04
Maya e Rajar 🐴🖤
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— Se você não ficar quieta, vai ser difícil eu terminar! — Maya reclamou pela terceira vez e Sayuri bufou irritada.
A raiva fazia seu sangue ferver nas veias, fazendo com que fosse quase impossível ficar parada.
Devagar, Maya terminava de limpar o corte em sua coxa. Por sorte, não havia sido profundo e não precisaria de pontos, bastava apenas gaze e esparadrapo para fazer um curativo.
— Eu não me conformo com isso! — Sayuri reclamou jogando a cabeça para trás e fechando os olhos.
— Eu também não amiga, mas não podemos fazer nada a não ser aceitar e voltar pra casa.
— Se eu pegar aqueles dois...
— Hei ninja sossega, já foi. Terminei.
Sayuri sentou jogando as pernas pra fora da cama.
— Eu não gosto de falhar, e sinto que dessa vez eu falhei. Falhei com vocês, falhei com a Verônica.
— Amiga para, que isso! Lógico que não, você não falhou, aqueles infelizes apareceram e pegaram a gente de surpresa.
Antes que uma das duas falasse alguma coisa, Brenda entrou no quarto, com uma expressão séria.
— Verônica tá tentando ligar pra você.
— Puta merda! Meu celular tá desligado, eu esqueci completamente. — Maya comentou com voz cansada.
— Ela ligou pra mim. — a ruiva mostrou o aparelho.
Maya suspirou antes de pegar o telefone celular e levá-lo ao ouvido.
— Oi tia.
— Maya o que foi que aconteceu?! Eu fiquei preocupada pela demora e tentei ligar, mas seu celular só dava caixa, então liguei para Brenda e ela disse que vocês foram atacadas!
— Parece que tinha mais alguém interessado no tesouro viking.
— Vocês estão bem?
— Estamos sim, só a Sayuri que foi atacada por um deles e levou um pequeno corte na perna, mas tá tudo bem, eu já cuidei do curativo.
— Gracias a Dios! Eu vou providenciar as passagens de volta agora mesmo, assim que eu conseguir um voo, aviso vocês.
— Ok, estaremos esperando.
— Hasta luego cariño.
— Até logo tia.
Maya encerrou a ligação e encarou as duas amigas.
— Ela já está providenciando as passagens de volta.
— Que ótimo, não vejo a hora de ir logo embora. — Brenda comentou enquanto Maya lhe devolvia o celular. — Vocês acham que tipo assim, tem alguém de olho na gente?
— Por que você acha isso? — Maya indagou sentando em sua própria cama.
— Tudo isso que aconteceu me deixou um pouco apreensiva.
— Eu acho que não. — Sayuri disse levantando com um pouco de dificuldade, sentindo dor na perna. — Foi uma infeliz coincidência.
— Eu concordo. — Maya murmurou sentindo-se um pouco cansada. — Essa exposição sobre a antiga Escandinávia foi bastante divulgada na mídia, nós com certeza não fomos as únicas a ficar de olho nela.
— Emily tá assustada lá no outro quarto, e olha que ela nem foi ao museu. A gente tomou uma surra feia.
— Nem me lembre disso. — Maya gemeu esfregando o couro cabeludo. — Melhor começarmos a treinar pra valer autodefesa.
— Bem pensado. Bom, eu vou tentar dormir um pouco...
— Mas é claro! — Sayuri que até então estava quieta, exclamou, dando um pequeno susto nas outras.
— Que foi garota?! — Brenda perguntou levando a mão ao peito.
— Quando eu fui ao museu mais cedo, pesquisar o local, eu esbarrei em um cara.
— Por que não disse isso antes? — Maya indagou levantando sem deixar de encará-la.
— Porque no momento não foi nada demais. Eu esbarrei nele, notei que era alto, forte e tinha pele morena, tava usando boné e óculos dentro do museu. Ele pediu desculpas e saiu apressado, eu também já estava saindo e fiquei de olho. Quando eu saí, olhei procurando, mas o tal cara tinha sumido no ar.
— Assim tão rápido? — Brenda indagou.
— Pois é, ele deveria estar descendo as escadarias no momento que eu saí.
— Tá, e aonde você quer chegar com isso?
— O que eu quero dizer Maya, é que esse cara que eu esbarrei dentro do museu, é o mesmo que me atacou na van.
— Tem certeza disso?
