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"NÃO SEI COMO ME SENTIR, NA VERDADE, NÃO ERA ESSE AETOS EM ESPECÍFICO QUE EU QUERIA QUE ME BEIJASSE APÓS A CEIFA"
— Cadete Violet Sorrengail.
VIOLET CAMINHA PARA SEU lado, depois da conversa entre ela e Dain, ela parece tensa e Visha morde a parte interna da bochecha em ansiedade.
—— Você está bem? — Visha pergunta.
—— Sim. — ela responde e suspira ao seu lado. —— Tairn e Sgaeyl são consortes. — ela conta.
—— A dragão do Xaden? — Violet confirma com a cabeça. —— Vortigern e Tairn são irmãos, eles nos unem, como uniam Naolin e Ronan. — Visha sussurra e Violet a encara.
—— E Andarna escolheu nos duas. — Violet diz.
[...]
—— Diga-me que vai ficar tudo bem. — Visha murmura para Andarna e Vortigern.
—— É assim que deve ser. — Vortigern responde, sua voz rouca e entediada ao mesmo tempo.
Kaori deve estar no céu esta noite com toda a política do dragão vindo à tona. O que eles decidiram?
O general Melgren se move em direção à frente do estrado, seu uniforme pingando de medalhas. Dain está certo de uma forma – o general mais importante do reino é aterrorizante. Ele nunca teve problemas em usar a infantaria como forragem, e sua crueldade quando se trata de supervisionar o interrogatório - e a execução - de prisioneiros é bem conhecida. Seu enorme pesadelo de dragão ocupa todo o espaço ao lado do estrado, e um silêncio cai sobre a multidão quando Melgren coloca as mãos na frente do rosto.
—— Codagh transmitiu que os dragões falaram sobre as garotas Sorrengail e Aetos. — A magia menor permite que sua voz se amplifique magicamente sobre o campo para que todos possam ouvir. —— Embora a tradição nos mostre que há um cavaleiro para cada dragão, nunca houve um caso de dois dragões selecionando o mesmo cavaleiro, ou um dragão escolhendo duas cavaleiras já vinculadas, portanto, não há lei do dragão contra isso. — declara ele. —— Embora nós, cavaleiros, possamos achar que isso não é... justo — seu tom sugere que ele é um deles —— Os dragões fazem suas próprias leis. Ambos Tairn, Andarna escolheram Violet Sorrengail, e Vortigern e Andarna escolheram Visha Aetos, então a escolha deles permanece.
A multidão murmura, os ombros de Visha caem em alívio agudo. Andarna não vai ser forçada a escolher uma delas.
—— Como deveria ser. — Vortigern resmunga. —— Os humanos não têm voz nas leis dos dragões.
A general Sorrengail da um passo à frente e faz o mesmo gesto com as mãos para projetar a voz, mas Visha não consegue se concentrar no que ela está dizendo enquanto encerra a parte formal da cerimônia da Ceifa, prometendo aos cavaleiros não vinculados outra chance no próximo ano. Se eles não conseguirem matar um dos cavaleiros vinculado enquanto os laços estiverem fracos nos próximos meses e tentarem unir aos dragões.
Visha pertencia a Vortigern e Andarna... e, de uma forma realmente fodida... Violet e Xaden.
—— Bem-vindos a uma família que não conhece limites e nem fim. — a mãe de Violet termina, e uma alegria ressoa pelo campo.
—— Cavaleiros, avancem.
Visha olha para a esquerda e para a direita em confusão, mas o mesmo acontece com todos os outros pilotos.
—— Cinco passos ou mais. — diz Vortigern.
—— Dragões, é nossa honra como sempre. — a general grita. —— Agora nós comemoramos!
O calor atinge as costas de Visha e ela resmunga de dor enquanto os cavaleiros de ambos os lados gritam. Suas costas parecem estar pegando fogo, mas todos no campo estão torcendo ruidosamente, alguns deles correndo em sua direção. Outros pilotos são apanhados em abraços.
—— Você vai gostar. — promete Vortigern. —— É único.
A dor diminui para uma dor surda, e ela olha por cima do ombro. Há um preto sólido... algo espreitando do colete.
—— Vou gostar de quê?
—— Visha, Violet. — Dain chega até elas, seu sorriso largo enquanto ele segura o rosto da irmã depois se aproxima de Violet. —— Vocês ficaram com os dois!
—— Acho que sim. — os lábios de Violet se curvam. —— É tudo... surreal, demais para um dia.
—— Onde está o seu... Posso desamarrar isso? Só o topo? — ele pergunta, puxando a gola levantada da parte de trás do colete de Violet. Ela concorda.
—— Desmarre o colete Vi. — ele sussurra para a irmã. —— Puta merda. Vocês tem que verem isso.
—— Diga ao menino para se mexer. —Vortigern ordena.
—— Vortigern diz que você deveria se mandar daí.
Dain sai do caminho. De repente, a visão não é dela. Visha esta olhando para suas próprias costas através... dos olhos de Andarna. Uma parte traseira que tem uma relíquia preta brilhante de um dragão no meio do vôo estendendo-se de ombro a ombro e, no centro, a silhueta de um dourado brilhante.
—— É lindo. — ela sussurra. Visha estava marcada por sua magia como cavaleira agora, como cavaleira deles.
—— São iguais. — Dain sorri.
—— Nós sabemos. — Andarna responde.
Ela pisca e sua visão é dela novamente, e as mãos de Dain amarram o espartilho de Violet rapidamente.
—— Você tem que saber que eu faria qualquer coisa para salvá-las, para mantê-las seguras. — ele deixa escapar, com pânico em seus olhos. —— O que Riorson disse... — Ele balança a cabeça.
—— Eu sei. — Violet responde, balançando a cabeça.
O que Xaden disse? E por que ela estava se sentido uma intrusa no meio deles?
—— Você sempre me quer segura. — Violet começa.
—— Você tem que saber o que eu sinto por você. — Dain responde.
Visha encara Dain. Seu irmão mais velho, que estava tão próximo de Violet que suas palavras eram sussurros. Havia algo de protetor nele, a forma como ele se inclinava em direção a Violet, preocupado, tocando de leve o ombro dela. Visha sentiu o peso de uma emoção que não soube identificar, algo quente e desconfortável em seu peito, algo que ela não queria admitir.
Visha permaneceu ali, sem intenção de ser notada, mas incapaz de desviar o olhar quando Dain, abaixou a cabeça e beijou Violet. cheio de sentimentos, talvez guardados por anos. Visha ficou imóvel, seu estômago revirando, como se algo tivesse acabado de se partir dentro dela.
Violet não o afastou, mas também não retribuiu imediatamente. Ela estava claramente confusa, e Visha não sabia ao certo o que mais doía, o fato de Dain ter beijado Violet ou o fato de Violet não ter parado com aquilo de imediato. Ela queria acreditar que aquilo não significava nada, que era apenas o calor do momento, as emoções à flor da pele depois da Ceifa. Mas a dúvida estava lá, e era corrosiva.
"Por que estou me importando tanto com isso?" Visha pensou, sentindo a raiva subir lentamente por seu corpo.
"Você quer que eu responda?" — Vortigern diz em sua cabeça. Dragão intrometido.
Visha sabia, racionalmente, que Dain sempre se importara com Violet, sempre fora protetor demais, obcecado até. Mas algo sobre aquele beijo parecia errado. Como se fosse uma traição, não apenas com ela, mas com tudo o que Visha começava a sentir por Violet. Algo que ela ainda não queria nomear.
