Descontrole humano
-Como assim sumiu?
Madara falou com falso controle na voz para a garota que permanecia rígida e friamente na sua frente.
– Sumiu. Não está em lugar nenhum do hospital sua ficha desapareceu, não nenhum dado sobre transferência...
Avançou sobre a garota e lhe depositou um tapa feroz no rosto descarregado de frustração. O rosto delicado virou bruscamente e ela recuou um passo até se equilibrar e voltar a olha-lo como se nada houvesse acontecido, mesmo que a marca avermelhada arroxeando estivesse na pele pálida.
– ... E ninguém o viu ser removido. – ela continuou impassível. – Em nenhum momento da vigília vi algum movimento dentro do hospital que denunciasse isso, igualmente.
– Simplesmente desapareceu? – jogou os objetos da mesa no chão com raiva. – Um garoto em coma, simplesmente foi engolido pela terra, é isso?
– E a mãe também. – Ela completou. – E Itachi Uchiha. A casa está vazia.
– E o vigia da casa do Uchiha não viu isso?
– Ele foi encontrado morto, Senhor.
Madara massageou as têmporas, controlando-se para não fazer um espancamento sistemático.
–Suma da minha frente. – falou devagar.
Ela se curvou e desapareceu de imediato.
O homem sentou de forma pesada na poltrona, mexendo no anel em seu dedo. Havia uma falha na vigia que armara. Será que Dois o estava traindo?
– Talvez seja isso que ele queira que eu acredite. – pensou irritado.
Tinha que se acalmar para não cometer mais erros. A ausência de rastros do sumiço da família Uchiha sifnificava que não era um jogo solo do inimigo. Haviam mais pessoas envolvidas. Minato? Sim, ele sempre fora o mestre das fugas. Tanto que continuava vivo.
Por outro lado, esse tipo de jogo de gato e rato, colocar os Uchihas a seu alcance e toma-los apagando rastros, aquilo era um jogo psicológico para incapacitar o adversário através da frustração. Não atingia as peças, mas o jogador.
Aquilo não era coisa de Minato, nem mesmo de Um, que atuava de modo cru e direto. Aquilo, era coisa de Menma. Era se método, conhecia-o bem depois de anos fuçando aquela mente. Então ele não estava incapacitado, afinal. Queria dizer que de alguma forma tivera contato com a droga. Mas como? Um? Mas não havia nenhuma falta nos lotes, como conseguiram as drogas? Minato? Teria Minato a feito sem a formula inteira?
– Pense Madara! Controle-se – ordenou a si mesmo. – É isso que ele quer.
Tentou pensar em um cenário. De alguma forma, Menma entrara em contato com a droga e não estava em abstinência. Estava jogando com ele, e não estava atuando sozinho. Minato, provavelmente. E Um. Quem mais?
Dois? Ou era isso que ele queria que ele pensasse?
Madara já havia perdido 5, 6, 1 e 8. Agora o substituto de 5 que colocara para vigiar a casa do Uchiha estava morto. Restavam 2, 3, 4, 7 e 9. E os recrutas, totalmente instáveis. Mas os usaria ainda assim. 2 e 3 eram seus melhores, perde-los seria uma enorme desvantagem.
Sua mente começou a raciocinar e sorriu de leve, olhando o tabuleiro na mesa. Era um desafio.
Seu animalzinho queria jogar, queria brincar.
Pois ele brincaria.
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Suspirou e recostou a testa no mármore da bancada. Odiava aquela sensação de cansaço inicial. Queria que sua mente permanecesse o mais limpa possível, tinha que pensar.
A melhor coisa que fizera fora trazer Itachi para aquele jogo, não conseguiria sozinho, não contra Madara. Mas só ele o conhecia o suficiente para antever seus passos. Fora anos de tortura mental, ao menos servira de algo.
O que Madara faria agora, que removera os Uchiha do tabuleiro?
