ʿ012 ꜝꜞ 𝑭𝒍𝒂𝒑 𝒐𝒇 𝒘𝒊𝒏𝒈𝒔
"AQUILO ME DEIXOU COM CIÚMES, CIÚMES PARA CARALHO!"
— Cadete Visha Aetos.
COM UM ÚNICO batimento poderoso das asas, Visha e Vortigern subiram, cortando o vento. A paisagem abaixo se tornava uma massa de cores e formas indistintas, e Visha teve que se concentrar para não ser engolida pela vertigem. Ela soltou um grito involuntário de surpresa, e talvez com um pouco de medo, quando Vortigern fez uma curva fechada no ar, mergulhando brevemente antes de subir novamente. Ele estava testando-a, exigindo que ela estivesse à altura, e Visha, mesmo com o coração disparado, aceitou o desafio.
—— Nada mal, ceifadora — ele rosnou em sua mente, e ela sentiu o leve toque de aprovação que a fez sorrir. Ela segurou ainda mais forte, determinada a provar que estava pronta para a altura daquele voo.
Ronan montava um dragão negro. O fato fez seu estômago revirar, o silêncio de Vortigern em sua cabeça confirmou o fato. Por um momento, Visha não soube como processar aquilo. Ela estava voando com a mesma criatura que um dia fora leal a alguém que ela aprendera a temer, a quem aprendera a desprezar por tudo o que ele causara. E, ainda assim, Vortigern a escolhera. Ele permitira que ela o montasse, que compartilhasse seu poder, sua força. O dragão a aceitara, apesar do passado que ambos carregavam.
—— Vortigern, por quê... por que eu? — ela perguntou.
O dragão voava mais calmo agora, planando, e respondeu em um tom quase afetuoso.
—— Porque vi a força nele... e vejo a força em você. Mas você escolhe seu próprio caminho, ceifadora.
Um calor inesperado surgiu em Visha, derretendo a dureza que costumava guardá-la. ela sentiu orgulho — e carinho. Apertou as pernas ao redor das costas de Vortigern, deixando que ele sentisse sua gratidão silenciosa.
—— Obrigada... — murmurou, permitindo-se, pela primeira vez, ver algo mais no legado que seu pai deixara.
O crepúsculo cai e uma série de luzes mágicas que ilumina a multidão nas arquibancadas e no estrado. Bem no centro, logo acima de onde a ruiva do Parapeiro está gravando os nomes dos novos cavaleiros, vestido com todas as suas roupas militares, medalhas e tudo, para que ninguém se esqueça exatamente quem ele é, está o Coronel Aetos, ao lado da mãe de Violet. Ele encara a filha, um brilho assassino se faz presente em seus olhos, pelo visto, Visha não ganharia os parabéns dele.
Melgren, o general comandante de todas as forças navarrianas, tem seus olhos redondos em Vortigern em avaliação aberta. Seu foco se volta para Visha. Não há nada além de cálculo frio naqueles olhos.
O professor Kaori pula da plataforma de quase dois metros e olha boquiaberto para Vortigern, seu olhar varrendo o enorme dragão negro, memorizando cada detalhe.
—— Isso é mesmo... — começa o comandante Panchek, pairando na beira do estrado com mais de uma dúzia de outros oficiais uniformizados de alto escalão, todos boquiabertos.
Outra sombra cobre o estrado, Violet e o outro dragão negro, franqueados pelo dragão Dourado.
—— Ela. — Vortigern corrige em sua mente. —— A douradinha é fêmea.
Os generais ofegam.
—— Isso...
—— Não diga — sussurra a general Sorrengail, com os olhos nos dragões. —— Não até que elas façam.
Violet desmonta e Visha a segue, Vortigern está parado, o outro dragão é alguns centímetros maior que ele.
O cavaleiro à frente de Visha termina, saindo do caminho, e o guarda-redes olha para cima,
olhando de olhos arregalados para Vortigern antes de abaixar seu olhar chocado para o de Visha e acenar para que ela avance.
—— Visha Aetos e Violet Sorrengail. — ela diz enquanto escreve no Livro dos Cavaleiros. —— Bom ver que vocês conseguiram. — Ela oferece um sorriso rápido e trêmulo. —— Para registro, por favor, Visha e Violet, digam-me o nome dos dragões que escolheram vocês.
Ela levanta o queixo.
—— Vortigernlich.
—— Tairneanach.
—— A pronúncia precisa ser melhor. — A voz de Vortigern ressoa em sua cabeça.
Visha revira os olhos.
A mulher sorri, balançando a cabeça enquanto escreve os nomes deles.
—— Eu não posso acreditar que eles se uniram, eles são lendas.
—— Andarnauram — A voz doce e aguda da dourada preenche sua mente. —— Andarna para abreviar.
Visha sente o sangue correr do seu rosto, e as bordas da sua visão balançam quando ela gira olhando para o outro lado do campo onde a dragão dourado – Andarna – agora está entre as patas dianteiras de Vortigern.
—— Com licença?
—— Digam a ela. — a dourada insiste.
—— Vortigern. O que eu devo... — pensa para ele.
—— Diga o nome dela ao responsável pela lista. — ecoa Tairn na cabeça de Visha.
Visha olha para Violet de olhos arregalados, que a encara tão perdida quanto. Visha olha para Vortigern em busca de respostas, o dragão bufa.
—— Diga. — ele diz em sua cabeça.
As duas se viram para a mulher
—— E Andarnaurram. — Elas sussurram ao mesmo tempo. Seus olhos se arregalam.
—— O que? — ela grita.
E todo o inferno se abre.
[...]
—— Absolutamente não! — um general grita alto o suficiente para que todos possam ouvir-lo desde o pequeno posto médico que foi montado no final das arquibancadas para os pilotos. Não é nada além de uma fileira de uma dúzia de mesas e alguns suprimentos transportados para ajudar até chegarmos ao Quadrante dos Curandeiros.
Andarna havia escolhido duas cavaleiras.
Os generais estão gritando uns com os outros há meia hora, tempo suficiente para que um calafrio se instale no ar da noite e para um instrutor que custara o braço de Violet.
Jack está tendo seu ombro examinado a cerca de três metros de distância. Ele se pavoneou da parte de trás de um Rabo de Escorpião Laranja para registrar seu vínculo com a guardiã do rolo, que continuou fazendo seu trabalho independentemente dos generais discutindo no estrado atrás dela.
Jack não para de olhar para Tairn e Vortigern do outro lado do campo.
—— Como é isso? — o professor Kaori pergunta baixinho, apertando as tiras em volta do tornozelo imobilizado de Violet. Há cerca de um milhão de outras perguntas em seus olhos escuros e cortantes, mas ele as guarda para si mesmo.
—— Dói como o inferno.
—— Você vai se concentrar em fortalecer suas amarras e cavalgar nos próximos meses, contanto que não tenha problemas para subir ou descer – sua cabeça se inclina enquanto ele amarra as tiras da tala – o que, depois do que vi, não acho que você vai - esta entorse deve cicatrizar antes de sua próxima rodada de desafios. Duas linhas se aprofundam entre sua testa. —— Ou Vou chamar Nolon...
—— Não. — Violet balança a cabeça. —— Eu vou me curar.
—— Se você tem certeza? — Ele obviamente não tem.
—— Todos os olhos neste vale estão em nós e nossos dragões. Não podemos nos dar ao luxo de parecermos fracas.
Ele franze a testa, mas acena com a cabeça.
—— Você sabe quem saiu do nosso esquadrão? — Visha pergunta, o medo dando um nó na sua garganta.
—— Eu não vi Trina ou Tynan. — Professor Kaori responde lentamente, como se estivesse
tentando suavizar um golpe.
—— Tynan não virá. — Visha sussurra.
—— A alma dele já deve estar no inferno humano uma hora dessas. — Vortigern diz em sua mente e ela escuta o rosnado de Tairn o repreendendo.
Tairn era o irmão mais velho pelo visto.
—— Entendo. — murmura o professor Kaori.
"O que significa essa coisa toda de conseguir escutar Tairn? Violet escuta você?" — Visha pergunta em pensamento a Vortigern.
—— Elos entre irmãos são fortes, quase tão fortes quanto os elos entre consortes, Tairn pode falar com você, como eu posso falar com a prateada do meu irmão. E a pequena, a douradinha, escolheu vocês duas, ela quebrou pelo menos uma dezena de regras ao fazer isso.
"Era a mesma coisa entre Naolin e Ronan?"
"Não faça perguntas das quais não quer saber a resposta, Cavaleira. — É Tairn quem responde.
