"DOIDA, EU ESTAVA COMPLETAMENTE LOUCA! XADEN RIORSON SERIA A MINHA IMINENTE E COMPLETA DESTRUIÇÃO."

— Cadete Visha Aetos.

VISHA AINDA SENTIA o pulso acelerado do treino, os músculos doloridos, mas nada disso importava agora. Xaden estava parado à sua frente, os olhos escuros fixos nela, cada palavra uma maldita provocação, era demais para a sua mente já bagunçada, ela quase conseguia sentir Vortigern rindo dela. Dos dragões, ela tinha que ter sido escolhida pelo mais palhaço de todos?

—— Sua primeira aula de voo é amanhã, se lembre disso, ceifadora. — ele ameaça.

—— Você está cansada, Víbora? — Xaden provoca, um meio sorriso cruzando seu rosto.

Ela solta uma risada baixa, tentando ignorar o dragão em sua cabeça e o homem a sua frente.

—— Só se acha porque venceu uma vez. Quer apostar que da próxima vez, eu é que vou estar em cima de você?

Xaden deu um passo à frente, eliminando o pouco espaço que restava entre eles, e inclinou-se até o rosto dele ficar perigosamente próximo do dela.

—— Se você queria estar montada em cima de mim, Visha, bastava ter pedido.

O coração dela bateu mais forte, e a adrenalina do treino se misturou com algo mais quente e inebriante. Sem saber ao certo como, ela se viu colada ao corpo de Xaden, uma mão firme no peito dele, como se precisasse daquilo para se estabilizar. Mas era ele que a desestabilizava.

—— Se você acha que vou pedir alguma coisa a você, está bem enganado — ela disse, sua voz em um sussurro.

Ele inclinou a cabeça, os lábios roçando o canto da boca dela, apenas o suficiente para provocar.

—— Então por que está com o rosto vermelho, Visha?

Ela segurou o olhar dele, sentindo a raiva e a excitação se misturarem em uma tempestade. Xaden era uma provocação em carne e osso, e cada palavra dele parecia um desafio que ela estava determinada a vencer. Mas, por mais que tentasse controlar a própria respiração e ignorar o calor que o toque dele trazia, sua mão ainda estava firme no peito dele, sentindo o coração de Xaden bater tão forte quanto o dela.

—— Talvez você esteja imaginando coisas — ela retrucou, forçando um sorriso.

Ele soltou uma risada baixa, que reverberou pelo peito dela.

—— Imaginação nunca foi o meu ponto forte. Sei o que estou vendo — ele sussurrou, aproximando-se mais, sua boca roçando a dela, como um convite e uma provocação.

Xaden queria manter o controle, convencer-se de que ela não o afetava. Que isso era apenas um jogo, um duelo de vontades. Mas quando os olhos dele desceram para os lábios de Visha, o  olhar dela que nunca recuava, ele sentiu o desejo crescer como uma chama fora de controle.

—— Me diga para parar — ele murmurou, quase mais para ele mesmo do que para ela.

Ela deveria afastá-lo, colocar um fim naquilo antes que perdesse o controle. Mas tudo que fez foi se inclinar, permitindo que ele a puxasse ainda mais para perto. Os olhos de Xaden percorreram o rosto dela, como se ele estivesse memorizando cada detalhe.

—— Você nunca obedece ninguém, Xaden. Por que obedeceria agora? — ela respondeu, uma faísca de desejo dançando em seus lábios.

As palavras foram a última faísca. Ele cedeu, o autocontrole indo pelos ares, e seus lábios finalmente encontraram os dela. O beijo era uma mistura de raiva e rendição, de tudo que nenhum deles admitiria. As mãos de Xaden deslizaram até a cintura dela, puxando-a mais para perto, enquanto Visha o segurava como se estivesse mergulhando em um abismo e ele fosse a única coisa que a deixava em terra firme.

Era um ato de possessão e desejo, como se ele quisesse provar cada emoção que a mantinha de pé, cada pedaço que ela tentava esconder. Visha se sentiu queimar. Cada toque, cada respiração, seu corpo ardia de desejo.

No segundo seguinte, eles estavam emaranhados no tatame. As mãos de Xaden se moviam pelo corpo dela com uma urgência feroz, e ela retribuía com a mesma intensidade, sem saber onde ele terminava e ela começava. Os dedos dele traçaram o contorno da cintura dela, e um arrepio percorreu sua espinha.

A tensão no ar era palpável. O treino havia terminado, mas o calor não desaparecia. Ela ainda podia sentir a adrenalina pulsando em seu corpo, as batidas rápidas de seu coração, os músculos ainda tensos, esperando por algo. Algo que ela não sabia se queria ou temia.

