Capítulo 28 - "Correr pro abraço". (FERNANDO) parte 2
Sempre é tão ruim a primeira noite na cadeia?
Acho que deve ser pior quando você sabe que é inocente, quando você realmente não merece estar ali. Mas pra mim, um legítimo culpado... A consciência pesa, e o mundo em volta se fecha para apenas seus pensamentos. E eu só conseguia pensar que meu sogro foi baleado por minha causa.
Os planos foram por água abaixo, e minha vida se destruía cada vez mais por conta da minha ganância. Mason, por mais filha da puta que seja atirar em um inocente, tinha razão em me prender. Eu era realmente culpado, apesar de seus meios serem controversos.
Seis e meia era o horário marcado no relógio digital da parede. Uma noite quase em claro.
_ Café da manhã para o prisioneiro._ Estreitei os olhos, quando as luzes se acenderam, inundando a cela de luz. A porta se abriu, e uma figura baixinha e carrancuda, vestida com o uniforme dos guardas da vila, segurando uma bandeja de comida entrou, me encarando irritado.
_ Devon!!!_ Quase corri para abraçar aquela criança maravilhosa, que brotou do chão.
_ Ao vivo e a cores._ Anunciou, esboçando um sorriso._ Rápido, coma e vista isso._ Ele me jogou uma roupa de guarda e deixou a comida por perto._ Não temos muito tempo até o próximo turno dos guardas, e eu gastei uma nota preta pra subornar os dois da entrada, não posso perder esses créditos à toa!
_ O plano ainda está de pé?
_ O que você acha?_ Ele revirou os olhos.
_ Tio Rodrigo...
_ Foi ver como Melissa e ele estavam. Ele está estável e ela abalada, nada muito fora do esperado._ Me interrompeu._ Mason que atirou nele. Precisa ganhar status e poder, pra combate-lo, e a equipe de elite continua sendo perfeita.
_ Mas não seria ele que nos promoveria a isso?_ Passei a camisa pelos ombros.
_ Delanay sabe o que ele fez, duvido que continue prefeito por muito tempo. Acho que Delanay será a prefeita em pouco tempo, e ela nos promoverá._ Concordei, gostando da visão que Devon tinha da situação. De resto, era torcer para dar certo...
Comi o que ele trouxe rapidamente, enquanto Devon arrumava a cama com as almofadas, para que eu parecesse estar ali, e ganhássemos algum tempo.
Com uma pistola e munição no cinto, a máscara sobre o rosto e apenas os olhos aparecendo, segui um Devon crescido 20 centímetros pelas botas e as madeiras em que se equilibrava pelos corredores que nunca havia passado antes.
Dois minutos pras sete horas, nos prostramos apreensivos, as portas da vila, os rifles roubados nas mãos, tentando não tremer de medo, toda vez que alguém passava.
E então, dez minutos mais tarde, eles vieram.
Caminhando pomposamente, as expressões sérias e o rosto sem um pingo de mágoa ou medo. A representação perfeita da força, do que eu esperava que um dia pudesse ser.
A equipe de elite subiu as escadas, sem nem olhar para os guardas baixinhos demais e tremendo, que os resguardavam. Todos passaram, deixando apenas o barulho de suas botas na escadaria.
_ A troca de guardas é em dois minutos. Precisamos subir._ Devon murmurou, e eu concordei com a cabeça, olhando para os lados.
Cautelosamente, subimos as escadas sem fazer barulho, apenas seguindo o ruído distante dos passos da elite. A longa escadaria cansava quem não tinha preparo ( no caso, eu e Devon), e esbaforidos, chegamos na portinhola que levava à mercearia abandonada e ao mundo exterior.
Quase o dia inteiro de caminhada, se esgueirando por arvores em completo silêncio, seguindo a equipe de elite pela floresta e pelas trilhas abertas na mata, até que os 5 pararam, em frente a uma cerca alta, com eletricidade e espinhos em cima.
