Capítulo 25 (Bônus de 1 K) - Como irmãs. (CLARA, MARINA E LUANA) parte 2.
Clara
Onde errei com eles mãe? Onde errei com meus meninos?
Deve ser ultrajante eu te perguntar isso, já que, a senhora deve saber, e porque eu também faço uma certa ideia. Foram 4 anos, negligenciados quando eles mais precisavam de orientação, quando mais precisavam de mim... E eu ainda pergunto...
Com tanto tempo livre que tínhamos ultimamente, eu, Marina e Luana nos tornamos três grandes amigas, e Marina é como uma irmã pra mim e pra Lua. Sempre um trio... Nós como a irmã que ela conviveu poucos anos, e ela como a pessoa que nos viu nascer...
Acabo correndo para elas toda vez que não suporto mais tudo em meus ombros, o que, atualmente, acontece todos os dias. Minhas amigas, irmãs, conselheiras...
Eu errei muitas vezes. Ainda posso consertar?
Será que sim, mãe?
Luana
Eu e Marina estávamos sentadas na mesa da minha sala, com café e biscoitos à mão, quando bateram na porta, um tanto desesperadamente.
_ Pera, deixa que eu atendo._ Marina se levantou, correndo para abrir a porta._ Clara, oi, hãm, entra!_ Ela disse, e a minha pequena entrou, completamente atordoada e se jogou na poltrona, pegando wisky e colocando em um copo.
_ Ta tudo bem?_ Perguntei.
_ Não;_ Clara virou o copo de wisky de uma vez._ Como vocês conseguem educar adolescentes? Chego em casa e recebo a noticia de que o André teve uma terceira filha, que Daniel quer encontra-la, e, segundo Nando, sequestra-la dos pais... Ele está louco por isso..._ Ela encheu outro copo, falando rápido, quase sem respirar._ Meus meninos estão brigando o tempo todo, Nando anda obcecado pela equipe de elite...
_ Para!!!_ Marina cortou, tampando a boca de Clara de súbito._ Para, respira, toma wisky._ Ela destampo a boca e fez clara beber mais do copo._ Ok, agora, conta essa história direito pra gente.
Eu e Marina nos sentamos em volta da Clara, e ela suspirou, antes de começar a falar.
_ Ok... É assim...
Marina.
_ Meu Deus, isso é tão empolgante!!!_ Ri, assim que a Clara parou de falar._ Ok, certo seus meninos estão sempre batendo de frente, mas isso é normal, eles são irmãos, gêmeos e com a cabeça diferente um do outro. Eles não passaram de discussões, né?
_ Que eu saiba não muito, eles se olham fulminando um ao outro sempre, mas só isso._ Clara respondeu.
_ Acho que deveríamos ficar felizes deles não tentarem se matar todos os dias!
_ Tem razão, se matar só com o olhar e as sextas-feiras parecem bem mais agradável._ Ela revirou os olhos, bufando.
_ Mas isso é sério, preciso concordar!_ Luana disse, arregalando um pouco os olhos._ Henrique e Juliana são terríveis, nunca concordam com nada, dois teimosos!_ Ela pôs as mãos na cabeça, fingindo arrancar os cabelos._ Acho que não enlouqueço porque tenho minha ruivinha, a Melissa é tipo uma bandeira branca, que deixa todo mundo em paz...
_ Mel acalma Nando também, mas agora, tem a menina..._ Clara continuou
_ Maylle?_ Franzi as sobrancelhas.
_ Não, Maylle é um amor. Emily. Hanna Emily, a filha de André.
_ O nome dela é Hanna?!!_ Perguntei, incrédula._ Ele colocou o nome dela de Hanna?!!
_ Colocou, mas Daniel não quer que a chamem assim, só Emily é melhor pra ele. Eu, sinceramente, também acho... E entendo que..._ Clara deu um longo suspiro, fechando os olhos._ Entendo que essa seja a maneira dele de lidar com tudo isso... Não falar o nome, não pronunciar a palavra. Pro Daniel, é como se tudo ficasse bem se ele não admitir que André é seu pai, ou que sua irmã tem o nome da mãe morta._ Ela franziu o nariz._ Sinceramente, isso é mórbido ao extremo...
_ Vocês parecem três mães velhinhas, preocupadas com seus filhos saírem da barra da saia._ Renato e Rodrigo apareceram, vindos do corredor.
_ Nesse caso, estou preocupada se ele não vai cair do voo._ Clara debochou.
_ Desde quando vocês estão aqui Renato?_ Perguntei, vendo meu marido apertar os lábios.
_ Estou aqui desde o almoço, jogando poker no quarto.
_ São dois desocupados._ Lua comentou._ Estamos tratando de coisas bem sérias aqui.
_ Sabemos, estávamos ouvindo._ Rê revirou os olhos, e quando viu minha cara, se explicou._ Vocês falam muito alto, as paredes são finas. Mas então, quem é esse André aí?
_ O pai do Daniel e do Nando, ex-marido da Hanna.
Clara
Renato mordeu o lábio, roubando meu wisky e bebendo um pouco.
_ Isso é ruim... Parece bem ruim._ Ele disse, fazendo careta com o wisky._ Como você bebe isso de boa Clara?
_ E agora, ele tem outra filha, certo?_ Rodrigo pensou um pouco, os olhos focados em Lua._ Isso dá um nó na vida dos dois... Você está fodida Clara.
_ Rô!_ Lua repreendeu.
_ Diga algo que não sabemos._ Marina riu.
_ Não sei como orienta-los, como educar os dois, que agora só brigam... Daniel está na equipe de elite, se arriscando, e Nando é paranoico e fora do meu alcance..._ Balancei a cabeça, afastando os sussurros que começaram a invadir minha mente._ Não consigo nem ao menos pensar direito... Não consigo nem me orientar direito, como vou orientar outra pessoa?
_ Clara, tá tudo bem?_ Lua perguntou novamente, segurando minha mão, e fiz que não com a cabeça, as lagrimas já começando a escorrer.
_ Não, não tá nada bem, nada!_ Resmunguei, levantando o olhar, para as quatro pessoas que me encaravam preocupados._ Quando chegamos nessa vila, minha mãe parou de aparecer, tudo parecia bem feliz, calmo. Mas, semana passada, eu ouvi a voz dela no corredor, sonhei com ela, vi vultos pela casa, e uma sensação ruim._ Marina limpou minhas lagrimas, um sorriso condescendente nos lábios._ Alguma coisa vai acontecer, ou já está acontecendo! Tudo em volta tá mudando, a missão de elite está chegando. Eu quero estar bem pra ver ele partir e chegar, mas acho que estou ficando louca de novo, e que o mundo pode desabar a nossa volta. E levar nós com ele.
Um capítulo bem básico, da Clara, Marina e Luana, mostrando que as três não estão aqui de enfeite, e já perceberam que algo errado não está certo! O que acham que significa toda essa filosofia da Clara? Deixem suas opiniões e teorias nos comentários, e não se esqueçam daquela estrelinha que me ajuda MUITO!!!!
Cap 5 do mês de férias!! Até amanhã!
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