Capítulo 11
— Calma, senhora, eu só estou cuidando da sua segurança, eu suspeito que estejamos sendo seguidos, por isso a velocidade.
— Eu estou grávida, pelo amor de Deus, pare esse carro e me deixe descer! — gritei, nervosa.
— Desculpe, eu não posso comprometer a sua segurança, segure-se, eu preciso despistar quem está nos seguindo — disse preocupado, encarando-me pelo retrovisor interno.
Apreensiva estava e assim fiquei. Tentei encontrar uma solução, pensei em saltar do carro, mas a essa velocidade certamente ficaria gravemente ferida e colocaria em risco a vida da minha pequena.
Peguei o meu celular disfarçadamente, enviei uma mensagem para o Isaías, escrevi apenas "Socorro" e enviei a localização pelo aplicativo de mensagens. Olhei pelas janelas, procurei por alguém que estivesse nos perseguindo, porém, não vi nada, não sei se por nervosismo ou realmente não existia perseguição.
Logo em seguida o telefone do tal Nelson voltou a tocar, porém, ele não o atendeu, estava tão preocupado em despistar os supostos perseguidores que não deu atenção. Eu fechei os olhos e comecei orar, respirei longamente tentando me acalmar e tirar as ideias ruins que passavam na minha mente. Ele reduziu a velocidade e sinalizou para entrar em um estacionamento privado, fiquei atenta para sair correndo do carro quando fosse seguro. Ele manobrou o carro para estacionar, e eu não pensei duas vezes, abri a porta do carro e saí correndo, antes dele concluir a manobra. Corri em direção ao elevador, ainda o ouvi gritando algo, mas não conseguir entender, porque eu só pensava em encontrar um local seguro.
Corri desesperada e, ao vê-lo me perseguindo, acelerei o passo; antes de chegar ao elevador esbarrei com Isaías, que empunhava uma pistola com silenciador.
— E-le... ele está ali. — Apontei a direção do Nelson, que logo nos acompanhou.
Eu estava tão nervosa que não consegui entender o que Isaías dizia, minha vista escureceu e eu desmaiei.
Ouvi vozes e minha cabeça ainda girava, não consegui abrir os olhos de imediato, meu instinto falou mais alto, fiquei paralisada tentando recordar o que aconteceu. Estava deitada e uma mão segurava firmemente a minha. Reconheci primeiro a voz da minha médica, Dr.ª Célia, então abri os olhos devagar, eu estava deitada em uma maca hospitalar.
— Alícia, como se sente? — perguntou a médica.
Sentei-me na maca, o ambiente era cercado de luzes, estávamos no seu consultório médico, olhei para quem segurava a minha mão e era o Enrico. Trocamos um sorriso rápido, olhei do outro lado da sala e a minha sogra, Giordanna, acenou alegremente.
Confusa, ainda pelo que aconteceu, cheguei até me questionar se estava mesmo acontecendo tudo isso. Fiquei alguns segundos em silêncio, processando tudo.
— Estou bem, eu acho — disse, pressionando firme a mão de Enrico, para ter certeza de que ele realmente estava aqui.
— Ótimo, vamos começar a nossa consulta de rotina e depois vamos para sala ao lado fazermos a ultrassonografia. Deve ter estranhado o consultório, não é?
— Sim, claro — respondi, confusa.
— Atendo aqui nesse hospital também, o seu marido pediu que te atendesse em um local diferente, então, estamos aqui. Sentem-se, por favor. — Célia apontou para as poltronas que ficavam em frente à sua mesa.
Enrico me ajudou a descer da maca e me abraçou forte, não correspondi como deveria o abraço, eu ainda estava muito surpresa com tudo. E um pouco chateada com tudo, eu passei um medo tremendo, achei que estava sendo sequestrada ou que seria morta.
Minha sogra se aproximou de nós, sentou-se nas poltronas que ficavam na lateral da sala. Eu e Enrico ficamos lado a lado e de mãos dadas. Ele entregou os exames a minha médica, que analisava em silêncio.
— Bem, Alícia, nossas consultas serão a partir de agora aqui nesse hospital, aqui também deverá ocorrer o seu parto, por isso já transferi o seu prontuário para cá. Eu sou integrante da equipe de obstetrícia daqui, e temos a estrutura necessária para acompanhá-la durante o seu parto. — Ela voltou sua atenção aos meus exames, fez algumas anotações, enquanto eu e o meu marido trocávamos olhares apaixonados. Logo ela voltou a sua atenção a nós e recomeçou: — Os seus exames médicos estão ótimos, agora preciso examiná-la, ali tem um banheiro e camisolas, troque-se, por favor. — Ela apontou para o banheiro.
Levantei para ir até o banheiro e Enrico me acompanhou, ignorei que ele me seguia, entrei e, como imaginava, ele fez o mesmo e fechou a porta.
— Não preciso de ajuda, posso fazer isso sozinha — disse, tentando evitar de ficar a sós com ele aqui.
— Está irritada? — perguntou, franzindo a testa, encarando-me com um olhar de preocupação.
— É lógico! Você quase me matou de susto sem necessidade. Aquele motorista é um louco! Eu desmaiei de tão nervosa, sabia? — bradei, enfurecida.
— Desculpe, isso não vai mais acontecer, eu prometo. É que todo cuidado com a sua segurança ainda é pouco.
Tirei os sapatos, depois comecei a desabotoar o meu vestido, enquanto ele me devora com os olhos e tentava se justificar. Até tentei manter a cara de brava, mas bastava ele me olhar com desejo que tudo ia por água baixo.
— Não esqueça que estou grávida, um susto desses pode ser muito prejudicial para nossa filha, isso porque não quero mencionar consequências piores.
Virei de costas para Enrico, e prestes a retirar completamente o vestido, ele pousou as mãos em meus ombros, roçou seu corpo ao meu. Senti um frio na barriga de excitação, meu corpo reagia ao dele com muita facilidade.
— Eu sei bem como me desculpar por isso — murmurou ao meu ouvido.
— Eu estou de saco cheio de toda essa história de segurança... — Perdi a linha de raciocínio quando as suas mãos deslizaram pelos meus seios. — Enrico... por favor, deixe-me deixe trocar de roupas.
Eu nem sei se era isso que eu queria mesmo, porque ele continuou com suas mãos firmes apalpando meus seios, eu quase que gemi quando ele pressionou o bico de um deles. Percebendo o quanto estava entregue, ele me girou bruscamente, levantou meus braços e me imobilizou na parede atrás de nós. Beijou-me com loucura em seguida desceu por meu pescoço, colo e seios, eu até tentei protestar, mas eu precisava daquele contato, queria senti-lo todo dentro de mim.
— Eu preciso de você, bella mia — murmurou ao meu ouvido entre um beijo e outro no meu pescoço.
— Aqui não é...
Não consegui concluir porque suas mãos invadiram a minha calcinha e me penetraram com ferocidade. Cerrei os dentes para não gemer alto. E sem cerimônia, Enrico me suspendeu, entrelacei as pernas em seu quadril, ele abriu as calças e me penetrou. A princípio, ficamos alguns segundos parados, apenas sentindo o contato dos nossos corpos, porém, o nosso desejo era urgente, com movimentos fortes e viris, encontramos um ritmo perfeito, movi-me junto com ele. Enrico espalmou uma das mãos na parece para nos segurar melhor, enquanto me fodia com desespero. Era loucura, eu sei, mas não consegui parar. Em poucos movimentos nossos corpos conseguiram o que buscavam, um orgasmo, repleto de saudade e risos, sim, quando a adrenalina passou, ri feito boba.
— Eu gosto do seu riso, mas não depois que te faço gozar — disse Enrico, ainda arfante.
— Eu estou imaginando como faremos quando eu estiver com a barriga enorme.
— Não se preocupe com isso, encontraremos posições adequadas. — Enrico me desceu do seu colo, ajudou-me e colocar a camisola e depois organizou as próprias roupas. — Sem sexo é que não ficaremos.
— Assim espero.
Mal terminamos de nos recompor e ouvimos batidas na porta do banheiro.
— Alícia, tudo certo com a camisola? — perguntou minha médica.
Enrico caminhou até a porta e a abriu.
— Sim, já estamos prontos — disse, com a cara mais cínica do mundo.
Retornamos ao consultório, a batinha era comportada, como uma espécie de vestido com abertura na frente para facilitar o momento do exame. Deitei-me na maca e a minha médica me examinou. Enrico ficou ao meu lado, ajudou-me a levantar, todo amoroso e atencioso. Antes de me sentar novamente, dei um abraço na minha sogra, que tocou minha barriga e disse algumas palavras em italiano, com os olhos cheios de lágrimas.
A consulta foi rápida, a ansiedade da minha sogra e marido era para acompanhar o exame de ultrassom. Depois que me examinou e avaliou os meus exames, deu mais algumas orientações e finalmente, fomos para sala lateral, que era interligada ao consultório, fazer o exame.
