Capítulo 18 - A sala dos mapas. (DANIEL) parte 2.
Nando já havia saído quando eu acordei. O que era realmente uma pena, já que eu precisava conversar com ele. Clara tinha me paparicado o dia inteiro ontem, por conta da missão que eu iria. E Fernando não estava nada feliz com isso, dava pra ver. Quando perguntei pelo meu irmão, Clara disse que ele tinha ido no Devon. O que Nando via de bom naquele garoto prepotente e orgulhoso? As vezes, nem nossa ligação de gêmeos podia explicar certas coisas.
Os treinos naquele dia começariam mais cedo, por conta de se ter uma missão chegando. Mas Delanay queria me mostrar algo especial, que era apenas mostrada as vésperas da sua primeira missão. Era algo secreto, e Eloise já me adiantou que seria preciso fazer um juramento. Eu não me importava em jurar nada, ainda mais se fosse pelo bem da Vila. Mas ela também disse que mais ninguém além da equipe de elite deveria saber disso. Então, difícil foi segurar a apreensão durante o café.
Eu caminhava pelas ruas meio escuras demais da Vila ( Não deviam estar tão baixas, já eram nove horas da manhã), para dentro das paredes de pedra do lugar. Eram dentro delas que treinava-mos, dentro da proteção do banker que eram aqueles corredores. Isso é algo que percebi durante esses dois meses. A Vila aberta, com as casas e o prédio, as ruas e a caverna enorme que a compunham, eram como o hall de entrada para uma fortaleza ainda mais segura, revestida com ferro, isolamento acústico, e camadas e mais camadas de rocha. Impenetráveis se precisasse-mos, e grandes o suficiente para comportar todos os moradores naqueles corredores.
Se acontecesse algo, estaríamos preparados.
Os corredores de metal estavam extremamente iluminados, em comparação com as ruas, e faziam meus olhos arderem as vezes ao olhar. Eu me conduzi por aquele labirinto já decorado, até chegar a uma porta dupla hospitalar, igual a quase todas as portas daquele lugar, sem pensar mais, atravessei a porta, que rangeu nas dobradiças atrás de mim.
A sala que eu conhecia tão bem parecia extremamente lotada hoje. As paredes revestidas de madeira escura estavam sempre cheias de penduricalhos, fotos, rostos desenhados, enfeites de natal e dardos aleatórios pregados aqui e ali, tudo arrumado como se estivesse-mos resolvendo um crime grave. Mas não eram um quadro, apenas, eram as 4 paredes inteiras cheias de bugigangas, com exceção para os espaços com prateleiras, onde livros e bonequinhos com cabeças enormes balançavam, e sofás confortáveis encostados nas paredes ou não.
Os membros da equipe fizeram um pacto que colocariam algo aleatório nas paredes todos os dias, cada um , mesmo se fosse só um dardo ou mais alguma coisa. Um pacto estranho, eu sei, mas que fiquei feliz em fazer parte.
Aquela sala/lounge, abrigava além dos oito membros da elite ( contando comigo), o prefeito Mason, Reinald, o administrador/dono do Reinald's bar, cafeteria e mercearia, e a família Kedron, que ajudou a fundar e construir essa vila. Diver, Miríage, os dois marido e mulher senegaleses, e sua filha Kaledra, que estuda na mesma sala que eu, tem 16 anos e também é senegalesa. E além deles, três guardas se prostavam por ali, assegurando nossa segurança.
_ Nossa, ocasião tão especial pra vir tanta gente?_ Perguntei, arregalando os olhos.
_ É uma ocasião bem especial sim Daniel. Especial, restrita e preocupante, devo dizer._ Delanay disse, com um sorriso caloroso, mas seu olhar era de preocupação. E eu comecei a ficar preocupado com tudo aquilo também.
_ Sem duvida é tudo isso Srta. Walters._ Mason disse, referindo-se a Delanay.
_ Com todo o respeito prefeito Mason, mas eu já estive em um quartel no meio de uma guerra, e dormi ao som de tiros de fuzil. Senhorita não é algo que combine comigo._ Ela reclamou, firme como seu posto exigia._ Se vai me chamar pelo sobrenome, que seja Marechal Walters. Do contrario, apenas Delanay.
_ Perdão Marechal Walters, não quis ofender.
_ Não me ofendeu. Quando eu estiver realmente ofendida, haverá no minimo, um rifle e quatro granadas ao alcance da mão._ A ameaça pairou no ar, um tanto cômica, mas Mason achou mais prudente mudar de assunto, e quase todos concordaram silenciosamente. Eu reparei que a tensão estava muito forte no ar, e Delanay quando fica irritada tem mais poder destrutivo que uma bomba. Mas um dos guardas, o mais jovem, segurou seu rifle apontando-o distraidamente para a mulher, como se estivesse preparado para atirar. Delanay não deixou isso passar._ Abaixe esse rifle garoto, você quase me ofendeu. Poderia arrancar esse rifle dos seus bracinhos miúdos em três segundos, e ironicamente, há bem mais de quatro granadas na sala ao lado._ A mulher mostrou os dentes, ameaçadoramente.
_ Faça o que ela diz soldado._ Louis pediu, sua voz ronronando._ Delanay não é alguém com quem se brinque.
O soldado fez o que ela pediu, colocando novamente sua postura ereta. Delanay sorriu, estranhamente satisfeita.
_ Achei que Marks não falasse português._ O soldado jovem empalideceu de uma maneira, que poderíamos confundi-lo com neve._ Parece que há pessoas que não nos contaram tudo por aqui._ A mulher sorriu maliciosamente, com um brilho maniaco no olhar.
_ Bom, não queremos nos demorar demais, temos muita coisa para falar hoje._ Mason se levantou da cadeira de madeira em que estava sentado, se dirigindo a uma porta adjacente a sala, que sempre estava trancada._ Essa porta contém uma das partes mais importantes da equipe de elite e...
_ Mudei de ideia Mason._ Delanay o interrompeu, revirando os olhos._ Não confio mais tanto em vocês para deixa-los ver essa parte do nosso trabalho. É apenas para membros da equipe de elite._ Ela voltou seus olhos para a família Kedron._ Não é nada pessoal contra nenhum de vocês, e sim contra Marks. Não é seguro deixar mentirosos entrarem em nosso local precioso.
_ Entendemos, não se preocupe._ O Sr.Kedron sorriu, parecendo muito calmo, mesmo com toda a tensão e agitação que Delanay implantou na sala.
Nem os guardas nem Mason se opuseram, mas ficou claro que não gostaram da ideia, ainda mais o soldado Marks, que estava com o rosto fechado e irritável. Mas acho que por medo de Delanay, ninguém disse nada. A mulher se dirigiu a sala as minhas costas, girando a chave na fechadura, e todos os membros da equipe de elite entraram ,e conduzindo para dentro. A veterana de guerra fez questão de bater a porta atrás de si.
Eu olhei para a sala, um tando embasbacado para tudo o que aquela sala representava. Mapas, mapas e mais mapas, em prateleiras, nas paredes, amontoados no canto e em cima das mesas, principalmente na grande mesa de madeira, onde um mapa enorme se estendia.
_ Meu Deus..._ Eu sussurrei, mais pra mim do que para qualquer outra coisa._ Que lugar é esse?_ Perguntei, agors em voz alta para os outros.
_ Esse aqui Daniel, é o coração da equipe de elite, de tudo o que fazemos e lutamos para conseguir._ Eloise deu um sorriso maior que ela mesma, e olhou pra Delanau, que continuou.
_ Essa, é a sala dos mapas.
Oiiee milhos pra pipoca!!! Gostaram do capítulo? Deixem uma estrelinha e um comentário, pois isso me ajuda muito!!!
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