Ela recuou silenciosamente, os passos leves. Ela Não queria enfrentar o que estava sentindo naquele momento, não quando o que sentia era tão confuso. Visha respirou fundo e se afastou do irmão e da Sorrengail, a dor apertando seu peito de uma maneira que ela não sabia que seria possível. Violet ainda deveria estar chateada com o que ela havia feito com Oren, e o melhor agora, era esfriar a cabeça, certamente ela não estava raciocinando direito.
[...]
A imagem de Dain beijando Violet estava gravada em sua mente, pulsando como um ferimento recém aberto. Mesmo depois de horas. Sem pensar, seus pés a levaram até a academia de treinamento. O ambiente deserto àquela hora parecia o lugar perfeito para liberar sua raiva.
Ela respirou fundo ao entrar. Sem hesitar, ela pegou uma das espadas de treino e começou a golpear o boneco de madeira com toda a força que possuía. Cada golpe como uma tentativa de afastar a dor, a traição que sentia por dentro. O metal se chocava com a madeira, os movimentos se tornando cada vez mais violentos, mas nada aliviava a sensação sufocante de ciúmes e inveja.
Ela não deveria se sentir assim em relação ao seu próprio irmão, Visha devia estar feliz, Dain e Violet eram as melhores pessoas de sua vida, as partes mais belas dela, ela deveria ficar grata por eles estarem juntos, felizes e bem.
Foi então que ela ouviu o som de passos atrás dela. Uma presença que ela não precisava ver para reconhecer. Xaden.
—— Está descontando sua frustração no boneco, Víbora? — A voz de Xaden era baixa e provocativa, como sempre.
Visha parou no meio de um golpe, seus dedos apertando o cabo da espada até seus nós dos dedos ficarem brancos. Ela se virou lentamente, o olhar preso ao de Xaden. Víbora?
—— E o que te faz pensar que você pode me chamar assim? — Ela devolveu, sem esconder a irritação em sua voz. O apelido fez algo dentro dela vibrar, algo que ela também não queria admitir. Visha queria esconder muitas coisas, e não estava conseguido realizar tal ato com nenhuma delas.
Xaden deu alguns passos para frente, seu corpo cortando a luz fraca que iluminava o lugar. As tatuagens escuras se destacando sob a pele coberta de suor leve, como se ele próprio tivesse acabado de treinar. Seus olhos brilhavam em provocação.
—— Porque eu vejo você pelo que você realmente é. — Ele disse calmamente, com um sorriso torto que a fez estremecer. —— Víbora. Sempre pronta para atacar quando é ameaçada, mas ainda assim... fascinante.
O calor em seu corpo subiu rapidamente, e não era por causa do treino. Havia algo no jeito como ele a olhava.
—— Você não sabe nada sobre mim. — Visha rosnou, mas sua voz não tinha a força que ela queria. Porque, no fundo, ele estava certo. E aquilo a irritava ainda mais.
Xaden continuou a se aproximar até que a distância entre eles era mínima. Visha podia sentir o calor que emanava do corpo dele, o leve cheiro de suor e ferro. Ela se recusava a se afastar, mesmo quando o olhar dele se cravou nos seus, como se estivesse a desafiando a sair correndo dele.
—— Sei mais do que você pensa, Víbora. — A voz dele era quase um sussurro agora, rouca. Ele inclinou a cabeça, os lábios perigosamente perto do ouvido dela. —— Como, por exemplo, que você está se segurando. Você acha que descarregar tudo aqui vai ajudar? Isso é o que você faz de melhor, não é?
Visha sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, uma mistura de raiva e... outra coisa. Algo que ela não estava disposta a reconhecer. Mas antes que pudesse responder, Xaden a pegou de surpresa, segurando seu pulso e a girando, a pressionando contra a parede de pedra fria da academia. O choque a fez perder o fôlego por um segundo, mas ela rapidamente recuperou sua postura, lutando contra a pressão do corpo dele sobre o seu.
—— O que você quer, Xaden? — Ela ofegou, os olhos queimando de raiva. Seus corpos estavam perigosamente próximos agora, e Visha podia sentir cada parte de Xaden contra ela, firme.
