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Anjo loiro

– Você só tinha que matar Inoichi Yamanaka. – a garota loira falou de modo frio entrando no quarto de hotel e olhando a criança amarrada no sofá, no lugar em que a deixara depois de aplicar um nível elevado de uma droga letárgica após captura-lo. – Sua segunda missão fora, e você não só não segue as ordens, como ajuda o alvo a fugir. Para sua sorte ele não conseguiu. – ela falou removendo o casaco e deixando-se ver manchas de sangue na roupa. – Eu tive que limpar sua bagunça.

Ela seguiu até o sofá onde o adolescente estava preso com um metal fino nos pés e mãos. Ele teimosamente se mexera, mesmo ela explicando que isso o cortaria. Definitivamente, aquele criança era uma suicida. Se agachou no chão e o encarou nos olhos muito azuis impassíveis, sem um pingo de medo mesmo sabendo as consequências dos atos recentes. A oito já havia avisado a base sobre as travessuras de 445, e quando ele voltasse... as coisas não iam ser boas para ele.

– Se recusar em treinamentos é uma coisa, 445, mas em uma missão, as consequências são bem piores. Por que não entende isso? – ela perguntou impaciente segurando seu queixo para que ele não desviasse o olhar. Nenhum medo ainda, nenhum arrependimento. Removeu a mordaça.

– Não sigo ordens de ninguém. – ele respondeu de modo frio. – Não sou um cachorrinho como você Temari.

Ela deu um tapa no rosto pálido com força. Melhor entender por ela, do que por Madara.

– Você pode ser forte e não aparentar, mas só tem 14 anos. O que viu do mundo de fora? Não basta ele machucar tanto você, e ainda dá um motivo desses? – ela rompeu o tom frio da voz, como sempre fazia perto do loiro. Não conseguia manter a máscara indiferente, não perto daquela criança que lhe tirava o sono. Desde que o capturara no subterrâneo há 5 anos atrás quando ele fugia, não conseguia ser indiferente a ele.

Ele não respondeu e ela segurou o queixo com mais força, em um gesto brusco fazendo as unhas cravarem no rosto bonito do menino, fazendo-o sangrar. Sentiu algo estranho com isso e parou, transformando o gesto em uma caricia suspirou em derrota. Não conseguia machuca-lo. Sabia que deveria puni-lo. Ele enganara todos os outros e tentara ajudar quem deveria matar. Eram as regras, mas ele já seria torturado na base quando chegassem...

Seria torturado.

– Droga 445! – gritou o soltando e sentando no chão, perto da sua cabeça colocando as mãos no rosto. Por que estava perdendo o controle assim? Sempre fora, juntamente com Um, a mais fria. A arma perfeita. Conhecia todas as armas e os venenos e drogas. Nunca falhara em uma missão, e agora, aos 18 anos, já fora a tantas quanto Gaara. Nunca deixara um alvo vivo. Nunca deixara de punir ou as vezes quando necessário matar um desertor.

Mas não conseguia tocar naquela criança. Não devia sentir isso, não devia sentir nada. Não sentia antes de conhece-lo.

– Eu só quero que fique vivo. – murmurou. – Por que torna essa tarefa tão difícil?

– E eu quero morrer.

Ela perdeu a compostura e ergueu depressa agarrando sua cabeça em suas mãos com violência. Ele se mexeu tentando se livrar e os fios pressionaram mais os pés e mãos fazendo sangrar os cortes ali. Encarou a careta de dor que finalmente ele deixava sair.

– Não repita isso! – gritou com um joelho de cada lado do corpo dele em cima do sofá. – Não repita esse tipo de coisa absurda!

– Temari? – a voz dele saiu finalmente um pouco assustada, perdendo a frieza que ele tentava impor. – Seus olhos...

Só quando notou o rosto dele molhado notou que ela estava chorando. Se assustou com isso. O que diabos estava acontecendo com ela? Que tipo de descontrole absurdo era aquele. Tentou voltar a si. Se abaixou e encostou a testa na do outro, fechando os olhos, exalando o cheiro que conhecia tão bem e apreciava, agora misturado com o cheiro de sangue.

– Eu fugiria com você. – sussurrou. – Mas em pouco tempo a abstinência te mataria, e isso é... – falou finalmente. – Você entende isso? Entende a confusão que está fazendo?

– Eu não me importo. – ele rebateu ainda paralisado pelo gesto estranho da outra.

– Mas eu me importo! – gritou e abriu os olhos, erguendo um pouco o rosto e mirando os azuis.

