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Espero que curtam o capítulo e deixem a ⭐ se isso acontecer. Boa leitura! 💕
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Quando desejei ter um pouco mais de emoção na vida, não imaginei que iria ser ouvido.
Nem respondido com uma pancada dessas.
— Jungkook — me chamou pela janela do táxi quando desci do veículo que parou em frente a minha casa. — Quer que eu fique com você?
— Obrigado, tá tudo bem. Só tô a fim de ficar sozinho.
Forcei um sorriso e me afastei do carro, destrancando a casa quando cheguei na porta.
O caminho de volta foi silencioso desde que anunciei que queria ir embora. Não tínhamos ficado lá nem uma hora direito, então ainda era dia. Fim de dia. Não sabia bem o horário porque não me importava.
Eu só queria a minha casa.
Taehyung tentou me abraçar lá, mas eu disse que queria apenas ir. O mais rápido possível. Algo me dizia que se ele me abraçasse eu choraria. E aí seria vergonhoso.
Ele não questionou, apenas segurou a minha mão e me levou exatamente para o lugar onde nós havíamos descido quando chegamos. Como passava táxi toda hora, foi rápido até que estivéssemos em um.
Agradeci muito por Tae não ter tentado puxar nenhum assunto. Não que eu não gostasse de conversar com ele em momentos caóticos, na real ele sempre sabe como me acalmar, mas naquele em específico eu só queria ficar quieto.
Na minha.
Agora eu estava ali jogado no sofá, em pleno sábado à tarde, olhando para cima e tentando apenas não pensar no que aconteceu. E eu me remexia em agonia no estofado porque mesmo de olhos abertos, fitando a teia de aranha pendurada entre o teto e a lâmpada da minha sala, imagens realistas até demais apareciam para mim.
Eu não tenho nada contra pessoas LGBT. Meus amigos são. A maioria deles. E eu não me importava nem um pouco mesmo em abraçá-los e beijá-los no rosto ou as brincadeirinhas e piadinhas que faziam comigo. Eu não ligava. Mesmo. Tínhamos intimidade para isso. Até o momento em que eu me encontrava beijando outro homem na boca e sentindo coisas que eu sabia ter que sentir com garotas. Afinal, eu era hétero. E tinha certeza disso.
Nossa, Jungkook, você está fazendo tempestade num copo d'água. Qual seria o problema você desejar outro homem?
Eu não desejava outro homem.
E o problema era que eu tinha certeza, absoluta, da minha sexualidade a minha adolescência inteira. Eu já era um adulto, porra. Tinha 23 anos e nunca questionei a minha sexualidade. Eu me recusava a aceitar que um cara de cabelo cor de rosa me beijou no meio de um monte de gente e simplesmente me fez questionar tudo o que acreditei durante a minha vida inteira até ali.
Me recusava.
— Céus... — soltei alheio e sozinho, me assustando com o tom quebradiço que ouvi e a lágrima quente que escorreu pela lateral do meu rosto.
Você. Não. Vai. Chorar.
Enxuguei imediatamente aquilo e levantei num salto, sendo rapido em me livrar das roupas em meu corpo e entrar embaixo da água fria.
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No domingo, dia posterior a aquele sábado caótico, eu fiquei o dia inteiro de molho; comendo e assistindo porcaria.
Já na segunda-feira eu acordei cedo e fiz tudo o que eu tinha que fazer antes de ir para a faculdade e o trabalho. Odiava chegar em casa e ter que arrumar porque geralmente chegava morto, então preferia fazer antes.
Eu trabalhava em uma lanchonete perto de casa. Ia para a aula pela manhã e para o trabalho durante a tarde. E às vezes tinha disposição para ir à academia.
Só às vezes mesmo.
Bom, o dinheiro que eu ganhava era a conta para pagar as coisas de casa, isso inclui as contas e as comidas. E aí eu não tinha dinheiro para mais nada.
Eu morri para conseguir parar meu celular, na moral.
Meus pais? Estão no interior do país, na minha cidade natal. Eu tinha uma casa foda, cujo essa eles me deram porque fiz uma promessa de que os orgulharia. Eu não queria ter que ficar dependendo deles, confesso, aceitei a casa apenas porque realmente não tinha para onde ir quando descobri que tinha passado em uma faculdade na capital.
Eles sim tinham dinheiro. Ficaram tão felizes que compraram uma casa para mim.
E desde os meus dezenove anos tento me sustentar sozinho. Não porque eles não queriam me ajudar, mas porque eu não queria que eles me ajudassem. Eram meus problemas, ninguém precisa de mais problemas a não ser os seus próprios.
E porque eu odiava sentir que estava devendo algo a alguém. Não que eu estivesse devendo algo a eles, mas a sensação é essa. Principalmente depois que prometi que os orgulharia.
Mas enfim, é por isso que eu decidi alugar a casa. Quero dizer, ela era grande, cabia facilmente duas pessoas. Tinha dois quartos e dois banheiros, era grande o suficiente. Além disso, eu precisava diminuir os gastos. Com outra pessoa morando comigo eu poderia me desafogar um pouco e, quem sabe, conseguir juntar um dinheiro antes terminar a faculdade e conseguir comprar, nem que seja, uma bicicleta. Porque ninguém merece ter que ficar andando de ônibus para cima e para baixo.
Então apenas juntei o útil ao agradável.
Acordei cedo naquela manhã, já dando uma rápida arrumada na casa antes de tomar banho e ir para a universidade. Só teria que aguentar fazer isso por mais um ano e meio, e aí eu estaria, enfim, formado em direito.
Por que direito? Quero orgulhar meus pais.
Era isso que eu queria fazer? Definitivamente não.
Eu gostava de fotos, na verdade, mas meus pais não curtiam muito essa ideia. Então eu passei em direito e só estava aguentando esses cinco anos por eles, porque precisava retribuir tudo o que fizeram por mim.
A gente faz sacrifícios pelo que amamos e vida que segue.
— Oi, Kookie! — Sorri e retribui o abraço forte e reconfortante quando o vi vir em minha direção, já no campus.
Taehyung cursava design. Os pais não ligavam muito para o que ele queria fazer, apenas que estivesse feliz.
Acho que nunca disse isso a ele, mas sinto inveja às vezes.
— Bom dia, Tae.
Ele me olhava como se esperasse que eu dissesse alguma coisa a mais.
— Tudo bem? — resolveu questionar.
— Por que eu não estaria? — Eu sabia do que ele estava falando, nao era idiota. Só não queria tocar nesse assunto.
— Sobre o que aconteceu no sábado...
— Eu não quero falar sobre isso — falei.
— Tudo bem! — Sorriu, mudando de assunto. — O Jin ligou.
— Estou com saudades dele — confessei, deixando que o assunto passado sumisse da minha mente ao pensar em Jin.
— Eu também.
— Quando ele volta?
— Acho que vai ficar lá por um mês e meio ainda. Provavelmente na metade do mês que vem ele já deve ter voltado.
— Vou ligar para ele hoje. E não conta para ele sobre o que aconteceu — pedi.
Seokjin era nosso amigo. Cabelos pretos, ombros largos, mente brilhante, um dom transcendental na cozinha, dono das piadas mais sem graça do universo e, de acordo com suas próprias palavras, o homem mais bonito do mundo.
Ele terminou a faculdade de gastronomia ano passado e conseguiu intercâmbio juntamente com outros alunos que se destacaram acadêmicamente durante os anos do curso.
Ele era bem divertido, você irá gostar dele quando voltar.
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Eu almocei ali mesmo na faculdade e fui direto para o trabalho. Segundas-feiras geralmente não eram tão movimentadas e naquela não foi diferente. Passei em casa depois do expediente, troquei de roupa e fui para a academia.
Ok, admitia que estaca tentando fazer várias coisas para ocupar a mente e não fazer ela viajar para aquela maldita língua deliciosa que me dava arrepios mesmo que não estivesse na minha boca mais; bastava pensar nela. Mas, contudo, entretanto, todavia, ninguém precisava saber dessas coisas.
Acho que a minha vontade em esquecer aquilo era tanta que me fez puxar facilmente 60kg. E depois de uma hora fazendo braços, pernas e abdômen já me sentia meio mole.
Quase não me aguentando em pé.