– Você é bom em se esconder, Minato. – falou levantando a cabeça e encontrando o olhar azul do outro, tão igual ao seu. O homem levantou a cabeça dos tubos de ensaio e sorriu de leve.
– Foram anos aprontando na cara de Madara sem ser pego. –falou coçando a cabeça loira. – Fico feliz que tenha pedido a minha ajuda, Menma. – Completou sentado ao lado do filho no balcão do laboratório. Não fugiu do toque, estava cansado para isso. Podia sentir o olhar preocupado do outro ao tocar sua testa quente. - Não devia ser tão rápido assim. Eu preciso de tempo para terminar, estou quase lá, só mais um pouco e reproduzo a droga.
– Pode testar em mim, se quiser. – se ofereceu. O homem fez uma cara horrorizada e o garoto riu de canto. – Estou acostumado. Sou melhor que um rato.
– Não brinque com algo assim! – quase gritou. O garoto continuou com o sorriso irônico por um tempo vendo o rosto raivoso do mais velho, então o sorriso desvaneceu e fechou os olhos.
Pensar, pensar.
Gaara estava vigiando o apartamento de Shizune. Logo teria que desloca-los, mas não podia fazer isso com Hidan na cola, não sem acabar denunciando Minato e sua localização.
A opção era matar Hidan ou traze-lo para o lado deles. De algum modo, mata-lo não o agradava. Evitaria, se pudesse, ele seria de grande serventia. Gaara falara com ele. Sem resultado definido, mas ele não avisara sobre a morte do vigia de Itachi era impossível ele não ter descoberto antes, já que o outro se reportava a ele. Era um sinal. Mas teriam que ter cautela com ele.
E tinha a outra peça que precisava trazer para o jogo, mas aquilo podia ser um bom movimento, ou o começo do seu fim. Era um jogo arriscado.
Primeiro, fazer Madara manter o foco totalmente nesses acontecimentos. Quando se tratava dele, bem sabia que o homem faria isso. Ele não veria nada ao redor. Contava com isso. Madara era possessivo e paranoico. A este momento estaria desconfiando até da própria sombra...
– Nós podíamos apenas sair do país. – Minato falou tomando sua atenção. – Estou quase reproduzindo a droga, e há um passo de descobrir como desintoxicar você e Gaara. – Minato tocou seu cabelo, mas dessa vez o garoto se desvencilhou e o olhou desconfiado. – Podemos viver a vida inteira sem ele nem encontrar nosso rastro.
– E Madara continuaria fazendo o que bem entendesse. Ele matou sua esposa, raptou seu filho, arruinou sua vida. Não era você que buscava a vingança todos esses anos?
– Isso foi antes de encontrar você. – rebateu. – Eu só quero que as coisas fiquem bem, que de algum jeito eu possa...
– Não há um jeito Minato. – cuspiu com raiva. – Isso nunca vai ficar bem. Não vou brincar de casinha com você, com Kakashi e todo mundo como se nada houvesse acontecido. Madara é meu.
Minato o encarou. Seus instintos diziam para ficar parado, era como atiçar um animal em frenesi de raiva. Nunca de fato o tinha visto em posição de ataque. Era como se o garoto pudesse mata-lo a qualquer instante. Ainda assim, continuou, sereno.
– Você pode deixar sim tudo para trás. Só entregamos as provas e deixamos ele se enforcar. E eu sei que você as tem, Menma. – viu o outro tremer surpreso. – Como eu sei? Quem mais teria pego todas as outras que eu mantinha guardada no cofre na França, além do seu amigo ruivo? E eu conheço Fugaku, sei que ele não teria morrido sem acabar com Madara antes, sem entregar as coisas para alguém, e se não foi a Itachi, suponho que tenha alguma coisa com isso, não ficou nenhum pouco surpreso com a notícia da morte dele. E isso explica você saber de toda a formula, inclusive da nova droga. Quem mais estaria envolvida nela, além de Fugaku? E eu sei que você estava tentando reproduzi-la, só não sei se conseguiu. Já disse que não sou um tolo, Menma, eu não saberia o que acontece debaixo do meu próprio território?