A nossa Cecília estava ótima, Enrico e minha sogra ficaram emocionados ao vê-la pelo monitor do equipamento e ouvir o coraçãozinho dela bater. Minha sogra fez questão de filmar para mostrar ao meu sogro. Enquanto a médica fazia o exame, acompanhei em silêncio, emocionada por ver o quanto eles estavam felizes com a minha gestação.
Saímos juntos do consultório, Isaías nos aguardava no estacionamento, entramos no carro e seguimos para o hotel que Enrico estava hospedado com a minha sogra, era em um dos hotéis da MHR, ficava no Leblon. Conversamos durante todo o trajeto, minha sogra fez questão de dizer o quanto estava feliz, segurou meu braço o tempo inteiro. Seguimos os três para suíte presidencial que ficava no último andar, quando entramos, Isaías fez uma vistoria antes e depois saiu acenando positivamente.
Minha sogra me abraçou com ternura, alisou minha barriga com emoção e a beijou.
— Figlia mia, eu estou tão feliz pela nossa Cecília, quando Lorenzo me contou, eu disse que precisava vir pessoalmente te ver — falou Giordanna.
— Eu também estou feliz por revê-la, mamma.
— Eu acho que te assustamos um pouco, por favor, me perdoe. As coisas não estão fáceis, eu sei, figlia. Isaías não achou uma boa ideia que eu viesse ao Brasil, mas consegui convencê-lo do contrário. Eu precisava tocar na sua barriga e abençoar essa gestação.
— Então foi uma ideia sua? — Olhei para Enrico, que acenou negativamente. — Eu pensei que o Enrico tinha planejado tudo.
— Foi ele mesmo, quando soube que viria para te acompanhar em uma consulta de pré-natal, eu disse que viria com ou sem a ajuda deles — declarou e olhou para Enrico.
— Que ótimo, estou feliz por que veio. — Trocamos um novo abraço.
— Eu queria muito que você viesse conosco, gostaria de levá-la para Milão, ou quem sabe para nossa casa em Nápoles.
— Mamma, já falamos sobre isso, sabe que não é seguro para elas estar na Itália agora. — Enrico se juntou a nós e colocou o braço sobre o meu ombro. — Aqui pelo menos ela está vivendo como se estivesse retomando a sua vida.
— Eu sei, figlio, é que eu gostaria de poder falar com você com mais frequência, Alícia. Eu gostaria de participar um pouco mais dessa gestação.
— Daremos um jeito — falou Enrico.
— Sim, porque agora eu quero estar mais perto da minha nora e neta.
Trocamos um novo abraço, eu me sentia muito querida pela família de Enrico, estava muito feliz que todos da família dele agora sabiam da minha gravidez. Mal nos distanciamos e Enrico enlaçou minha cintura com propriedade, beijou minha cabeça com carinho e nem esperou minha sogra dizer algo mais, já foi logo se antecipando.
— Mamma, eu preciso conversar com a Alícia, temos alguns assuntos para resolver, se você não se importa.
— Ah, é claro, eu vou sair para comprar um presente para minha neta. — Ela recolheu a bolsa da poltrona da sala de estar e caminhou em direção à porta. — Eu volto mais tarde. Até logo!
Enrico a levou até a porta enquanto eu fiquei plantada no meio da sala para morrer de vergonha. Acenei e forcei um sorriso de despedida.
— Até logo. Leve o Isaías — ordenou Enrico.
— Até logo, levarei.
Quando ele trancou a porta, virou e veio apressado na minha direção, desfez o primeiro botão da camisa e enlaçou minha cintura com um de seus braços fortes.
— Você é louco ou quer me matar de vergonha? — disse, rindo da situação.
— Você acha que elas não ouviram os seus gemidos enquanto eu te fodia no banheiro do consultório?
— Não!? Será? — perguntei.
— Devem ter escutado, sim, mas o que importa? Você é a minha esposa e todo mundo sabe o que um casal faz quando estão a sós, e... — Enrico desabotoou o meu vestido, empurrou as mangas expondo meus ombros e os beijou. — Nós dois estamos há algum tempo sem se ver, então, é compreensivo.
— Realmente, é compreensivo. E agora que estamos completamente sozinhos sem ninguém para nos interromper ou ouvir, o que podemos fazer? — disse, provocante, deslizando a língua pelos lábios enquanto ele me devorava com os olhos.
— Vou te foder de todas as maneiras possíveis enquanto essa barriga não cresce.
— Uau! Isso sim é compreensivo.
Um beijo marcou o início de mais um dia maravilhoso ao lado do meu marido, como há muito tempo não tínhamos, somente eu e ele.
