Capítulo 9
— Enrico?!
Ainda em choque, surpresa pela presença dele, e um pouco tensa, é lógico, ele nunca gostou do Maurício.
Afastei-me de Maurício e corri para o lado do meu marido, abracei-o e trocamos um beijo rápido. Lógico que eu adorei a presença dele, nem me importei com as questões de segurança, eu só queria compartilhar os momentos de alegria da minha vida com o meu marido.
Continuamos abraçados, Enrico encarou Maurício de forma nada amistosa, que desconfiei seriamente que ele recordava dele.
Maurício também não escondeu a decepção por nos ver junto, então, para não complicar ainda mais a situação, tomou iniciativa e o cumprimentou:
— Boa noite, Enrico.
Enrico relutou por alguns instantes, permaneceu com o seu olhar fulminante fixo ao dele, mas cumprimentou o Maurício de forma pacífica com um aperto de mão singelo.
— Enrico, esse é o Maurício, você se recorda dele? — perguntei, receosa da resposta.
— Não, mas parece que é ele teve amnésia, e esqueceu que você é uma mulher casada — disparou, tentando manter o controle do tom de voz para não chamar atenção.
— Lamento se fui inconveniente, eu e Alícia somos apenas... — Maurício tentou se explicar um tanto embaraçado, mas Enrico o interrompeu bruscamente se aproximando como um predador em direção a sua presa.
— Vocês não são nada, absolutamente nada. Eu quero você a quilômetros de distância dela, se é que pretende continuar com a sua cara intacta — bradou Enrico.
— Calma, Enrico, por favor — murmurei me posicionando entre eles. — Hoje é um dia de alegrias, o Maurício está aqui para nos ajudar.
— Não se preocupe, Alícia, eu não quero atrapalhar, estou indo embora — disse Maurício.
Quando ele se afastou, encarei o Enrico furiosa antes de ir atrás do Maurício.
— Maurício, espere...
Dei dois passos em direção do Maurício, mas antes virei para Enrico, que estava furioso. Respirei fundo e espalmei as mãos no seu peitoral.
— Por favor, fique aqui. Não posso deixá-lo partir, muitos dos nossos convidados para essa noite estão aqui para vê-lo — esclareci.
— O quê? Você vai atrás daquele babaca?
— Você que deveria ir e se desculpar. O Maurício está nos ajudando com a inauguração e se ele partir, estará arruinando o nosso negócio antes mesmo de começar. Afinal, anunciamos a presença dele.
— Alícia, se for atrás dele eu... — interrompi, esbravejando, até então consegui controlar o tom de voz.
— Vai o quê? — Virei-me para encará-lo. — Vai embora com a Margô outra vez?
O semblante de Enrico mudou repentinamente, de bravo foi para culpado em poucos segundos. Trocamos olhares por alguns segundos, ele calou, nada disse, não sei se isso era culpa ou arrependimento, enfim, achei melhor sair antes de piorar as coisas.
Para minha sorte consegui encontrar o Maurício no vestiário conversando com Mike. O meu amigo tentava dissuadi-lo, mas ele parecia irredutível.
— Mike, por favor, nos dê licença, eu preciso conversar com Maurício.
— Nós não temos segredos, Cenourinha, então, desembucha logo, o que aconteceu? O Maurício chegou aqui todo irritadinho dizendo que ia embora e não quer me contar o que está acontecendo.
— Alícia, não precisa vir se desculpar, você não tem culpa de nada — disse Maurício e colocou as sapatilhas na bolsa.
— Maurício, por favor... — Segurei sua mão o impedindo de fechar a bolsa. — Olhe para mim... eu não quero que vá embora, a sua presença é uma honra para mim, essas pessoas que estão hoje aqui vieram só para assisti-lo. O que importa é a minha opinião e eu quero você aqui.
— Pelo amor das bichas loucas, o que está acontecendo? — perguntou Mike.