Tomei banho na academia mesmo já que quando eu chegasse em casa seria apenas para me jogar na cama e só acordar no dia seguinte.
Meu TCC? Nem comecei a fazer ainda.
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Uma semana depois de tudo isso que aconteceu e eu havia marcado para um dos interessados vir para conhecer a casa.
Era uma mulher.
O fato foi que ela não deu as caras. Eu tinha marcado para uma sexta-feira à tarde e ela simplesmente não apareceu, sequer mandou mensagem explicando.
Como haviam mais duas outras pessoas, eu passei a bola para frente. Uma era um velhinho. E a outra eu não sei, não tinha colocado a idade. Mas enfim. Entre o velho e o sem idade, eu fui no sem idade.
Nada contra velhinhos. Eram fofos às vezes.
Depois de mandar mensagem para o desconhecido, cujo denominou-se como Park Jimin, perguntando qual dia seria melhor para ele vir, fiquei rolando o feed do meu Instagram.
Entrei no perfil do Tae e cliquei na foto que ele havia postado no dia que fomos na parada.
Eu li um dos comentários sem querer e acabei não conseguindo parar mais. Acho que o gosto amargo na minha boca era ódio. Ou repulsa. Não sei dizer, mas os comentários não me agradaram muito.
Alguns como:
"Eu jurava q Jungkook era hétero."
Ou.
"Sabia que Jungkook n era hétero."
Ou então.
"Mds eu transei com um viado"
— Ah, minha reputação — resmunguei para mim mesmo, saindo daquela foto.
Tinha outros piores que aqueles.
Entrei na aba "explorar" sem intenção nenhuma de pesquisar alguma coisa, só que, por algum motivo, BabyJ apareceu na minha mente e eu escrevi.
Eu não lembrava de onde havia visto isso... Até ver quem era.
— Desgraça! — xinguei, clicando no perfil.
Não vou mentir, eu passei sim minutos ali, descendo e vendo as fotos daquele cara. Geralmente sozinho. Sorrindo de uma forma que seus olhos se fechavam quase por completo. Ou sério. Só o rosto. As vezes de corpo inteiro. Com camisa. Céus... sem camisa.
Engoli em seco quando varri os olhos pelo abdômen levemente marcado pelos músculos. A tatuagem na costela. O piercing no mamilo esquerdo.
Pisquei algumas vezes e fechei a tampa do notebook com força, só então conseguindo respirar direito.
— Meu Deus... — Ofeguei, olhando para o colo. — Filho, aquieta o fogo aí... Não é hora pra isso.
Repreendi porque eu sabia quando ele se animava e eu sabia que ele queria fazer isso naquele momento.
Eu precisava ver se o tal Park Jimin havia me respondido, então peguei o notebook outra vez. Estava do mesmo jeito de quando eu fechei a tampa, aberto exatamente naquela foto fodida, e eu tive que sair rapidamente dela.
Chequei meu e-mail e lá estava a resposta dizendo que, se tivesse tudo bem para mim, amanhã. Domingo.
Depois de responder que para mim tudo bem, eu larguei o aparelho e fiquei encarando o teto por um tempão, até começar a me perguntar um monte de coisas.
Eu só sei que, naquele instante, eu estava ligando para Kim Taehyung.
— Kookie? — chamou, acredito que pelo fato de eu ter ligado e não ter falado nada.
— Como... — A verdade era que eu estava confuso. — Como você descobriu que gostava de meninos?
Ele pareceu ficar surpreso com a minha pergunta. Para falar a verdade, até eu fiquei depois que perguntei.
— Hm... Quando eu notei que não me importaria em beijar a boca de um.
— Só?
— Não. Isso foi quando eu comecei apenas. — Me ajeitei na cama, encostando as costas na cabeceira, e coloquei a chamada no viva-voz. — Certeza absoluta eu só tive quando realmente beijei um.
— E... O que você sentiu? — Aquilo estava estranho até para mim, mas Taehyung não parecia querer questionar o porquê de eu estar perguntando aquilo; e eu agradecia por isso.