Ele desviou os olhos dos dela com expressão confusa, sem entender os gestos da garota. E para tornar a situação ainda mais estranha, sentiu ela encostando os lábios nos seus. Abriu bem os olhos e quando ela se separou ele a encarou com a expressão perdida. Não esperava por isso. Esperava ser punido, mas não isso.

– O que está fazendo, Temari? – perguntou em um fio de voz, já perdendo toda a frieza e o ímpeto de enfrenta-la.

– Não sei. – ela acariciou o rosto confuso do outro. Levantou uma das mãos e pegou uma kunai, partindo os fios nos locais certos e o soltando. O garoto ainda estava letárgico pela droga enquanto ela pegava os pulsos feridos e sangrantes e os beijava sentada na cintura dele, os segurou acima da cabeça do garoto e voltou a beija-lo com mais vontade, sujando a boca dele com o próprio sangue. Nunca sentira aquele ímpeto, não daquele modo. Apesar da idade, o garoto não parecia tão jovem fisicamente. Na verdade tinha consciência que ele despertava aquilo em outros na base, mas era intocável. Exceto Gaara, que o treinava, ninguém podia se aproximar dele.

E agora ele estava ali, tão vulnerável como há cinco anos atrás, nas suas mãos.

De forma hesitante, ele retribuiu o beijo. Quando se separaram ela roçou de leve o nariz no dele e sorriu. Tudo parecia natural, humano com ele. Com a mão livre acariciou o rosto que machucara, contornando as sobrancelhas, as pálpebras que ele fechara, o nariz, os lábios cheios. Era um rosto em transição ainda, com algumas curvas infantis, mas havia algo estranhamente atemporal. Era uma criança, era um adulto, era um velho. Era tudo em um só. Era fascinante.

Voltou a beija-lo com mais força, colando mais o corpo no dele.

– Temari... – gemeu e só então ela notou que apertava os pulsos dele com violência, cravando as unhas nos cortes já existentes. Parou de beija-lo e o encarou abaixo de si. A sensação de ter alguém tão mortal como ele, que no auge de sua força poderia mesmo matá-la, a sensação de ter a arma mais perigosa de Madara submisso em suas mãos era inebriante. De repente, não era o sentimento estranho que tinha por aquele garoto, ou mesmo aquele olhar confuso que ele lançava para ela, quase lúdico, até mesmo assustado e que lhe aquecia de forma estranha. De repente, era a sensação de poder e sorriu de forma sádica com esse pensamento. Beijou o rosto que machucara, a boca carnuda avermelhada, o pescoço pálido, descendo os carinhos enquanto ele não podia recuar. Pegou a kunai e cortou a blusa dele com a lâmina afiada. Viu o peito do outro subir e descer mais depressa enquanto ela descia beijos de forma vagarosa, se arrastando em cima dele. Com certeza não era o corpo de alguém de 14 anos.

– Hoje, você é meu. – sussurrou de forma possessiva, levantando a cabeça e vendo o rosto com os olhos fechados, a boca entreaberta respirando depressa. Voltou a beija-lo, com mais força, intensidade. Tinha um gosto viciante. – Olhe para mim. – ele abriu os olhos enevoados com a ordem, ofegando.

Admirou a cena. Só poderia ser assim com ele, perder o seu controle com ele. Ele seria o único que ela nunca poderia matar, que não queria ferir.

– Você é meu. – sussurrou o abraçando com vontade no curto espaço do sofá. – Eu sempre vou te proteger. E só vai fazer isso comigo tudo bem?

Ele murmurou em concordância. Cravou as unhas em suas costas o trazendo para mais perto: - Meu.

E naquela noite, provou que não estava errada.

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Abriu os olhos e viu Hinata dormindo de forma serena, com Hanabi ressonando a seu lado. Estava de pé na janela, as olhando há quase uma hora, pensando. Minato estivera ali com Tobirama, mas os ignorou em quase todo o tempo. As coisas não iam bem. Quanto mais ficasse ali, mais se aproximasse daquelas pessoas, mais sentiria aquele descontrole. E precisa estar são para derrotar Madara.

– Podia ser tudo seu. – Gaara estava sentado na janela, a seu lado em segundos. Sabia que ele estivera o vigiando há alguns minutos.

– Não, não podia. – rebateu.

– Mas você gosta da garota, e dessas pessoas. – o outro continuou de modo frio. - Quer protege-los, por isso está tão sem controle. – o loiro o olhou de modo frio, e ele soube que era verdade. – Quer proteger essas pessoas que teve contato. Mesmo que diga que foi sua personalidade tola, ele influencia você. Sabe que Madara vira atrás deles, se não conseguir você. Vai usa-los para que saia da toca, como vem tentando fazer. Sabia que ele faria isso, por isso esse plano. No fim, 445, sua humanidade é sua maior fraqueza. Quando não tinha ninguém, você não tinha nada a perder.