— O Enrico está aqui. — Virei-me para Mike para explicar. — Ele nos viu juntos e foi bem grosseiro com o Maurício.
— Não acredito! — exclamou Mike e abriu a porta para sair. — Aquele lenhador de uma figa não vai estragar nossa noite. Desculpe, Lili, mas vou agora mesmo colocá-lo no seu devido lugar.
— Mike, não piore as coisas, deixe que eu mesma farei isso. Agora o nosso problema é outro.
Olhei para Maurício, tentando contornar a situação.
— Eu vou ficar, Alícia, por você, porque você me quer aqui. Eu prometo que darei tudo de mim, farei uma apresentação incrível. — Abracei-o, grata pelo seu sim. — Desculpe, agi com a emoção e falei sem pensar, é que eu não quero trazer problemas para você, Alícia.
— Você não é o problema, Maurício, e sim a solução. Muito obrigada por ficar, eu não esperava menos de você.
— Ótimo, tudo resolvido, então vamos voltar ao trabalho. — Mike me abraçou, e logo saímos do vestiário, para o Maurício terminar de se preparar. — Incêndio apagado com sucesso!
Rimos e nos afastamos, enquanto Mike organizava os bailarinos, saí em busca do Enrico. Procurei primeiro próximo ao palco, onde ele havia ficado, porém, ele já não estava. Percorri com o olhar o salão e não o vi. Fui à frente da companhia, estava bem movimentado, avistei-o encostado em um carro, estava com os braços cruzados contra o peito, sério, com um semblante nada satisfeito.
Aproximei-me com cautela, tentando identificar como estava o seu estado de humor, mas foi em vão. A poucos centímetros, Enrico pegou minha mão, abriu a porta do carro e apontou para que eu entrasse.
— Vem comigo, não temos muito tempo.
— O quê? — perguntei, confusa.
O carro tinha vidros escuros, não era o esportivo que ele costumava dirigir, mas era um luxuoso sedan. Logo ele entrou no carro e saiu com pressa. Ele estava nervoso e dirigia muito atento aos retrovisores, no mais absoluto silêncio, partimos rumo ao desconhecido.
Alguns minutos depois, entramos no estacionamento de um shopping e descemos do carro, Enrico segurou minha mão andando apressado. Entramos em outro veículo e saímos novamente em alta velocidade. Eu estava nervosa, a adrenalina a mil, coração disparado, porém, continuei em silêncio.
Aos poucos nos afastamos da cidade, ele continuava apreensivo e atendo aos retrovisores. Foram alguns quilômetros nessa agonia. Quando ele reduziu a velocidade, sinalizou e entramos em uma propriedade rural. Havia dois seguranças no portão de entrada, acenaram rapidamente para Enrico e seguimos o trajeto.
Apesar de estar um pouco escuro, consegui ver uma pequena casa à frente, na direção da que estávamos seguindo. Assim que nos aproximamos da casa, Enrico estacionou ao lado dela, desceu e abriu a porta do carro para mim. Segurando firme em minha mão, conduziu-me para o interior da casa, a porta estava encostada, entramos e ele mal girou a chave e me puxou para junto dele.
Antes mesmo que eu dissesse algo, Enrico me beijou com loucura, uma das mãos já apalpava o meu corpo, enquanto a outra segurava minha nuca para me manter no beijo. Nossos corpos se pertenciam e se desejavam de forma única, eu reagia com muita facilidade aos seus estímulos, ainda mais agora, grávida, a libido é bem maior. Completamente ofegante, afastei-me por alguns segundos e tentei falar:
— Enrico, calma, nós precisamos conversar.
— Não temos tempo, Alícia — respondeu e continuou a beijar o meu pescoço, desceu pelo meu colo com pressa.
— Enrico, por favor! Eu quero entender o que está acontecendo.
— Tudo bem, Alícia. — Bufou, insatisfeito. — Vamos sentar um pouco.