O outro se empertigou da pose agachada e o encarou de forma inexpressiva, sem responder nada, sem demostrar nada do que se passava na sua cabeça. Era como encarar algo totalmente vazio por dentro.
– Você me subestimou. Sei que Itachi está ajudando você em alguma coisa. Por que não recorreu a mim? É contra Madara que está agindo Menma, acha que não o conheço também? – suspirou e se levantou do banco, estendeu a mão mas o garoto recuou. – O que está planejando com tudo isso?
– Eu falei Minato. – finalmente disse no mesmo tom vazio. – Que haveria coisas que não iria querer saber.
– Eu quero salva-lo! – gritou sem paciência. – Será que não vê isso? Esse tipo de coisa, de vingança, não atinge só o alvo, Menma. Acha que não sei como é se preencher de ódio? Acha que não sei que teria me destruído com Madara se não houvesse encontrado você? Não posso deixar que siga o caminho que quase acabou com tudo que ainda há de humano em mim!
– Você não pode salvar ninguém Minato. – foi quase uma bofetada na sua cara.- Muito menos a mim. Não sou Menma, não sou seu filho de 12 anos atrás. Perceba logo isso, quebre logo esse tipo de laço e se liberte. Não vamos ter um final feliz aqui. Quanto antes perceber que seu filho está morto, que ele morreu em algum lugar escuro no subterrâneo há muitos anos, melhor será para você. – se afastou rapidamente quando o homem fez menção de se aproximar. – Não toque em mim, não gosto disso.
Por um momento Minato viu algo diferente nos olhos frios, pareciam quase os olhos de uma criança o fitando assustados. Mas apenas por um breve momento.
O viu sumir da sua frente com rapidez, quase como se desaparecesse no ar, enquanto continuava paralisado no lugar, a mão estendida para uma distância que não sabia se algum dia conseguiria transpor.
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Gaara podia sentir os olhos de Hidan sobre ele do outro lado da rua, no outro prédio. Era um jogo onde nenhum recuava. Sabia que o outro não o atacaria diretamente, mas se baixasse a guarda, as coisas poderiam se complicar.
Não viu quando aconteceu. Foi muito rápido. Em um instante o outro estava ali, o encarando, no outro havia sido jogado com violência para o telhado do prédio vizinho.
Hidan não sentiu quando vinha o ataque. Em segundos o impacto o atingiu com violência e caiu com estrondo no telhado do outro lado do prédio onde montava vigília, arrebentando uma caixa de energia no processo. Se ergueu atordoado e novamente foi jogado e imobilizado no chão. Foi quando viu os fios dourados, os olhos azuis estavam em raiva homicida, de maneira que poucas vezes vira na vida.
– Decida de uma vez de que lado está! – o outro cuspiu e o socou com força. Dessa vez conseguiu desviar e a mão que o atacava prendeu no chão. Saiu debaixo dele e tomou distancia vendo o outro livrar a mão e se levantar devagar. Ele parecia fora de controle.
– Desistiu de fazer Gaara me convencer? – perguntou irônico, disfarçando o desconforto interior ao sentir a tensão no ar, como se pudesse ser esmagado pela criança ao menor movimento.
– Você só entende com socos, Hidan. – o menino rebateu. – Não tenho mais tempo para sutilezas, preciso acabar com isso agora!
– O que... – Gaara chegava na cena e a olhava confuso.
– Não se meta Gaara! – o loiro ordenou. – Eu vou resolver isso agora. Vá vigiar o apartamento!
O ruivo olhava sem acreditar. A criança parecia fora de controle. O que teria acontecido para deixa-la assim? Sem um pingo de cuidado se estavam sendo vistos, quebrando a regra do plano de que não poderiam ver que ele não estava mais em abstinência.
