Capítulo 38 - Conquista : Cena 1 ( VERONIKA PAGE) parte 3
Minha vontade agora, era eu mesma pegar uma peixeira e arrancar um pouco da pele dos braços daquele filho de uma puta. Mas não podia agora... E acho que não conseguiria mesmo. A temporada naquela maldita base pacífica de estudos me deixou café com leite, e acho que não conseguiria dar a dor que aquele garoto merecia por ter tentado me atacar.
Lance conseguiria. Provavelmente Daniel ficaria sem um dos dedos, várias novas cicatrizes e talvez um rim a menos. Nada menos do que ele merecia, mas isso não importava tanto agora. Era mais importante o que ele revelaria pra gente...
Eu caminhava pelos corredores brancos e extremamente vazios daquela pequena base, em busca do dormitório que jogaram minhas coisas. Aquele estilo de base do N.E.I.C.O.G.O.Z era o que mais me agradava, pequena, compacta, onde eu poderia saber cada palavra que saia da boca de quem estava ali. Diferente da base que foi destruída, que era grande demais para saber tudo.
Minhas botas bateram no piso de pedra, enquanto eu bufava de impaciência, procurando o quarto certo.
_ Veronika?_ Uma voz extremamente grossa e forte me chamou, vinda da virada do corredor que passei a uns dez segundos. Felizmente, eu sabia bem quem estava ali atrás.
Girei nas canelas da bota, um sorriso enorme nos lábios, os dentes brancos brilhando na luz forte da sala. Meus olhos tilintaram de satisfação, ao ver aquele homem de pele bronzeada, barba no queixo, rosto anguloso e com algumas rugas dos seus quase 40 anos. E aqueles olhos, que eu considerava mais incríveis até que os meus. Os dois olhos, de um tom claro de cinza.
_ André!_ Disse._ A quanto tempo não nos vemos cara!
_ A muito tempo, uns 3 anos que você desapareceu!_ Ele se adiantou, começando a caminhar ao meu lado no corredor. Estava mais forte do que antes, com uma aparência de pai, que era estranha ver nele, o cabelo cortado mais rente a cabeça, um topete baixo no meio._ To vendo que melhorou seu português, está muito melhor do que da ultima vez que nos falamos.
_ Fui mandada pra várias bases nesses anos, tive oportunidade de conversar em muitas línguas, e ultimamente, teve um surto de brasileiros por nossas bases. Falando em base, a ultima que eu estive foi explodida por uma equipe do S.J.G._ Ele me olhou, arregalando levemente os olhos, as sobrancelhas cheias arqueadas._ Isso foi a... Umas cinco horas, acho.
_ Meu Deus, isso foi tipo, agora!_ Ele disse, espantado._ Vocês capturaram alguém?
_ Uma mulher e um adolescente. Vamos descobrir alguma coisa com eles, não se preocupe se é isso que está pensando._ Respondi, vendo ele assentir com a cabeça levemente._ Como vai sua Haninha?
O rosto dele se iluminou quando citei o nome da menina. Ele sorriu, largamente, como o pai orgulhoso que era. Eu nunca entendi o porque de toda a felicidade que ele demonstrava quando falávamos de sua filha. Ter filhos era uma coisa que eu não entendia como alguém iria querer ter. Davam um trabalho enorme, e muita dor de cabeça. Era demais pra mim.
_ Ela está com 4 aninhos. Mal aprendeu a andar já quer segurar uma arma._ Ele balançou a cabeça, como se estivesse indignado, um sorrisinho no rosto.
_ Isso é ótimo, ela vai ser uma guerreira desde cedo!_ Sorri também.
_ Não quero que ela seja uma guerreira agora, ela tem 4 anos, ainda é praticamente um bebê.
_ Bebes precisam saber se proteger._ Murmurei.
_ Nisso eu concordo. Mas por enquanto, não a minha Hanna._ Balancei a cabeça, concordando._ Ah, suas coisas estão no dormitório 3, eu mesmo levei pra lá.
_ Ok então André. Dê um abraço em Barb por mim.
_ Vou dar._ Ele piscou um dos olhos, aquele cinza aparecendo e desaparecendo rapidamente. Ele se virou, e já voltava a caminhar para o outro lado do corredor, quando parou e perguntou._ Qual o nome do povo que foi capturado, você sabe?
_ É claro que eu sei, eu capturei um deles._ Sorri, me vangloriando levemente._ O da mulher é Delanay, e do garoto, Daniel.
Pode ter sido alguma coisa da minha mente, mas um flash de culpa passou pelo olhar de André. Mas o flash foi embora tão rápido quanto veio, e ele apenas colocou os dois dedos na testa, me dando tchauzinho. E foi-se embora, me deixando apenas com uma curiosidade extrema e parada ali mesmo no corredor.
Sem me perguntar mais nada, voltei a caminhar, agora com um destino determinado.