Enrico ligou as luzes e nos sentamos em um sofá da sala. A casa não era muito grande, parecia mais uma cabana, uma espécie de chalé, muito charmosa e com uma decoração simples e moderna. Ele respirou fundo novamente, desfez os primeiros botões da camisa e se sentou um pouco mais confortável.
— Alícia, a situação ainda é difícil, não sabemos quem quer me matar, muito menos o motivo de tudo isso, eu corro risco de vida e não quero colocar você e a nossa filha em risco também. Eu não deveria estar aqui agora, não deveria ter voltado ainda... — Ele respirou fundo, estendeu a mão esquerda e alisou meu rosto devagar. — Acontece que eu não resisti, não consigo mais ficar longe de você, desde que tive certeza de que as memórias que vinham à minha mente foram momentos nossos e não uma alucinação da minha cabeça, é como se todos os sentimentos que tenho por você voltaram com a mesma intensidade de antes do acidente, como se nada tivesse mudado no meu coração.
Com os olhos cheio de lágrimas, acomodei-me em seu colo e o beijei.
— Achei que só eu sentia a sua falta.
— Não, eu estou praticamente colocando tudo a perder para estar aqui, arriscando a minha vida para te ver, porque não consigo ficar longe...
— É tão grave assim?
— Sim, eu preciso descobrir tudo antes de voltar para a sua vida completamente. Há muito dinheiro envolvido, tentativa de fraudes, eu poderia ser responsabilizado criminalmente por isso, enfim, não quero que se preocupe com esses problemas, eu vou resolver.
Trocamos um novo beijo. Enrico já estava mais calmo, aproveitei para perguntar sobre a lambisgoia.
— E o que a Margô tem com isso?
— Eu não quero envolvê-la nessa lama, é pelo seu bem, por favor, confie em mim. Eu te prometo que não vai durar muito tempo.
— Eu entendo, eu sei que quer nos proteger, mas eu preciso saber o que está acontecendo. Como quer que eu confie em você? Até a minha rival sabe mais que eu.
— Ela não é a sua rival, eu pouco me importo com a vida dela, mas com a sua, sim. Eu não posso permitir que aconteça tudo novamente, não agora. — Ele respirou longamente, deslizou as mãos pelas minhas costas devagar e me encarou novamente. — Desde que te conheci, eu jurei para mim mesmo que nada mais estragaria a minha felicidade, que eu te protegeria com a minha vida se preciso, eu te amo demais e não quero te perder. Você é o arco-íris que surgiu no meu céu nublado, bella mia, a razão da minha alegria, o motivo para que eu acorde todos os dias da minha vida, e queria logo acabar com tudo isso para voltar correndo para os seus braços. — Enrico segurou meu rosto para encará-lo. — Confie em mim, eu vou voltar para vocês.
— Divida comigo o que está acontecendo, talvez eu possa ajudá-lo. Dói muito saber que divide os seus problemas com a Margô, e eu continuo sem saber nada. Eu quero ajudar.
— Eu não divido nada com ela, apenas estou ajudando em alguns assuntos, porque ela tem informações que podem me ajudar acabar com tudo isso.
— Precisamos continuar fingindo que estamos separados?
— Sim — respondeu, entristecido.
— Minha gravidez logo ficará aparente. Se estou sendo vigiada, não acha que ligarão os fatos e descobrirão que você é o pai?
— Sim, por isso aceitei a ajuda da Margô, ela tem informações que ajudarão muito esclarecer os fatos.
— E por que ela está te ajudando se te odeia tanto?
— Você sabe que ela me odiava porque achava que eu tinha culpa pelo acidente de Marta, mas ela felizmente descobriu por conta própria que eu não tive nada com isso. O carro da Marta foi sabotado, mas não por mim; Margô foi tão enganada quanto eu. Tudo foi premeditado. É uma longa história, mas não quero falar disso agora.
— Meu Deus, quanta confusão! Como ela descobriu isso?