Não teve tempo de falar mais nada. O loiro já partia para o outro com rapidez. Seus movimentos estavam quase bestiais, sem nenhuma coordenação, o que facilitava para o outro desviar ou já estaria morto com a força empregada. Era quase como se estivesse descarregando sua raiva. E sua guarda não estava comum também, haviam aberturas o que facilitava para Dois atingi-lo.
Aquilo não era a maneira de 445 lutar. Era quase como se quisesse se machucar, se punir.
Atingiu o homem de cabelo roxo o afundando no chão com força depois de ser atingido na lateral do corpo.
– Você quebrou duas costelas. – Hidan riu, mesmo que estivesse cuspindo sangue.
– Estou devolvendo o favor.
Atingiu o outro sem dó. Hidan saiu da prisão. Foram minutos de luta intensa, destruidora. Podia ouvir sirenes na rua.
– Já chega! Estão chamando atenção! – Gaara se meteu, pronto para interferir.
– Deixe Um! – Hidan falou cuspindo um bolo de sangue enquanto o outro gemia com a mão na lateral do corpo. – Deixe que ele descarregue tudo. Não é assim?
Para surpresa de ambos, o garoto colocou as mãos na cabeça tremendo e caiu de joelhos.
– 445? – perguntaram em uníssono, confusos.
A criança socou o chão uma, duas, três vezes, afundando a mão ferida e então soltou um grito alto frustrado e murmurou rouco: - Tenho que acabar logo com isso, não aguento mais...
Os dois adultos ainda olhavam surpresos. Em todos esses anos, sob torturas, nunca o haviam visto fraquejar, há anos não o viam fazer um gesto tão... vulnerável.
– O que aconteceu? – o ruivo perguntou se aproximando do outro, tendo o cuidado de não toca-lo para não ser jogado longe. – O que há?
– Minato, Kakashi... todos eles... – murmurou e suspirou se acalmando, a voz voltando ao tom vazio, antes parecendo tão perdida e abandonada.
Então ele paralisou e abriu bem os olhos. Se ergueu depressa do lugar, como se ouvisse algo e farejou o ar: - Hanabi!
Os outros mal viram o movimento.
Ele só pulou do prédio.
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Hinata jogou água no rosto e notou as olheiras na pele branca. Parecia ter envelhecido uns três anos nos últimos tempos.
Recostou a testa no espelho do banheiro e segurou-se para não chorar. De novo.
Quase perdera Hanabi, estava perdendo Naruto aos poucos, e agora vivia sobre vigília constante, com medo por Hanabi, por Naruto e por ela mesma. Queria acreditar que toda aquela história era um pesadelo, que acordaria em algum momento.
– Eu sou forte, tudo vai acabar bem. – repetiu para a garota que a olhava de modo vazio. Patética.
Saiu do banheiro de modo cansado e alcançava a sala quando ouviu o grito de Hanabi. Seu corpo ficou alerta e correu o máximo que conseguia mancando com a perna ainda na tala, tendo no momento em que assomou no local uma sensação de dejavú.
Shizune estava caída e um estranho apertava o pescoço de sua irmã que chutava com os pés fora do chão. Mas ao contrário da última vez, em que era ela naquela situação, não sentiu medo, entrega. Era sua irmã.
Nenhum infeliz ia tocar os dedos sujos nela. A raiva se apoderou e investiu.
O outro pareceu surpreso com o gesto. A garota morena alcançou um vaso e jogou no rosto do agressor com vontade assassina, o fazendo soltar o aperto no pescoço da pequena que tossiu no chão. Pegou uma cadeira e começou a jogar tudo o que podia, até que ele caísse no chão.
Não entenderia, tempos depois, como conseguira aquilo com a perna quebrada e ainda dolorida.
Ainda assim continuou a investida, dessa vez com os cacos tentando atingir o rosto do outro que se recuperava do susto. Foi jogada de cima dele com um chute e caiu por cima do sofá com violência, o virando com ela. Sentiu o corpo preso pelo corpo do outro. Era um garoto, não muito mais velho que ela de pele morena e cabelos brancos. O rosto sangrava onde ela cortara, e notou que lhe atingira um olho.
