capítulo 18
― Você não se dá muito bem com a sua irmã, não é mesmo?
Poderia dizer o motivo. Que tenho quase certeza de que ela gosta dele. Poderia dizer que depois que a minha irmã começou a ser amiga da Sofia, ela está parecendo uma cobra. Que eu não a conheço mais, que nunca pensei que ela fosse tentar me diminuir na frente de outras pessoas. Poderia falar qualquer uma dessas coisas, mas não falo, guardo tudo para mim e respondo:
― Não.
Ele não pergunta mais nada. Andamento um pouco e damos a volta.
― Para onde está me levando?
― Eu percebi que você não gosta muito de lugares cheios, então é melhor aqui.
Percebo que para onde ele me leva é bem mais tranquilo, vejo apenas uns três casais próximos. Tento não pensar em quantas meninas ele já trouxe para cá, é melhor para a minha saúde mental.
Ele se aproxima da beira do lago e vai entrando.
― Você vem?!
Coloco a minha bolsa e o meu tênis no gramado.
Dou um passo para dentro da água e está muito gelada.
― Está bem gelada.
― Só um pouco. ― Ele sorri.
Vamos entrando e quando já está bem fundo ele dá um mergulho e retorna já próximo de uma pedra. Passa a mão pelo cabelo, o colocando para trás. Engulo em seco, porque vamos combinar, ele é muito gostoso.
― Vem!
Tomei coragem e dou um mergulho, aparecendo próximo a ele. Aaron segura na minha cintura, aproximando o corpo do meu.
― Pensei que não entraria.
― Pensou errado.
― Você é uma caixinha de surpresa, Ella.
Seguro no seu pescoço, ele segura com mais força na minha cintura, aproximando o seu corpo de mim.
― Sou?
Ele me dá um beijo no rosto antes de responder:
― Com certeza, é, estou louco para descobrir o que mais você tem guardado.
― Talvez você não goste.
― Duvido.
Ele beija mais uma vez o meu rosto e vai trilhando beijos até parar na minha boca. Sinto os seus lábios macios em contato com os meus, sinto a sua língua pedindo passagem mais uma vez e eu deixo, a sua mão segura as minhas pernas, as levantando.
Entrelaço as pernas na sua cintura. Isso só faz com que o beijo se torne mais desesperado, com o corpo do Aaron tão próximo ao meu. O meu coração se acelera. E mesmo com o frio da água, me sinto quente, como se eu fosse derreter a qualquer momento.
― Ahhh…, Ella. Você está me deixando completamente doido.
Tento não pensar em nossos corpos tão pertos um do outro, sinto algo crescendo encostando na minha bunda, tento ignorar, mas está bem difícil. Engulo em seco, olhando para ele. Passei a mão pelo seu cabelo. Àqueles olhos azuis me encararam e fiquei séria, só olhando para ele.
― Você é muito lindo.
Ele me dá mais um beijo, antes de responder:
― E você é maravilhosa.
A sua voz é tão baixa e sexy que só de o ouvir falando sinto coisas que nunca senti na vida.
Ficamos lá por mais tempo do que achei que ficaríamos.
Já na grama, visto o meu short, mas decidi colocar a blusa mais tarde. Aaron coloca a bermuda preta de antes, mas fica sem blusa, mas sinceramente eu não julgo, porque ele é bonito de qualquer forma, com blusa ou sem.
Estamos andando quando vejo Nic se aproximando e ela para na nossa frente, mas não olha para mim. O seu olhar vai diretamente para Aaron.
― Vai ter uma festa na casa do Léo hoje a noite, você está convidado.
Ela sorri mais do que o normal. Segurei o meu cabelo, apertando para retirar o excesso de água.
― Desculpa, Nic, mas tenho planos com a minha namorada.
Engulo em seco quando ele fala minha namorada. Fiquei olhando para ele e para ela sem saber o que fazer, afinal, pode ter sido só uma desculpa, apenas para não ir a essa festa, não é mesmo? Fico em uma briga com meu inconsciente, mas sem falar nada. A Nic me olha dos pés à cabeça. Me avaliando novamente tentei me controlar para não revirar os olhos para ela.