Ela sentiu a conexão com Vortigern, ela não estava realmente em perigo, e com certeza ela queria descobrir onde Xaden estava disposto a ir. Ele sorriu de novo, aquele sorriso que a deixava ao mesmo tempo furiosa e excitada. Xaden inclinou a cabeça para mais perto, seus lábios roçando o pescoço dela enquanto sussurrava.
—— Eu quero que você pare de fingir, Víbora. Quero que me mostre quem você realmente é.
Visha fechou os olhos por um momento, tentando controlar a mistura de emoções que chicoteavam em seu peito. A respiração dela acelerou, o calor do corpo de Xaden quase insuportável enquanto ele se inclinava ainda mais. Os lábios dele roçavam sua pele, tão próximos... Ela manteve os olhos fechados por um segundo, tentando se acalmar, mas a confusão e a fúria dentro dela continuavam a crescer.
—— O que você quer de mim, Xaden? — ela sussurrou. —— Você já tem o controle de tudo, inclusive de mim agora, pelo que parece.
Ele riu baixo, o som reverberando em seu ouvido, e ela estremeceu involuntariamente. O controle estava escorregando por entre seus dedos, e ele sabia disso. Ele estava gostando disso.
—— Não. — ele murmurou, a voz rouca. —— O controle é a última coisa que me importa agora. O que eu quero é que você pare de mentir para si mesma. Porque eu sei o que você realmente sente.
Visha abriu os olhos abruptamente, os músculos do corpo tensos. Ela se afastou o suficiente para encarar Xaden, seus olhos fixos nos dele, furiosos. A última coisa que ela queria era que ele soubesse o que estava se passando em sua mente. Era perigoso demais.
—— E o que você acha que sabe? — ela desafiou, a voz saindo mais afiada do que pretendia.
Xaden apenas sorriu, aquele sorriso lento e calculado que ela tanto odiava, mas que ao mesmo tempo parecia despertar algo dentro dela. Ele inclinou a cabeça de leve, os olhos escurecendo.
—— Você acha que pode esconder o que sente por Violet? — ele murmurou. —— Eu vejo o jeito que você olha para ela, Visha. Eu vejo o quanto você se importa... o quanto isso te consome. E eu sei que você faria qualquer coisa por ela.
O mundo de Visha pareceu desmoronar por um momento. As palavras dele a atingiram com força, cada uma como um golpe, mais duro do que o outro. Ela tentou se recompor, tentou negar, mas a verdade já estava ali, exposta, bem diante dos olhos de Xaden.
Ela abriu a boca para responder, mas as palavras morreram em seus lábios. Não havia como mentir para ele. Não quando ele já sabia. O pior de tudo era que ele tinha razão. Violet era sua fraqueza.
—— Eu não... — ela começou, mas a voz falhou. Ela odiava o fato de que ele conseguia ver através dela tão facilmente.
Xaden não recuou. Pelo contrário, ele se aproximou ainda mais.
—— Você não precisa esconder isso de mim. — ele murmurou, seu olhar perfurando seus ossos. —— Porque, adivinhe só... eu também faria qualquer coisa por ela agora. Se ela morrer eu morro.
Visha sente o peito apertar.
—— O que você quer que eu faça, então? — ela sussurrou, finalmente cedendo e pela primeira vez em sua vida, ela se sentiu completamente exposta.
Xaden inclinou o rosto ainda mais próximo, seus lábios roçando o ouvido de Visha.
—— Quero que pare de lutar contra isso, Víbora. Aceite que nós dois estamos nessa merda..... juntos.
ੈ✩‧₊˚ Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico, eu tento ao máximo revisar, mas sempre escapa um ou outro, caso achem, me avisem para que eu possa arrumar. Não se esqueçam de deixarem suas opiniões sobre o capítulo. Eu amo ler os comentários. Beijos da Thay.
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