— Absoluta não, porque eu não vi o rosto do cara que eu esbarrei, mas com certeza tenho quase noventa por cento de certeza de que são a mesma pessoa.
— Você reconhece esse cara se ver ele?
— Acho que sim, por quê?
— Tá pensando em que? — Maya perguntou encarando a ruiva.
— Pode ter sido algo aleatório? Pode, mas e se não for? E se estiverem atrás da gente, observando a gente?
— Brenda sem teorias da conspiração.
— Maya não são teorias da conspiração, é algo a se pensar. Japa fica ligada, se você vir esse cara de novo, ou que seja pelo menos parecido com ele, avisa.
Sayuri fez apenas um sinal de joinha com a mão direita.
— Eu vou tentar descansar, qualquer coisa, me avisem. Bye.
As outras duas ficaram observando em silêncio enquanto ela saía e fechava a porta.
— Acha que ela tá certa? — Sayuri indagou olhando para a amiga.
— Sinceramente? Não. Brenda já tá viajando, não tem ninguém de olho na gente. Eu vou tomar banho, e você mocinha, sossega com essa perna.
Ela observou enquanto a amiga pegava a toalha e ia até o banheiro.
Recostando-se nos travesseiros, Sayuri fechou os olhos e relembrou o que tinha acontecido dentro daquela van. Se encontrasse aquele homem de novo, ela devolveria aquele corte, só que mais profundo e em um lugar bem mais perigoso.
[Museu Britânico, Londres, Inglaterra — 09h40min]
Vários policiais entravam e saiam do museu que estava fechado.
O diretor havia chegado essa manhã para trabalhar e viu a bagunça que estava em sua sala, imediatamente chamou a polícia.
— Por que me arrastou até Londres tão cedo? — Louise perguntou colocando os óculos escuros acima da cabeça enquanto subiam a escadaria do museu.
— Não é mais tão cedo Renard, são quase dez da manhã.
— Não enche Davies, por que estamos aqui?
— O diretor chegou pra trabalhar essa manhã e percebeu que invadiram o museu durante a noite, sua sala tinha alguns objetos revirados. E ele também deu por falta de peças valiosas que não estavam em exibição.
— Roubaram o museu. — Louise concluiu quando eles já se encaminhavam até a sala do diretor.
— Touché.
Eles adentraram a sala que naquele momento era inspecionada por dois peritos ingleses.
— Interpol. — Joshua disse mostrando o distintivo. — Podem nos dar licença por um instante?
— Por favor. — Louise completou sabendo que seu parceiro não era dado a atos de boas maneiras.
Os dois homens saíram e entregaram a dupla dois pares de luva de borracha na cor azul, para que eles não deixassem impressões digitais na cena do crime.
— Acha que foram os nossos homens? — a mulher indagou abaixando-se para examinar os objetos no chão.
— Tenho quase certeza, só não sei se foram homens.
Louise encarou o parceiro, uma interrogação muda no olhar.
— Eu dei uma examinada no vídeo da câmera de segurança enquanto vínhamos pra cá e você dormia. — aquilo soou como uma crítica e Louise rolou os olhos não se importando.
— Adiante Davies. — reclamou levantando.
— As imagens foram adulteradas, não dá pra ver quase nada. Somente um homem que invadiu depois da meia noite, o mais estranho é que ele veio até aqui, nessa sala. — Joshua andava pela sala, tentando imitar os movimentos do homem. — É possível vê-lo em alguns momentos, logo depois some.
— Como assim?
— É isso mesmo que você ouviu, ele aparece e some de repente. E não somente ele, mas também duas moças.
Louise encarou Joshua completamente surpresa enquanto ele tirava o celular do bolso e lhe entregava, na tela estava o vídeo pausado da câmera de segurança do museu em que um homem lutava com duas mulheres.
— São eles? Ou elas?
— É isso que nós vamos descobrir.
— O que foi roubado? — Louise indagou devolvendo o celular.
— Algumas joias e um pequeno baú antigo de origem viking, contendo moedas de prata. Acho que esse baú era o foco principal do roubo. — Joshua explicou indo até a parede onde ficavam pendurado os quadros.
— Ainda tá tudo muito confuso, não entendo como o Bernard quer que a gente construa um caso em cima disso.
— Aí é que você se engana agente Renard, nós temos um vídeo que somente a Interpol tem acesso e agora temos também, um DNA.
