20 - Princesa Grace
Após toda a briga entre Lucky e Henry, Lucky foi para seu quarto ele estava muito bravo e bem desarrumado, eu fui para o jardim, precisava respirar. O que eu faria agora? Não se termina um noivado assim do nada, não na realeza, as pessoas normais terminam noivados e casamentos como se trocassem suas roupas, mas para nós da realeza as coisas não eram tão simples, eu estava lidando com pessoas de outros países e se eu não fosse cuidadosa eu poderia gerar uma guerra com apenas uma interpretação errada.
Eu precisava falar com ele, essa era minha decisão queria ver o que ele tinha a dizer, queria escutar sem o Lucky por perto, eu rumei até o quarto de hospedes e ele não estava lá, eu então iria esperar. Olhei em volta ele não tinha nada fora do lugar e as coisas pareciam normais, eu não iria bisbilhotar as coisas dele, apenas o fato de não estar aqui eu podia imaginar onde estaria, eu pedi ao assistente dele para arrumar as coisas dele, o príncipe partiria logo cedo.
Quando ele entrou suas malas estavam prontas e eu estava em pé próximo a sua sacada, ele olhou para mim assustado.
- Eu queria conversar com você, quem sabe resolver as coisas – eu comecei.
- Mas podemos, querida eu... – ele disse correndo até mim, mas estendi minha mão em sinal de pare.
- Poderíamos resolver as coisas, se você estivesse em seu quarto para conversarmos – eu finalizei olhando para ele séria.
- Grace, aquilo não foi nada, quero dizer uma aventura, uma despedida de solteiro – ele disse pegando minha mão e eu a soltei, ele fechou o cenho.
- Percebe a grande besteira que você fez? E a grande besteira de disse? O que você acharia de mim se eu dormisse com um dos guardas?
- Você não poderia... – ele disse e com um risinho.
- Apenas me responda o que perguntei – eu disse séria.
- Que você é uma vagabunda e não me casaria com você – ele disse com tom orgulhoso.
- Pois é o que penso de você, que você é um canalha e que não quero me casar com um homem assim – eu disse simplesmente.
- Mas Grace, é diferente sabe que é, homens e mulheres... Você sabe.
- Sei, sei que você é ridículo, apenas vá embora pela manhã, por favor – eu disse me virando para sair e ele segurou minha mão.
- Grace precisa dar uma segunda chance para nós – ele disse.
- Eu dei, eu vim conversar com você e você não estava aqui – eu disse soltando minha mão.
- Grace... O que aconteceu aqui, não...
- Não contarei a ninguém, não podemos açoitar você e ela não será açoitada sozinha, não seria justo o castigo é para os dois – eu disse antes de deixar seu quarto.
Suspirei, meu mundo desmoronara, eu estava muito ferrada. Voltei a festa minha família ainda estava lá.
- Querida onde estava? Queríamos lhe desejar feliz natal – disse minha mãe me abraçando.
- Preciso falar com você, é urgente – eu disse e ela acenou positivamente.
Estávamos saindo da festa e Amberly me abraçou com força.
- Feliz natal – ela disse feliz e então viu minha cara – O que aconteceu?
- Vamos a sala de reuniões – anunciou minha mãe.
- Pode vir se quiser – eu disse e ela resolveu vir conosco, quando estávamos na porta da sala chegou Katherine.
- Nossa, reunião com as mulheres da família e eu não fui convidada? Quanta consideração – ela brincou e eu a olhei ela pareceu confusa a olhar para mim.
- Apenas entre, por favor - eu disse e ela entrou.
Quando nós estávamos as quatro na sala eu contei a elas tudo, desde o que o Lucky disse até o momento que fui ao quarto dele depois da briga e ele não estava e ainda demorara para voltar.
- Acha mesmo que ele fez isso? – perguntou minha mãe com olhar chocado.
- Eu acredito que sim, vocês podem não entender, mas eu sei quando o Lucky mente e ele não estava mentindo – eu disse.
- Eu acho que demorou para você chutar esse safado – disse Katherine.
- O problema é que eu não quero que eles queiram declarar guerra contra Illéa devido ao rompimento – eu disse pesarosa.
- Pois se eles acham que querem guerra e venham – disse Amberly séria e ereta.
- Grace, veja bem. Eles são seriam loucos de fazer isso, temos a Nova Ásia ao nosso lado e a Noruécia, sem contar que a Noruécia tem a Alemanha também – disse Katherine com deboche – Se quiserem brincar de guerra porque o futuro rei é um safado, que brinquem, eu não tenho medo deles – disse Katherine rindo.