– Logo isso não terá importância. – murmurou.

O outro não rebateu. Sabia que nada que dissesse iria convence-lo mais.

– Fez o que pedi? – perguntou sem encara-lo.

O ruivo assentiu.

– E Hidan?

– Ele adorou isso. É tão maníaco quanto Deidara era. Madara pareceu não notar, como falou.

– Claro que não, está ocupado nos jogos. – sorriu de canto. – Ele deu seu passo, o Uchiha tem razão, jogar contra Madara é um jogo perigoso.

– Se perder o controle de novo...

– Não vou perder mais. – replicou duro. – E funcionou não foi? Hidan está do nosso lado. Agora, vem a parte mais difícil.

Pela expressão do loiro, Gaara soube do que falava.

– Ela torturou bastante você. – o ruivo falou como se aquilo não fosse nada.

– Você também, se não me engano. – falou irônico. – Na verdade, foi você quem mais pegou pesado.

– Eu sabia que aguentaria. – o ruivo falou de modo sereno. – Se não aguentasse, era melhor desistir de vez.

O loiro não respondeu. Gaara era realmente frio, não havia dúvidas. Talvez por isso Madara houvesse removido qualquer desconfiança dele depois daquele teste. O ruivo mostrara ao garoto por que diziam que ele era um demônio. Hidan havia maneirado, e Temari... Parecia ter se divertido perversamente. E ainda assim, no fim lhe lançou um olhar de remorso genuíno.

Desde que Madara a torturara há dois anos as coisas eram assim. Na maior parte do tempo ela era uma máquina sem sentimentos, sádica, cruel e totalmente submissa as ordens. Em outras, ela quase parecia a mesma de antes. Não era um caso de desfragmentação, como ele. O humor dela é que parecia oscilar, totalmente instável. Ela sempre fora um tanto sádica, mesmo antes.

Quando transaram pela primeira vez ela o machucou tanto enquanto ele estava vulnerável que realmente haviam pensado que ela o havia punido.

Mas após a torturaram por quase um mês, ela ficou totalmente instável, ao ponto de tê-lo tentando mesmo matar algumas vezes.

– Ela pode ajudá-lo, e pode tentar te matar. – o ruivo falou. – Ela é tão obcecada por você quanto Madara, vai mesmo procura-la?

Assentiu. Precisava dela para aquilo dar certo. E sabia bem o que esperar.

Sabia exatamente o que ela faria.

– Posso controla-la. – falou devagar, tentando se convencer.

– Não é isso que é preocupante. – o outro negou. – Você se culpa pelo o que aconteceu com ela, desde então, todas as vezes que se cruzaram permitiu que ela ferisse você, que quase te matasse e não reagiu. E ela sabe usar isso. Não é uma tola.

– Não acha que está analisando demais meu comportamento hoje, Gaara? – rebateu.

– Você está mais fácil de ler ultimamente.

Não respondeu a isso.

Olhou para Hinata, dormindo de forma serena. Era suave. Uma última sanidade. Era uma realidade que não podia lhe pertencer.

Mas que ele as vezes imaginava como seria.

Mas ele já estava no lado escuro há muito tempo. Não a arrastaria com ele. Não alguém como ela.

Talvez, Gaara tivesse razão. Ele gostava mesmo daquela garota, de um modo que não conseguia entender nas suas limitações.

Suspirou e subiu no parapeito ao lado do ruivo. Precisava se afastar de tudo aquilo agora. Esse tipo de pensamento só traria dor.

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Sentira prazer em machuca-lo o máximo que podia. Demorara a perceber que foi aquilo que sempre quis fazer. Era a prova final de seu controle total sobre o outro, tê-lo totalmente submisso a si, e ironicamente aquela sensação lhe tirava o controle sobre todo o resto, como se nada mais importasse. Não era um sentimento de amor, não conhecia tal coisa. Era um caso de propriedade, de ter algo que sempre lhe pertenceu, de forma total. Não só por ele ser o seu maior desafio, o mais voluntarioso. Era por essa sensação, de se sentir finalmente completo, como se no alto de sua ambição não faltasse mais nada. Queria a sensação imensa de poder que era ter o mais indomável de todos submisso, vulnerável.

Rompeu o beijo violento e ele caiu de volta na cama abaixo de si. Os olhos fechados mergulhados em alguma outra realidade. Se irritou com isso, se ajoelhou na cama e segurou a nuca do outro com força com uma mão, a outra rodeou a cintura trazendo-o para perto e voltou a beija-lo, ferindo-o, marcando a pele pálida já machucada. Ainda assim, ele continuou trancado em seu mundo, sem emitir nenhum barulho, nenhuma reação.