Louise se aproximou e Joshua se virou mostrando os fios de cabelo ruivos que tinha encontrado nos ganchos presos na parede.
— Só precisamos descobrir quem é a dona disso aqui.
[Bacalar, Quintana Roo, México — 20h20min]
— Só quero chegar em casa, tomar um banho e descansar. — Brenda comentou recostando-se ao banco e fechando os olhos.
— Eu estava muito preocupada com vocês meninas. — Verônica revelou enquanto se mantinha atenta na estradinha de terra que levava a hacienda.
— Nós estamos bem tia, foi só um susto. — Maya garantiu tentando sorrir para tranquilizá-la.
— E que susto. — Sayuri murmurou consigo mesma, mas todas ouviram.
Verônica havia ido buscá-las no Aeroporto Internacional de Cancún. E assim que as quatro saíram da área de desembarque, fez questão de abraçar cada uma delas. Estava aflita e preocupada com o que havia acontecido.
— Sayuri como está a perna? — perguntou encarando a garota morena pelo espelho retrovisor.
— Tudo bem, tô tomando os remédios no horário certinho.
— Não quer passar no hospital só por precaução?
— Não precisa Verônica, tá tudo bem.
O silêncio reinou dentro do Pick-up durante o restante do percurso, Brenda e Emily cochilaram, e as outras estavam perdidas em seus próprios pensamentos.
— Chegamos. — Verônica anunciou estacionando e as garotas desceram indo pegar a bagagem.
Já estava completamente escuro e o céu estrelado era enfeitado por uma lua crescente.
— Cara, eu só quero um banho, necessito... — Brenda reclamou arrastando a mala ao entrar na casa, sendo seguida por Emily e Sayuri.
— Cariño, tem certeza de que está tudo bem? — Verônica perguntou à sobrinha depois que as outras entraram.
— Tá sim tia, foi só um susto, nenhuma de nós esperava por isso.
— Eu deveria ter imaginado que essa exposição viking, esse tesouro atrairia atenção demais. — Verônica comentou encostando-se ao carro e Maya encostou ao seu lado. — Eu vou explicar ao Diego, ele vai entender.
— É o nosso comprador?
— Sim, e um amigo de longa data, meu e do Esteban.
— A Brenda conseguiu pegar algumas joias lá do acervo subterrâneo do museu, pode ficar com as minhas peças e tentar vender pra pagar o seu amigo.
— Não precisa querida, ele vai compreender, tenho certeza. Fique com as joias, tenho certeza de que são lindas.
— São sim, perfeitas. Nós temos que admitir que a nossa ruiva sabe escolher joias.
— Disso eu não tenho dúvidas. — Verônica concordou divertida enquanto elas caminhavam até a porta de entrada.
— Ela trouxe algumas pra você também.
— Ah que ótimo, alegrou meu dia.
As duas entraram abraçadas e encontraram com Blanca que vinha da cozinha.
— Buenas noches señora Verônica, buenas noches señorita Maya.
— Oi Blanca. — Maya cumprimentou alegre.
— Buenas noches Blanca, achei que já tivesse se recolhido.
— Sí, mas ouvi quando a señora chegou, precisam de algo? Posso esquentar a lasanha que está na geladeira.
— Ai eu quero! — Maya correu até a empregada e a abraçou apertado. — Blanca você é maravilhosa! Eu vou tomar um banho rápido e apressar as meninas, já volto!
A mulher sorriu encabulada e Verônica riu com vontade enquanto a sobrinha subiu a escada levando a bagagem.
— Esquente a lasanha e depois vá descansar Blanca, nós damos conta do resto.
— Sí señora.
Maya saiu do banheiro secando os cabelos e foi até a janela que tinha vista para a piscina e o belíssimo jardim da hacienda. Inspirou com prazer aquele ar, o cheiro misturado das plantas lhe trazendo paz. Gostava demais daquele lugar, era o seu refúgio do mundo lá fora.
Em cima da cama estavam as joias que Brenda havia escolhido para ela, um conjunto de gargantilha e brincos de ouro com esmeraldas. Sem dúvidas, eram peças espetaculares.
Bateram à porta e ela virou-se a tempo de ver Sayuri entrar.
— Atrapalho? — a garota perguntou e ela sorriu negando.
— De jeito nenhum.