A equipe parou, rodeando a cerca. A luz diminuía no céu, deixando tudo de uma cor alaranjada e rosada por entre a copa das árvores. O cansaço me atingia cada vez mais, as pernas doendo, o coração palpitando forte no peito.
Cada pontada de dor, era um lembrete constante de Tio Rodrigo, baleado por minha causa, e em uma cama de hospital. Acolhi aquela dor como minha, pelo merecedor que eu era de te-la e muito mais.
_ Vamos parar aqui, por agora._ Delanay disse, olhando através da cerca para a floresta, que continuava depois dela como se nada estivesse acontecendo._ Precisamos arranjar uma maneira de transpassar essa cerca. Do outro lado, está a base principal da antiga Europa do N.E.I.C.O.G.O.Z, o lugar que atacaremos.
_ Parece apenas uma floresta, com uma cerca no meio..._ Daniel comentou.
_ Não é bem isso, o prédio que compõe essa base, fica a quase 1 km depois dessa cerca._ Escondido entre moitas e arvores, arqueei as sobrancelhas, impressionado._ Todo o terreno deve ter um raio de 5 km, e é circular. Tem um banker, e achamos que muitos laboratórios, câmeras, guardas e tudo o mais.
_ Vamos acampar aqui por enquanto, se preparar pro ataque e ver o que é melhor para se fazer, e como proceder por agora._ Louis disse, um meio sorriso nos lábios.
Devon se remexeu atrás de sua arvore, enquanto a equipe de elite arrumava um acampamento rapidamente. A criança andou se esgueirando até mim, os olhos escuros e apreensivos.
Ele estava tão cansado quanto eu. Mas de alguma forma, Devon mantinha um ar de superioridade, uma determinação mesmo no cansaço, ele era inabalável. Estava feliz com tudo aquilo, feliz de estar conseguindo seguir o plano. Aquela determinação, aquela força que ele tinha... Para todo mundo, era o orgulho, a prepotência. Era isso que viam. Eu vi naquela coisinha de 1,30 m de altura, que se equilibrava em duas pernas de pau o dia todo, a força que eu precisava pra me manter em pé.
_ Precisamos entrar com eles..._ Ele sussurrou contra meu ouvido, parando para se apoiar nas minhas costas._ Não podemos ficar pra trás, lá dentro pode ser nossa melhor e unica chance de...
Antes que ele pudesse terminar a frase, ou eu conseguisse concordar com a cabeça, ouvimos o barulho característico de armas, sendo carregadas e dedos se encaminhando ao gatilho. Pelas minhas contas, deveriam ter ao menos oito armas apontadas para nós.
_ Saiam. Agora. Com as mãos para o alto, e se moverem um músculo a mais, temos um arsenal e varias armas para descarregar em vocês._ A voz de Delanay invadiu o lugar onde estávamos, e pelas frestas das arvores e folhas, vi que toda a equipe apontava suas armas para nós. E bem na primeira vez que nos atrevíamos a sussurrar algo, achávamos na mira de varias balas.
Sem escolha pra fugir, respirei fundo para caminhar em direção à equipe, pronto para assumir meus atos, tudo o que precisava ser mostrado. Com sorte, Devon também estava disposto a tudo isso, e me seguiu a passos lentos para a visão da equipe.
Todos arfavam, surpresos. Seus rostos, demostrando a mais pura surpresa, ou em me ver fora da cadeia, ou em eu e Devon estarmos ali, bem na frente deles.
Mas Daniel não parecia estar se importando muito com a segunda opção.
_ NANDO!!!_ Ele gritou. Um sorriso surgiu em meus lábios, quando meu irmão gêmeo se manifestou, começando o que eu chamaria de correr pro abraço.
Pra quem achava que o plano não daria certo, ai está uma resposta a todos! Coloquem suas opiniões e teorias sobre isso nos comentários, e não se esqueçam da estrelinha linda!
Voltem nos capítulos "Parte 1" e "Parte 2", para conferir os banners novos que eu fiz pra eles!
Cap 8 do mes de férias! Até amanhã meus amores!
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