— Ela sabe quem são os verdadeiros culpados, eu tenho cada vez mais certeza, porém, ainda não consegui arrancar isso dela, mas vou, porque estou prestes a conseguir algo que ela quer muito. Agora esquece, não quero falar disso, a inauguração da companhia está rolando, preciso te levar de volta, mas antes....
— Espere, tem certeza de quem não posso ajudar em nada?
— Cuide-se, por favor. Todo cuidado é pouco, não podemos ser vistos juntos. Preciso que retome a sua vida como se realmente estivesse divorciada.
— Você não acha que seria interessante eu figurar e apresentar alguém como namorado?
— Talvez, seria uma boa ideia e tiraria o foco de você.
— Talvez o Maurício fosse interessante, eu acho que ele colaboraria.
— Nem fodendo! Eu prefiro te enviar para o Himalaia para um templo budista ou para um convento em um país remoto do que ter aquele urubu pendurado em você — respondeu Enrico, muito bravo.
Não contive a gargalhada, na verdade, eu nem cheguei considerá-lo para isso, só queria vê-lo enciumado. Enrico parece não ter gostado muito, ficou sério enquanto eu ria.
— Você fica lindo enciumado, quer dizer, você é lindo de qualquer modo, mas quando está enciumado fica mais sedutor. — Apertei suas bochechas carinhosamente.
— Isso foi uma provocação, senhora minha esposa?
— Isso mesmo, senhor meu marido.
— Bem, eu não posso deixar passar essa provocação para que não se repita. Darei uma lição na senhora agora mesmo.
— Uau! Adoro ser corrigida, porém, nós temos pouco tempo...
Enrico balançou a cabeça negativamente, deitou-me sobre o sofá e pousou o dedo indicador sobre os meus lábios. Olhou-me com desejo e lambeu os lábios inferior, totalmente provocante, que me arrepiou por completa, senti cada toque dos seus dedos reverberarem no meio das minhas pernas.
— Você precisa de uma punição, eu estou com muita raiva, e acho que você sabe o que faço quando me provoca, não é? — Enrico deslizou a alça do meu vestido e me encarou com um sorriso provocante. — Eu vou te foder duro, bella mia.
Seus lábios vieram de encontro aos meus, havia pressa, urgência e muito desejo. Nem parecia que estávamos a poucos dias sem nos ver, rapidamente suas habilidosas mãos expuseram os meus seios, Enrico se dedicou a eles, com uma certa delicadeza. Suas mãos já exploravam o meio das minhas pernas, ele afastou a calcinha e me penetrou, fez movimentos firmes e circulares em torno do meu clitóris. Eu já estava prestes a gozar, ele abandonou meus seios e desceu até o meio das minhas pernas. Olhou-me uma última vez antes de se enterrar entre elas, sugou-me, mordeu levemente, arrancando-me gemidos alucinados.
— Isso, bella mia, goza para mim — murmurou, e continuou sugando até o último delírio do meu orgasmo.
Foi incrível, gritei seu nome enquanto o prazer me consumia, rapidamente ele se levantou, sentou-se no sofá e me levantou com cuidado, posicionou-me sobre ele, abriu as calças e libertou sua ereção. Mesmo ofegante pelo recente orgasmo, não resisti, saí do seu colo e me curvei para chupá-lo. Enrico segurou em meus cabelos enquanto eu o masturbava com a boca. Lambi, chupei e preste a ter um orgasmo, ele me levantou e me deitou sobre o sofá, penetrou-me com força, gemi alto ao senti-lo completamente dentro de mim.
— Abra os olhos e me encare, quero que veja eu te fodendo...
Abri os olhos, ele tinha um olhar lascivo, selvagem, que eu tão bem gostava. Apoiou uma das mãos no sofá e a outra segurou meu rosto. Trocamos alguns beijos, enquanto ele começou com movimentos lentos, mas que logo se tornaram selvagem e intenso.