— Preciso de ajuda pra trocar o curativo. — Sayuri explicou entrando e fechando a porta.
— Claro, vem cá.
Ela se sentou na cama e Maya se concentrou na tarefa de trocar as gazes.
— Tá mais calma? — perguntou encarando a amiga rapidamente.
— Sim, me sinto bem melhor. — Sayuri respondeu enquanto pegava as joias que estavam em cima da cama. — São lindas.
— São sim.
— Eu gostei muito, já estou até usando uma das minhas. — Sayuri disse esticando o braço e mostrando a delicada pulseira prateada com pequenas safiras incrustadas. Um par de brincos completava o conjunto.
— Prontinho. — Maya anunciou levantando. — O corte está bastante seco e não vai demorar a cicatrizar, continue tomando os remédios no horário certinho.
— Sim senhora, tem o que pra gente comer? Tô morrendo de fome.
— Blanca esquentou uma lasanha.
— Hum, delícia. Meu estômago roncou agora.
— O meu tá roncando faz tempo.
As duas saíram do quarto dando risada.
...
— Eu agradeço muito o presente Brenda, é lindo. — Verônica disse admirando o colar e a pulseira de prata com rubis.
— Fico feliz que tenha gostado. Na minha opinião, é um tipo de compensação pelo que aconteceu.
As meninas ficaram em silêncio.
— Garotas não, não fiquem assim, não é culpa de vocês.
— Acho que parte disso é culpa minha. — Emily lamentou-se. — Talvez se eu tivesse ido também para o museu...
— Lógico que não meu bem, não pense assim. Eu estive pensando desde que falei com Brenda e Maya quando vocês ainda estavam em Londres, e acho que nós cometemos um equívoco em ir atrás desse tesouro viking.
— Por que tia?
— Porque essa exposição sobre a Escandinávia atraiu muita atenção, apareceu em jornais lá na Europa, foi loucura ter ido atrás desse baú. De agora em diante, vamos nos concentrar somente em coisas que não tem dono e não está tão protegida. Assim que vocês se recuperarem do susto, vamos achar algo, e alguém que tenha interesse.
— Por mim, eu estou ótima. Foi só chegar aqui, respirar esse ar e comer a comida da Blanca, tô nova em folha. — Brenda disse levando mais um pedaço da lasanha à boca.
— Tia você falou com o seu amigo?
— Falei sim querida, não se preocupe, eu disse que ele ia entender.
O clima triste logo se dissipou e elas começaram a contar histórias engraçadas e dar muitas gargalhadas.
...
Maya incitou Rajar em um galope veloz deixando Emily para trás.
O vento bagunçou seus cabelos e ela sentia-se livre, indomável. Fechou os olhos e soltou as rédeas abrindo os braços, a sensação era de estar voando baixo.
O sol gostoso de inverno banhava sua pele aquecendo sua alma, nesses pequenos momentos de prazer que a cavalgada lhe proporcionava quase conseguia esquecer o nome daquele que a fez sofrer. A mente esvaziava, lhe dando paz e tranquilidade.
Rajar diminuiu a velocidade e ela abriu os olhos inspirando fundo, contemplando a beleza da Laguna de los 7 colores. Um dos destinos mais procurados por turistas na região.
— Me deixou comendo poeira! — Emily disse ofegante fazendo a égua parar ao lado do garanhão negro.
— Desculpa. — Maya pediu rindo. — Eu precisava disso.
— De boa. Bora dar um mergulho?
— Bora.
As duas amigas conduziram os cavalos em direção a um barranco que dava acesso à lagoa. Aquele ponto era bem tranquilo, longe de olhares curiosos e visitantes indesejados.
Deixaram os animais pastarem à vontade e mergulharam na água doce, cristalina e quentinha. A tonalidade mudava de acordo com a profundidade, a localização dos bancos de areia e a posição do sol. Variando entre azul, verde e turquesa.
Mergulharam até chegar em um banco de areia onde sentaram e aproveitaram o calor gostoso do sol.
— Eu pensei muito desde quando voltamos ontem de Londres. — Emily comentou e Maya virou-se a olhando.
— Sobre?
— Sobre o que aconteceu no museu.
— Amiga, minha tia tem razão e o melhor a fazer agora é esquecer tudo isso e seguir em frente.
— Não consigo deixar de me sentir culpada, talvez se eu estivesse lá...
