27 - Princesa Grace
Quando acordei no dia seguinte eu não conseguia esconder meu sorriso, a noite anterior havia sido tão mágica que eu duvidava muito que Vladmir ou Nuno pudesse superar o que Apolon fez para mim.
Ele era realmente muito romântico, ele sabia falar coisas bonitas, diferente de Nuno que ficamos a maior parte do tempo em silencio.
- Alguém acordou de bom humor – comentou Duda a me ver desperta.
- E porque eu não acordaria? – eu perguntei em desafio e as três explodiram em risinhos e fizeram um "hummmm".
Começamos a rotina da manhã, elas acharam que eu já poderia me livrar do preto e separaram um vestido cor de ameixa lindo que terminada em meus tornozelos, era leve e confortável, arrumaram meus cabelos para ficarem soltos em ondas compridas como eu gostava.
O café da manhã foi agradável assim que entrei encontrei Amberly, Antony, meus pais e Vladmir á mesa, eles pareciam divertir-se com algo, sentei-me e Vladmir me olhou sem parar de rir, ele tinha um sorriso bonito.
- Do que estão rindo? – perguntei ao sentar-me ao lado de minha mãe ficando quase de frente para Vladmir.
- Vladmir estava contando um fato inusitado que aconteceu com ele – disse Amberly vermelha de tanto rir.
- Não é todo dia que você encontra alguém querendo levar um pato no avião – comentou Antony rindo.
Me senti desconfortável eles estavam falando de coisas que eu não entendia, poderiam ter a delicadeza de me contar, mas ficaram apenas rindo e comentando, Nuno entrou e sentou-se ao meu lado, Vladmir olhou com seu olhar frio e eu o ignorei.
- Dormiu bem princesa? – ele perguntou docemente e eu sorri.
- Sim, obrigada e quanto a você? – perguntei.
- Teria sido melhor se tivesse visto você ontem a noite, para poder povoar meus sonhos com essa doce visão – ele disse e eu corei, mas reparei em Vladmir rolando os olhos.
- Ei você! – era Lucky, e ele estava falando com Nuno.
- Príncipe Lucky, bom dia – cumprimentou cordialmente Nuno.
- Está no meu lugar, pode saindo – disse Lucky e eu não sabia se ele estava mal humorado ou apenas sendo o costumeiro desagradável.
- Mas... – ia questionar Nuno quando ele resolveu apenas ceder o lugar.
- Não seja desagradável Lucky – repreendeu minha mãe.
- Sempre me sento ao lado da minha irmã – disse Lucky dando de ombros.
- Ontem foi realmente divertido – comentou Vladmir e eu corei, ele saberia sobre ontem?
- Mas na próxima eu vou vencer você verá – comentou Lucky e eu respirei aliviada.
- Faça a manobra que eu disse para fazer – disse Vladmir, ele não estava olhando para mim, mas demonstrava um ar satisfeito ou era impressão minha? Impressão é claro.
Eles então caíram em uma conversa sobre espadas e esgrima, Nuno acabou participando, então Apolon chegou e eu não pude deixar de sorrir para ele, ele sentou-se ao lado de Vladmir e me olhou sorrindo.
- Bom vou me retirar – disse Vladmir levantando-se, será que ele percebeu isso? Mas afinal porque isso importava tanto para mim?
- Até a revanche – disse Lucky com um sorriso convencido.
Vladmir saiu despreocupado e sem olhar para mim, ele vestia uma camiseta cinza que ficava incrível nele, de novo ele vestia jeans era incrível como um simples jeans podia deixar ele tão bonito.
- Quero sair do café da manhã – eu sussurrei para Lucky.
- Sem perguntas dos outros? – ele sussurrou de volta, e eu assenti quase que imperceptivelmente – Ahh quase me esqueci, preciso te mostrar uma coisa urgente – disse Lucky para todos escutarem.
- Não pode esperar eu terminar de comer? – perguntei encenando.
- Claro que não! Venha, com licença a todos – ele disse levantando-se e me puxando para fora da sala de jantar.
- Obrigada – eu disse quando estávamos fora da sala de jantar.
- Me deve uma, agora eu ficarei com fome – reclamou Lucky.
- Duvido, você vai agora mesmo assaltar a cozinha – eu disse rindo.
- Boa idéia, até mais – ele disse e saiu em direção às cozinhas e eu não pude deixar de sorrir.