- Não se esqueçam que a Itália estará sempre ao nosso lado – disse minha mãe gentil e eu comecei a chorar.
Eu não podia acreditar que elas estavam dispostas a enfrentar uma guerra apenas para me livrar disso.
- Não posso fazer isso, não posso permitir que pessoas inocentes sejam punidas por conta de minhas decisões, eu vou consertar isso e sair desse noivado de forma digna – eu disse secando minhas lagrimas e as três me abraçaram.
- Grace você é nossa irmãzinha e uma princesa muito mais poderosa do que acha que é, não tema o que não deve ser temido – disse Amberly, afagando meus cabelos.
- Quando seu pai souber, não quero nem pensar – comentou minha mãe.
- Espere o Henry ter partido para contar a ele, porque eu não quero mais problemas diplomáticos – eu disse e ela beijou minha testa.
- Problemas estão em toda parte Grace, sinceramente a Inglaterra não tem outra escolha alem de apenas aceitar o fim do noivado – disse Katherine – Alias se você quiser posso socar a cara do príncipe safado para você – disse Katherine e eu ri.
- Não, eu só quero que ele vá embora – eu disse rindo nervosa.
Elas ficaram comigo um bom tempo conversando dizendo que eu não precisava me preocupar que tudo daria certo, que eu poderia me acalmar. Porque a maior parte dos pais e irmãos são assim, ou deveriam ser, uma família se une em momentos difíceis e era isso que minha família fazia por mim, quando contei a elas que Lucky socou a cara do Henry Katherine teve espasmos de tanto rir, Amberly tentava não rir, mas vi um sorriso em seus lábios, minha mãe estava rindo com Katherine.
Se meu pai e Shalom soubessem disso aposto que Henry apanharia ainda mais duas vezes, talvez uma quarta de Phillip e uma quinta de Antony, mas era melhor apenas abafar o caso do que mandar o futuro rei paraplégico para a Inglaterra.
Eu não voltei à festa, resolvi voltar ao meu quarto de dormir, eu queria ver que ele estava indo embora. Acordei cedo e me vesti, prendi meus cabelos e esperei no hall de entrada para ver ele partir.
- Grace, por favor apenas pense em nós – ele disse quando parou ao meu lado, deixando que levassem sua bagagem para o carro. Henry estava com um olho roxo encoberto com maquiagem, um lábio cortado e o seu rosto estava meio inchado, fiz grande esforço para manter minha expressão impassível.
- Não existe o que pensar, não existe mais nós Henry – eu disse e ele me olhou sério.
- Eu vou lutar por você, não será fácil eu sei, mas não desisti. E agora apenas quero que pense em nós – ele disse.
- Vou pensar – eu disse séria, mas eu estava irredutível em minha decisão.
- Eu volto em breve para conversar – ele disse e foi me beijar e eu me afastei dele.
- Em breve iremos resolver essa questão – eu disse calmamente.
- Eu sei que ficaremos juntos no final – ele disse otimista.
- Até mais Henry – eu disse, virei as costas e caminhei para longe.
Para mim este era o fim, mas eu não sei bem o que ele quis dizer com "Eu vou lutar por você", apenas espero que não seja literalmente.
Após a partida dele, passou-se três dias e eu ficava sempre pensando no que fazer, quando meu pai soube ele ficou furioso, Shalom queria ter ajudado a dar uma surra no Henry como previsto e claro que meus cunhados também queriam bater no Henry. Meu pai pediu para eu não me preocupar ele consertaria as coisas, tínhamos uma reunião de estado com os pais dele em breve, e nessa reunião ele disse que acertaria as coisas, todos os dias eu ia os estábulos minha única amiga que permanecia no castelo era minha égua princesa, eu passava sempre bastante tempo com ela, escovava seu pelo, as vezes eu cavalgava pela propriedade, mas sempre tinha que ir com dois guardas ao meu encalço, apenas por precaução, mas mesmo com a companhia deles, me sentia reconfortada por ter princesa ao meu lado, as vezes eu conversava com ela, o bom de conversar com ela, é que ela era uma boa ouvinte.
- Problema resolvido, agradeça ao seu irmão amado aqui – disse Lucky as minhas costas e eu dei um pulinho de susto.
- LUCKY! O que faz aqui? – eu perguntei tentando me acalmar.
- Sabia que estaria aqui – ele disse dando de ombros.
- E precisava me assustar?
- Não é culpa minha que você assuste com qualquer coisa – ele disse rindo, olhei bem para o meu irmão, tirando um corte na sobrancelha e um no lábio inferior ele parecia realmente bem.
- Você parece muito bem depois da briga de ontem – eu comentei.
- Ele quase não me bateu, mas ele apanhou bastante – disse Lucky dando um sorrisinho.
- Vou me abster de comentários, mas gostaria que soubesse que eu gostei do que fez e que ele mereceu – eu disse me mantendo séria e ele riu.
- Adoro quando da uma de séria – ele disse rindo.
- Eu sei – eu disse sorrindo.
- Mas vamos falar de coisa boa? Eu vim aqui para avisar que seus problemas acabaram – ele disse.
- Qual dos meus problemas? – eu perguntei sem entender do que ele estava se referindo.
- Com o safado babão – disse Lucky dando de ombros.
- E o que você pretende? – perguntei.
- Bom eu descobri graças a um comentário de Ophelia, que Trixy e Sophie eram muito amigas, assim eu fui até Sophie e com um pouco de charme descobri que ela sabia que Trixy estava de caso com o príncipe, claro que eu prometi a ela que se ela testemunhasse suas informações eu não a puniria por não contar e também não a mandaria para casa por causa disso – ele disse sorridente.
- E o que exatamente ela sabia? – perguntei desconfiada.
- Muita coisa – ele disse.
- Mas o que isso quer dizer? Quero dizer como isso pode me salvar como acha que salvará? – perguntei.
- Ai Grace, depois eu que sou lento! Temos uma testemunha que viu os dois, as criadas delas testemunharam quando ele entrou no quarto dela algumas vezes também, assim temos como provar o comportamento indecoroso dele, e dessa forma os pais dele terão que engolir calados seu rompimento – ele disse sorridente.
- Pode funcionar – eu disse processando a informação.
- Não Grace, não é "pode funcionar" vai funcionar – ele disse otimista e me abraçou.
- Obrigada, por tentar pelo menos de tirar dessa – eu disse a ele e ele me apertou.
- Irmãos gêmeos são para isso – ele disse.
- Que situação que me coloquei – eu disse e ele me soltou.
- Eu sempre disse que ele era um babão – disse Lucky dando de ombros.
- Princesa? – chamou Carol.
- Sim? – eu disse olhando para ela.
- A rainha está chamando vossa alteza – disse Carol fazendo uma reverencia e eu rolei os olhos ela riu.
- Quer que eu vá com você? – perguntou Lucky.
- Não, eu já volto – eu disse e fui com Carol.
-Sabe o que ela quer? – perguntei e ela negou com a cabeça.
- A rainha disse apenas para chamá-la, mas ela parecia verdadeiramente aflita – disse Carol.
- Onde estão? – eu perguntei.
- No escritório do seu pai – respondeu Carol.
Eu apertei o passo, meus irmãos já haviam partido ontem para suas casas, Shalom voltou com todas as crianças para a Noruécia com Katherine, permanecendo apenas Amberly e Antony de novo. Carol tomou seu caminho e eu rumei ao escritório, bati na porta do escritório assim que cheguei e eles pediram para entrar, pelo jeito minha mãe não estava sozinha.
Quando entrei no escritório meu pai estava sentado em sua cadeira costumeira e Amberly e Antony estavam em um canto, minha mãe veio até mim e tomou minhas mãos nas duas.
- Mamãe? O que está acontecendo? – perguntei.
- Sente-se meu amor – disse minha mãe e eu me sentei na cadeira de frente para meu pai.
- Estão me assustando – eu disse.
-Acabamos de receber uma ligação um pouco alarmante da Inglaterra – começou meu pai – Ele estava andando de carro ontem durante a tarde nas ruas da Inglaterra e sofreu um acidente – terminou meu pai.
- Ele ficará bem – eu disse com enfado, realmente não acreditando que eles haviam me chamado de forma tão misteriosa apenas para isso.
- Querida, o Henry sofreu um acidente e ele faleceu esta madrugada – disse minha mãe em tom ameno.
- Ai que brincadeira sem graça – eu disse e eles permaneceram sérios – Não estão brincando? O Henry está... Morto?
- Sentimos muito Grace, sabemos que apesar de tudo você o tinha em alta estima – disse Amberly.
Não sei como e nem quando, mas minha visão embaçou, eu senti as lágrimas lavarem meu rosto, eu não podia acreditar, por mais brava que eu estivesse eu não o queria morto, eu não podia acreditar que ele havia falecido e as últimas palavras que disse a ele haviam sido tão duras e tão sem sentimento.
Ao meu jeito eu o amava, eu esperava que um dia pudéssemos ser bons amigos e agora ele simplesmente havia partido para sempre da minha vida e da vida de todos.
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