– Maldito. - praguejou.

Tentou toca-lo mais intimamente.

Ele pareceu acordar. Os olhos azuis se abriram raivosos e conseguindo forças não sabia de onde, sentiu a mão dele tentando empurra-lo, mas foi um gesto tão sem força que foi quase infantil. Riu com vitória e marcou o pescoço longo de forma dolorosa em reprimenda. Fez um movimento o jogando de volta na cama com força. Queria que ele pedisse para ser solto, e ao mesmo tempo sabia que ele nunca imploraria por nada. Ele fez um novo movimento para se soltar em teimosia, virou-o com violência segurando os pulsos para cima com uma mão, mordeu a nuca, as costas, fazendo-o sangrar, fazendo doer o tanto que fosse preciso para que ele pudesse entender. E naquele momento, estava em descontrole total. Queria se demorar o máximo possível, mas não conseguia mais.

Aquela maldita criança lhe tirava totalmente a sanidade.

O gesto seguinte foi violento, cru, rápido.

Sorriu quando ouviu finalmente o gemido doloroso abafado, e depois ele ficara tão silencioso que pensou que pudesse ter desmaiado. Sentiu o cheiro de sangue e ele mais uma vez tentou se afastar de debaixo dele. O movimento o fez machuca-lo ainda mais, mas continuou. Tentou ver seu rosto, mas ele estava enterrado na cama, os olhos fechados com força, o corpo tremendo não reagiu mais. Forçou com mais violência, mas não ouviu mais nada vindo dele.

E ele mesmo não viu mais nada.

Quando parou, o corpo abaixo de si estava imóvel há algum tempo. Havia desmaiado. O virou suado e ofegante. O cabelo loiro grudava na testa gelada do garoto. Os lábios estavam sem cor alguma, sangrando onde ele mordera para reprimir qualquer grito. O rosto estava ensopado de suor, talvez lágrimas.

Estranhamento sentiu um ímpeto de acariciar o rosto desacordado. Não era dado a esse tipo de carinho. Passou os dedos de leve nas marcas que deixara no corpo judiado, estranhando a sensação. Ele parecia tão pequeno, tão infantil, vulnerável.

Não queria mata-lo. No fundo, esperava de verdade que ele sobrevivesse, que ele pudesse compreender seu lugar. Que um dia não precisasse força-lo, que ele entenderia que lhe pertencia totalmente.

Mas tinha orgulho, não voltaria atrás.

O puxou para seu colo e o abraçou, lembrando da criança loira que fora quando menor, correndo até ele sempre que o via. Acariciou a cabeça loira beijando a testa coberta de suor frio, passando para o rosto e a boca rachada, ficando um tempo com a testa na curva do pescoço longo controlando a própria respiração, sem querer solta-lo.

Quando o fez, foi devagar enquanto se levantava da cama, o cobrindo com cuidado. A vontade de machuca-lo havia passado totalmente. Se vestiu, ele não iria a lugar nenhum.

Quando saia do quarto encontrou a garota loira passando. Por muito tempo pensara em matá-la, se não fosse uma das melhores armas que possuía, teria feito isso. Isso e novamente seu maldito gosto por desafios. Nunca soubera de fato o que acontecera entra ela e o loiro, mas agora sabia que a mente quebrada dela não via as coisas mais da mesma forma.

Sempre que via o loiro, associava a dor que sentira.

Ainda assim sorriu sentindo necessidade de fazer aquilo, naquele instante. Puni-la emocionalmente, quebrar o que poderia restar ali dentro.

Mostrar a ela, a quem a criança pertencia de fato.

Parou ela e o cinco, que vinham da área de treinamento de armas.

Eles pararam a sua ordem, em gesto submisso e esperando.

– Quero que limpem e vistam 445, e o levem para a cela para os testes amanhã.

Ambos assentiram, o loiro de cabelos grandes deu um sorriso maníaco mal disfarçado, mas ela apenas assentiu friamente.

Ficou na porta enquanto entravam no quarto e sentou na cadeira no canto, olhando as reações. Não havia nada no rosto dela enquanto removia o lençol do corpo desacordado e o levantava junto com o outro, nem mesmo eles vendo a sujeira de seu sêmen e de sangue escorrendo nas pernas do outro. O ergueram até o banheiro e o lavaram da bagunça que deixara.

Ela agia de forma serena: - E as roupas?

Apontou o armário, ela foi até lá e o vestiu com gestos que não diziam nada. Depois os dois números levaram o garoto desmaiado até a cela, com o homem os seguindo. Conversaram sobre assuntos formais no caminho enquanto o loiro levava o garoto em um dos ombros.