O bom é que Lucky sempre fazia o que eu pedia e às vezes não pedia explicações, eu não queria ficar e olhar para Apolon, ele acabaria comentando o encontro e eu ficaria sem graça por causa do Nuno. Ok a verdade é que eu queria ir atrás do Vladmir, eu queria ter um tempo de falar com ele, queria poder conversar com ele, gostaria de sondar se aquele dia, o beijo... Será que ele se lembrava disso?
Procurei em vários lugares, e logo Nuno e Apolon estariam atrás de mim, oh céus! Eu escutei uma musica, meu coração começou a bater em um ritmo frenético dentro de meu peito, eu me dirigi até a fonte do som. O som vinha da sala de musica, parei na porta quando o vi tocando um violão que existia na sala, ele parecia perdido em seus pensamentos, o guarda costas dele, estava sentado em um pufe, polindo uma arma.
Fiquei olhando enquanto ele tocava, era uma melodia triste fiquei olhando até que Nikolai falou algo em russo que eu não entendi, mas Vladmir me olhou, Nikolai levantou-se e saiu da sala, passou por mim com um sorrisinho.
Vladmir continuava olhando para mim, respirei fundo e entrei na sala de musica.
- Não sabia que você tocava um instrumento – eu comentei tentando quebrar o gelo.
- Existem muitas coisas que não sabe sobre mim – ele disse com um sorrisinho.
- Verdade, assim como existe muitas coisas que você não sabe sobre mim – eu disse e sentei-me ao seu lado.
- Acho que mesmo convivendo com a pessoa, você sempre pode se surpreender – ele disse agora voltando a tocar.
Olhei em volta, eu não sei o porquê, mas eu queria me exibir para ele, fui até o piano e tentei algumas notas para acompanhar a musica dele, não demorou para eu entender o ritmo e tocar junto com ele, ficou muito bom nosso... Dueto.
- Você toca muito bem – ele elogiou quando terminamos a musica.
- Eu toco outros instrumentos também – eu disse dando de ombros e ele deu uma risadinha.
- Muito talentosa você, eu sou perito em armas alem de príncipe – ele disse rindo.
- Você está me gozando? – eu perguntei olhando para ele com desdém.
- Estou acompanhando sua linha de pensamentos, agora é o momento que nós iremos disputar para quem faz mais coisas – ele disse rindo e eu corei.
- Eu não quis eu...- eu não sabia o que dizer, eu estava realmente me gabando agora mesmo.
- Ei, shhh. Não precisa ficar desconcertada – ele disse tocando meus ombros e me fazendo estremecer.
Eu fiquei em silencio, parecia que eu havia perdido o dom da fala, não sabia como agir ou falar, porque com ele era tão difícil de saber o que fazer? Ele soltou meus ombros e voltou a sentar-se em seu lugar, ele estava afinando o violão e eu me virei e fiquei olhando ele trabalhar maravilhada, como suas mãos trabalhavam agilmente, e como dava para ver seus músculos trabalharem, não que ele fosse um competidor de músculos como o pai de Zoey, mas eu simplesmente não entendia o que me fazia ficar tão fascinada.
- Alecxandra também gosta de ficar olhando enquanto eu afino o violão – ele disse e eu pisquei saindo do transe.
- Como é? – perguntei perdida.
- Alecxandra é minha irmã mais nova de quatorze anos – ele explicou agora olhando para mim e eu corei.
- Você tem apenas ela de irmã? – perguntei, graças a minha curiosidade arrumei assunto com ele.
- Sim, apenas eu e Alecxandra, sou o herdeiro – ele disse agora olhando para o teto.
- Você não queria ser? – perguntei.
- Ser o herdeiro não é fácil, tem muito trabalho a fazer e quando eu voltar terei o dobro – ele disse fechando os olhos.
- Porque veio então? – eu tinha medo da resposta dele.
- Não é obvio? – ele perguntou agora abrindo os olhos e me olhando novamente, eu corei.
- Se fosse obvio, eu não teria perguntado – respondi e me arrependi um pouco, porque eu havia sido um pouco rude.
- Sei que você está escutando isso o tempo todo, mas eu realmente vim por você – ele disse e eu abri e fechei a boca.
Ai céus, ele disse que veio por mim!
- Pensei que estivesse comprometido com Cecille – eu disse fingindo desinteresse.
- Eu não queria, e quando ela passou a ser a herdeira pude fugir desse relacionamento – ele disse olhando para o violão.
- E por que as coisas mudaram? – eu quis saber, estava olhando para ele, me sentia segura quando ele não olhava para mim, porque assim eu podia olhar para ele sem me sentir estranha.
- Eu sou herdeiro da minha própria coroa e ela da dela, então não podemos ter nada, não podemos reinar dois países – ele disse erguendo os olhos e capturando os meus, eu corei e fiquei sem fala alguns instantes, então pigarreei e disse.