— Eu te contei como foi o meu primeiro beijo. Foi ruim. Quero dizer, eu sabia que tinha que beijar garotas, era isso que todos os garotos devem fazer, certo? É assim que eu aprendi. E assim eu fiz. Mas não gostei. Achei que era apenas por ser a primeira vez. — Mordi a parte inferior da minha boca quando ele fez uma curta pausa. — Eu tentei de novo. E de novo. Até descobrir que o problema não era elas. Era eu. Eu não gostava daquilo. Aí eu tomei coragem para beijar um garoto.
— E como foi?
— Gostoso. Literalmente. Nós nos beijamos demais, eu fiquei excitado pela primeira vez apenas dando uns amassos em alguém, e transamos. Eu perdi minha virgindade no mesmo dia em que beijei um garoto pela primeira vez. E, sério, foi incrível. Jungkook, não tem nem como explicar. Foi libertador. — Fez uma curta pausa antes de continuar. —Você foi a primeira pessoa para quem eu contei isso e eu fiquei tão feliz quando me abraçou. Quando eu disse que estava com medo dos meus pais reagirem mal e você me disse que estava tudo bem, que estava comigo. Foi muito importante para mim, Kookie — eu jurei ter escutado sua voz vacilar. — Depois do meu primeiro beijo gay eu aceitei sentir atração por homens e desisti de tentar me mudar por medo dos meus pais não me aceitarem. Você estava comigo, era o que importava.
— Ah, Tae — soltei quando notei a voz dele embargar. Ele soprou um riso e suspirou.
— Jungkook, é a minha vez de fazer isso. Se você se descobrir gay, pansexual, assexual, demisexual, não-binário, encarnação do diabo ou o caralho a quatro, foda-se. Eu não ligo. Eu te amo. E vou continuar te amando. Independente do que você é.
— Tae, eu... — Apertei o aparelho na mão, pigarreando. — Eu sei. Eu também amo você. Mas... eu só perguntei. Não quer dizer nada. Eu sou hétero.
— Ah, Jungkook, vai se foder. — E ele desligou na minha cara.
Suspirei profundamente e joguei meu celular na cama, cobrindo meus olhos com um dos braços.
Depois daquilo, eu apaguei. E só acordei na manhã seguinte, babando no travesseiro.
Foi meio nojentinho.
Eu dei uma geral na minha humilde residência. O indivíduo interessado viria pela parte da tarde, então eu teria que me dedicar a manhã toda para limpar aquela casa inteira. Mas eu consegui finalizar ela antes do almoço.
Comi qualquer coisa e tomei banho.
Pelo menos a pessoa era pontual.
— Bom tarde, Park–
E eu parei de falar. Por quê? Simples. A porra daquela boca deliciosa estava na porta da minha casa naquele mesmo instante.
Ah, universo... por que queres tanto o meu rabo assim?
— Jimin — completou por mim, sorrindo. — Jungkook? Estou no lugar certo?
— Hã... Sim. Sim, está. Entre. — Tratei de me recompor logo, dando espaço para que passasse. — Ér... Então...
Passei por ele depois que fechei a porta.
— Aqui é a sala. — Apontei para frente. A porta principal ficava de frente para a sala. — A cozinha. — Apontei para o lado esquerdo.
De repente eu estava doido para acabar aquilo logo, então me desenfreei a falar e mostrar tudo o mais rápido possível. Comecei a andar torcendo para que ele estivesse me seguindo porque eu não viraria para verificar isso.
— Banheiro. — Abri a primeira porta do corredor, essa que ficava do lado esquerdo. — Meu quarto. — Abri a segunda, que ficava do lado direito. — Seu quarto, se você for ficar. — Abri a última do corredor, que também ficava do lado direito, e entrei nesse último cômodo.
E só então eu me virei. Ele realmente estava atrás de mim e parecia interessado em olhar as coisas.
— Ér... — Limpei a garganta. — Essa porta dá para um outro banheiro. Uma suíte, tecnicamente. — Abri uma porta ao lado do guarda-roupas velho.
— E aquela porta?
Apontou para a porta que ficava dentro do banheiro ao questionar.
Nós dois estávamos alí dentro. Não que o cômodo fosse pequeno, mas precisávamos ficar mais pertos do que eu queria.
Engoli em seco e abri a outra porta.
— Meu quarto.
Soltou um som surpreso.
— Tipo um banheiro duplo? — supôs.
— Exatamente isso.
Nós ficamos em silêncio. Eu olhava em volta, tentando disfarçar um nervosismo que não deveria estar tomando conta de mim. E ele, bom, ele eu não sabia. Não queria olhar para descobrir.
— Eu me lembro de você.
Ai, senhor da bicicletinha sem freio.
— Lembra, é? — Muito pateta mesmo, por que eu perguntei?
— Lembro — confirmou. — O cara que beija gostoso.
Forcei uma tosse.
— Ér, então... Sobre aquele dia... — Fechei a porta que dava acesso ao meu quarto e saí do banheiro. — Foi um erro.
— Foi?
— Hm... Uhum — murmurei. — Eu sou hétero.
— Entendi.
— É sério — insisti ao não sentir muita firmeza em seu "entendi".
— Tá. — Sorriu, negando com a cabeça. — Ok. Não importa. Eu curti a casa. Eu passo metade do dia fora, então você não vai precisar se preocupar comigo. Eu também não sou muito de fazer bagunça, na real que gosto das coisas organizadas. Então... também não precisa se preocupar com isso caso realmente queira me hospedar aqui.
— Ah, é bom saber. — Forcei um sorriso. — Estou desesperado para me livrar um pouco dessas contas, então, se disser que quer ficar, é sua.
Diz que vai pensar e depois desiste, peço mentalmente.
— Fechado então. — Ah, não! Estendeu a mão e, meio incerto, eu apertei. — Quando posso vim?
— Quando pretende vir?
— Ainda hoje?
Dou de ombros.
— Pode ser.
— Ótimo.
— Ótimo.
Tinha uma tensão que estava me incomodando. Me deixando inquieto. Ele sorriu de lado e apertou mais a minha mão. E aí os olhos estavam nos meus. E aí os meus deixaram os dele em algum momento. Pararam na boca. Naquela boca. É uma bela boca. Gostosa.
Quente. Mordível. Chupável.
Uma boca. Que me fez engolir o oposto de "em seco".
Eu acho que meu corpo quis controlar as coisas do jeito dele. Mas o pior fui eu, que me deixei ser controlado por ele. Pelas vontades dele.
Então eu puxei o cara de cabelo rosa. Ele veio. E eu o beijei.
Caralho, por que ele retribuiu? Era para me empurrar e me estapear na cara para ver se eu acordava, mas não. Ele me beijou de volta!
E lá estava eu: apertando aquela bunda enquanto sentia todo o meu corpo reagir a língua alheia roçando na minha, e ele não media esforços para me puxar pela nuca ou chupar tão deliciosamente meu lábio inferior.
Mil vezes: inferno!
— Tá. Acho que você deveria ir — e, mais uma vez, interrompi aquilo primeiro, me afastando e saindo do quarto.
Ok, confesso: até eu estava confuso comigo mesmo.
Passei as costas de uma das minhas mãos na boca para tirar a camada fina de saliva dali enquanto caminhava com pressa até a porta.
— Ér... Quando você chegar, nós conversamos sobre–
— Sobre o porquê de você ter me beijado logo após de me dizer que é hétero?
Havia sido, com certeza, uma piada. Ele estava zoando com a minha cara. Debochando. Como se eu fosse uma piada.
— Sobre como vamos dividir as contas e sobre as chaves da casa — o corrigi, abrindo a porta. — Ela vai estar aberta quando chegar. Bem-vindo.
— Ah, entendi. — Mordeu o lábio inferior para segurar o riso. Quero dizer, não que... eu tivesse reparado. — O beijo foi de boas-vindas?
— Tchau, Park Jimin.
Ele riu alto e passou pelo limiar.
— Obrigado... Eu acho. — Não sei se ele continuou andando ou se olhou para trás porque eu fechei a porta.
— É, Jungkook, você está fodido — falei comigo mesmo e bati a cabeça propositalmente na madeira escura, ficando com a testa encostada ali por minutos.
🌈ི꙰͝꧖๋໋༉🏳️🌈
E aí, anjos! Como vocês estão?
Se amem. Se cuidam. Se hidratem. Se protejam 💜
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