Ele parecia bem irritado.
Mas a raiva a compelia mais. Quem eles pensavam que eram? Matavam seu pai, obrigavam ela a irmã e o primo a se esconderem como criminosos, machucavam Naruto, tentaram matar Hanabi, feriram Sasuke a agora ainda aquilo.
– Desgraçado! – cuspiu levantando o joelho bom da imobilização e desferindo o golpe onde alcançasse. O outro tremeu mas não a soltou, segurou seu pescoço com força. Hinata tentou se livrar e ao ver uma mão livre enfiou os dedos no olho ainda bom do outro que gritou.
– Solta minha irmã!
Viu Hanabi saltar nas costas do outro com os braços finos ao redor do pescoço do agressor e entrou em pânico. Hinata livrou sua perna boa e o empurrou com ela, desferindo um chute no rosto do moreno e tossindo em busca de ar.
– Solta ele Hanabi! – gritou rouca.
A menina tentou, mas dessa vez o garoto que a segurava. Arrancou a pequena das suas costas enquanto Hinata tentava se levantar da confusão de cacos.
Ele ia joga-la pela janela.
– Hanabi! – gritou, e tudo pareceu em câmera lenta enquanto a irmã era jogada contra o vidro. Fechou os olhos de pavor enquanto rastejava. Mas já era tarde. – NÃO! EU VOU ACABAR COM VOCÊ!
Tentou se levantar, e tudo aconteceu muito rápido. Quase perdeu os movimentos.
Naruto pulou pela janela segurando a menina desacordada no colo. Ele encarava o moreno com um olhar que ela nunca vira, e sentiu medo de Naruto, como nunca sentira na vida. Em segundos ele estava a seu lado, a levantando. Gemeu e percebeu que havia alguma coisa quebrada fora a perna que não sentira no surto de adrenalina que acabava.
– Fique com ela. – o loiro ordenou sem olha-la. – Feche os olhos.
Não entendeu, atordoada a ordem. E mesmo que entendesse, não conseguiria, ainda em choque. Agarrou Hanabi com força, ainda tremendo.
Mas quando entendeu, viu que deveria mesmo ter fechado.
E entendeu também por que Naruto dizia que era um animal, pela primeira vez o vira como um.
Ele praticamente se jogou, vencendo a distância até o outro que era de um canto a outro da sala. O moreno não teve tempo para reagir até ser jogado no chão.
– Não devia ter tocado nelas.
A mão dele desceu, o outro deu um grito apenas e Hinata viu o sangue nas paredes. Antes de finalmente conseguir fechar os olhos e agarrar a irmã com vontade ela viu algo vermelho pulsando na mão de Naruto.
Era um coração.
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Gaara saltou pela janela seguido de Hidan, e o que viram foi uma confusão de cacos e coisas viradas pela sala. A mulher estava caída e a garota estava tremendo abraçada a menor perto do sofá caído. O loiro se ergueu do corpo destroçado limpando as mãos sujas de sangue.
– Olhe Shizune. – falou sem olha-los, caminhando devagar até a garota, como se temesse que ela fosse fugir dele.
Gaara o fez. Ela estava viva. A pegou nos braços e desvirou no sofá, a depositando em cima. Não parecia ter ferimentos visíveis, provavelmente batera apenas a cabeça e logo acordaria.
Um momento apenas de distração.
Provavelmente, o moreno estava a espreita esperando que ele e Hidan entrassem em conflito para agir. Mas fora 445 que dera a chance.
– Ele não confia em você no fim das contas. – falou ao Dois. – Estava vigiando você também.
O outro não respondeu, estava mais interessado na reação do loiro que se agachava de frente as garotas devagar, erguendo a mão hesitante para a morena. Ela se encolheu e ele recuou, se erguendo.
– Eu mandei fechar os olhos. –murmurou. – Não queria que visse aquilo.