Sua voz saiu triste e ela abraçou os próprios joelhos.
Maya se aproximou e a abraçou de lado em um gesto de conforto.
— Emily você não teve culpa, pare de ficar se torturando por conta disso.
— Acho que a Brenda tem razão, no final das contas eu só atrapalho vocês.
— Lógico que não, você é a nossa diversão. — Maya brincou conseguindo fazê-la sorrir.
— Eu vou me esforçar e fazer melhor, eu prometo.
Maya apenas sorriu a abraçando mais forte, conversaria com Brenda depois sobre isso.
— Vamos voltar. — disse levantando e estendendo a mão para ajudar Emily a levantar também. — Estou ficando com fome.
— Vamos sim.
...
Blanca havia caprichado no almoço querendo agradar as meninas. Ela não sabia em que elas trabalhavam, mas percebeu que chegaram tristes ontem de viagem, algo tinha dado errado.
— Hum, o cheiro tá uma delícia! — Verônica disse entrando na cozinha e indo conferir as panelas.
— Gracias señora. — a mulher agradeceu sorrindo, adorava que as pessoas elogiassem sua comida.
— Eres nuestro tesoro!
— Ah imagine! — Blanca disse encabulada voltando a mexer o cozido na panela.
— As meninas vão adorar, tenho certeza.
Nesse momento, passos apressados soaram na sala de estar, indo em direção à escada.
— Devem ser Maya e Emily voltando do passeio a cavalo, vou ver se todas já estão prontas.
— Sí, señora.
Verônica pegou uma tortilla e saiu da cozinha apreciando o aperitivo.
Em menos de meia hora, todas desceram para almoçar.
Blanca praticamente preparou todos os pratos da culinária mexicana. Chilli com carne bastante apimentado como Brenda, Verônica e Maya gostavam, burritos recheados com carne, queijo, tomate e frango. Nachos com guacamole, tacos, tortillas, pozole com carne de porco. Para acompanhar, suco natural de maracujá e graviola.
...
Após o almoço, todas foram descansar. Brenda estava em seu quarto organizando seu imenso guarda-roupa quando bateram à porta e ela foi abrir.
— Oi. — sorriu ao ver Maya.
— Tá ocupada?
— Só organizando minhas coisas, entra aí.
Brenda voltou à tarefa de arrumar as peças de roupas e Maya se sentou no divã que ficava aos pés da cama de casal.
— Hoje eu e a Emily fomos dar uma volta a cavalo, a gente foi até a Laguna.
— Ela falou, voltou superanimada.
— Amiga, ela me falou uma coisa que me deixou meio assim, e acho que preciso falar sobre isso com você.
A ruiva parou o que estava fazendo e se aproximou de Maya.
— O que foi?
— Ela tá se sentindo meio culpada por conta do que aconteceu com a gente.
— Mas ela não tem culpa, a gente já disse isso, Verônica também.
— Eu sei, você sabe, a Sayuri sabe, minha tia sabe, mas será que a própria Emily acredita nisso?
Brenda se sentou, querendo entender onde a outra queria chegar.
— Eu falei com ela, tentando fazê-la entender isso. — Maya continuou. — E aí ela disse que talvez você tenha em razão em dizer que ela só atrapalha.
— Ela disse isso? — Brenda perguntou sentindo-se profundamente culpada e Maya assentiu em silêncio. — É lógico que eu não acho isso, tá bom que as vezes ela testa a nossa paciência e passa dos limites, mas não imaginava que ela se sentia assim. Que bosta.
— Pois é. Depois ela disse que vai se esforçar mais e melhorar, e eu tenho certeza de que nós podemos ajudá-la.
— Mas é claro que sim, nós vamos ajudá-la. Muito obrigada amiga por vir falar comigo, me fazer entender que eu pisei na bola.
— Acho que você não pisou na bola, e a própria Emily não se importava com isso. Mas o que aconteceu em Londres, mexeu com todas nós, inclusive com ela que não estava presente.
— Verdade, você tem razão. Mas você me abriu os olhos, as vezes eu falo sem pensar.
— Isso é verdade. — Maya concordou e as duas deram risada. — Amiga pra que tanta roupa? Você não usa nem metade disso.
— Estou me fazendo a mesma pergunta nesse momento.
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Gente eu tenho um grupo de leitoras no Whatsapp, quem quiser entrar é só me chamar
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