Violet ainda não percebeu que Tairn e Vortigern nos une também, assim como Andarna.
—— O que diabos você quer dizer com acha que precisa de cirurgia? — Jack berra a
esquerda, tirando Visha da conversa com os dragões.
—— Quero dizer, parece que a arma cortou alguns ligamentos, mas teremos que levá-lo aos
curandeiros para ter certeza. — diz o outro instrutor, sua voz infinitamente paciente enquanto segura a tipóia de Jack.
Visha olha para Jack diretamente naqueles olhos malignos e sorri. Ele correu de volta naquele prado. A raiva mancha suas bochechas na luz mágica.
—— Você! — ele aponta para Violet.
—— Eu o quê?
As sobrancelhas do professor Kaori saltam quando ele olha entre nós.
—— Você? — ele murmura.
—— Eu. — Violet responde, mantendo seu foco em Jack.
Mas o professor Kaori se move entre eles, jogando a palma da mão para Jack.
—— Eu não me aproximaria dela. Delas.
—— Escondido atrás de nossos instrutores e da Aetos agora, Sorrengail? — O punho ileso de Jack se fecha.
—— Eu não me escondi lá fora e não estou me escondendo aqui. — Ela levanta o queixo.
—— Elas não precisam se esconder atrás de mim quando estão ligadas aos dragões mais poderosos do seu ano. — o professora Kaori adverte Jack, cujos olhos se estreitam. —— Sua laranja é uma boa escolha, Barlowe. Baide, certo? Ele teve outros quatro cavaleiros antes de você. Jack assente.
O professor Kaori olha por cima do ombro para a linha de dragões.
—— Por mais agressiva que Baide possa ser, pelo jeito que Tairn e Vortigern estão olhando para você, eles não terão nenhum problema em queimar seus ossos na terra se você der mais um passo em direção as cavaleiras deles.
Jack as encara sem acreditar.
—— Vocês?
Ele balança a cabeça, e o olhar em seus olhos se transforma de choque, inveja e medo quando ele se volta para o professor.
—— Eu não sei o que ela te contou sobre o que aconteceu lá fora...
—— Nada. — O instrutor cruza os braços sobre o peito. —— Existe algo que eu preciso saber?
Jack empalidece, ficando branco como papel sob a luz enquanto outro calouro ferido se aproxima, sangue escorrendo de sua coxa e torso.
—— Todo mundo que precisa saber já sabe. — Visha responde.
—— Acho que terminamos esta noite. — Kaori diz enquanto uma linha de dragões voa, visível apenas por suas silhuetas na escuridão. —— Os pilotos seniores estão de volta. Vocês dois devem voltar para seus dragões
Jack bufa e sai marchando pelo campo.
Visha e Violet olham para os generais ainda reunidos em uma discussão acalorada no estrado. —— Professor Kaori, alguém já uniu dois dragões? — Se alguém sabe, é ele.
—— Ou um dragão se uniu a dois cavaleiros.
Ele se vira para enfrentar a liderança em discussão.
—— Vocês são as primeiras. Não sei por que eles estão brigando sobre isso, no entanto. A decisão não caberá a eles.
—— Não vai? — Rajadas de vento quando dezenas de dragões pousam no lado oposto dos alunos do primeiro ano, fileiras de luzes mágicas penduradas entre eles.
—— Nada sobre quem os dragões escolhem depende dos humanos. — Kaori garante. —— Gostamos apenas de manter a ilusão de que estamos no controle. Algo me diz que eles estavam apenas esperando que os outros voltassem antes de se encontrarem.
—— A liderança? — Violet franze a testa.
Kaori balança a cabeça.
—— Os dragões.
—— Os dragões vão se encontrar? Obrigado por cuidar do meu tornozelo. É melhor eu voltar para lá.
Visha e Violet atravessam lado a lado até Vortigern, Tairn e Andarna, a dourada está parada entre os dois dragões maiores.
—— Vocês três estão causando um tumulto, você sabe. — Visha olha para Andarna, depois para Vortigern, antes de enfrentar o campo como os outros calouros. —— Eles não vão nos deixar fazer isso. Oh merda, e se eles fizerem Andarna escolher?
—— Cabe ao Empyreano decidir. — diz Vortigern, mas há uma ponta de tensão em seu tom. —— Não saia de campo. Isso pode demorar um pouco.
—— O que pode- A pergunta de Violet l morre em sua língua quando o maior dragão que ja viram, ainda maior do que Tairn e Vortigern espreita em direção da abertura para o vale. Cada dragão que passa caminha para o centro do campo e segue atrás, reunindo dezenas enquanto caminha.
—— É aquele...
—— Codagh. — Tairn responde.
Dragão do General Melgren.
Seu olhar dourado focado em Tairn e Vortigen de uma forma que deixa Visha enjoada. Ele rosna, baixo em sua garganta, virando aqueles olhos sinistros para as duas humanas.
Tairn resmunga seu próprio rosnado, dando um passo à frente para que eu fique entre suas enormes garras. Não há dúvida de que as duas humanas eram o assunto de ambos os rosnados descontentes.
—— Sim! Estamos falando de vocês! — Andarna diz enquanto a fila passa e ela se junta.
—— Fiquem perto do Dirigente de asa até voltarmos. — ordena Tairn.
Certamente ele quis dizer líder de esquadrão.
—— Você ouviu o que ele disse. — Visha podia jurar que o tom de Vortigern era quase risonho.
Ou não. Visha olha ao redor e vê Xaden parado do outro lado do campo, seus braços cruzados e
pernas abertas enquanto ele olha para Tairn e depois a Vortigern. Os cavaleiros estão estranhamente silenciosos enquanto os dragões esvaziam o prado, levantando vôo em um fluxo constante perto do fim e pousando no meio do pico mais ao sul em um agrupamento sombrio que mal consigo definir ao luar.
No segundo em que o último dos dragões voa, o caos irrompe. Os calouros lotam o centro do campo, gritando de alegria e procurando por seus amigos.
—— Ri! — Violet grita, localizando Rhiannon na multidão e mancando em seu caminho.
—— Visha, Violet. — Ela as esmaga em um abraço, se afastando.
Ridoc, ergue Visha e a gira, seus pés voando.
—— Olha só, as doidas que montaram nos dragões mais fodas por aí!
—— Ponha ela no chão! — Rhiannon repreende.
—— Oh merda, desculpe. — Ridoc diz.
—— Você está bem? Com quem vocês se uniram?
—— O rabo de Adaga Verde! — Rhiannon sorri—— E foi simplesmente... fácil. — Ela suspira. —— Eu o vi e simplesmente soube.
—— Aotrom. — Ridoc diz com orgulho. ——Rabo de Espada Marrom.
—— Sliseag! — Sawyer joga seus braços em volta dos ombros de Rhiannon e Ridoc. —— Rabo de Espada Vermelho!
Todos comemora e Violet e Visha são arrastadas para o seu abraço em seguida.
—— Trina?— Violet pergunta.
Um por um, eles balançam a cabeça, olhando para os outros em busca de respostas.
—— Quero dizer... há uma possibilidade de que ela esteja apenas desvinculada, certo?
Sawyer balança a cabeça, a tristeza afrouxando seus ombros.
—— Eu a vi cair das costas de um Rabo de espada Laranja.
—— Tynan? — Ridoc pergunta.
—— Vortigern o matou. — Visha diz suavemente. —— Em sua defesa, Tynan já havia me atacado e atacado Violet uma vez.
—— E ele estava tentando...
—— Ele tentou o quê?
Visha é girada pelos ombros e puxada contra um peito. Dain. Os braços dela envolvem suas
costas e seguram rápido enquanto ela respira profundamente.
—— Caramba. Vi. Apenas... droga. Ele a aperta com força, então a empurra para o
comprimento do braço.
—— Mas nós somos tudo o que resta dos primeiros anos do nosso esquadrão.
O olhar de Dain sobe para olhar para os outros, e ele acena com a cabeça.
—— Quatro em nove. Isso é — sua mandíbula marca uma vez —— de se esperar. Os dragões estão realizando uma reunião do Empyreano - sua liderança. Fiquem aqui até eles voltarem.
— ele diz para os outros antes de olhar para Violet. —— Você vem comigo.
Visha sente uma pontada no estômago, seu rosto queima e ela morde a língua. O gosto do ciúmes queimando em sua língua.
—— Vocês duas se uniram a dois dragões e a um mesmo dragão ao mesmo tempo? — Ridoc pergunta. — Caralho isso é....
—— Doido? Pra caralho! — Visha da de ombros.
ੈ✩‧₊˚ Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar. Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay.
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