― Ok. Você é que sabe, mas vai ser uma festa daquelas… Bem, te vejo depois.
Ela saiu pisando duro, e continuamos andando em direção ao carro. Passamos pelo grupinho da minha irmã, mas os ignoramos. Quando chegamos no carro ele vira para mim.
― Que tal irmos almoçar em um restaurante aqui perto.
Ele fala, me observando.
― Claro.
Ele sorri, me dando mais um beijo no rosto.
Colocamos o cinto e ele dá partida no carro. Aproveito para dar uma olhada no meu cabelo. A escova se foi, o deixando cacheado e mais parecendo um ninho de rato. Abrir a minha bolsa à procura de um prendedor.
Quando Aaron vê o que vou fazer, sinto a sua mão na minha coxa. Me viro para ele.
― Não prende.
O olhei, levantando uma sobrancelha.
― Ele vai ficar alto.
Ele sorri.
― O seu cabelo é lindo desse jeito, e eu acho os cabelos cacheados muito mais atraentes do que lisos. ― Ele limpa a garganta antes de prosseguir. ― Eu não quero impor que você o use cacheado, só estou dando a minha opinião, é lógico.
Fico um momento com o prendedor na mão, olho pelo pequeno espelho e vejo que não está assim tão alto, está cacheado, mas até que está bonito.
Não falei nada, apenas guardei o prendedor na bolsa mais uma vez e peguei a minha blusa.
Paramos em um pequeno restaurante. Coloquei a blusa e o Aaron fez a mesma coisa.
Entramos e uma senhora muito simpática nos atendeu.
Almoçamos em silêncio, silêncio demais para falar a verdade. Será que tem algo de errado? Eu fico me fazendo essa pergunta até terminamos.
Já próximo do carro, vou abrir a porta, mas sinto a mão do Aaron no meu ombro, me fazendo parar, me viro para ele.
― Aconteceu alguma coisa?
Ele me observa atentamente antes de falar.
― Eu tenho algo para te dar.
Levantei uma sobrancelha, olhando para ele, surpresa. Ele retira alguma coisa do bolso da frente do seu short e coloca na minha frente, fico olhando um colar de prata com uma pequena pedra verde como pingente. Os meus olhos brilham.
Levanto a mão para poder tocar aquela pedra verde.
― Nossa! Que lindo, Aaron. ― Ele sorri.
― Posso colocar em você?
Ele pergunta.
Balanço a cabeça concordando, levanto os cabelos para facilitar o processo.
Passei a mão na pedra, antes de falar:
― Por que do presente?
Ele sorri.
― Quando eu vi esse colar em Nova York, pensei em você.
― Por quê?
Ele se aproxima, ficando a centímetros do meu rosto.
― Porque o verde dessa pedra é o mesmo verde dos teus olhos. Um verde intenso, único como você.
Engulo em seco.
― Eu pensei que você olhava para qualquer outra coisa, mas não para os meus olhos.
Ele sorri novamente, revelando a covinha que eu tanto gosto.
― Quando você me deu um soco naquela festa, o seu olhar era puro fogo, era praticamente impossível não reparar o quanto eles eram maravilhosos.
Abaixo a cabeça sem graça.
― Obrigada! Eu amei ― digo sincera. Ele segurou no meu rosto, me fazendo levantar e olhar para ele.
― Sei que estamos nos conhecendo agora, mas quero te perguntar uma coisa.
Olhei para ele surpresa com as palavras.
― Pode perguntar.
― Você gostaria de namorar comigo?
O meu coração se acelera com a sua pergunta.
― Me dê um motivo?
O seu olhar fica mais intenso a cada segundo que passa.
― Porque eu nunca gostei tanto de uma garota assim, como eu gosto de você. Você me faz sorrir, e o meu coração se acelera só de saber que vou te ver.
Ele fala e passa a mão pelo meu rosto levemente, as suas palavras me fazem derreter.