Xaden está em sua cintura, em sua boca, Xaden está por toda parte, o gosto dele a deixava inebriada como se ela provasse álcool pela primeira vez, seu toque a deixando em chamas, sedenta por mais. Um gemido sai de sua garganta enquanto a boca dele desce até seu pescoço, mordendo e beijando a pele. Arrancando muitos suspiros da Aetos.

[...]

O couro de voo está grudado em seu corpo. Seu cabelo escuro está preso em uma trança apertada. O gosto de Xaden ainda está em sua boca. O rastro de fogo que seus toques deixaram ainda queimava em sua pele.

—— Você está atrasada. — Vortigern ressoa em sua cabeça. —— Bem atrasada.

—— Já estou indo.

Visha calça as botas com rapidez e corre em direção a aula. Ela não deveria ter pulado o café da manhã. Violet a encara assim que a vê, assim como Rhiannon.

—— Você está bem? — Violet pergunta.

—— Dormi demais. — Visha responde.

Rhiannon a encara com um sorriso malicioso nos lábios. Antes que possa responder a amiga, uma sombra cobre a luz do sol e Vortigern aterrisa.

—— Andarna não vem? — ela pergunta a Violet, notando que Tairn já estava ali.

Violet nega com a cabeça.

Kaori está dizendo do centro do campo. Sua mão está levantada, usando magia menor comum para projetar sua voz para que todos possam o ouvir. Deus ajude quando Ridoc descobrir como fazer isso. Visha reprime um sorriso, sabendo que ele encontrará uma maneira de irritar todos os pilotos do quadrante, não apenas seu esquadrão.

—— ... e com apenas noventa e dois pilotos, vocês são a nossa menor classe até hoje.

—— Eu pensei que cento e um estavam dispostos a se unirem. — Visha pensa.

—— Estar disposto não significa que encontraram pilotos dignos. — responde Vortigern.

—— E ainda assim dois de vocês me escolheram? Com quarenta e um desvinculados? Isso é um grande insulto.

—— Você é digna. Pelo menos eu acho que você é, mas aparentemente você não presta atenção na aula.— Ele bufa e uma lufada quente de vapor explode na nuca da Aetos.

—— Há quarenta e um pilotos não vinculados que matariam para estar onde vocês estão. — continua Kaori. —— E seus dragões sabem que seu vínculo está em seu ponto mais fraco agora, então se você cair, se você falhar, há uma boa chance de seu dragão deixar você se achar que o desvinculado será uma escolha melhor.

—— Reconfortante. — ela sussurra.

Vortigern faz um barulho que a lembra uma zombaria.

—— Agora vamos montar, depois seguiremos uma série de manobras específicas que seus
dragões já conhecem. Suas ordens são simples hoje. Fiquem no seus lugares. — Kaori termina.

—— Vamos ceifadora, hoje não montará no dirigente de Asa.

—— Vortigern, pelos deuses. — ela sussurra.

Visha observava as asas imponentes de Vortigern, que se estendiam como uma sombra sobre o campo de treino. Ele era o segundo maior e mais intimidador dos dragões presentes, e Visha sentia o olhar de todos sobre eles. Vortigern bufou, uma cortina de fumaça escapando de suas narinas, enquanto Visha ajustava a postura sobre as escamas rígidas de suas costas.

Vortigern deu um impulso com as asas e se lançou para o céu. O vento golpeou o rosto de Visha, e ela precisou firmar as coxas com mais força, ajustando o corpo para manter o equilíbrio enquanto ele subia cada vez mais alto. O campo e os outros dragões se tornaram manchas abaixo deles, e Vortigern não demonstrava nenhuma intenção de desacelerar.

Com um movimento abrupto, ele mudou de direção, mergulhando em uma curva fechada. O estômago de Visha girou, mas ela não cedeu. Vortigern bateu as asas mais algumas vezes, se estabilizando, e então desacelerou, se mantendo em um voo alto, com a vista do horizonte que parecia infinita.

—— Você ainda está aqui, então. — Vortigern soltou um suspiro, como se ela houvesse passado em algum teste imposto pelo dragão.

—— Não vou a lugar nenhum, então pode parar de me testar, Vortigern — ela respondeu.

—— Estou impressionado, a prateada caiu pelo menos três vezes até agora.

Visha se desequilibra a menção da queda de Violet, Vortigern se ajeita para que ela não caia de suas costas.

—— Ela está bem, não se preocupe, Tairn só esta bravo com a vergonha que está passando.

Por um instante, o silêncio tomou conta da conexão entre eles, mas Vortigern permitiu que uma onda de aceitação e algo semelhante a orgulho passasse pela mente de Visha. Ela sentiu o calor daquele momento, um vislumbre de aprovação que ele estava oferecendo.

ੈ✩‧₊˚ Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar. Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay.