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Capítulo 6

— Maurício, você é um cara incrível, educado, carinhoso e com tantos outros adjetivos, que passaria horas te qualificando... — Peguei suas mãos, olhei dentro dos seus olhos. Eu precisava ser sincera. — Você é bom demais e não merece alguém que não te ame. Eu lamento muito, e não posso aceitar que faça parte da minha vida sabendo dos sentimentos que nutre por mim. Agora, eu sou incapaz de corresponder o que sente por mim.

— Eu entendo, Alícia, e eu juro... que jamais te tocaria sem que tivesse o seu amor... — Maurício baixou a cabeça, acariciou minha mão devagar e quando voltou a me olhar, seus olhos estavam marejados. — Enfim, eu estarei aqui para você e por vocês, basta ligar que eu venho correndo. Prometo que não tocarei mais no assunto, vou dar o tempo que você precisa, mas prometa que vai me ligar se precisar de algo.

— Prometo.

Trocamos um abraço sincero, embora eu soubesse dos sentimentos dele por mim, eu preferia deixar as coisas bem claras, sou incapaz de pensar em outro homem agora. Não com tanto amor pelo Enrico ardendo no meu peito.

Afastei-me dele e fui em direção ao balcão, tentei descontruir o clima estranho e focar no trabalho. Peguei alguns currículos e fichas de inscrições e o olhei.

— Me ajuda com isso? — Mostrei o amontoado de papéis que tinha nos braços. — Precisamos separar os currículos promissores e organizar as turmas.

— Lógico. Estou aqui para isso.

Sentamo-nos no chão de um dos estúdios, descalços, suados e cansados, lógico. Os últimos dias são os mais trabalhosos. Pouco depois o Mike se juntou a nós, passamos um bom tempo separando e organizando a papelada. Quando finalmente concluímos tudo, respirei aliviada, e peguei a pilha de currículos.

— Mike, nós precisamos de uma recepcionista urgente.

— Concordo. Vamos olhar para isso amanhã. Eu prometo — disse Mike.

— Precisamos primeiro organizar a nossa rotina interna, turmas, horários, política, regras, enfim, para instruirmos com clareza nossos funcionários — sugeri.

— Sim, Cenourinha.

— Posso ajudar com a organização das turmas, regras e orientações para os alunos. Sugiro, inclusive, um material impresso, uma espécie de apostila. O que acham? — opinou Maurício.

— Sim, será ótimo, não tinha pensado nesse detalhe antes, o que acha, Mike? — perguntei, quase certa de que ele diria não, porque todas as ideias do Maurício ele recebia com cautela, na verdade, parece mais birra mesmo.

— Boa ideia, Maurício, será ótimo ter uma espécie de um manual de instruções. — Mike se levantou, estendeu-me a mão para fazer o mesmo. — Senhores, já é final de tarde, expediente encerrado, já chega, não é?

— Claro, você quem manda, chefe — brincou Maurício.

Mike saiu em direção à recepção, eu e o Maurício o seguimos. Ele nem mesmo esperou nos aproximarmos, abriu a porta da frente e disse:

— Maurício, tenha um bom fim de tarde e até breve — Mike falou e estendeu a mão para cumprimentá-lo, que foi retribuído de imediato. — Obrigado por hoje.

— Contem comigo.

E sem falar mais nada, com um olhar um pouco desapontado. Acenei brevemente e beijei seu rosto em despedida. Maurício partiu forçando um sorriso gentil.

Fechamos a companhia e subimos juntos, tão logo o Maurício partiu. Levei algumas fichas ainda. Apesar de estar cansada, queria adiantar a separação delas.

Quando entramos, Mike correu para geladeira e nos preparou um sanduíche e um suco de laranja, enquanto eu continuava concentrada olhando as fichas de pré-inscrição. Minutos depois ele retornou com nossos lanches e se sentou ao meu lado.

— Vamos, Cenourinha, coma tudo que eu quero essa princesa tão fofinha quanto a mãe — Mike disse e apertou o meu nariz.

— É impressão minha ou está me chamando de gorda? — perguntei, tentando fazer uma cara de brava.

— Claro que não, você é magérrima e linda, não tem nem barriga ainda. Nem parece que está grávida — Mike mordeu o seu sanduíche e apoiou as pernas sobre a mesa de centro.

— Tá perdoado. — Abocanhei o pão e bebi um gole de suco. Estava muito faminta. — Eu vou fazer um curso de grávida, você quer ir comigo? Mesmo tendo abandonado o posto de pai, acho que seria bom participarmos juntos.

— Mas é lógico, com toda certeza vou te acompanhar.

— Obrigada, Mike.

— É impressão minha ou você deu um chega pra lá no Maurício? — perguntou Mike, lançando-me um olhar nítido de satisfação.

— Não dei um "chega pra lá", na verdade, eu só fui sincera, disse que sou incapaz de sentir algo por ele, mesmo ele sendo incrível, carinhoso e atencioso. Eu não o amo, Mike, meu coração ainda é do Enrico. Mesmo tentando não ter esperanças, no fundo eu ainda espero que a qualquer momento ele possa entrar por essa porta.

Uma lágrima rolou no meu rosto, Mike se curvou e me abraçou. Beijou o topo da minha cabeça.

— Não fique assim, Cenourinha, eu tenho certeza de que ele também sofre muito por estar longe de você.

— Sofre? Como assim sofre por estar longe mim? — Afastei-me para encará-lo. — Você tem falado com ele?

Por um instante pensei que ouviria algo animador do meu amigo, mas minha alegria precipitada rapidamente foi desfeita.

— Não, mas imagino que ele esteja sofrendo também.

— Como? Esqueceu que ele não lembra de mim? — rebati.

— Mesmo assim, deve ser difícil para ele também, ainda mais sabendo que viveram um amor tão lindo, ele deve sofrer também.

— Não sei, mas eu prefiro mudar de assunto. — Sequei as lágrimas, tímidas que rolavam em meu rosto. — Preciso terminar de comer, estou morrendo de fome.

— Vou tomar um banho para esperar o Cacá, ele chega daqui a pouco.

— Tudo bem, Mike, também preciso de um banho, vou depois do lanche.

Depois do lanche lavei nossos copos e fui direto para o meu quarto. Eu estava cansada, tomei um banho bem longo e relaxante. Quando retornei ao quarto, tinha uma pequena caixa sobre a minha cama; o meu coração disparou ao ver junto um lírio branco.

Peguei a caixa com as mãos trêmulas e os olhos cheios de lágrimas. Além do coração partido, a gravidez e as alterações hormonais estavam me deixando muito sensível. Não tinha nenhum bilhete, como o Enrico costumava fazer. Abri a caixa e chorei ainda mais, tinha uma pequena sapatilha de bailarina e um tutu minúsculo de bebê. Mesmo tendo esperanças de que o Enrico pudesse recobrar a memória, eu tentava ocupar a mente para não lembrar muito dele e sofrer menos, porém, era muito difícil esquecê-lo, porque ele estava presente em tudo. Absolutamente tudo me lembrava ele.

Guardei tudo na caixa e me deitei na cama, chorei que solucei. Pouco depois, Mike bateu à porta do quarto e, como se estivesse adivinhando que eu estava me desmanchando em lágrimas, nem me esperou responder ou abrir a porta, entrou correndo.

— Lili, você está bem? Está sentindo algo? — perguntou, nervoso.

— Não, estou bem. Você deixou isso na minha cama? — perguntei, apontando para a caixa.

— Sim, você gostou?

— Até gostei, mas um lírio branco? Por que um lírio branco? — perguntei em prantos.

— Calma, Lili, pensei que gostasse de lírios, sempre via pelo seu apartamento. Quer que eu o jogue fora?

— Não, claro que não. Eu gosto de lírios, mas são as flores preferidas do Enrico, ele me dava presenteava com elas, e quando a vi junto com essa caixa, exatamente como ele costumava fazer, meu coração disparou, pensei que... — Engoli em seco. — Eu pensei que ele tinha deixado aqui. Essas lembranças não são fáceis para mim.

— Poxa, Cenourinha, eu sinto muito, não queria te fazer chorar. — Mike se sentou na minha cama e me puxou para um abraço. — Eu sei o quanto ainda o ama.

Chorei ainda mais sendo acalentada pelo meu amigo. Mike me manteve em seu abraço reconfortante, vez e outra beijava o topo da minha cabeça, mas nada disse, apenas ficou comigo.

— Será que ele está bem? — perguntei, depois de um longo silêncio.

— Podemos conseguir essa informação, quer que eu pergunte ao Isaías?

— Eu queria vê-lo, queria tanto olhar nos olhos dele, abraçar, beijá-lo e contar sobre a nossa princesa.

— Sério? Pensei que quisesse manter segredo.

— Oh! Mike, eu estou tão confusa que já nem sei o que quero. A única certeza que tenho é que meu amor por ele só aumenta a cada dia.

— Cenourinha, tenha calma. Tudo ficará bem, não chore tanto, não faz bem para nossa pequena. — Mike me afastou e me encarou, secou minhas lágrimas com a costa dos dedos. — Eu já sei, vamos jantar pizza, o que acha?

— O que você quiser, só quero ficar um pouco sozinha e obrigada pelo presente.

— Por nada, eu deixo, mas de choro, hein? Eu te aguardo na sala quando para comemos pizza.

— Depois eu vou.

Mike saiu do quarto fechou a porta, deitei-me um pouco mais, e, embora mais calma, chorei novamente. Estava sendo tão difícil passar por tudo isso sozinha. Abracei forte o travesseiro e continuei meu pranto, doloroso e silencioso.

— Enrico, como eu queria você aqui, queria tanto sentir seu cheiro, seus lábios, seu amor que apenas um olhar bastava, substituía qualquer palavra — murmurei em meio às lágrimas que escorriam pelo meu rosto e molhavam o meu travesseiro.

Eu precisava reagir, levantei e lavei o rosto, chorar não me fazia bem, depois fui à sala. Nem me importei com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. O Mike e o Caio conversavam na sacada. Mike me percebeu e foi logo puxando uma cadeira para mim.

— Boa noite, rapazes — cumprimentei.

— Como está, Alícia? — perguntou Caio, com o semblante de preocupação.

— Levando, Caio, estou levando.

— Vou esquentar a sua pizza e já volto. — Mike beijou minha cabeça e saiu em direção à cozinha.

— Alícia, você já decidiu o que pretende fazer com a propriedade de Petrópolis?

— Não, Caio. Você acredita que eu esqueci completamente disso?

— Preciso que resolva, a propriedade tem dois empregados, eu estou pagando os salários conforme sua orientação, mas sugiro que se decida, afinal, é um custo alto manter o lugar.

— Verdade, Caio, eu ainda não pensei direito.

— Eu entendo, estou apenas te orientando, tudo bem? O dinheiro que você me destinou é suficiente para manter os gastos por um tempo. Não se apresse, tome a decisão no seu tempo.

— Aqui está sua pizza e um suco de maracujá para te acalmar, Cenourinha — disse Mike ao retornar.

— Obrigada, Mike. — Peguei minha refeição. — Eu pensarei sobre o assunto, Caio.

— Vocês estão falando de quê? —perguntou Mike e depois se sentou ao lado de Caio.

— Da propriedade de Petrópolis — respondeu Caio.

— O quê? — Mike perguntou eufórico e me encarou. — Você tem uma propriedade em Petrópolis e nunca me contou nada, Cenourinha?

— Tenho, os últimos meses foram tão intensos que nem lembrei. Foi um presente de casamento dos pais do Enrico. É uma linda casa.

— Eu te perdoo, mas exijo um fim de semana lá e com urgência — exigiu Mike, todo animado.

— Claro, vamos combinar, e de preferência antes de inaugurarmos a nossa academia. Depois disso, ficará quase impossível fugirmos para finais de semana de lazer.

— Com toda certeza — completou Caio.

Comi mais uma fatia de pizza e ficamos os três conversando e planejando o nosso futuro. Foi uma boa conversa, lógico, que em alguns momentos com boas risadas. O Mike era sempre divertido, o Caio era mais calado e centrado, os dois tinham personalidades bem diferentes, mas formavam um casal incrível. Eles se entendiam muito bem, era notório que tinham uma relação de muita cumplicidade, respeito e carinho. Essa foi uma das melhores notícias que recebi nos últimos tempos. Meus dois grandes amigos estavam apaixonados e felizes.

***

Eu estava eufórica e muito ansiosa nos últimos dias, faltava apenas uma semana para inauguração da nossa academia. Já estávamos com todo material pronto, funcionários selecionados e até os lindos uniformes que o Mike fez questão de desenhar, tudo impecável. Apesar da tensão e ansiedade, eu estava muito feliz.

Acordei cedo, inclusive, primeiro que o Mike, fiz o café e já estava terminando de pôr a mesa quando ele apareceu.

— Bom dia, Cenourinha, caiu da cama? — Mike se aproximou e me abraçou.

— Não, querido, é que hoje temos um compromisso importantíssimo.

— Compromisso? — perguntou, surpreso e se sentou à mesa.

— Sim, é a primeira aula do nosso curso de gestante. — Servi meu café e me sentei ao seu lado. — Estou tão empolgada.

— Ai, meu Deus, eu tinha esquecido completamente!

— Nem brinque com isso. Você vai, não é?

— Lógico, eu tenho que aprender a cuidar da nossa princesa, não?

Sorri de imediato com a sua resposta, e grata, lógico, por ter o meu amigo tão presente nesse momento tão delicado da minha vida.

— Obrigada, Mike, por estar sempre comigo. — Apertei sua mão.

— Por nada, minha Cenourinha, você é e sempre será mais que uma amiga para mim. Você sabe que te amo, não é?

— Claro que sim, eu também te amo, amigo.

— Agora me diz uma coisa: Por onde anda o Maurício? Ele pouco veio essa semana. Pelo visto o seu chega pra lá foi bem dado.

— Não é nada disso, ele tem compromissos profissionais. Por isso não apareceu, mas sempre manda mensagens perguntando como estão indo as coisas. E ainda fará a apresentação na inauguração, conforme combinamos.

— Ai dele que não faça, já fiz todo material de divulgação informando a presença dele — esbravejou.

— Posso te perguntar uma coisa? Mas quero que seja sincero. Qual o motivo dessa antipatia repentina pelo Maurício?

— Ciúmes, é claro — respondeu sem nem pensar.

— Ciúmes? Desde quando você sente ciúmes de mim? Ou é ciúmes dele? — perguntei, lógico que muito surpresa.

— Claro que de você não é! Agora você carrega a minha pequena bailarina, e eu só quero o seu bem — respondeu e deu a última garfada na sua omelete. — Preciso me trocar.

— Você é uma caixinha de surpresas, Mike.

Mike piscou e sorriu, saindo da sala logo em seguida. Terminei o meu café e fui ao quarto buscar minha bolsa e celular. Tinha uma ligação perdida do Isaías. Antes mesmo que pudesse retornar a chamada, corri para o banheiro com ânsia de vômito. Vomitei todo café da manhã, o enjoo matinal era terrível.

Lavei o rosto, escovei os dentes. Eu estava pálida, resolvi usar um pouquinho de maquiagem. Ouvi passos largos e um empurrão na porta do banheiro, o susto foi tão grande que o coração disparou, olhei em choque para porta.

— Dona Alícia, está tudo bem? — um homem alto vestido informalmente me perguntou.

— Sim, estou. O que está acontecendo? — perguntei, confusa.

— Apenas uma inspeção de segurança, a senhora não atendeu nossas ligações, pensamos que pudesse ter acontecido algo. Desculpe pelos modos, aproveitarei a visita também para levá-la ao seu compromisso, vou aguardá-la na sala.

— Tudo bem, vou só terminar de me vestir — respondi, um pouco mais calma.

Depois de pronta, retornei para sala. Mike conversava com o segurança que invadiu meu quarto. Quando me viram, ficaram em silêncio e saímos os três juntos.

O curso ficava em uma clínica pediátrica no centro do Rio de Janeiro. O trânsito fluía bem, eu e Mike estávamos no banco de trás, conversamos sobre a companhia, e foi bem rápido o trajeto. O segurança estava concentrado, pouco falou conosco, vi ele atendendo uma ligação, informando que já havíamos chegado. Logo estacionou e descemos, combinamos o horário para nos buscar e entramos na clínica.