Na cela, o outro jogou o garoto no chão de qualquer jeito, com força desnecessária e nesse momento ele acordou atordoado, os olhos enevoados, fazendo uma expressão dolorosa ao tentar se mexer.

E foi justo nesse momento que Madara não notou, não viu que a mulher prendeu os olhos nos azuis. Foi quase um lampejo, um breve instante de segundos que os dois se encararam e mesmo no estado débil ele entendeu o que se passava dentro dela.

Ela gritava por dentro.

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Era uma mulher linda, ruiva, corpo espetacular em um longo negro com uma fenda generosa que deixava amostra a coxa branca. Não havia nenhum homem no restaurante francês que não a olhasse com desejo durante a noite.

Incluindo seu alvo.

Filho de um dos líderes da máfia, e dono do restaurante. Alguns drinks depois ele dispensava seguranças e a seguia direto a um motel nos arredores.

– Hoje a noite será a melhor da sua vida. – murmurou no ouvido da mulher dentro do elevador entre apertões e beijos apaixonados.

Quase a empurrou para dentro do quarto, a jogando direto na cama e marcando a pele alva e tentadora entre palavras sacanas ao pé do ouvido.

Quando ela inverteu as posições ele riu alto, sentindo os lábios suaves em sua pele e pequenas mordidas percorrendo seu pescoço.

– Vai devagar. – falou com um gemido, quando ela tascou os dentes com força. Sentiu que sangrava no lugar.

Foi quando tentou voltar a comandar que notou que algo não estava certo. Ela o prendia na cama com força anormal para um ser aparentemente tão delicado.

Levantou o olhar confuso e encontrou olhos gelados nos seus, e o pior de tudo, um sorriso cruel que lhe gelou a espinha. Tentou se mover, mas estava paralisado, ela o prendia com tanta força que não conseguia sentir as mãos.

– Que porra é essa?

Sentiu mais do que viu os dedos pressionarem algum ponto de seu pescoço e desmoronou. Não conseguia falar, não conseguia se mover. Ela saiu de cima dele em gesto propositalmente lentos e pegou a bolsa que largara no chão, roçando os seios em seu rosto.

Seus olhos apavorados a viram abri-la e remover de lá u pano, desdobrando-o e deixando antever uma considerável quantidade de lâminas e agulhas, e outros materiais perfuradores.

Ela lhe sorriu de forma doce e ligou um aparelho na cama, por onde começou a tocar Edith Piaf.

Ajeitou o pano enquanto cantava uma das canções francesas em dueto com o som. Removeu os cabelos ruivos, uma peruca, e se deixou revelar cabelos loiros que a deixavam ainda mais sedutora.

– Cherè. – falou com a voz suave. – Tenho um recado a seu pai.

O homem a encarou apavorado enquanto ela pegava uma das agulhas e um tubete de uma cor transparente.

– Hoje a noite será a melhor da sua vida. – ela imitou suas palavras e flexionou os dedos finos e delicados. – Pardon, cherè.

E então ele começou a sentir dor, de verdade.

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Odiava o cheiro de sangue nas mãos depois de um trabalho. E aquele tipo de trabalho onde qualquer um lhe tocava era desagradável. Mas o importante é que o serviço fora concluído. A camareira encontraria o corpo mutilado.

Era só um trabalho, não tinha que gostar ou não. E admitia que aquelas expressões de dor podiam ser excitantes.

Vestira uma roupa discreta, escura, que pouco deixava se ver de suas curvas sinuosas. Estariam procurando uma ruiva espetacular. Aquele tipo de disfarce era tão coisa de 2 e 9, mas vinha bem a calhar nesse tipo de trabalho.

Caminhou pelas calçadas escuras, onde uma chuva fininha começava. Logo amanheceria por completo, tinha um tempo até retornar a base mais próxima e apresentar relatórios.

Passou em frente a uma casa onde a vida acordava. Um homem saia para o trabalho, e abraçava uma mulher e uma criança na porta de casa. Parou de forma automática, escondida na escuridão do beco do outro lado da rua de olho na cena, no beijo apaixonado, na criança de pijama.

Naqueles momentos sentia algo estranho, que reprimia, por que era associado a muita dor física. Ainda assim, ficou olhando sentindo os golpes invisíveis no corpo.

As vezes sentia a mente embaralhada, confusa. Sabia que já ansiara por aquilo um dia, mas se sentia ridícula agora. De vez em quando era assomada por certos sentimentos incômodos. Sentimentos. Isso existia para pessoas como ela?

O que ela sabia bem é da sensação extasiante de infligir a dor. De resto, tudo parecia envolvido com tanta dor psicológica que preferia não pensar.