Passamos o dia inteiro na suíte do hotel, a minha sogra entendeu bem o recado e não retornou antes do jantar. Almoçamos na suíte mesmo, fazia tempo que não conseguíamos ficar tanto tempo juntos, então, aproveitamos cada segundo. Entre massagens, conversas, boas risadas, carinhos, planos e muito amor, passamos o resto do dia maravilhosamente bem.
Despertei final da tarde, Enrico estava sentado na cama ao meu lado, lia algo no notebook. Ao me ver acordada, alisou os meus cabelos, deixou de lado o que lia e se acomodou por trás de mim.
— Sinto muita falta de dormir nos seus braços. Estou cansada do meu travesseiro de corpo, quero você comigo — protestei, manhosa.
— Eu sei, bella mia, falta pouco. Em breve ficaremos juntos sem risco algum.
— Eu espero, mas estou cansada de me esconder e fugir de algo que desconheço. — Sentei-me na cama para encará-lo. — Me fala a verdade, conte-me o que realmente está acontecendo?
Enrico suspirou profundamente, sentou-se também e continuou me encarando.
— Eu não quero envolvê-la, quanto menos souber melhor.
— Eu não sei se lembra, mas nós nos casamos na igreja e nos nossos votos prometemos ficar juntos em quaisquer circunstâncias ou adversidades. Eu quero te esperar, confiar em você, porém, está difícil sem saber o que realmente está acontecendo.
— Você tem razão, mas me promete uma coisa antes de qualquer coisa. — Enrico segurou minha mão com firmeza, olhou dentro dos meus olhos e exigiu: — Promete que entenderá que tudo que estou fazendo é por nós três e vai ficar sempre ao meu lado?
— Isso está parecendo mais um pedido antecipado de perdão, como se tivesse feito algo ilícito, errado, sei lá! — argumentei, preocupada.
— Calma, eu não estou fazendo nada ilícito, é importante para mim que me prometa que sempre ficará ao meu lado.
— Eu estou do seu lado, Enrico, só quero entender o que de fato está acontecendo, você não me conta nada.
— Tudo que contei é real, a ameaça a minha vida existe. Preciso descobrir quem estar por trás de tudo isso. Até que essa pessoa esteja presa, eu não terei paz, e não posso permitir que esse alguém realize o que planeja, seja lá o que for.
— Isso eu já sei, mas tenho a impressão de que há muito mais que ainda desconheço. Às vezes tenho a impressão de que está aqui só de corpo e não de alma, como se não quisesse estar comigo.
— Não fale isso, eu estou me arriscando para estar aqui com você porque eu te amo, Alícia. Se estou distante é porque você é importante demais para mim, jamais me perdoarei se algo de ruim acontecer a vocês. — Enrico pousou a mão sobre a minha barriga.
— Então conte de uma vez o que tanto te preocupa.
— Você está grávida, e eu não quero preocupá-la, quero que tenha uma gestação tranquila.
— Enrico, pelo amor de Deus, eu não estou conseguindo lidar com tanto mistério, fale de uma vez o que está acontecendo — exigi.
— Bella mia, eu não quero que se preocupe e muito menos duvide do meu amor por você. Acredite, eu estou fazendo tudo para voltar logo para você. Eu não queria te deixar preocupada, mas se é tão importante assim, vou contar o que me preocupa. — Enrico respirou fundo. — Alguns objetos pessoais da Marta, que estavam na empresa do pai, entre elas um caderno de anotações, continham senhas de acesso à duas contas de e-mail pessoal. Esses objetos estão com a polícia, que com ajuda da equipe de investigadores que contratei, conseguiram rastrear uma comunicação suspeita da rede de internet da MHR para uma conta de e-mail pessoal dela. — Ele fez uma pausa e ficou pensativo. — Nesse e-mail haviam diversas trocas de mensagens com o pai, aparentemente escritos por ela, descobrimos que os dois estavam tramando um golpe milionário contra a MHR, e eu seria responsabilizado por uma série de crimes por conta disso.
— Nossa! Eu pensei que ela te amava.
— Eu também, mas isso é só o começo. A polícia acredita que até o acidente dela tem relação com os acontecimentos recentes, principalmente depois que constataram que a conta de e-mail dela está ativa.
— Sério? Isso quer dizer que ela está viva? — perguntei, chocada.
Oi, meus amores! Tudo bem? Estou atualizando por aqui, a pedido de algumas leitoras que não tem Amazon. Peço, gentileza, que sempre deixe um comentário "Acompanhando" ou qualquer outra coisa, só para saber se ainda estão me lendo aqui, tudo bem?
Beijos e até breve!
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