― Sim. ― A palavra sai tão fácil e ao mesmo tempo tão difícil. Sei que ele é diferente e sei que vou ter que aprender várias coisas. Mas eu quero isso, quero a emoção, quero o desafio, e principalmente quero Aaron como eu nunca quis alguém.
Ele sorri e me beija.
Já são três da tarde quando ele me leva para casa, pensei que o dia com ele tinha chegado ao fim, mas Aaron me convida para ir ao cinema hoje a noite.
Tomei um banho demorado quando cheguei, depois vou para sala assistir um pouco de televisão quando vejo alguém entrando. Olhei para o corredor e vejo Bella com o namorado. Ela dá um beijo nele e logo sobe. Gabriel se aproxima e se senta ao meu lado no sofá.
― E aí? Vai na festa com Aaron?
Ele perguntou.
― Não. ― Sorriu sem graça.
― Vocês deveriam ir, vai ser ótima. A sua irmã está pegando uma roupa, ela vai se arrumar na casa da Sofia, e de lá nós vamos. Tenho certeza de que se você falasse alguma coisa, Aaron iria. Ele adora essas coisas.
Fico o encarando, ele está falando demais.
― Vou falar com ele ― minto para ver se ele se cala. Ele sorri.
Ouço passos na escada.
― Ok. Nós nos vemos lá, então.
― Claro. ― Sorrir forçadamente.
A minha irmã sai sem nem olhar para mim, como sempre.
Suspirei, voltando a assistir TV.
Às sete eu já estou de banho tomado. Coloco um vestido preto rodado e uma sandália com um pequeno salto. Tentei fazer um penteado amarrando quase todo o cabelo com um laço preto. Estou terminando de passar um batom rosa mais claro quando ouço o som de uma buzina. Me olhei novamente para o espelho. Suspirei, acalmando-me.
― É só um cinema, calma!
Peguei minha bolsa em cima da cama e saí do quarto. Abrir a porta e vou andando em direção ao carro, onde Aaron está me esperando. Quando cheguei perto ele me olha de intensamente, e logo depois dá um sorriso, se aproximando de mim.
― Você está linda!
Fico vermelha.
― Obrigada, você também.
Ele sorri e me dá um beijo.
― Eu não vou te beijar do jeito que eu quero, porque vou acabar com todo o seu batom.
Me perguntei por um momento se quero ir ao cinema ou ficar aqui em casa beijando-o. Sem parar.
Dou um sorriso para ele.
― Pensa pelo lado bom. O filme é só uma hora e meia.
Ele me observa levantando uma sobrancelha, logo em seguida ele sorri.
― Uma hora e meia. Acho que consigo esperar.
Entramos no carro e respirei fundo. É apenas um cinema. Repito para mim. Mas então, por que eu estou tão nervosa?
Depois de uns quinze minutos chegamos, compramos pipoca e refrigerante. Aaron pegou um energético.
Entramos na sala escura do cinema e nos sentamos na última fileira.
Sinto os seus dedos fazendo movimentos em círculos na minha coxa, engulo em seco.
O filme começa, mas só consigo ficar nervosa, e não presto atenção em nada que passa. Só consigo sentir o meu coração se acelerado a cada segundo.
Ele se vira para mim.
― Por que você está tão tensa? ― Aaron fala bem baixinho no meu ouvido. É só uma pergunta, mas então por que eu me arrepiei toda? Engulo em seco antes de responder.
― Eu não estou tensa.
Ele sorri próximo ao meu ouvido. Isso está ficando perigoso demais. Apertei a minha mão em punho, me controlando para não apertar uma perna na outra.
― Não é o que o seu corpo diz.
Tomei coragem e me virei para ele, levantando uma sobrancelha.
― Ok, Aaron, me fala. O que o meu corpo diz?
― Ele está dizendo ― ele balança a cabeça sorrindo ― não... gritando, o quando quer ser tocado por mim.
Engulo em seco, mas me faço de desentendida.
― Não sei o que você está falando.
― Pode ficar tranquila, depois te mostro o que exatamente estou falando.
O filme passa rápido demais, mas sinceramente não presto atenção em quase nada, com ele ao meu lado.
― Você gostaria de ir na festa?
Ele se vira para mim. Estamos chegando próximo de onde ele deixou o carro.
― Festas vêm e vão, mas ficar no cinema com a minha namorada é único, e vamos combinar, não é mesmo, estou adorando o seu nervosismo perto de mim.
O desgraçado sorri. O meu rosto fica todo vermelho.
― Não fico nervosa quando estou com você.
― Não fica? Tem certeza? ― ele pergunta curioso.
― Claro ― Afirmei.
Ele levanta uma sobrancelha, mas abre a porta para que eu entre, logo em seguida ele entra, mas não liga o carro.
Ele se vira para mim.
― Então você não fica nervosa quando está perto de mim?
― Claro que não.
Me considero muito sensata, porque pensei que fosse gagueja, mas nada aconteceu.
― Mesmo se eu te beijar?
― Não.
Ele se aproxima a cada pergunta.
― E se eu tocar o seu pescoço?
― Não.
Ele sorri, a centímetros do meu rosto.
― E se eu fizer exatamente o que eu penso quando estou com você?
— O que você quer fazer comigo? ― perguntei, engolindo em seco.
Sinto a sua respiração no meu rosto, que por sinal está esquentando a cada pergunta.
― O que eu não quero fazer com você ― ele falou, segurando o meu rosto ―, mas digamos que estou muito curioso para saber se seu rosto fica vermelho, enquanto está tendo um orgasmo.
Fudeu tudo. O meu coração se acelerou, fechei a minha mão em punho, tentando me controlar. A minha boca fica tão seca que quase não consigo engolir.
Ele sorri.
― Vai me dizer que ainda não está nervosa?
― Não estou ― minto mais um pouco.
― Vou parar de falar o que estou pensando, é melhor. Daqui a pouco o seu rosto vai ficar ainda mais vermelho. Não é mesmo?
― Mas eu quero que você fale.
Arregalei os meus olhos, não acreditando nas minhas próprias palavras. Ele me observa curioso. Mas sorri.
― Você é uma caixinha de surpresa, sabia?
Não, eu não sabia, estou me revelando a cada segundo que passo com você.
Mas não falo o que estou pensando, apenas segurei o seu rosto.
― Já se passou uma hora e meia ― o lembro da sua promessa. Ele sorri.
― Sim, já se passou e o seu batom continua intacto, precisamos fazer alguma coisa a respeito.
Ele não me dá tempo de nem respirar fundo, sinto os seus lábios nos meus, os esmagando. Ele segura no meu pescoço intensificando o beijo, quero mais, muito mais. Seguro na barra da sua camisa, e ele entende o que eu quero, então me ajuda a retirá-la. Confesso que não consigo acreditar nessa garota passando a mão em cada centímetro do peitoral de Aaron.
Ele segura na minha cintura, me fazendo sentar no seu colo.
Me esfrego nele, o fazendo soltar um gemido entre os beijos, e sinto a sua mão segurando as minhas pernas fortemente.
Segurei no seu pescoço, fazendo com que fiquemos ainda mais grudados. O meu coração se acelera mais e mais. Ele parou o beijo e me olhou. As nossas respirações estão irregulares, mas mesmo assim perguntei:
― Por que você parou?
Ele respira fundo, como se tivesse tomado coragem.
― Se continuarmos, não iremos ficar só em beijos.
Segurei no seu pescoço.
― Talvez eu queria mais do que alguns beijos.
Ele me observa como se não acreditasse no que eu estou falando.
― Se continuarmos, vou apenas afastar a sua calcinha e meter com muita força. É isso que você quer?
Engulo em seco, não conseguindo responder.
Ele sorri.
― Eu sei que você é virgem, eu não vou tirar a sua virgindade em um carro. Você merece mais.
Ficamos nos encarando por um momento. Ele me dá um beijo no alto da cabeça, me fazendo derreter com esse gesto.
Decido mudar de assunto.
― Você quer ficar lá em casa um pouco?
Ele me olha.
― E a sua tia?
― Ela ia sair com uma amiga.
Ele me observa.
― Adoraria.
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