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Capítulo 29 - Rastreadores (DANIEL) parte 2.

     O que eu poderia pensar ao ver meu gêmeo, que deveria estar no meio da floresta, seguindo a equipe de elite?

     Poderia mata-lo, mas no momento, eu estava tão feliz em ver Nando, que só conseguia abraca-lo.

     _ Você estar aqui é um milagre!_ Eu disse, sorrindo o mais largamente que conseguia._ Incrível como o destino está sempre nos juntando!

     Nando só conseguia me abraçar, parecia sem palavras, assim como todos a nossa volta ( deveria ser bem estranho, dois adolescentes de quase 1,80 de altura, se abraçando, no meio da mata). Reparei na presença de Devon, mas não me importava com ele, não agora.

     _ Dan..._ Eloise murmurou, sem conseguir formar muito bem as palavras._ Eu sei que você tá feliz, mas, sério...

     _ Precisa soltar ele._ Richard completou, duro como uma pedra._ Porque, Daniel, acho que se esqueceu onde estamos, e o que estamos fazendo. Na verdade, como DEMÔNIOS vocês chegaram aqui? E porque Devon está 20 centímetros mais alto?_ Com isso, Devon tirou de dentro das calças pernas de pau em que se equilibrava.

     Uma gota de suor frio escorreu pelas minhas costas, e queria muito que eu estivesse com a máscara deles no rosto, escondendo a minha expressão de assustado. Era uma boa pergunta, bem importante, como eles chegaram ali. Mas Devon, com calma, como se o mundo estivesse na mais perfeita paz, e agora de volta ao seu tamanho real, respondeu.

     _ Nando foi preso injustamente!_ Anunciou, de uma maneira que até o fazia parecer solidário._ E eu fiz de tudo pra tirar ele de lá, sem que Mason ficasse sabendo! Mason é um monstro, fez o que fez com Rodrigo para prender Nando injustamente! Eu não quero isso! Tirei Nando da cadeia, mas a gente não pode continuar dentro da vila. A unica forma que eu encontrei foi da gente vir na missão. Eu..._ Ele fez uma pausa._ Eu pensei que talvez vocês pudessem nos ajudar, por um tempo... A gente não tinha o que fazer.

     Nando era a coisa mais quieta que eu já vi. Uma estatua do meu lado, apenas concordando o que Devon dizia, a expressão mega assustada.

     _ Eu não aguentava mais estar na prisão._ Nando disse, me fazendo levar um mini susto com a sua voz perto da minha orelha._ Aquilo é frio... E eu não fiz nada, não fiz isso... Eu não merecia estar lá! Por favor, ajuda a gente, não temos pra onde ir agora. Se voltarmos pra vila, nem sei o que Mason poderia fazer com a gente!_ Nando e Devon trocaram um olhar, complacente, ao que parecia.

     Delanay os olhos, se perguntando se deveria acreditar. Seus olhos se iluminaram por um momento, e ela perguntou, todos os olhares se voltando para a mulher.

     _ Vocês nos seguiram o dia inteiro?_ Quase bufei, com a pergunta tão obvia feita. Mas não o fiz, por amor a minha vida.

     _ Sim._ Os dois responderam em uníssono.

      Ela olhou por um longo minuto, o silêncio instaurado, com apenas os barulhos da floresta ao fundo. Querendo ou não, ela ainda era a chefe por ali, e era ela que decidiria o que faríamos a seguir. Por fim, a veterana fez um sinal com a mão, para que nos reuníssemos. Ela queria discutir o que faríamos, e isso significa que tínhamos alguma chance.

     _ Como baixamos a guarda a esse ponto, de sermos seguidos por uma criança encima de uma perna de pau e um adolescente?!_ Louis resmungou, ao nos reunirmos alguns passos afastados dos dois. Não era necessário vigia-los. Porra, é o meu irmão e uma criança de oito anos!_ Sem ofensa Eloise, você é um amor, mas, vocês entenderam o que quis dizer.

     _ Não baixei a guarda um momento sequer. Não posso falar por vocês crianças, mas eu estava observando tudo a nossa volta. E não vi ou ouvi eles._ Nos silenciamos, pensativos._ Apenas eu aqui sou uma boa rastreadora, e o que mais precisamos para a primeira e segunda fase do ataque, são rastreadores. E isso, é exatamente o que os dois são, passaram o dia todo despercebidos, mudos e invisíveis a um soldado treinado. Precisaríamos disso agora, com certeza.

     _ Delanay, não sabemos se o que eles dizem é real._ Richard contestou._ Daniel, sabemos que é o seu irmão, mas, por favor, ele é amigo do Devon, e eu sei o que pensam dele! Já parou pra pensar o que aquele garoto pode colocar na cabeça do seu irmão?!!!

     _ É claro que já pensei! Mas eu sou o irmão dele, não o pai, não tenho obrigação nem poder pra dizer as amizades que Nando deve ter!_ Bradei, meio sussurrando pra ele._ E não é só porque ele é meu irmão, mas acredito nele. E pelo que você disse, Delanay, precisamos dos dois na equipe. Na verdade, esse sempre foi o sonho dos dois, então, porque não dar uma chance aos dois, já que nos beneficiaremos com isso?!

     _ Não estou me importando se a história deles é real, falsa, ou se os dois são a Virgem Maria ou um Espirito Satânico, agora, precisamos do que eles sabem fazer, e não podemos voltar pra vila, com eles ainda por cima. Muito menos podemos deixa-los sozinhos na floresta, quando tem uma utilidade tão boa para nós._ A mulher disse, organizando suas mangas enquanto falava, a voz calma e controlada como sempre._ Por mim, eles ficam, e nos ajudarão nesse ataque. Mas e vocês, elite, querem mais membros conosco?

     Todos parecíamos pensativos. Todos, menos eu. Eu sabia o que queria, queria meu irmão perto, me ajudando com o que ele sempre quis me ajudar. Naquele momento, eu queria ele na elite mais do que jamais quis nada na minha vida.

     _ Sou a favor, isso não é segredo pra ninguém._ Disse, sem titumbear._ Precisamos deles, além de tudo.

     _ Se você acha que está certo Denalay, tudo o que eu posso fazer é concordar._ Louis disse, e Eloise concordou com a cabeça, as duas se baixando a palavra de Delanay.

     _ Não vou contestar nada feito democraticamente._ Robert disse._ Então, que seja feito isso.

     Com um sorriso estranho surgindo em meus lábios, nós cinco nos viramos para as duas figuras que nos olhavam apreensivos, praticamente de mãos dadas.

     _ Vocês vão ficar conosco._ Delanay anunciou._ Mas participarão do ataque. Precisamos de rastreadores, e com o que fizeram hoje, sabemos que são perfeitos pra isso._ Os dois soltaram um sorriso largo, como se aquilo fosse tudo o que sempre quiseram. E me dei conta de que deveria ser mesmo._ Ainda não são membros nem nada do tipo, mas uma ajuda extra vai dar o reforço que precisamos._ Os dois concordaram._ Venham, existem muitas coisas que precisamos explicar.


    Os planos de Devon deram certo, deveríamos estar felizes por isso? Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, e não se esqueçam da estrelinhas pra me ajudar, porque a história, começou a esquentar!

     Cap 9 do mês de férias! até amanhã.

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