Duas horas se passaram, calmas e sem muita coisa acontecendo. Lance pediu para que nos reuníssemos em uma das salas de reunião, porque ele tinha muitas coisas pra revelar par nós.
Sentada em uma cadeira de madeira dura, em frente a uma mesa de madeira igualmente dura, eu observava Lance em silêncio, olhando para mim, Sheron, Courtney e Patrick ( os últimos dois não eram marechais, eram sargentos), como se esperasse o momento certo para falar.
_ How many hour are we waiting here for you to talk? Resmunguei, começando a ficar irritada.
"Vamos ficar quantas horas aqui esperando você falar?"
_ The boy revealed the name of the village. _ Soltou a bomba na minha cara, fazendo eu praticamente saltar da cadeira.
"O garoto nos revelou o nome da vila."
_ We've been looking for this for YEARS Lance, YEARS!!! Do you have any idea what it means to know the name of this village!!!?_ Disse, um sorriso aberto e enorme surgindo e meus lábios.
"Procuramos isso a ANOS Lance, ANOS!!! Tem ideia do que significa sabermos o nome dessa vila!!
_ We know very well!_ Ele me respondeu, também sorrindo, animado com todas aquelas probabilidades._ It means we have to get the army together.
" Sabemos muito bem. Significa que teremos que reunir o exercito"
_ No, not an army._Murmurei, sabendo exatamente o que fazer. Aquela era a noticia que eu esperava desde que entrei nessa organização. Era a oportunidade que eu precisava._ Wee have to gather our own.
" Não, não um exército. Temos que reunir os nossos."
Nossos sorrisos eram tão sádicos quanto o que pensávamos. Estava na hora de executar o plano pensado a anos...
Aquela manhã fora uma manhã realmente conturbada. Reunir homens para uma batalha levava mais tempo do que gostaríamos que levasse. Ainda mais em uma base pequena.
Convoquei André para aquela missão. Faziam anos que não lutava ao seu lado, e seria ótimo rever um velho amigo no canpo de batalha, durante algo realmente importante como conquistar aquela vila. Isso, se André não virou coxinha depois de ficar mais próximo de Barb e de Hanna...
Mas além dele, tínhamos apenas eu, Lance, Sheron, Courtney e Patrick como verdadeiros soldados. Eles me seguiriam onde eu fosse. Mas guerreiros fiéis são difíceis de se encontrar hoje em dia.
O Sol subia no horizonte quando decidimos optar por soldados de baixo escalão. Quando a vila estivesse tomada, seria um passo muito grande para o N.E.I.C.O.G.O.Z, e finalmente seríamos notados nesse fim de mundo que era o interior da Europa no apocalipse. Os primeiros a conquistar uma vila de proteção para sobreviventes.
Estava quase na hora de partirmos. Eu não fechei os olhos noite passada, mas a adrenalina e a satisfação me davam forças pra continuar acordada.
_ Y a-t-ill de la pace pour un de puls dans cette réalisation._ Sorri, mesmo sem ver a pessoa. Mariane era minha soldado favorita, que tive o maior prazer de treinar quando fui recrutar soldados pela Europa. 15 anos, francesa, morena de cabelos encaracolados e tão escuros que pareciam quase azuis.
" Tem espaço pra mais um nessa conquista?"
_ Et n 'aueait-il pas pour mon meilleur soldat?_ Me virei, sorrindo pra ela._ Qu'est-ce qui vous amène ici?
" E não teria espaço para o meu melhor soldado? O que te trás aqui?"
_ Veronika, la caminnette est prête. Nous avons mis des fournitures et tout un tas d'armes dans la bataille. Nous allons devoir aller beaucoup, mais je ne pense pas que ce sera notre pire problème._ Mariane listou, enquanto eu assentia com a cabeça.
" Veronika, a van está pronta. Colocamos suprimentos e um carregamento inteiro de armas para a batalha. Vamos ter que ir um tanto amontoados, mas acho que isso não vai ser nosso pior problema."
_ C'est bien, mais vous n'avez pas rèpondu à na question._ Coloquei as mãos na cintura, a observando. Incrível como ela nunca se desestabilizou quando a olhava assim, diferente de muitos outros. As grandes safiras que eu chamava de olhos poderiam ser desafiadores quando queriam.
" Isso é ótimo, mas você não respondeu minha pergunta."
Mariane riu, uma gargalhada baixa e sarcástica. Virou para mim, a escuridão em seus olhos encarando a luz refletida nos meus.
_ Rien de très important, seul le disciple suit le maître._ E se virou para entrar na van, a arma carregada no cinto.
"Nada muito importante, apenas o discípulo seguindo o mestre."
Mais um capítulo fresquinho, dessa vez narrado pela nossa tão amada ( e odiada) Veronika Page!! André está no N.E.I.C.O.G.O.Z, isso surpreende vocês? Não a mim, kkkk. Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários e não se esqueçam da estrelinha linda que me ajuda demais!
Cap 21 do mês de festas!!! Até amanhã!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro