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Espero que curtam o capítulo e deixem a ⭐ se isso acontecer. Boa leitura! 💕
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— Mi... — chamei, mas não sabia exatamente o que dizer. — Quem postou isso? Onde saiu isso?
Céus... Que sensação horrível na boca e no estômago.
Acho que eu quero vomitar.
— No grupo do curso, Jungkook — disse ela. Seu tom não era mais doce como quando entrou aqui. Eu peguei meu celular e engoli em seco quando notei que o vídeo tinha chegado para mim também, afinal, eu também estava no grupo. — Você disse que não–
— Eu não sou gay, Miyeon — garanti, sentindo minha garganta seca.
Ela arqueou uma das sobrancelhas e saiu do meu colo.
— Jungkook, não tem problema você ser... Seja lá o que você for. Eu só não quero que minta para mim. Eu te conheço há anos, por que não me disse?
— Eu. Sou. Hétero — silibei baixo, e desviei os olhos dela segundos depois.
Droga.
Ela soltou um riso irônico e apontou o vídeo para mim de novo.
Aish! Aquele beijo era tão obsceno. Tão fodidamente gostoso. Me dava arrepios apenas por assistir, ainda mais porque eu sabia o gosto daquele beijo. Daquela boca. Daquela língua.
— Não é o que isso aqui diz. E você desvia os olhos quando mente. — Depois daquilo, ela saiu da minha casa, batendo a porta.
Eu afundei no sofá e cobri o rosto, tentando manter a calma e não quebrar nada.
Tudo o que eu precisava era que a faculdade inteira visse isso.
Era tudo o que eu precisava no momento mesmo.
— Ué? Tão rápido — escutei a voz carregada de escárnio de Jimin atrás de mim.
— Jimin, não começa — pedi, mais rude do que pretendia.
Na verdade, eu não pretendia ser rude, apenas não consegui controlar.
— Ei... Está estressado por quê? Não precisa descontar em mim, ok? — Suspirei e me levantei com a intenção de ir para o meu quarto. O fato foi que, quando eu passei por ele, fui puxado para um abraço. — Que foi, gato? Uh?
Acho que era isso que eu precisava: um abraço.
— Ah, Ji — choraminguei, num tom tão manhoso que eu sequer imaginei usar algum dia, me deixando ser abraçado e abraçando ele de volta. — Estou confuso. Estou com medo. Você mexe comigo e você não deveria mexer comigo desse jeito. Você é mau. Muito mau.
— Mas eu não fiz nada, Jungkook.
— Por isso mesmo. — Enterrei meu rosto no pescoço dele. Tinha cheirinho de bebê. — Você não fez nada e já me bagunçou todo.
Ele me apertou em seus braços e suspirou.
— Por que não se deixa levar? — Acariciou os cabelos da minha nuca.
— Porque eu tenho medo.
— Eu seguro a sua mão e cuido de você, não se preocupe — não me pareceu ser algo dito da boca para fora. Eu iria perguntar o que aquilo significava, mas resolvi ficar quieto. Estava tão bom ali; no abraço dele.
Apenas o puxei para o meu quarto e fiz ele me abraçar daquele jeito deitado na minha cama comigo. Ele não questionou, apenas o fez. E foi assim que eu peguei no sono.
Seu carinho na minha cabeça me fez dormir logo. Me fez, simplesmente, esquecer que teria que encarar minha turma inteira. Turma essa que, provavelmente, tinha assistido ao cacete daquele vídeo.
Na manhã seguinte eu acordei sozinho. E, infelizmente, eu só tinha folga no trabalho. Eu ainda tinha que ir para a faculdade.
Depois do banho, eu vesti minha roupa e joguei a mochila nas costas, checando meu celular enquanto andava até a cozinha.
Trocentas mensagens de Kim Taehyung.
Suspirei alto e enfiei meu celular no bolso.
— Bom dia, gato — ele desejou, sentado no mesmo lugar que sentava todas as manhãs. Jimin tinha uma animação desnecessária em plena segunda-feira de manhã. Era incrível.
— Hm... — murmurei apenas, enchendo a caneca de café.
Bom dia é o cacete. É um péssimo dia.
— Eu não te entendo. Uma hora você está todo fofo e depois é todo escroto. Você é muito complicado.
— Que bom que notou. — Sorri irônico. — Eu sei que sou complicado. Não precisava me dizer o que eu já sabia.
— É disso que eu estou falando. Porra... Eu sei que você está pilhado com alguma coisa, mas não precisa ficar descontando em mim. Eu não fiz nada. — Suspirei e larguei a caneca cheia na pia, passando por ele.
— O motivo de tudo estar de cabeça para baixo, é por culpa sua — falei antes de sair de casa.
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— Não sei se devo ou não perguntar se está tudo bem — Taehyung disse a mim quando me sentei ao lado dele no ônibus. Seu tom era de incerteza.
Quando eu, ou ele, não chegava atrasado, conseguimos pegar o mesmo ônibus.
— Relaxa, eu estou bem. — Sorri para ele. — Aí... Topa ir lá para casa depois da aula? Não estou a fim de ficar sozinho, não.
— Pode ser. — Comecei a brincar com o meu celular nos dedos. Estava com medo de desbloquear e ver o que estavam falando de mim. — Ei... Tem certeza que está tudo bem? Você não me respondeu ontem. Fiquei preocupado.
— Tudo ótimo — garanti. — Eu só... acabei indo dormir mais cedo. Sério, Tae, não quero falar sobre isso.
Ele não falou mais nada depois, mas segurou a minha mão o caminho todo. Eu me senti bem melhor apenas com aquilo.
Teve um momento que várias pessoas, que estudavam na mesma universidade que nós dois, entraram no ônibus; elas sempre pegavam o mesmo ônibus que nós. Elas... Elas cochicharam quando me viram. O fato foi que eu senti Taehyung querer soltar a minha mão, como se tentasse me livrar das piadinhas, mas eu não queria. Eu queria que ele segurasse a minha mão porque eu estava com medo. E aí eu apertei ela em volta da minha.
— Não solta — pedi, quase como uma necessidade.
Ele sorriu e apertou de volta, e o resto do caminho foi até que tranquilo.
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— Obrigado por não contar ao Jin o que está acontecendo — agradeci. — Ele já teria me enchido o saco igual a você.
— Eu quero que ele veja com os próprios olhos — meu amigo contou. — Quero que ele chegue do intercâmbio e tenha a incrível surpresa de você pegando um cara.
— Hilário — ironizei.
— Acho que as pocs daqui adoraram o fato de você beijar garotos — comentou. — Não param de te secar.
— É bom saber que as garotas perderam o interesse em mim e os garotos estão adorando — devolvi, com um pingo de humor.
— São escrotas, né? Até parece que uma pessoa não pode ser bissexual, ou pan, ou poli. — Olhei para ele.
— Por que você está dizendo como se eu gostasse de homens?
— Você não gosta? — Não respondi. Era tão fácil aquela resposta, mas não consegui responder. — Ué? Nega como todas as outras vezes. Fala que você é hétero, Jungkook.
— Não é tão fácil.
— Não é tão fácil?
— Estou confuso, ok? — Ele parecia um pouco surpreso. Talvez por estar sendo sincero pela primeira vez. — Tudo bem. Eu gosto de beijá-lo. É diferente do que eu já senti pelas garotas. Mas... é difícil. Aceitar ou... sei lá. Parece tão fácil na teoria. Quero dizer, é só ir lá e beijar ele, não é? Deixar rolar. Só que... na prática é mais complicado. Eu nunca precisei pensar sobre o que eu gosto ou não, já que eu sabia que curti garotas. Daí ele simplesmente chega e fode com tudo. Eu não sei o que está acontecendo comigo.
— Eu acho que você deve conversar com ele — sugeriu. — Sobre como está se sentindo. Em relação a ele e tals. E a você também. Ele pode te ajudar.
— Me ajudar?
— A se aceitar, Jungkook, pelo amor de Deus. Que gay lerdo! — Bateu a mão na testa.
— Mas–
— Você não é gay, eu sei — falou, quase como um mantra.
— Não. Eu iria perguntar como ele me ajudaria. — Eu vi ele endireitar a postura e abrir a boca, chocado.
Eu quebrei meu amigo, é isso.
— Já sinto falta do JK hétero. Meu Deus, traz de volta. — Rolei os olhos preguiçosamente. — Mentira! Traz não. Cancela. Estou amando o JK viadinho.
— Para de falar isso, inferno! Eu nem sei o que eu gosto. Como você pode ter tanta certeza por mim?
— Um viado reconhece outro viado de longe, meu bem. — Revirei os olhos de novo. — Agora é sério... Mexeram com você?
— Ah, relaxa. Tudo bem. — Sorri.
— Não foi isso que eu perguntei. — Taehyung me dava medo quando resolvia conversar sério.
— Umas piadinhas ridículas, mas tudo bem. Eu não me importo.
— Me fala quem foi e eu vou descer o cacete. Estão falando que foi o Sam que mandou jogar nos grupos de alguns cursos, só não sei se foi ele que gravou. Eu vou descer a porrada nele.
— Taehyung, você não faz mal a uma mosca. Sam tem três vezes o seu tamanho. — Ri dele. — Está tudo bem. Mesmo. — Suspirei. — Por que ele faria isso?
— Tirando o fato dele ser ex da Miyeon? Bom... Metade da faculdade tem inveja de você, Jungkook. Você chama a atenção de todas as garotas daqui, mas dispensa noventa e sete por cento delas. Sam quer diminuir a concorrência. Além de se vingar por você ter trepado com a ex dele. — Franzi a testa.
— Que idiota.
— Difícil achar homem cis hétero que não seja idiota. — Olhei para ele. — Você não é hétero, meu bem. — Revirei, mais uma vez, os olhos. — Sério agora... Quer que eu peça a alguém para apagar? O vídeo, digo. — Pensei por um tempo antes de responder.
— Seria quase impossível, mas... não... Deixa rodar. — E, pela segunda vez, eu vi seus olhos surpresos na minha direção. — A gente beija gostoso, não é? — brinquei. — Deixa eles sentirem inveja.
— Realmente. Até eu fiquei com vontade de participar no beijo de vocês.
— Credo, nojento. — Fiz cara de nojo.
— O quê? Threesome. Adoro.
— Já fez?
— Claro. — Eu ri. — E você?
— Não. — Fez bico. — Por que estamos conversando sobre ménage mesmo?
— Não sei. — Deu de ombros.
Baguncei meu cabelo.
— Como posso ser gay se eu ficava de pau duro? Com mulheres, digo.
— Ficava? Não fica mais?
Não. Não fico.
— Você entendeu — falei apenas.
— Você pode ser bissexual. — Suspirei. — Ou talvez você só precisasse de um empurrãozinho para descobrir. Você repetia tanto que era hétero que acabou se convencendo disso. Talvez nenhum macho tenha te pegado de jeito para descobrir que não. — Ele riu e eu só desviei os olhos. — Você não dizia que demorava para gozar?
— Sim, mas elas gostavam. — Ok, talvez eu tenha ocultado às vezes que eu nem gozei e as que eu broxei. E as que eu fingi orgasmo também. Apenas para me poupar zoação.
— Claro. Até eu gostaria que a pessoa que estivesse comigo demorasse para gozar. Mas já parou para pensar que talvez esse fosse um "sinal"? — Neguei. — Olha, faz o seguinte... Bate uma quando você estiver sozinho.
— Quê?
— É. Pensa numa garota, e bate. Sei lá... qualquer uma das minas que você pegou, mas pede antes porque isso é nojento. E depois faz a mesma coisa, só que pensando no seu boy magia. Depois me fala como foi. — Levantou. — Eu preciso ir, tenho que chegar mais cedo para a aula de ergonomia. Estou fodido nessa matéria. Ei... O que é isso?
Passou as pontas dos dedos na lateral do meu pescoço.
— Chupão, Jungkook?
— Miyeon — respondi.
— Você só me decepciona. — Suspirei. — Tá, enfim. Tenho que ir
Ele beijou minha testa e começou a andar para o prédio dele.
Eu fiquei mais um tempinho ali. Era intervalo e ainda tinha mais alguns minutinhos de glória até enfrentar uma sala cheia de pessoas que haviam assistido aquele vídeo.
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Nós voltamos para casa juntos. O Tae passaria a tarde comigo já que eu pedi sua companhia.
— Eu tinha até esquecido que você está de férias — Jimin disse quando me viu entrar na casa. — Está mais calmo?
— Como sempre, jogado no sofá — falei divertido, dando espaço para Kim. — Calmíssimo.
— Então quer dizer que foi você quem libertou o lado gay do meu amigo? — Eu sabia que daria merda. — Obrigado. Sério.
— Tae! — o repreendi. — Ai, meu Deus, ninguém merece. Jimin, não leva ele a sério.
— Cara, será que você pode me explicar o seu amigo? Ele é muuuuito complicado — e esse foi Jimin.
— O Jungkook é assim mesmo. Relaxa. Daqui a pouco você se acostuma.
E eles simplesmente entraram numa conversa sobre mim. Como se eu não estivesse ali.
Eu revirei os olhos e me dirigi ao meu quarto. Tomei um banho demorado e vesti uma bermuda e uma camiseta qualquer.
Eles ainda conversavam, mas parecia ter entrado em outro assunto, esse que eu não tinha nenhum interesse em saber. Eu só fui até a cozinha e comi o que Park havia feito.
Vou mandar a real... Ele cozinha muito bem.
— Está gostoso? — Ergui o olhar e o vi escorado no balcão. Taehyung não estava ali. — Ele foi ao banheiro.
— Ah... Sim. Está muito bom. Como sempre. — Sorriu.
Ele desviou a atenção para o meu pescoço e ergueu a mão na direção dele, tocando exatamente onde Miyeon havia chupado.
Não perguntou e eu também não disse nada.
— A gente pode conversar depois que eu voltar do trabalho?
— Sobre? — Afastou a mão dali e eu deixei ele tirar a minha franja de frente dos meus olhos e colocar a mecha atrás da minha orelha. Fazia alguns meses que eu não cortava meu cabelo, então ele já estava comprido o suficiente para chegar lá.
Eu me senti nervoso com aquilo. E senti meu rosto quente.
— Quero entender porque sou motivo de tudo estar de cabeça para baixo na sua vida. — Engoli em seco. — Taehyung me contou do vídeo. Depois você me explica direitinho, está bem?
Assenti.
— Vou tomar banho — avisou, se distanciando — Ah, e... Sua mãe ligou. Disse que não estava conseguindo falar com você. Desculpa, eu não sabia se atendia ou não.
— Ah, tudo bem. Ela disse alguma coisa?
— Apenas para avisar a você que era para ligar assim que pudesse.
— Ok. Obrigado de novo. — Sorriu e foi para o quarto dele.
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Jimin foi trabalhar e Taehyung e eu ficamos fazendo nada na sala. Chamei ele para ir a academia, mas ele morre na preguiça, aí acabou que eu também resolvi nem ir.
Não me julguem.
Ele foi embora antes do Park chegar e eu usei esse tempo sozinho para ligar para a minha mãe, afinal, eu estava preocupado.
— Oi, mãe! — saudei quando ela atendeu. Acho que nem olhou quem era já que usou formalidade.
— Jungkook! — exclamou, animada. — Lembrou que tem mãe, foi?
— Desculpa, mamãe. Mesmo. A faculdade e o trabalho estão sugando o meu tempo.
— Ah, querido... — Alerta! Tom de pena! — Você sabe que não precisa trabalhar, não é? — Suspirei. — Nós podemos ajudar você.
— Está tudo sob controle, mãe. Não quero ajuda. Está tudo bem. Eu prometo que não vou mais esquecer vocês — garanti. — Como estão as coisas por aí?
E ela se danou a falar. Sobre tudo. Até mesmo da filha da vizinha – que era minha amiga de infância quando eu morava em Busan – que engravidou de um cara quinze anos mais velho que ela.
Então, depois de quase meia hora escutando ela falar, solta:
— Ah, esqueci de avisar. Nós estamos pensando em passar uns dias aí.
— Oi? — Ok... Fodeu.
— Nós entendemos que você não pode sair daí por causa da escola, mas estamos com saudade, querido. Nem que seja apenas por alguns dias.
— Ah... — Bom... Eu não tinha muito o que falar, na verdade. — Eu também sinto falta de vocês, mamãe.
— Então tudo bem? Nós irmos te visitar?
— Claro, mãe. Podem vir. Só que eu fico a maior parte do tempo fora — avisei. — Quando pretendem vir?
— No sábado, talvez. Seu pai não consegue se ausentar por muito tempo no trabalho. Vamos no sábado e voltamos no domingo. É curto, mas acho que dá para matar a saudade.
— Tudo bem. Perfeito. Mas... quando? Que sábado?
— Esse.
Alguma coisa me diz que isso vai dar merda.
— Ata — soltei. — Claro. Tudo bem. Vou esperar ansiosamente por isso.
Estamos na segunda-feira, então eu tenho alguns dias para me preparar para aquilo.
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E aí, anjos! Como vocês estão?
Se amem. Se cuidam. Se hidratem. Se protejam 💜
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