- Veio mesmo então por minha causa? Porque não parece nem me convidou para sair e nem nada – eu disse fingindo não me importar.
- Não sei o que fazer, você está sempre com os dois bajuladores e... Bom não é minha casa, não sei onde te levar ou o que fazer, se fosse na minha casa, teriam vários lugares que eu gostaria que conhecesse, mas aqui? Eu não sei o que fazer – ele disse olhando agora para a janela, levantei do banco do piano e me sentei ao seu lado.
- Você podia tentar, Apolon deu um jeito – eu sugeri.
- Eu não sou ele, então não me compare – disse Vladmir me olhando com olhar bravo, até bravo ele ficava lindo.
- O que você sugere? – eu perguntei.
- Porque você não me mostra o palácio? – ele disse sorrindo e olhando em meus olhos, com seus olhos azuis intimidantes, toda sua presença era intimidante.
- Eu? Eu não sei se... – eu comecei a dizer, mas ele apressou-se a dizer.
- Sim, não existe ninguém melhor para me mostrar o palácio do que você – ele disse deixando-me no controle da situação e eu estremeci, sério mesmo que ele me achava uma boa guia?
- Me quer de guia? Sério mesmo?
- Qual o problema? – ele perguntou sorrindo, ai céus que sorriso lindo.
- Isso é um encontro vossa "Russesa"? – eu disse brincando e ele gargalhou.
- Eu gostei desse novo verbo – ele disse quando parou de gargalhar.
- Condiz com você, mas não me respondeu – eu brinquei.
- Se você quiser que seja um encontro, será – ele disse sorrindo. Por que ele fazia isso comigo?
- Só será um encontro quando me chamar para sair, mas sim agora vou levar você para um tour no palácio.
Eu disse me levantando e mantendo minha postura régia, ele não me deu o braço para andar comigo e eu me senti estranha, por que ele não me deu seu braço? Andei lado a lado com ele e ocasionalmente eu podia sentir sua pele quente do braço roçar o meu, esses pequenos toques faziam todo meu corpo entrar em combustão, mas quanto mais andávamos e eu falava sobre a decoração do palácio como uma professora, mais esses pequenos toques tornavam-se constantes, dado momento eu ansiava por esses pequenos toques.
- E o jardim que você já deve ter visto antes, gostamos muito de nosso jardim – eu comentei e ele me olhou.
- É realmente bonito o jardim, mas sabe falta alguma coisa – ele comentou e eu me virei para ele ficando de frente e corando ligeiramente.
- O que? Eu não esqueci de nada, tenho certeza que lhe mostrei todo o palácio – eu disse durou algumas horas e por sorte não encontrei os outros dois príncipes.
- Qual é o seu lugar preferido? Você não me mostrou – ele perguntou sorrindo.
- Venha vou lhe mostrar – eu disse sorrindo e peguei sua mão e esse feito fez meu coração palpitar no peito, eu o levei até os estábulos sem soltar sua mão, ele tinha um toque quente, sua mão era áspera bem diferente da mão de Apolon.
- Você gosta de cavalos? – perguntou ele quando chegamos aos estábulos.
- Amo, amo muito! Alias amo animais em geral, tenho alguns gatos que foram abandonados aqui na propriedade e eu cuido deles, mas estão na Noruécia – eu disse com pesar e ele continuou com sua mão sobre a minha e acariciou meu braço com sua mão livre.
- Por que eles estão lá? – ele perguntou, ele estava tão próximo que me fazia acelerar os batimentos cardíacos.
- Por que... Bem é uma longa história, outra hora eu posso contar a você – eu disse, oh céus ele iria me beijar?
- Eu vou cobrar – ele disse em um sussurro e eu me senti nervosa.
- O que acha de cavalgarmos? – ele perguntou deixando a mão que acariciava meu braço cair, mas não soltou nossas mãos.
- Pode ser... – eu disse com o tom um pouco decepcionado.
- Você consegue com essa roupa ou precisa se trocar? – ele perguntou e eu ergui a cabeça.
- Claro que consigo, meu vestido é bem solto – eu disse soltando minha mão da sua e indo selar princesa, ele riu e selou um cavalo preto com manchas brancas – Prepare-se para comer poeira! – eu disse e então sai a galope com princesa.
Cavalgamos por toda a propriedade, nós tínhamos um jardim imenso e foi uma sorte enorme que não tinham guardas atrás de nós, paramos em um canto afastado do palácio e descemos dos cavalos.