Estava pronta para sair dali quando ouviu a voz rouca atrás de si: - Temari.

Paralisou, pois poucas pessoas poderiam pega-la de surpresa, a não ser ele, silencioso e mortal em tudo.

E por que aquela voz também estava associada a sua dor. Assim como aquela imagem que veria.

Se virou na penumbra do beco, onde a chuva penetrava de forma mais suave e encarou a figura parada saindo da parte mais escura. Roupas escuras como as dela escondiam como ela as curvas, ele o corpo bonito, embora fosse mais difícil no caso dele não chamar atenção. Não com os cabelos salpicados da chuva, os olhos muito azuis e duros, e o rosto angelical que não combinava em nada com os olhos ameaçadores. Se virou totalmente para ele. Ele havia crescido, mas ainda assim só era uns 15 centímetros mais alto que ela, no máximo, um dos menores dos números, o mais novo de todos eles.

E ainda assim, o mais perigoso de todos. E foi lembrando disso que pensou em mata-lo naquele instante. Nisso e naquela dor aguda que sentiu.

Ele não mudou a pose relaxada, como se esperasse um passo seu. As mãos nos bolsos, o rosto inexpressivo. Pensamentos começaram a brigar em sua mente.

Queria mata-lo, fazer aquela boca bonita gritar com muita dor. Por que ele era culpado pela dor que ela mesma sentia.

Queria desacorda-lo e leva-lo para Madara.

Queria beija-lo, desacorda-lo, e leva-lo consigo, mas para si.

Ele parecia alheio a sua briga sem sentido. Ela balançou a cabeça com raiva e deu um sorriso corrosivo: - Da última vez que te vi tinha sangue e sêmen nas suas pernas.

Ele inclinou a cabeça para ela, com um leve franzir de sobrancelhas: - Sabe o que aconteceu ali de verdade.

Sim, ela sabia. E só de pensar naquilo... E foi aquele novo ímpeto, de correr até ele, abraça-lo, consola-lo. Colocou a mão na testa, e quando ele deu outro passo puxou a arma ofegante e apontou para ele. Ele parou, com a pose relaxada, ainda a encarando.

– Tem que vir comigo para a base, 445. – falou com voz contida, profissional.

– Não quer me levar até lá agora. Não pode me machucar.

Ela riu: - Me subestima a tal ponto? Sei os sinais de abstinência, se não lembra, passei um tempo em coma por sua causa. Você está com febre, o nariz já deve ter começado a sangrar. Sua respiração está mais ofegante. Em seu estado, assim, um dos três podem pará-lo. Eu posso machuca-lo, e muito.

– Mas não quer. – ele falou ainda inexpressivo.

Ela fechou a boca e a abriu algumas vezes.

Atire nas pernas

Atire no coração.

Não atire.

Abaixou a arma devagar. Já começava a chover forte, mesmo ali.

– Como está vivo?

Ele deu de ombros, um gesto tão humano que ela estranhou.

– Soube que Um traiu Madara, e Dois estava sendo vigiado. Sabia que seu dedo estava nisso.

Ele não respondeu novamente, a encarando, ficou com raiva por isso e gritou levantando a arma: - Por que não fala nada!? Eu podia ter tirado você da cela naquela noite! Eu sabia que iam te matar, e no fundo eu queria que fizessem isso... Você deveria estar morto agora. – engatilhou a arma.

Em segundos ele estava muito perto e abaixou sua mão devagar, ela permitiu o gesto, com a mente embaralhada. E bastou sentir o cheiro conhecido que o envolveu com força, o abraçando forte. Sentiu a mão em seus cabelos. Ele suspirou e encostou a testa em seu ombro:

– Vai ficar tudo bem, tudo vai acabar. – a voz dele era em um tom que ela desconhecia, como se falasse a uma criança pequena. Como se ele fosse anos mais velho, e não o contrário.

O apertou com mais força e o beijou. E notou que ele não retribuía parando com o gesto, confusa. Encontrou os olhos azuis, que haviam perdido a frieza um pouco. Pareciam mais confusos, inocentes até.

– O que aconteceu.

Ele beijou sua testa e a afastou devagar, segurando seus ombros. Só então entendeu.

Ele devia ter encontrado alguém.

Novamente sentiu vários ímpetos. Mata-lo, matar a pessoa, ficar feliz por que a criança aterrorizado do subterrâneo ainda tinha algo vivo dentro de si, o dever de leva-lo a força de volta. Tudo de uma vez.

Mate-o.

Mate-o.

– Temari. – ele a interrompeu, parecendo saber de sua confusão. – Olhe para mim.