Chegamos à recepção e fomos direcionados à sala em que faríamos o curso. Já tinha diversas gestantes, acompanhadas dos seus companheiros, todos sentados aguardando pelo início. Mike pegou minha mão, sorriu educadamente para algumas pessoas e nos sentamos nas primeiras filas.

Instantes depois a palestrante entrou, o tema de hoje era os primeiros cuidados com o bebê. Fiz as primeiras anotações, empolgada, ouvindo tudo com bastante atenção. O Mike estava se comportando como um verdadeiro pai, todo atencioso e cuidadoso comigo e atento com os ensinamentos.

Fizemos um pequeno intervalo para um rápido lanche, depois fizemos algumas atividades práticas, foi bem legal. Ao final do curso, fizemos uma pequena dinâmica, todas as grávidas foram vendadas e os companheiros nos conduziram por um pequeno circuito nos segurando pela mão. Era um exercício de confiança. Depois que cada casal realizasse o seu percurso, permaneceria vendada até todos da turma concluíssem. Eu e Mike fomos o segundo casal, fizemos todo percurso sem derrubar nenhum cone, segui as instruções do meu amigo e deu tudo certo.

Ficamos ao final da sala, Mike me envolveu em um abraço, tão forte que até estranhei.

— Ainda falta muito? — perguntei.

Mike não me respondeu, mas continuou estranhamente me abraçando e alisando a minha barriga.

— Mike, não precisa fingir tanto assim, fique ao meu lado — cochichei.

Ele continuou em silêncio, manteve-me em seus braços, tive a impressão de que ele estava mais alto. Entrelaçou uma de suas mãos a minha, alisou e a beijou com carinho várias vezes. Não que eu estivesse incomodada, mas o comportamento dele estava estranho.

Finalmente quando todos concluíram, Mike se afastou por alguns instantes e retirou a minha venda, voltou para o meu lado e cochichou ao meu ouvido:

— Eu mereço um prêmio de melhor ator, não é?

— Quanta modéstia, senhor Mike — ironizei.

Depois do curso, o Mike ligou para o Isaías, que já nos esperava no estacionamento.

— Boa tarde, Isaías — cumprimentei.

— Boa tarde, senhora — cumprimentou Isaías com um sorriso.

— Isaías, nos leve nesse endereço. — Mike mostrou o celular. — Vamos, Cenourinha, almoçar no nosso restaurante vegetariano preferido.

— Vegetariano de novo, Mike? — protestei, fazendo beicinho.

— Não reclame, é para o seu bem — disse Mike e abriu a porta traseira do carro.

O restaurante ficava a poucas quadras de onde estávamos. Depois de muita insistência, Isaías se sentou conosco e almoçamos os três. Mike perguntou sobre o estado de saúde do Enrico, meu coração disparou ao ouvir o nome dele. Não disse nada, apenas ouvi o "Está melhorando" do Isaías e forcei um sorriso alegre.

Tomamos um cafezinho e retornamos para casa. Isaías nos esperou entrar e depois partiu.

— Cenourinha, vamos curtir o nosso último final de semana antes de trabalhar duro para o nosso sucesso, o que acha?

— Sério? E o que faremos? — perguntei, empolgada.

— Não é o que faremos e sim aonde vamos — Mike disse todo animado, piscou e sorriu.

— E para onde seria? — perguntei, não contendo a curiosidade.

— Sur-pre-sa! — exclamou o meu amigo, radiante.

Os olhos de Mike brilharam, o que só me deixou mais curiosa. O que será que ele estava aprontando? Era melhor nem tentar descobrir.

Entramos no carro e seguimos até uma empresa de táxi aéreo. Isaías estacionou na pista de pouso, Mike sorria com tanta empolgação, que eu estava começando a me preocupar pelo que viria pela frente. Saímos do carro e caminhamos em direção ao helicóptero, eu e Isaías. O Mike pegou uma pequena mala no porta-malas, depois se uniu a nós, entregou-me e beijou a minha testa, como se estivesse se despedindo.