O homem arregalou os olhos. 445 estava sendo... gentil com alguém? Que porra era aquela?
A menina pareceu acordar do transe e levantou os olhos chorosos para ele, então levantou uma das mãos e agarrou a dele. E ele não recuou, não a saltou.
– Quem é essa garota? – perguntou ao ruivo, que não respondeu.
Ele também olhava interessado as reações dos dois.
– Você a salvou. Eu... pensei que...
A coisa não parava por ai. O loiro, o assassino frio e cruel, o animal que havia destroçado um corpo há poucos minutos, abraçou as duas meninas.
Até mesmo Gaara arregalou os olhos. Então, era isso. 445 estava cada vez mais...humano?
A reação de ainda a pouco durante a briga com Hidan...
– Vai ficar tudo bem. – Ele limpou o rosto da garota e levantou as duas, sentando ao lado da mulher ainda desacordada. A morena sentou encolhida agarrada ao corpo da menor como se ela fosse ser tirada dela se não fizesse isso.
O loiro virou para eles que ainda encararam a cena confusos: - Isso foi... – Hidan balançou a cabeça.
– Há algo errado. – o loiro o cortou. – Mandaram um recruta. E muito fraco. – apontou para o corpo. – Sabendo que Um estava aqui.
Os dois pararam com o ar incrédulo e se concentraram na voz do outro.
– Mesmo que pensassem que vocês brigassem, ele não mandariam um recruta. – o loiro pareceu se concentrar falando sozinho. – Ao menos que fosse um ardil. – Ele então abriu mais os olhos azuis. – Elas não eram o alvo. Eram uma distração. Hinata! – gritou e a morena demorou um pouco até levantar o rosto lívido. – Onde está Kakashi?
– E.ele s.saiu.
O loiro ficou pálido.
– Gaara, as tire daqui. – falou rapidamente e saltou pela janela sem olhar para trás.
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Kakashi acelerou a moto, tentando não se distrair com os pensamentos e acabar batendo. Na divisão, ninguém tinha notícia de Itachi. Fora a sua casa, e ele havia sumido. Desde o enterro do pai, não dera notícias, e Sasuke sumira do hospital. Encontrou lá a garota rosada tão confusa quanto ele. Os médicos não viram nada, ninguém vira nada.
Estava acontecendo algo, e por algum motivo fora deixado de fora da situação. Se bem conhecia Itachi, envolvia Naruto. Era a única explicação do parceiro não ter lhe contado, por seu envolvimento emocional na situação. Isso só queria dizer que Naruto estava fazendo algo que envolvia perigo a ele, e Itachi temia que Kakashi fosse interferir por isso?
O fato, é que a situação não estava das melhores. Precisava falar com Itachi, com Naruto, até com Minato, vendo-se a dimensão de seu desespero por esse fato.
Ele não vira.
Distraído demais não vira os três desconhecidos de pé no meio do asfalto até que estivesse em cima. Por reflexo, freara a moto de forma brusca e caiu deslizando no asfalto, sendo arrastado enquanto as faíscas produzidas pelo atrito do metal no chão tomavam a cena. Quando finalmente parou de ser arrastado, estava caído fora do asfalto nos pedregulhos que iniciavam a floresta que margeava a estrada, a moto repousava em cima de suas pernas e abriu os olhos atordoado, tentando acalmar o coração.
Empurrou a moto de cima de seu corpo. O que diabos tinha sido aquilo?
Retirou o capacete e procurou com o olhar. Os três estranhos continuavam no mesmo lugar, dessa vez apenas viraram de leve a cabeça para olha-lo. Tinha um garoto com tatuagens nos rosto com um boneco estranho nas costas, um gordinho alto e uma garota de cabelos curtos castanhos, com uma roupa estranha como se estivesse em um filme no deserto do Saara.
– Kakashi Hatake. – fora o garoto das tatuagens que falara, em um tom de voz morta. – Temos um recado para 445.
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