O fez, confusa, e então suspirou: - Você nunca soube mentir.

Ele teve outro gesto estranho. Desviou o olhar e pareceu ter um leve rubor. Ela achou intrigante. E adorável. Sentiu vontade de joga-lo na parede ali mesmo e mostra-lo a quem ele pertencia.

– Você parece... humano.

Ele se retesou com isso e soltou seus ombros. Os olhos voltaram a ficar frios: - Preciso de ajuda. O quanto ainda quer me matar?

– Bastante. – admitiu mas não levantou a arma.

Ele sorriu de canto, um velho sorriso. Foi a gota d'agua para ela. Em um gesto violento o jogou com força na parede úmida mais próxima e ela rachou. Ele reagiu ao gesto em um rosnado reflexo e lhe lançou um olhar raivoso, mas não se afastou quando ela colou o corpo, tinha noção que mesmo em abstinência poderia tê-la matado naquele momento, mas seguiu ao instinto primitivo. E naquele momento estava mais forte que ele. O prendeu com força e tomou os lábios de forma possessiva. Ele finalmente cedeu. O gosto ainda era viciante, e o cheiro misturado com a chuva a deixava louca. Queria machuca-lo. Muito até.

– Você é meu. – falou no ouvido do outro. – Só meu.

Mordeu o pescoço com vontade e raiva: - Diga!

Ele não respondeu. Sentiu raiva e dor com aquilo. Voltou a beija-lo com mais violência e mordeu o lábio com força. Finalmente arrancando um gemido dele e sorrindo vitoriosa.

Encarou os olhos muito azuis com um sorriso sádico: - Diga que é só meu.

Nós olhos dele viu a resposta e o soltou. Maldito.

Puxou uma kunai da manga mas antes que pudesse fazer qualquer movimento ele segurou sua mão e a prendeu contra a parede mostrando que ainda tinha força. Apertou a mão até que ela soltou a arma e Temari encontrou os olhos azuis raivosos: - Estou perdendo a paciência. Não sou um brinquedinho para pertencer a ninguém. Vai fazer comigo o que Madara fez também?

Aquilo a paralisou e ficou quieta.

– Vamos conversar, ou desisto e vou embora?

Mate-o

Leve-o

Desacorde-o.

Escute-o.

Foi o que ela fez.

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Itachi se ergueu esticando as pernas com cuidado para não acordar Shizune dormindo na poltrona. Sasuke já respirava sem os aparelhos, e agora mais do que nunca parecia apenas dormir. Mikoto havia saído para o quarto há algumas horas e ele tomara seu posto, conversando com o irmão sobre tudo o que acontecera.

De repente Naruto estava ali ao seu lado, quase o matando de susto.

– Você surge do nada sempre. – resmungou. – Desistiu do jogo?

Ele negou devagar. Havia algo de estranho nele e Itachi se virou para o garoto, que encarava o outro desacordado.

– Se ele tivesse dado um passo em falso, hoje, Sasuke poderia estar na mesma situação que eu. Entende isso?

Demorou um pouco para entender de quem ele falava.

– Fugaku... – murmurou ligando as palavras. – Sim, eu entendo.

Ele sorriu de canto: - Esse tipo de devoção que tem com seu irmão não existe no meu mundo, acho que nunca vou entender isso.

– Você tem muita gente que se importa com você, Naruto. – rebateu.

– 445.

Ele virou a cabeça como se pensasse em algo curioso. Então balançou a cabeça e suspirou e Itachi sentiu os olhos frios o encarando. Então estendeu algo para ele. Itachi pegou hesitante e reconheceu um livro surrado e conhecido de xadrez.

– Peguei na sua casa uma vez. Estou devolvendo. – falou enquanto se afastava. – Foi bom jogar com você Itachi.

Quando ele sumiu o Uchiha ficou fitando o livro, tentando achar o real sentido daquela conversa estranha.

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Kakashi não dormira muito. Não gostava muito da ideia de estar se escondendo, muito menos sendo "hóspede" do Namikaze. Mas precisava se recuperar do ataque estranho, isso e o que Itachi contara sobre Naruto ter um plano obscuro em mente, que não sabia totalmente. Por que Kakashi cheirava alguém fazendo besteira de longe.

E sentia que o garoto ia fazer algo muito estúpido em breve.

– Era eu no galpão.

Com o susto puxou a arma e apontou para o loiro recostado na janela do quarto, não mudando a expressão de nada mesmo com o cano em seu rosto. Kakashi tentou normalizar a respiração e praguejou baixo.

– Depois leva um tiro na testa e não sabe por que foi. Não me assuste!

O garoto sorriu irônico: - Teria arrancado a arma antes de você atirar, e seu braço junto. O grisalho bufou e sentou na cama com o cabelo ainda úmido do banho recente. Então ligou a primeira frase dita pelo outro.

– Era você... Como assim?

– Quando você entrou no galpão, naquele dia, eu estava lá primeiro. Depois o outro assumiu.

Balançou a cabeça com a conversa confusa. Lembrou daquele dia, do olhar raivoso, depois assustado, de quanto tocou na cabeça e a mão foi segura com violência.

– Pra mim, vocês são os mesmos garoto. – riu – Tanto faz.

O outro negou devagar, ia retrucar quando o homem já estava em pé na sua frente, colocando a mão em sua cabeça no gesto conhecido: - Tanto faz. Você, ele. É o Naruto para mim, só um pouco mais maníaco.

Para sua surpresa o outro abriu um sorriso de canto, quase imperceptível e removeu sua mão devagar: - Você é um tolo, Kakashi.

– Todos somos. – ele riu e o outro o encarou. E novamente viu aquele lampejo de antes, onde a frieza diminuía e estavam aqueles olhos azuis tristes. Só por um segundo, e sumiu. Junto com ele saindo rapidamente do quarto.

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Minato acordou com um susto em meio a um pesadelo. Dormira em cima dos livros no laboratório. Estava empenhado em terminar logo com a contra fórmula. Já conseguira reproduzir quase perfeitamente a droga original, faltava apenas algum detalhe do veículo, e já conseguia neutralizar a abstinência quase totalmente, mas era ainda temporário. Seria apenas um detalhe, não dormiria até encontra-lo.

Levantou os olhos e encontrou outros azuis sentados a sua frente na mesa, folheando um livro.

– Menma?

– Você baba. – o garoto retrucou, ignorando a cara surpresa do homem, já que ele fugira dele o dia anterior inteiro.

Olhou o livro molhado e riu sem graça limpando o queixo. Depois o riso morreu no silêncio.

– Menma...

– Eu sei. – o outro resmungou fechando o livro. –Minato, eu lembrei de você algumas vezes. Por isso eu teimava tanto em não aceitar minha condição, eu sabia que não pertencia aquele lugar. Mas existem coisas que tem que ser feitas.

O homem ficou paralisado com as palavras, o garoto se levantou com agilidade e já estava na saída antes que se recuperasse.

– Menma... – murmurou. O outro parou na porta.

– Nada disso é culpa sua.

Ele havia saído antes que pudesse reagir.

Se levantou depressa para segui-lo, tropeçando na mesa e derrubando tudo no chão, ia seguir mesmo assim, mas paralisou ao ver o que caíra no chão.

Se ajoelhou incrédulo.

Eram todos os papeis para incriminar Madara, TODOS eles.

Pegou a papelada e se ergueu com ela colocando na mesa, ainda atordoado. E foi quando viu algo no quadro atrás de si, que o fez correr porta a fora atrás do filho, mas não o encontrou mais em lugar nenhum.

"Acabe com ele"

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Hanabi ressonava tranquila. Hinata acariciou os cabelos da irmã e se assustou quando ele surgiu no quarto, do nada. Havia sumido o dia inteiro, como se fugisse de todos.

Ficaram se encarando por alguns instantes enquanto ela se levantava devagar da cama e caminhava até ele hesitante, até que em segundos ele estava a seu lado. Sentiu as mãos em seu rosto e foi beijada de um jeito que nunca fora antes por ele. Um beijo calmo, sereno, diferente dos outros sempre intensos, quase violentos.

A mão dele tocou sua cintura a deixando na ponta dos pés enquanto a outra permanecia em seu rosto. Ao fim ele recostou a testa na sua. Abriu os olhos e se assustou com a intensidade com que ele a olhava.

Foi então que ela entendeu.

– Por que parece que está se despedindo de mim? – perguntou assustada em um sussurro.

Ele não respondeu, apenas a abraçou deslizando o nariz em seu rosto, na sua mandíbula, em seu pescoço, descansando o rosto em seu ombro enquanto beijava ali. Então voltou a abraça-la com mais força. Ela se perdeu ali dentro, entrando em pânico com aquela sensação que crescia.

Ele se afastou devagar, arrancando as mãos que ela prendera em sua camisa e voltou a beija-la, entrelaçando os dedos dos dois, encostando as palmas das mãos.

Depois a soltou de vez.

Hinata correu até ele agarrando seu braço quando ele estava na janela.

– Responda! O que está fazendo?

Sua voz já estava em pânico.

Ele se desvencilhou de sua mão com firmeza, mas sem machuca-la e pulou. A última coisa que ela ouviu foi a voz rouca: - Cuide-se, Hyuuga.

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