A gravidez me deixava muito mais sensível, foram precisos poucos movimentos para que o prazer me dominasse. Olhos nos olhos, corpos colados, ainda com parte das roupas, nós fomos um do outro por alguns minutos, até nossos corpos terem o alento que necessitavam: um novo orgasmo.
Mesmo ofegantes, Enrico se levantou e me colocou no colo, levou-me para um dos quartos da casa, deitou-me sobre a cama e me despiu completamente, depois fez o mesmo.
Deitou-se ao meu lado, achei que descansaríamos um pouco, ledo engano, ele rapidamente se acomodou sobre mim, forçando seu pau levemente ereto entre as minhas pernas. Começou beijando os meus lábios, desceu pelo meu pescoço, colo e seios, provocando-me. Como eu sentia falta do seu corpo sobre o meu! Da sua boca e língua me possuindo.
Ele abriu um pouco mais minhas pernas e se colocou entre elas, alinhou seu pau na minha entrada, roçando de leve, provocando. Arqueei as costas em expectativa para senti-lo dentro de mim outra vez, mas ele não o fez, continuou me torturando, movendo-o para cima e para baixo na minha umidade.
Embora o corpo ainda estivesse cansado, eu o queria novamente. Trocamos beijos apaixonados, entrelacei as pernas em seus quadris, forcei para cima e para baixo, intensificando o contato dos nossos corpos. Louca de tesão, quase implorando para que ele me penetrasse, ele me encarou, com os olhos serenos, disse:
— Senti falta do teu corpo, do teu gosto, do teu suor, dos teus gemidos... — Prendeu entre os dentes o bico de um dos meus seios. — Eu adoro te amar devagar, mas prefiro te foder duro.
— Eu posso confessar algo? — Ele assentiu com a cabeça. — Eu também prefiro.
Um sorriso devasso surgiu nos seus lábios, e como se a minha resposta fosse o que faltava para ele me penetrar, não faltou mais nada, Enrico me penetrou forte, encontramos um ritmo perfeito e mais uma vez o prazer nos consumiu, chegamos juntos ao ápice.
Desabamos ofegantes, lado a lado, Enrico me puxou para seus braços e permanecemos em silêncio, apenas aproveitando o contato da pele um do outro.
— Você estava falando sério a respeito daquele babaca? — perguntou, quebrando o silêncio.
— Do Maurício? Não, eu só queria brincar com você.
— Isso não é brincadeira, nem pense em colocá-lo na sua vida, nem para fingimento.
— Eu sei disso, mas creio que devemos considerar essa possibilidade de eu ter um namorado fictício.
— Isso não me agrada muito, mas talvez seja interessante, eu vou pensar melhor.
— Não sei se fico lisonjeada ou preocupada com os seus ciúmes.
— Eu cuido bem do que é meu e não preciso de ninguém para ajudar.
— Uhum! Sei! — exclamei, sorrindo.
— Precisamos ir, ou perderá a inauguração da sua companhia.
Sentei-me na cama sobressaltada.
— Meu Deus! Eu tinha até esquecido.
Dei um pulo da cama, recolhi as roupas rapidamente e fui ao banheiro me vestir. Depois de uma ducha rápida, vesti minhas roupas íntimas e antes de colocar o vestido, Enrico entrou no banheiro.
— Eu estou louco pra ver essa barriga enorme — falou, observando-me atentamente.
— Eu também.
Passei por ele e o beijei rápido. Terminei de me vestir no quarto, tentei arrumar os cabelos e eliminar os borrados da maquiagem. Deixamos a propriedade e, no trajeto, novamente o Enrico tenso e preocupado estava de volta.
— Quando nós nos veremos de novo? — perguntei.
— Em breve, quero muito poder acompanhar a sua gravidez, eu te prometi isso. — Enrico me olhou e tocou minha barriga.