— Mike você não vai? — perguntei.

— Vou, mas só depois, vou esperar o Cacá. Vá agora, nós nos encontraremos lá.

— Mas...

— Sem mais nem menos, Cenourinha. — Mike colocou o dedo sobre os meus lábios para me silenciar. — Você vai primeiro e depois nós nos encontramos.

Antes mesmo que eu tentasse rebater, Mike virou as costas e partiu. Isaías pegou a mala e me ajudou entrar no helicóptero. Embora confusa, resolvi ir, talvez um banho longo de banheira pode ser relaxante e me fazer bem.

Alçamos voo, olhei a paisagem, tentei não pensar em nada, apenas relaxar e curtir o momento. Meus pensamentos estavam longe, perdi a noção de quanto tempo sobrevoamos, estava tão absorta apreciando a paisagem que nem mesmo percebi quando nos aproximamos da região serrana do Rio. Já estávamos em Petrópolis, pouco depois avistei a minha casa. Senti um aperto no coração, ainda não era hora de voltar aqui, doía muito lembrar do Enrico.

Pousamos no heliponto, o Isaías me acompanhou até a entrada da casa. Dentro dela havia mais cinco seguranças ao nosso aguardo. Até me assustei com a quantidade de pessoas para garantir a minha segurança. Afastei-me um pouco enquanto Isaías os instruía e logo desapareceram, ouvi-os dizer que fariam uma vistoria na propriedade.

Mal dei dois passos para dentro da casa e uma lágrima rolou pelo meu rosto. Respirei fundo tentando conter as emoções. Dei uma rápida volta pela ampla sala, tudo estava exatamente como eu lembrava. A porta de acesso à piscina, que ficava na lateral da casa, estava entreaberta, as cortinas ainda estavam fechadas. Depois do pequeno tour pela sala, caminhei em direção à piscina, que tinha um lindo jardim, era um ótimo lugar para descansar tomando um pouquinho de sol.

Respirar o ar de Petrópolis me faria bem. Abri as cortinas, e achei que estava tendo uma alucinação. Balancei a cabeça e fechei os olhos, achando que a visão desapareceria, mas não, Enrico sorriu para mim, ele estava ao lado da piscina, encarando-me com aqueles olhos azuis tão lindos e penetrantes, que tinham o poder de me deixar inerte.

Finalmente, depois de alguns minutos em choque, consegui reagir e caminhar em sua direção. Enrico estava quieto, inerte, parecia um pouco preocupado. Não conseguir decifrar o seu semblante com exatidão, muito menos saber se aquele que estava aqui, tão perto de mim, era o homem por quem eu me apaixonei.

Foram poucos segundos até nos aproximarmos, mas que pareceram uma eternidade. Ele um pouco mais magro, com cabelo curto, vestia jeans e camisas cinza-escuro ¾, bem informal e lindo. Continuei em silêncio, presa no seu olhar, que à medida que nos aproximávamos, deram lugar ao desejo e a luxúria, que tanto vi nele. Eu tentei falar, e a voz não saiu.

Enrico percebeu o meu nervosismo e parecia estar sentindo a mesma coisa, entrelaçou as mãos em meus cabelos, aproximou nossos rostos, beijou cada lágrima que rolava na minha face. Meu coração palpitava, as mãos estavam frias e as pernas bambas. Tinha tanto para falar, perguntar, porém, naquele momento eu só queria senti-lo novamente.

Um esboço de sorriso surgiu nos lábios dele, parecia que era o meu Enrico, tive medo de perguntar se ele finalmente lembrava de mim e ouvir algo diferente. Tomada de sentimentos, medo, incerteza, felicidade, nem sabia ao certo o que sentia, com as lágrimas molhando o meu rosto, perguntei soluçando:

— Me diz que você é real.

— Não fala nada — sussurrou Enrico e me beijou com sofreguidão.


Eitaaaaaaaaaaaaaa! Enrico apareceu \o/

Tenho outra notícia, já temos data para lançamento na Amazon, finalmente no dia 09/05, dia das mães, a nossa gravidinha chegará à Amazon S2

Beijos e até breve!

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