem hesitar.

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Itachi sentou ao lado do irmão, o olhando de maneira melancólica. O loiro estava recostado perto da porta, e não precisava virar para saber que ele os olhava com seus olhos azuis frios.

Há uma hora atrás, haviam descoberto o corpo de uma médica morta no lixo trás do beco do hospital, suas roupas e sua identificação foram roubadas. Um segurança também havia sido morto. Armas: kunais.

Havia sido exatamente quatro horas depois que haviam removido Sasuke do hospital e o levado para um dos esconderijos médicos de Minato, com ajuda de Tobirama e Gaara. O Namikaze tinha todo o suporte para o garoto, e ali, ninguém poderia encontra-los, ao menos até aquela história acabar.

– Como sabia que ele faria isso?

– Eu o conheço, já disse. – o outro respondeu simplesmente.

– Você salvou a vida do meu irmão. – Itachi suspirou olhando o rosto pálido de Sasuke. – De novo.

– Eu já disse que...

– Que é um jogo. – o outro o interrompeu. – Ainda assim. – virou-se para o loiro que o analisava. – E agora?

– Seu primeiro movimento foi bloqueado. Ele fara o próximo. E se o conheço, como sei que sim, ele vai estar bastante irritado. – o loiro deu um sorriso de canto. – Jogadores irritados não pensam direito.

– Não. – Itachi concordou. – Mas também são os mais perigosos. Isso todo é um jogo bem perigoso, Naruto.

– 445.

– Que seja. Só espero que saiba mesmo o que está fazendo.

O loiro não respondeu. Só então Itachi notou como ele estava pálido. Ele se aproximou da cama e viu o suor que grudava o cabelo do outro.

– O que há de errado?

– Uma injeção só não o mantem por muito tempo até o estágio que ele foi, Madara condicionou seu corpo a uma dosagem muito alta. Só não caiu ainda novamente, por conta da outra droga que prolonga os efeitos por mais tempo. - virou rápido em direção a voz. Era o ruivo que estava na porta, analisando-os.

– Vai durar o suficiente. – o loiro falou um pouco arfante. Itachi se levantou e tocou a testa quente do loiro.

– Suficiente para quê? – perguntou confuso.

Não obteve resposta de nenhum dos dois.

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