Paramos no estacionamento do shopping, mas dessa vez havia uma van nos esperando. Era uma espécie de salão de beleza móvel, tinha um maquiador e o meu figurino para a apresentação.
— O que é isso? — perguntei, confusa.
— Você saiu para se aprontar para sua apresentação. — Enrico olhou no relógio de pulso. — Que começará daqui a 15 minutos, chegará a tempo.
Antes de soltar minha mão, Enrico me beijou e me deu um abraço forte.
— Eu preciso ir, boa sorte com a apresentação. Eu te amo, bella mia.
— Eu pensei que... — tentei falar.
— Eu não posso ficar mais do que isso. Até breve! Prometo!
Mais um beijo rápido e Enrico entrou no carro e partiu. Assim que o perdi de vista, virei para o maquiador que me aguardava.
— Entre, querida, preciso arrasar nessa produção.
Com um sorriso um pouco alegre entrei no carro. O maquiador me orientou primeiro a me trocar, assim o fiz, enquanto ele esperou do lado de fora do carro. Quando terminei abri a porta e ele começou o seu trabalho.
Em poucos minutos eu já estava pronta e retornamos para Realengo. A rua da academia estava lotada de veículos dos dois lados. Meu coração palpitou de alegria, fiquei nervosa, e ao mesmo tempo grata por tudo que estava acontecendo.
Entrei na academia, Mike me avistou e correu para me abraçar, não fez cara de espanto, porque na certa já sabia do meu paradeiro. Arrastou-me para os vestiários enquanto conversávamos.
— Você está perfeita! Isaías me disse que tinha ido ao salão se produzir, eu nem acreditei. Sei que não curte muito isso.
— Hoje é uma noite especial. Obrigada, Mike.
— Vamos, seremos os próximos, vou terminar de me aprontar. Onde está o Lenhador?
— Ele já foi, depois falamos melhor. Maurício já se apresentou?
— Sim, é claro, abriu a noite e nós fecharemos. Ele já teve que ir, mas deixou um abraço.
— Como foi a apresentação dele?
— Perfeita, né? Como mais poderia ser?
— Que ótimo, pelo visto ocorreu tudo bem.
— Melhor impossível, Cenourinha. A Driele está maluca com tantas inscrições, já temos horários com fila de espera, você acredita? — falou saltitando e batendo palmas eufórico.
— Que ótimo!
Assim que Mike se aprontou, o cerimonialista anunciou a última apresentação da noite. E foi perfeita, Mike era o meu parceiro de longas datas, já tínhamos bastante entrosamento no palco. O público nos aplaudiu de pés, e a noite foi sucesso total. Inauguramos em grande estilo, foi uma noite memorável e a realização de um grande sonho. Fomos os últimos a deixar a academia, felizes e extasiados.
No dia seguinte, acordei bem cedo, e descemos juntos, eu e Mike. A fila estava enorme em frente à academia. A minha primeira turminha já havia chegado, todas lindamente arrumadinhas, com os uniformes padronizados e cabelos impecavelmente presos. Era a turma da faixa etária dos três aos cinco anos. Fiquei tão emocionada ao vê-las, imediatamente lembrei da minha infância e das minhas primeiras aulas de balé, dadas pela minha mãe.
Mike preparou um café da manhã como recepção de boas-vindas, tomamos café juntas e em seguida começamos a nossa primeira aula. Quando terminei com a primeira turma, o Caio chegou me procurando.
— Lili, chegou esse pacote para você no seu endereço de Copacabana, o porteiro me ligou, e eu passei lá para pegá-lo. — Caio estendeu o pacote na minha direção.
— Para mim? Estranho, eu não estou esperando nada. — Peguei o pacote das mãos do Caio e, antes mesmo de conseguir ler o remetente, o Isaías, que observava tudo em silêncio, levantou repentinamente e gritou:
— Não abra, senhora, não abra!
Isaías tomou o pacote das minhas mãos me assustando.
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