- Nada mal para um príncipe – eu disse a ele.
- Nada mal para uma princesa de vestido – ele disse rindo.
Fiquei em silencio olhando para ele e segurando as rédeas de princesa, ela não fugiria, mas me sentia confortável fazendo isso.
- O que acha de hoje à noite? – ele perguntou e eu o olhei sem entender.
- O que tem hoje? – perguntei tolamente.
- Nosso encontro – ele disse sorrindo.
- Oh, claro... Pode ser sim, antes ou depois do jantar? – perguntei.
- Ao entardecer – ele disse me olhando e eu virei o rosto e olhei para princesa.
- Claro... – eu disse e voltamos a ficar em silencio.
- Oh céus acho que perdemos a hora do almoço – eu disse preocupada e ele riu.
Ele amarrou o cavalo dele em uma arvore e sentou-se na grama, eu o olhei incrédula, que tipo de príncipe senta na grama?
- Está com fome? – ele perguntou.
- Um pouco – eu disse.
- Só mais uns minutos e voltamos tudo bem? – ele perguntou.
- Tudo bem, que tipo de príncipe senta na grama? – perguntei e então percebi como havia sido tola.
- Um príncipe que não está de serviço, estou encarando essa estadia como um tipo de férias de ser príncipe, vai ficar em pé? – ele perguntou.
- A grama não é a melhor opção, sabe eu não estou de férias, ainda sou a princesa de Illéa e olha só? Estamos em Illéa – eu disse com sarcasmos, ele riu e estendeu suas mãos para mim.
- Venha, não vai se sujar, seu vestido é escuro – ele disse sorrindo.
- Não, eu acho que não... – eu disse, uma princesa não rola pela grama, ainda mais quando está sozinha em um lugar ermo com um príncipe maravilhoso como ele.
Então ele levantou-se pegou minha mão e me puxou para junto dele, eu caí sobre seu corpo rindo e ele rolou por cima de mim, essa posição nada ortodoxa me deixou nervosa o que ele queria de mim? Quero dizer nós não podemos... E eu não quero eu... Eu não sei o que eu sentia.
Eu estava deitada de costas na grama com um príncipe que mexia muito comigo em cima de mim, eu sentia como se cada célula do meu corpo estivesse entrando em combustão, onde nossa pele se encontrava eu estava completamente ciente de seu toque quente.
Ele não falou nada apenas ficou me olhando e eu estava tão rubra que me faltava ar, ele acariciava meu rosto com uma de suas mãos, seu toque áspero fazia cócegas na minha pela e eu sentir um cala frio no abdômen.
- Não sabe como eu queria ficar sozinho com você – ele disse em um sussurro rouco.
- Como assim? – perguntei, será que ele era algum tipo de maníaco?
Mas minha pergunta ficou no ar, sem resposta, porque ele inclinou seu rosto para frente e acariciou meus lábios com os seus, e eu retribui, como se fosse a coisa certa a se fazer, toquei seu peito com minhas mãos e pude sentir seu coração acelerado como o meu, nesse pequeno momento, ele era apenas meu e eu era dele, porque era o certo era o que eu queria fazer.
Continuei com uma mão em seu peito e a outra eu acariciei seu cabelo, era macio e curto, eu não sabia se gostava mais dele assim ou com o cabelo mais comprido, mas estava bom assim também. Quando ele separou-se de mim ele beijou minhas bochechas, meu queijo então seus beijos desceram para o meu pescoço, eu inclinei a cabeça e ele teve mais espaço para beijar meu pescoço, cada local que seus lábios tocavam ficavam entorpecidos, ele voltou a me beijar nos lábios, mordiscando levemente meu lábio inferior. Ele então parou de me beijar e sorriu para mim, deu um breve e doce beijo em meus lábios e deitou-se ao meu lado.
Eu não sabia se seria o certo, mas eu já estava aqui mesmo, me virei para ele e encostei meu corpo ao seu, ele sorriu e ficou olhando para mim. Não falamos nada ficamos apenas nos olhando, então eu deitei em seu peito e ele ficou afagando meus cabelos.
Incrível como aqui nos braços de Vladmir eu conseguia não me importar com mais nada, era como um balsamo ficar ao seu lado.
Não era nem um encontro e não tinha todo o romantismo que Apolon criou na noite anterior, mas era especial de uma forma que ninguém mais poderia replicar, era perfeito para mim e mesmo que eu jamais admitisse para Vladmir, eu sentia que esse momento era perfeito da forma que ele era, simples, espontâneo, especial e apenas meu e dele, ninguém mais saberia.
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